As coisas

As coisas Tobias Carvalho




Resenhas - As Coisas


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Daniel.Malaquias 15/03/2022

As coisas que são ditas
Descobri esse livro através de uma indicação de leitura pela revista Palavra, do Sesc. E ainda bem que o descobri pois foi uma das minhas melhores leituras de 2022, não só pelo fato das histórias em torno dos gays e de seus relacionamentos, afetos, família e vivências mas porque os contos são tão humanos, íntimos, de uma sinceridade que parece que o autor nos conta as histórias numa mesa de bar, ao som de Depeche Mode, bebendo umas e outras. As Coisas de Tobias Carvalho é um desses livros que te fazem bem, incomoda às vezes, todavia tudo que é bom também incomoda, nos faz refletir, nos dá prazer e ódio, sensações que alguns episódios despertam, ao menos despertou em mim. Indico por demais e vale lembrar que o autor foi o vencedor do prêmio Sesc de Literatura 2018.
Daniel 23/03/2022minha estante
Faço suas palavras as minhas


Daniel.Malaquias 25/03/2022minha estante
E por sinal é uma ótima leitura.




Tiago 28/11/2018

Coisas e coisas
É sempre muito refrescante ler um texto de um autor jovem falando sobre temas atuais e sem medo de experimentar e ao mesmo tempo se expor neste processo. Tobias Carvalho acertou o alvo em grande parte do seu livro de estreia.

Repleto de contos curtos que testam diversas formas de escrita, "As Coisas" une esta pluralidade sob um prisma único, a homossexualidade. Presente em maior ou menor grau em todos os contos, o tema é explorado sob ângulos diferentes. Sexo, solidão, relações familiares e amorosas, autoconhecimento, preconceito são alguns dos temas abordados pelo autor.

Alguns contos exalam um teor autobiográfico muito forte e outros fogem absolutamente disso. Há um certo pedantismo em algumas passagens que revelam gostos literários/musicais e posicionamento político, o que me fez desgostar um pouco mais dos contos que achei mais próximos da realidade do autor. Quando Tobias foge do que considero seu universo mais próximo, como o conto do gay surdo que marca um encontro as escuras, aí sim o livro atinge notas altíssimas!

No geral uma leitura agradável e repleta de sentimentos conflitantes. Faz pensar, conversou bastante comigo em diversos tópicos. É breve, mas com certeza deixa sua marca.
Naely.Freire 22/04/2020minha estante
Tobias é um autor muito massa! Sinto um estilo único nas suas histórias. Um prazer conhecer pessoalmente ?




Antonio Maluco 25/01/2019

Contos
o livro mostra contos da opção sexual homossexual de vários homens
Junior 09/04/2019minha estante
orientação*




Alexandre Kovacs / Mundo de K 11/11/2018

Tobias Carvalho - As coisas
Editora Record - 144 Páginas - Capa: Renan Araujo - Lançamento: 22/10/2018.

Vencedor do prêmio Sesc de Literatura de 2018 na categoria de contos, Tobias Carvalho apresenta uma variedade de técnicas narrativas em As coisas, mas sempre com base em uma mesma unidade temática, que ainda enfrenta barreiras para encontrar espaço na literatura brasileira, os encontros e desencontros de um jovem homossexual em nossa época de redes sociais e aplicativos de encontros sexuais. O texto, direto e sem concessões, descreve uma realidade que ainda tem muito de clandestina e é ignorada ou evitada por grande parte da sociedade brasileira, com poucos autores dedicados, como o já clássico Caio Fernando Abreu ou, mais recentemente, João Silvério Trevisan.

Normalmente, como não poderia deixar de ser, trata-se de uma literatura de resistência, marginalizada e impregnada de contestação e ativismo político. No entanto, seria uma injustiça com Tobias Carvalho, aprisionar o seu livro em algum tipo de categoria, como literatura LGBT. Os seus textos extrapolam em muito o caráter panfletário, sendo dotados de rara sensibilidade ao descrever as situações de incompreensão familiar e inadequação social, na escola, no trabalho ou entre amigos. As narrativas, bem-humoradas ou mais sofridas, têm em comum o tom confessional ao falar das relações humanas e do medo da solidão, seja na busca de um amor verdadeiro ou simplesmente por meio do sexo casual e compulsivo, "um tipo mais sofisticado de masturbação" como bem define um dos personagens.

Um dos melhores contos, "O pai", que poderia constar de qualquer antologia de literatura contemporânea, descreve o conflito familiar que muitas vezes norteia a questão da opção sexual dos filhos, não respeitada pelos pais que preferem se preocupar com a opinião dos vizinhos, dos amigos e do resto da família, reagindo de uma forma que leva sempre ao sofrimento de todos, com uma mistura de frustração e ódio. Os trechos abaixo mostram a tensão represada, que pode explodir de um momento para outro, quando a notícia tantas vezes evitada não consegue mais ser contida e a verdade definitiva afasta pai e filho, cada um em sua vida, uma história que, infelizmente, é mais comum do que se imagina.

"Aconteceu pela primeira vez quando contei pra ele. Aconteceu e me atingiu como um tiro, um tiro dentro de uma sala pequena, à queima-roupa. Já havia se passado uma hora. Ele estava no quarto; eu, na cozinha, bem onde estávamos na hora da conversa. [...] Naquele dia, fiquei sentado por uma hora na cozinha. Vi teu choro, quando tu estava ainda sentado, e tua agressividade, toda liberta pelo corpo nos gestos, quando tu quase veio pra cima de mim. Parou porque por um momento conseguiu se lembrar de me olhar. Deve ter visto medo, não raiva. [...] No balcão, havia um faqueiro. Vários cabos de plástico se ofereciam a quem quisesse cortar, prejudicar, desfazer. Olhei pra aquele faqueiro durante vários minutos quando meu pai já estava no quarto, e pensei em como eu poderia abreviar anos de tortura. [...] Agora eu posso finalmente retomar o lugar que era meu quando nasci. Posso ostentar minha saúde enquanto te vejo apodrecer em uma casa escura, consumido pelos vermes que se deliciam mais quando a carne é podre. Talvez tu não tenha percebido ainda, pai. Tu já morreu. Está em alto sono. Congelado em uma década que há muito passou, de olhos abertos pra ver o mundo passar como um trem-bala. [...] Talvez a narrativa que eu escolhi pra mim te dê asco. Talvez teu silêncio dure pra sempre, ou tu apenas mude de assunto. Acho até que tu consegue viver muito ainda. [...] Mas não a minha vida. Pai, essa tu vai ter que deixar pra mim." - Conto "O pai" (Págs 51 a 56)

O autor estreante escreve com coragem e verdade sobre pessoas e sentimentos, sobre um amor que nem sempre é fácil de entender e pode surpreender, mas todos os amores não se comportam exatamente dessa mesma forma? "Amar sobrecarrega, nem bom nem ruim, um tudo que compreende o mundo inteiro, corroendo, viciando, doendo, impossível que não. Não existe nada que traga tanta destruição, ou que pelo menos dissolva tanto os outros sentimentos. O ruim e o bom do amor é que ele inunda." — Jovem autor com literatura de gente grande.

Tobias Carvalho nasceu em Porto Alegre em 1995. Cursa Relações Internacionais na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e já participou de oficinas literárias. As coisas, vencedor do Prêmio Sesc de Literatura 2018, é seu livro de estreia.
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Breno 29/11/2018

Dos contos contemporâneos que valem a pena...
Gosto de encontrar livros que retratam nossa realidade atual sem medo, sem nos comparar com um passado (melhor ou pior) vivido por nossos pais-avós, sem romantizar nossas experiências cotidianas... apenas simples e direto, seco, talvez grosseiro, cru, nu.

Sim, muitos corpos nus para retratar o universo gay contemporâneo.
Com um toque regional que não impede que qualquer pessoa de qualquer outra região do país, quiçá, do mundo, possa ter passado por experiências e sentido sentimentos próximos e ou iguais aos vividos pelo(s) protagonista(s) dos contos.

"As Coisas" me surpreende pela coragem e força de sua escrita, pela forma como foi escrita e editada, pela temática e pela simplicidade sobre a temática. Como "O Sol na Cabeça" de Geovani Martins, fico feliz com nossa literatura retratando de forma tão próxima e direta a realidade de nossos dias.

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Vinícius Rosa 20/12/2018

As coisas - Tobias Carvalho
Desde que soube do que se tratava "As coisas", do Tobias Carvalho, fui tomado por um tipo de excitação não sexual, mas certamente com o tesão de ler esse livro (que aumentou quando liberaram a capa, uma arte estupidamente linda).

Comecei a seguir o Tobias no Instagram para ver as novidades sobre seu livro depois que o resultado do Prêmio Sesc foi divulgado, o que calhou quando ele o anunciou no story em uma promoção da Amazon por menos de vinte reais, comprei (junto com o da Juliana, que também estava uma pechincha). Avisei ele, no direct, que já tinha "As coisas" em mãos, ele disse que esparrava que eu gostasse, querido. Estranhei o "querido", confesso, não sei o porquê, é uma palavra que eu não uso muito e nem entendo muito bem o sentido, mas depois tudo ficou claro quando vi ele usando o “querido” em vários contos. Recebi o livro na noite do dia 21 de novembro e já comecei a ler, parei na metade porque precisava dormir, acordei ansioso no outro dia e finalizei.

A princípio, a linguagem do autor me causou certo descompasso pela forma crua que ele lida com as letras, algo que depois do quarto conto me acostumei e acredito que tudo não seria tão bom se não fosse assim. Possivelmente meu costume agressivo com o culto brigou com palavras como "pau" e "cu", que uso na vida real, mas não me atrevo a denúncia delas em material literário. A verdade é que a forma sincera como tudo é descrito não requer censura, pelo contrário, a abomina, por isso o discurso ríspido é perfeito e encaixa com o que o autor quer transmitir.

São muitos contos, como já vem na orelha, mas são contos rápidos, que não cansam nem perdem qualidade, terminei todos em menos de um dia e queria mais. Admito que me senti mal por não ter guardado algumas histórias para depois. Entretanto entre tantos (risos), alguns contos são excepcionais, como o de abertura, "Como bons amigos", que já dita todo o tom dos que virão. "O pai", emocionante, reflexivo e apresenta o gosto que compartilho do autor com Carne Doce. "Unfucktheworld" e "Sauna nº3", no miolo, são incríveis também. "A razão pela qual eu nasci" encerra bem, deixa o gosto de quero mais na boca, mas o estômago avisa que você está satisfeito. Outros textos exploram formatos, como o que ele imita uma conversa de WhatsApp, o que é composto apenas por diálogos e o que é feito em um parágrafo único.

É perceptível no material a presença do autor, como crônicas, o posicionamento, os gostos, as experiências... É um livro bom, muito bom, por sinal. Como estreia está ótimo, espero mais "coisas" do Tobias.

site: http://www.blogdaeditorarecord.com.br/2018/10/23/as-coisas-de-tobias-carvalho/
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João 02/01/2019

As coisas que a gente faz pra gozar
Tobias Carvalho fez o que poucos autores (e grandes editoras, em especial) tiveram a coragem de entregar: uma narrativa crua, viva, verdadeiramente contemporânea e real. Leitores que se encaixem nas descrições das vocês narrativas *finalmente* se identificarão com as histórias contadas por Carvalho.
Destaque para os contos: As coisas que a gente faz pra gozar, Unfucktheworld, Sauna nº 3 e Jung, que tornaram este livro o meu primeiro favorito de 2019.
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Antonio Maluco 25/01/2019

Contos
o livro mostra contos da opção sexual homossexual de vários homens
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Junior 09/04/2019minha estante
orientação*




Bruno.Pacelly 08/02/2019

Depois de ler As Coisas é como se qualquer coisa que eu queira falar, por meio de minha escrita, estivesse plagiando o Tobias nessa obra, pois ele fala de forma muito crua e direta, nivel de realismo e descrição minuciosa das cenas...
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Rodrigo.Ferreira 17/02/2019

As coisas que a gente faz quando somos quem nós somos.
Poucas vezes li algo tão cru e tão cruel, por seu realismo quanto esse livro. Ele não é só um livro sobre sexo ou desventuras em busca de prazer. É um livro que engloba muito das dores e das pequenas coisas que estão ali quando se é um homem gay, jovem e metropolitano. A solidão, a exclusão, as desventuras, o vazio. Tem uns contos que são muito pesados e me foram particularmente difíceis mas tem outros que graças a Deus são mais "felizinhos" pra aliviar. É um livro maravilhoso. Eu li ele inteiro em questão de horas numa grande vontade de precisar terminar porque não sei se aguentaria o soco que esse livro é em algum outro momento. É um livro necessário, se você estiver disposto a olhar pro espelho. Mas de fácil só tem a leitura e meia dúzia dos contos.
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Bruno Aquino 24/02/2019

A coisificação humana!
Trata-se de um livro que reúne 23 contos cujo pano de fundo é o cotidiano da juventude homossexual, sua rotina em aplicativos de relacionamentos, suas aventuras sexuais, os prazeres e seus envolvimentos amorosos. Um livro feito de sensações, mas também de sentidos e sentimentos.

Segundo as palavras de Letícia Wierzchowski “não há maquiagens para a solidão nem disfarce para o sexo. O personagem constante dessas histórias transa e transa muito. Ele trabalha, viaja, estuda, cruza ruas d metrópoles agitadas, passa horas em aplicativos de encontros sexuais. Ele sente, ele quer, ele ganha e perde: transforma-se de história em história, construindo um arca narrativo que alicerça todo o livro”.
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Junior 09/04/2019

Estou abismado com o fato de não ter visto nada de positivo nos contos deste livro como os demais leitores comentaram aqui. De estrutura de contos, tem muito pouco. Tão mais pra crônicas, sobre um dia a dia vazio, numa exposição redutora da experiência de ser homossexual na sociedade em que vivemos. Com exceção do texto sobre o pai, o resto é só frivolidade. Um livro quase vazio.
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Wes 02/05/2019

Esse livro deveria ser renomado como: Crônicas do Grindr. Acho que muita gente vai se identificar com essas histórias, eu que não passei nem meio terço de tudo isso não consegui sentir nada e foi meio chato no começo. Gostei mais dos contos finais, não do último, aquele não entendi nada. Que saíram mais do tema da pegação e foi pra uns assuntos mais sérios.
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Nanda 26/05/2019

Ótimo para começar a ler contos
Nesse livro, o autor trata de temas da comunidade gay principalmente, ele procura mostrar a parte não contada nos atuais livros LGBTs, que é sobre a não romantização dos personagens por serem gays . Ele apenas relata a vivência e até o apetite sexual que podem ter, mesmo sem não ter um romance e não se apaixonarem. O prêmio Sesc de literatura 2018 foi muito merecido
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Carlozandre 31/05/2019

As coisas como são
De tempos em tempos, um jovem escritor dá um passo à frente e invade a cena com um relato honesto e contundente de como as coisas são em sua geração (e em sua classe social): as dificuldades, a solidão e por vezes o vazio de ser ainda novo e estar construindo uma identidade que passa pela maturação de várias experiências intensas que são buscadas em um frenesi voraz.

Já foi assim com Noites do Bomfim, de Marcelo Carneiro da Cunha, nos anos 1980, e com Dentes Guardados de Daniel Galera, no início dos anos 2000. Não que houvesse semelhanças estilísticas ou até mesmo temáticas entre um e outro a não ser o retrato vigoroso das inquietações de uma época.

De certo modo, As Coisas, livro do escritor gaúcho Tobias Carvalho recentemente premiado na categoria conto do Prêmio Sesc de Literatura 2018 e que agora ganha edição pela Record, surge no momento preciso para se tornar esse tipo de livro. O volume reúne 23 contos retratando o cotidiano sexual e afetivo da homossexualidade masculina contemporânea. Ao fazer isso, casa muito bem, e com uma linguagem ágil e concisa, o que é específico do tema e o que é universal e recorrente.

As Coisas é composto de vinhetas que flagram aspectos diversos de um mesmo universo afetivo, o de uma geração crescida em tempos menos repressivos e vivendo em tempos ultraconectados em que a aproximação de um objeto de desejo pode ser tanto nos corredores da faculdade quanto no Tinder (ou Grindr, no caso). O conto de abertura, Como Bons Amigos, mostra dois amigos em um jogo reticente de sedução no qual o sexo pode vir a turvar a relação de amizade. As Coisas que a Gente Faz pra Gozar e 24 são variações sobre personagens lançando-se a empreitadas aventureiras para lutar contra o tédio por meio do sexo.

O conto Jung mostra a dificuldade de aceitação da homossexualidade de um filho por uma mãe, trabalhada em uma sessão de terapia - com o agravante de que a tal mãe ela própria tem formação na área de psicologia, e mesmo assim não se furta de reproduzir os mais rasteiros preconceitos contra a condição do filho. Sauna nº 5 é um conto erótico explícito.

Mais do que a simples temática, o que torna As Coisas um volume com boas histórias é sua linguagem urgente que não cede ao tacanho. Há também uma tensa construção que enriquece os subtextos e não entrega nada de bandeja.
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