O ADOLESCENTE

O ADOLESCENTE Fiódor Dostoiévski




Resenhas - O Adolescente


28 encontrados | exibindo 16 a 28
1 | 2


Bruna Peixoto 02/04/2021

O protagonista é um jovem um tanto perdido e narra de forma às vezes desconexa os acontecimentos. Suas observações não são totalmente confiáveis - o que leva a uma desconfiança contínua do leitor em relação aos demais personagens.
comentários(0)comente



Hemily 01/03/2021

Romance de formação
Li 'O Adolescente' por recomendação, pouco conhecia Dostoiévski e seu estilo de escrita mas acabei logo abraçando Árkadi e sua história. Seu desejo de crescer ao decorrer do livro nos mostra o desenvolvimento do jovem e suas ideias, outro ponto também é a difícil relação com seu pai, que apesar dos conflitos se revela mais envolvente e sentimental do que imaginamos. Liza, irmã de Árkadi, mesmo aparecendo em poucos momentos se mostra uma mulher forte e dedicada, amorosa com seu irmão e seu pais, digo com certeza que nessa obra ela é uma das personagens que mais me encantou.
comentários(0)comente



Diego Rodrigues 01/11/2020

Tempos difíceis geram homens fortes?
Publicado pela primeira vez em 1875, "O Adolescente" figura entre os principais romances do escritor, filósofo e jornalista russo Fiódor Dostoiévski, ao lado clássicos como "Crime e Castigo", O Idiota" e "Os Irmãos Karamázov". Escrito em formato de memórias, aqui vamos acompanhar a narrativa de Arkadi Dolgorúki em seu ingresso na sociedade russa e no mundo dos adultos. Arkadi é filho bastardo de um nobre senhor de terras com uma humilde serva, que era casada com outro homem. Foi criado em um internato onde sofreu inúmeras agressões e enfrentou privações, cresceu tendo uma humilde mesada como a única forma de contato com sua família e, aos 20 anos, resolveu fazer uma visita aos pais. Desembarcou em Petersburgo decidido a romper de vez os laços com sua família, mas o que encontrou foi seu pai, um ex nobre, rebaixado socialmente e envolvido em desavenças com a alta sociedade e em disputas judiciais. Atraído pelo enigma que é o seu pai e fazendo amizades na alta sociedade, Arkadi acaba emaranhado em uma rede de intrigas e cada vez que tenta se livrar dela percebe-se ainda mais preso a uma sociedade da qual não queria fazer parte.
.
Como é comum nas obras de Dostoiévski, para entender melhor "O Adolescente" é preciso compreender também o contexto histórico em que o romance foi concebido. Após as reformas de 1861, a Rússia se encontrava em um período de transição para o capitalismo. A nova geração se via diante de um novo leque de opções e responsabilidades ao ingressar na vida adulta. Na época, o termo adolescente estava muito mais ligado a essa nova geração do que ao que conhecemos como adolescente hoje. A nobreza via seu papel social se distorcer, o dinheiro passou a ser priorizado e a entrar por todos os lados da sociedade, o que também trouxe degradação moral. Arkadi é um dos adolescentes desse conturbado período. O dinheiro é fundamental para a execução de sua ideia inicial e, já com um plano para atingir a riqueza e a ascensão social, Arkadi chega a Petersburgo mas é engolido pelo caos social que habita a cidade: desavenças familiares, um príncipe moribundo, outro em decadência, casamentos com segundas intenções, suicídios, jogos de roleta, bebedeiras, e uma gangue de chantagistas. Esses são alguns dos elementos que irão cruzar o caminho de Arkadi e que, juntos a outros acontecimentos, a princípio irão intoxicá-lo e, posteriormente, fazê-lo rever seus objetivos e conceitos, construir sua moral e questionar seu papel social. O que faz de "O Adolescente" um romance de formação clássico.
.
Política e religião, temas intrínsecos a obra de Dostoiévski, também marcam presença aqui. O "pensamento russo" e o deísmo têm seus conceitos apresentados e discutidos em diálogos e devaneios, principalmente por parte do personagem Versiélov, pai de Arkadi, que possui fortes traços autobiográficos de Dostoiévski. Os conceitos do "duplo" e da "Idade de ouro" também são explorados, embora de forma um pouco mais contida, e podem ser vislumbrados mais ao final do romance.
.
Mais uma vez Dostoiévski juntou a ficção ao contexto histórico para compor uma obra de impacto e que permanece atual. O ingresso a sociedade e a vida adulta ainda hoje pode ser um período confuso e intoxicante. Arkadi encontrou o seu amadurecimento no lado mais sórdido da vida e em meio ao caos social. Será que tempos difíceis fazem grandes homens? Se olharmos para a trajetória de Arkadi podemos dizer que sim, mas se olharmos a sua volta vamos ver que não. Nobres caíram em decadência, jovens recorreram a criminalidade, aqueles que eram promissores perderam a esperança e encontraram no suicídio a sua única saída. Arkadi por muito pouco não se sucumbiu, mas foi recompensado e acabou saindo fortalecido. Sejamos todos Arkadi e não façamos do meio uma desculpa para sermos desonestos.

site: https://discolivro.blogspot.com/
comentários(0)comente



Thiers.Neto 06/10/2020

Ao invés de fazer comentários sobre o livro, eu vou deixar aqui um dos trechos que eu mais gostei e que faz a gente querer ler ainda mais Dostoiévski:
"A alegria no homem é o traço que mais o revela, e por inteiro. Há caracteres que demoramos à decifrar, mas é só um homem desatar a rir um riso bem franco que de repente todo o seu caráter se revela com nitidez. Só uma pessoa que atingiu o desenvolvimento mais elevado e mais feliz é capaz de uma alegria comunicativa, isto é, irresistível e boa. Não falo do seu desenvolvimento intelectual, mas do caráter, do conjunto do homem. Pois bem: se você quiser estudar um homem e conhecer sua alma, não se aprofunde na maneira como ele cala ou como fala, ou como chora, ou até mesmo como se inquieta com as ideias mais nobres; perscrute-o melhor quando ele ri. Se o homem ri bem, significa que é bom."
comentários(0)comente



Gutierrez.Lellis 13/07/2020

Confesso que foi difícil a leitura no princípio. A distância geográfica, temporal e cultural da Rússia do século XIX torna difícil assimilar e entender alguns aspectos da história. Muitas vezes fiquei sem entender algumas reações dos personagens. Várias vezes tive que recorrer a lista de personagens ao final do livro para identificá-los porque os nomes são praticamente impronunciáveis e difíceis de se guardar na memória (hahahaha).
Mas depois de um determinado ponto, a história fluiu e se tornou bem interessante. Muitas reviravoltas acontecem. Há vários conflitos psicológicos interessantes (o mais notório, sem dúvidas, é a relação de Arkadi com seu pai biológico). Algumas divagações dos personagens nos fazem realmente pensar.
A edição da editora 34 tem um posfácio com uma ótima análise da obra, que me esclareceu muita coisa.
Enfim, apesar das dificuldades iniciais e o tamanho considerável do livro, é uma leitura que vale a pena!
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



Lucas 12/05/2020

A beleza sem tradução
O Adolescente oferece ao leitor uma privilegiada perspectiva, em primeira pessoa, do processo através do qual Dostoiévski encaminha a libertação do personagem de seus vícios, ainda que de modo precário e nunca definitivo, ao mesmo tempo em que esses vícios são aprovados, por assim dizer, em suas últimas consequências, pois são a manifestação da liberdade individual do personagem. Liberdade que, do ponto de vista do autor, não se confunde com autonomia metafísica; pelo contrário, é percebida como a contrapartida individual de uma realidade superior, que transcende todas as individualidades, mas que implica na responsabilização pessoal e na aceitação da realidade como algo que nunca se esgota no âmbito da ação e reflexão humanas.

É nessa encruzilhada que surge o flerte com o niilismo, sempre presente nas grandes criações de Dostoiévski, todavia superado pelo processo de redenção, outro pilar fundamental do universo do autor, pois a liberdade aí encontrada precisa ser conquistada de dentro para fora – a custo de muito sofrimento pessoal –, e não como adesão a uma moralidade exterior, a um sistema lógico ou a uma idealização. Ao contrário do que uma leitura pouco madura pode levar a concluir, Dostoiésvki não tem apreço pelas baixezas, vilanias e mesquinharias do homem, mas sim pela sua liberdade – em última instância, a liberdade de confrontar a imperfeição da vida humana com ressentimento, rebeldia e presunção, ou de vivenciá-la com o espírito de abertura ao mistério da existência do homem e do mundo. Na passagem anteriormente descrita, tais posturas existenciais estão representadas nos dois momentos em que Arkadi se depara com a mancha de sol na parede: primeiro, com frustração diante de uma realidade que se mostra previsível, maquinal, enfadonha, esquematizada; em seguida, ao retornar ao quarto após o encontro com Makar, com a serena alegria da aceitação da realidade inefável.

Ensaio completo no link.

site: https://www.revistaamalgama.com.br/05/2020/a-beleza-sem-traducao-o-adolescente-dostoievski/
comentários(0)comente



Karolline.Campos 25/04/2020

Psique juvenil
Me encantou bastante o fato de parecer uma continuação em versão masculina do que poderia ter sido o Niétotchka Niezvânova. O modo como Dostoiévski joga com as emoções e impressões de acontecimentos trágicos ou importante da perspectiva de um jovem homem explica muito bem sobre a mescla psicológica contida em todos os seus romances. O ponto chave e fundamental da obra no final das contas não é só a ideia que gira em torno do indivíduo, mas como as informações que ele possui, mesclado com a "obsessão" pelo amor do pai leva a atos equivocados ou impulsivos. Livro incrível.
comentários(0)comente



Volnei 27/11/2018

O Adolescente
O romance conta a história de um adolescente que passa por varias aventuras em sua vida e m pleno século XIX, quando a servidão havia sido extinta na Russia mas ainda restava um certo preconceito quanto as pessoas que ocupavam tal posição . A leitura do romance é dificultada um pouco por conta de muitas outras histórias narradas por alguns personagens da história

site: https://toninhofotografopedagogo.blogspot.com.br/
comentários(0)comente



filippejuao 23/02/2016

Muito bom, mas cansativo
Você vai encontrar um adolescente com grandes ideais, inconstante, volúvel, muito apaixonado pela vida, mas que não entende porque está aqui. Como é narrado em primeira pessoa, vai ter muitas partes que será difícil entender, assim como diálogos de pessoas que conseguem ser mais problemáticas que ele. Enfim, vale muito a pena, mas não para quem quer terminar depressa.
Lily 17/11/2018minha estante
Senti a mesma coisa kkk




Taís 12/10/2014

Cometário
Bem cansativo. Esse adolescente é mais um típico adolescente cansativo e dramalhão, chega a ser um rebelde com uma causa, mas não muito nobre ou grande. Leitura morna, cria expectativa mas não supre nenhuma.
comentários(0)comente



Ana C. 07/03/2012

Para mim, o melhor!
Não tem como não se identificar com o jovem protagonista da história, Árkadi! Jovem bastardo,com uma "idéia" e um jeito totalmente diferente de ver as coisas ao seu redor, com uma sensibilidade e franqueza incrível sobre si mesmo e os outros. Arrisco dizer que de Dostoiévski, este é o melhor e mais gostoso livro de se ler! Vale muito a pena pela ação e pela trama bem costurada e cheia de surpresas.
comentários(0)comente



Ana C. 06/03/2012

Minhas anotações sobre o livro.
A edição que eu estou lendo é da Cia. das letras que peguei no CCSP.
P.41/P.13 uma explicação interessante sobre os nomes Russos.
P.43 + ou - da 7° linha até a 13° (Identificação com o sentimento do personagem).
P.44 Discussão sobre o povo Russo
P.45 as primeiras linhas,sobre preconceito.
P.71 últimas linhas, sobre trabalho.
P.83 as antepenultimas linhas,sobre a "mulher Russa".
P.89 4° linha + ou -, uma bela passagem sobre a manhã na cidade.
16° linha sobre lugares odiados
27° linha a comparação da pessoa com o ambiente em que vive (identificação)
P.106 "A ilusão que inspira é mais cara que mil verdades sujas"
2° Parte, P. 120 - Primeiras linhas, "à moda Russa".
P.126,primeiras linhas,sobre o "ateu Russo".
P.139 7° linha (identificação com o pensamento)
P.163 - passagens interessantes nesta página.
P. 177 Últimas linhas sobre desvio de conduta

outras páginas que gostei de ler mas que não fiz anotações somente "marquei" P.206,P.210,P.216,P219,P.223 E epilogo.

Ao todo é um livro cheio de reviravoltas e conflitos. Muito gostoso de ler.
comentários(0)comente



28 encontrados | exibindo 16 a 28
1 | 2