Baladas

Baladas Hilda Hilst




Resenhas - Baladas


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Deghety 16/08/2021

Baladas
Baladas de Hilda Hilst foi o livro de poesias que escolhi para ler esse ano. (Todo ano leio um pra ver se pego o gosto).
Por vezes li comentários que diziam sobre a contundência em sentimentos que a autora coloca em seus textos.
"Baladas" foi escrito quando a autora era muito jovem, o que chama muito a atenção pela forma como via o mundo.
Os poemas transmitem sentimentos melancólicos, apáticos, desesperançosos, etc; envoltos pelo cotidiano comum,  relações sociais e amorosas.
Segue alguns trechos elucidantes:

"Só não existe amargura onde não existe o ser."

"Dirão que és poeta. Porque a poesia aparece nos teus gestos como aparece fé na oração de um crente. "

"...Soubesses ao menos a eterna escuridão dos que procuram a luz."

"Somos humanos e frágeis, mas antes de tudo, sós."

Diferente da maioria dos célebres poetas, poemas quase que necessários decifrar, os poemas de Hilda Hilst são claros e objetivos.
Uma coisa que achei um pouco chato, deve ter origem na idade a qual foram compostos, é  a repetição de palavras, ainda mais pelo fato de ser um texto em prosa.
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none 02/05/2021

Maravilhoso
Hilda Hilst costuma ser considerada uma autora difícil. Seus textos são enigmáticos e ela mesma ironiza noutro livro com título hilário, jocoso e irônico: Fico besta quando me entendem.
Baladas são poemas mais acessíveis. Eu diria a quem nunca leu para começar a ler Hilda por este livro. Repleto de imagens poéticas da noite, do amor, da solidão, da água, das flores, do corpo. Definir o livro é impossível em um adjetivo. Apequena o texto. Hilst é esfinge, colosso, oráculo, não é pra menos que habitou a casa do Sol no campo, e a casa da Lua no litoral. Habita.
Sam 14/05/2021minha estante
Exatamente, também achei mais acessível. E é lindo




Luciano 28/03/2021

Algumas passagens me lembraram bastante a poesia de Arriete Vilela. No geral, curti e recomendo.
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MatheusA 15/02/2021

Presságio
Grande prazer ler os primeiros poemas de uma escritora tão querida.

Muitos dos elementos da obra hilstiana já estão aqui: amores irrealizados ou mal realizados, o afeto intenso pelos amigos, réquiens, o mistério da morte, a loucura (personificada quase sempre na figura do pai) e, claro, muita beleza.

Muito cuidado e sofisticação no trato com as palavras. Uma leitura que exige menos do leitor do que as obras que viriam a seguir, e talvez por isto é mais leve, mais descompromissada.

Fundamental.
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gabriela lourenço 22/10/2020

"(...)
Os livros são criaturas.
Cada página um ano de vida,
cada leitura um pouco de alegria
e esta alegria
é igual ao consolo dos homens
quando permanecemos inquietos
em resposta às suas inquietudes.

As coisas não existem.
A ideia, sim.

A ideia é infinita
igual ao sonho das crianças."
MatheusA 13/02/2021minha estante
Muito bonito




Gabrielle.Marins 15/04/2020

aaa como eu amo poesia
Aaa eu realmente amo poesia e essa é das boas. Hilda Hilst conquistou meu coração com suas poesias lindas e cheias de sentimento. Incrível!
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Natche 24/02/2020

?(...) As coisas não existem
A ideia, sim.

A ideia é infinita
igual ao sonho das
crianças.?

Hilda Hilst sempre maravilhosa.
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Mayza7 24/02/2019

IV a Vinicius de Moraes
"Na hora da minha morte
estarão ao meu lado mais homens
infinitamente mais homens que mulheres.
(Porque fui mais amante que amiga)
Sem dúvida dirão as coisas que não fui.
Ou então com grande generosidade:
Não era mau poeta a pequena Hilda..."
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katarine 15/11/2018

Citações
Citações:

"(...)
Se só eu
sobrevivesse quase
nula,
inerte como o
silêncio:
o verdadeiro
silêncio de catedral
vazia,
sem santo, sem
altar. só eu mesma.

E se não fosse
verão,
e se não fosse o
medo da sombra,
e o medo da campa
na escuridão,
o medo de quê por
sobre mim
surgissem plantas e
enterrassem
suas raízes
nos meus dedos.

me mataria em
março
se o medo fosse
amor.
se março, junho."




"(...)
Pobre loucura
atrofiando o amor
da amada.
Teu pobre olhar
atrofiou minha
vida inteira."









"(...)
Se estão perto
cegam meus olhos,
se estae longe as
desejo.
(...)"





"(...)
Alguns dias mais
e serei música.
Serás ao meu lado
a nota dissonante."



"(...)
Existe sempre uma
partida
começando em ti
tomando forma
e sumindo contigo.
(...)"

Não falemos.
E que as vontades
primeiras
permaneçam
gigantescas e
disformes
sem caminho
nenhum
para o mundo dos
homens."




"Amado, não tão
meu
mas tão amado e
em noite
se
transformando.
Tua voz

rumor de coisas
pressagas.

Amo-te tanto.
Poeta
já não sou. Nem
mesmo amante.
(...)"
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Maria Ferreira / @impressoesdemaria 19/08/2015

Bailando com a graciosidade de Hilst
Baladas" é a reunião dos três primeiros livros de poesia de Hilda Hislt: "Presságio", "Balada de Alzira" e "Balada do festival".

Em "Presságio" (1950) nos deparamos com vinte e um poemas que versam sobre a solidão. Solidão de quem ama e a solidão do ser humano. Também fala sobre o amor. O amor correspondido, o amor que vê e não vê barreiras e o amor que nem chegou a ser.

"Me fizeram de pedra
quando eu queria
ser feita de amor"
(estrofe do poema VI, do livro Presságio).

"Balada de Alzira" (1951) é composto por dezessete poemas. Percebi que aqui Hilst já demonstra uma densidade e amadurecimento poético bem maior do que o encontrado no livro anterior, o que surpreende se nos atentarmos para o fato de que é só um ano de distância entre os dois livros.

"Há desconsolo
permanecendo
nos meus prelúdios
de alegria.
Só tenho a ti
mas tão distante
que não me houves.
Chamo e pergunto
se não me queres
mas o teu grito
de assentimento
chega cansado
ao meu ouvido
e assim cansado
desaparece
como um lamento".
(Estrofe do poema XIV, do livro Balada de Alzira).

Vinte poemas compõem "Baladas do festival". Aqui é mais comum a presença de rimas e de poemas mais descrentes da bondade das pessoas.

"Somos humanos e frágeis
mas antes e tudo, sós".
(Estrofe do poema XX, do livro Balada do festival).

Ao final dessa edição encontramos uma vasta organização das obras publicadas da autora, separados por gênero: poesia, ficção, dramaturgia, coletâneas. Livros seus que foram traduzidos, bibliografias que se encontram em livros, artigos, teses, dissertações, jornais e por fim, uma cronologia suscinta da vida de Hilda Hilst.

site: http://minhassimpressoes.blogspot.com.br/2015/08/baladas-hilda-hilst.html?m=0
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Anderson 28/07/2015

Baladas reúne os três primeiros livros de Hilda Hilst, com as ilustrações originais de Darcy Penteado e Clovis Graciano, que combinam perfeitamente com os poemas e dão ainda mais beleza ao volume.

São poemas de lamento pela recusa, a distância do objeto de desejo e a espera infindável pelo amante. Hilda reinventa o gênero lírico-narrativo colocando o auge da vida e dos amores como plano principal.

São também escritos de mulheres cheias de paixão, doidas de amor que refletem em tom confessional e ardente sobre o desejo, o sentimento amoroso e a inevitável morte. É certo que nesse caso o amor não acaba no fim da vida, muito pelo contrário, fica ainda mais belo e intenso, se estende pelas estrelas e além do tempo.

"Voltando (porque tua volta sinto-a num
presságio) acenderei luzes na minha porta e
falaremos só o necessário.
Terás pão e vinho sobre a mesa.
Virás acabrunhado (quem sabe) como o
filho que retorna.
Nesse dia, a lamparina de teu quarto dei-
xarás que fique acessa a noite inteira.
O amor sobrevive.
E seremos talvez amor e morte ao mesmo
tempo."
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Tuca. 30/06/2015

Se é para ler poemas juvenis, que sejam os da Hildinha. Já deu de publicitário se fazendo de poeta.
MatheusA 13/02/2021minha estante
Kkkkk. Ótimo!




Adriana Scarpin 21/04/2015

Restou um nome de bruma
no meu eterno cansaço.

Restou um tédio cinza
no meu todo de silêncio.

Tanta tristeza no meu sono imenso...
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Arsenio Meira 08/05/2014

"Antes soubesse eu / o que fazer com estrelas na mão."

Hilda Hilst começou a publicar poesia em 1950, aos vinte anos de idade, ainda estudante na Faculdade de Direito do Largo São Francisco.O primeiro livro,"Presságio", e os seguintes, "Balada de Alzira" e "Balada do festival, " anteriormente excluídos das reuniões de poesia da autora, ressurgem no presente volume. O que pode levar o leitor a conjecturar que, os primeiros lances de sua poesia estão mais para o ensaio visando voos futuros do que propriamente a realização esteticamente efetiva das marcas centrais de sua escrita. Não é assim.

Hilda Hilst sempre guardou uma posição de afastamento em relação aos principais movimentos do cenário das artes nacionais. Ela passa a impressão de que sempre permaneceu absorta em sua singularidade. O início de sua produção poética já mostra uma dicção segura. O livro gira praticamente todo em torno da necessidade e ausência do amado. Da falta, do vazio que deveria ser preenchido por uma comunhão no amor, são tecidos os poemas. A poeta apresenta-se mais uma vez como aquela que faz do amor o objeto primeiro de seu canto, associado à passagem do que é perecível e à busca do sempre inalcançável, que a um só tempo escapa a toda a procura e cria um movimento incessante.

A condição de isolamento do poeta e uma poesia que não faz concessões à convenções, embora permaneça muitas vezes, diferentemente de outros modernos, afeita às estruturas do pensamento discursivo, pretendem permitir também o escape da capacidade de absorção que ameaça as obras de arte na sociedade de consumo, quando a possibilidade de se provocar estranhamentos já não mais existe. Ao recusar o elogio da rotina ou das promessas da sociedade do espetáculo, mostrando o desconforto da vida, o grotesco do homem e de sua condição, um universo de dores e angústias, a poesia de Hilst reitera a repulsa a um mundo vulgar e banal.

Ao contrário do que faz a indústria do entretenimento, baseada no princípio de satisfação do cliente, a autora apresenta-nos os difíceis estados de privação. Contrapondo-se a toda a facilidade do espetáculo, a obra poética da autora comprova a sua radicalidade moderna. Ao invés do apaziguamento, o que resta aqui é a angústia. Angústia como índex do mais límpido estatuto poético.


Maria Ferreira / @impressoesdemaria 19/07/2015minha estante
Que resenha impecável!




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