GilbertoOrtegaJr 11/09/2015Na praia – Ian Mc EwanMuitas vezes as pessoas se deixam enganar acreditando que se existe amor a relação de um casal já estará fadada a dar certo, só que isso não é bem uma verdade, o amor é uma parte muito importante da relação a dois, mas ele sozinho não salvará esta relação de todos os reveses que ela pode sofrer. Assim como por maior que seja o tempo que você conviva com seu parceiro (a), ou por maior que seja o amor que um sente pelo outro, você nunca conseguirá compreender o outro plenamente, acredito que em relação alguma exista esta capacidade de compreender outro ser humano de forma total e completa.
Um destes empecilhos de uma relação amorosa é retratado em Na praia, do escritor inglês Ian McEwan, ambientado na Inglaterra no ano de 1962, conta a história do jovem casal Edward e Florence, que estão em um hotel na praia de Chesil, perto do Canal da Mancha. No momento em que começa a narrativa eles estão no meio de um jantar, que faz parte da comemoração da noite de núpcias deles.
Ao mesmo tempo em que a trama se passa no presente o autor lança mão de retroceder na história de amor de Florence e Edward, para que o leitor possa compreender como foi que que ela foi sendo construída, e dar ao leitor uma noção das mudanças que estão se desenrolando naquele período, dentre elas a recente liberdade sexual, não à toa que um dos focos principais é a dificuldade que envolve a perca de virgindade do casal protagonista.
Edward é recém formado em história, e seus pai é professor secundário, já sua mãe sofre de problemas mentais. Já Florence é violinista, e líder de um quarteto de cordas, sendo o seu pai um rico industrial e sua mãe professora universitária de Oxford. É claro que apesar das diferenças econômicas o autor traça uma história delicada com momentos muito sensíveis e alguns outros com viés mais engraçado.
Mas o romance não se trata apenas da primeira noite de um casal, entre idas e vindas entre o passado e presente desta relação ele vai nos adentrando dentro da mente dos personagens, para que possamos entender a sua insegurança ou motivação, seja ela consciente ou não, nos mostrando que em uma relação à dois tanto o dito quanto o não dito podem ter igual valor, sobretudo quando interpretados de forma errada.
É por meio desta pequena obra prima que Ian McEwan retrata não somente uma época e seus costumes, mas pelo contrário o livro pode retratar muitas histórias de amor. Durante grande parte do livro eu torcia para que um pudesse entender o outro de forma tão completa quanto eu como leitor podia percebe-los, com apenas 136 páginas, McEwan cria uma pequena obra prima sobre a fragilidade do amor, sem com isso deixar de ter um belo e envolvente texto.
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