Levantado do Chão

Levantado do Chão José Saramago




Resenhas - Levantado do Chão


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Ana Emilia 09/03/2014

"Levantado do chão" é uma bela homenagem aos trabalhadores de todo o mundo. Saramago usa a saga da família Mau-Tempo para contar as agruras dos trabalhadores rurais portugueses desde o fim da Monarquia até a Revolução dos Cravos e sua luta injusta contra o latifúndio.

Começamos acompanhando Domingos Mau-Tempo e Sara da Conceição, em um eterno imigrar. Domingos não é nenhum exemplo de marido e acaba recaindo sobre Sara a incumbência de cuidar só dos três filho, entre ele João Mau-Tempo, que se tornará um homem bem diferente do pai.

O tempo passa, mas no latifúndio, mesmo após a República, tudo continua igual. Os trabalhadores, porém, começam a e levantar contra o reino de injustiças a que estão submetidos. Um levante lento, mas definitivo.

Saramago mostra toda sua genialidade, por exemplo, ao descrever uma cena de tortura pela ótica de uma formiga!
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Vanessa 22/02/2013

"Acho que do chão se levanta tudo, até nós nos levantamos. E sendo o livro como é - um livro sobre o Alentejo - e querendo eu contar a situação de uma parte da nossa população, num tempo relativamente dilatado, o que vi foi todo o esforço dessa gente de cujas vidas eu ia tentar falar é no fundo o de alguém que pretende levantar-se. Quer dizer: toda a opressão económica e social que tem caracterizado a vida do Alentejo, a relação entre o latifúndio e quem para ele trabalha, sempre foi - pelo menos do meu ponto de vista - uma relação de opressão. A opressão é, por definição, esmagadora, tende a baixar, a calcar. O movimento que reage a isto é o movimento de levantar: levantar o peso que nos esmaga, que nos domina. Portanto, o livro chama-se Levantado do Chão porque, no fundo, levantam-se os homens do chão, levantam-se as searas, é no chão que semeamos, é nos chão que nascem as árvores e até do chão se pode levantar um livro." O Tempo em Novembro de 1981
Baixando 15/03/2013minha estante
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Duda de Lemos 16/07/2011

Levantado do Chão
Foi o primeiro livro do Saramago que eu li, e simplesmente fui fisgada! Mesmo depois lendo Ensaio sobre a Cegueira, O Homem Duplo e o Ensaio sobre a Lucidez, não conseguia esquecer as emoções que senti no meu primeiro contato com ele. Apesar de que NÃO se compara os livros de Saramago, cada um tem suas emoções, tramas e reflexões singulares.
Acho que quem não consegue sentir a profundidade de Levantado do Chão está muito alheio a realidade cotidiana das milhares de pessoas exploradas diuturnamente seja pelo latifúndio seja pelas outras formas de exploração e opressão, o que a inclui nessa massa de explorados/as.
Nesse livro Saramago me fez refletir sobre a indignação de ver outra pessoa explorada, sentimento que me faz HUMANA, e que é totalmente diferente da INDIFERENÇA e cegueira dessa vida que levamos. E como diria o Eduardo Galeano... chegará o dia em que veremos o outro como uma esperança e não como uma ameaça.
Como Saramago, morrerei comunista por não aguentar sofrer mais, nem ver mais os outros sofrerem... E se um dia não o for mais: estarei padecendo de um dos maiores males da atualidade: a indiferença pós-moderna narcísica!
Helen 01/08/2011minha estante
Concordo, principalmente com o último parágrafo: se um dia deixar de ser comunista, será como tapar os olhos diante da luz, regredir na insignificância e aceitar desculpas esfarrapadas para pobreza e demais injustiças. "Não sei onde eu tô indo, mas sei que eu tô no meu caminho" como diria Raul :)


Baixando 15/03/2013minha estante
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Rosa Santana 29/08/2020minha estante
Muito boa sua análise sobre Levantado do Chão. Chorei muito lendo a história dos explorados pelo latifúndio, casado com a igreja e com o poder constituído, representado pela polícia, tão tendenciosa. Chorei no final, vendo a vitoria dos trabalhadores, como os nossos ?Sem Terra?, que lutam pela posse da terra, para nela encontrarem o meio de sobrevivência e não o de exploração usurpadora.
Parabéns pela resenha!




Gláucia 08/07/2011

Levantado do Chão - José Saramago
O livro narra a saga da família Mau-Tempo, formada por operários da terra e é uma crítica feroz à relação de exploração entre latifundiários e seus empregados. Não é do meus livros preferidos do autor mas mereceu 4 estrelas pelo primor de linguagem, se assemelha a música. Me fez lembrar um pouco Germinal de Zola, perfeito.
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Sete-Sóis 04/07/2011

O título literário mais bonito que eu conheço: "Levantado do Chão", porque do chão levantam-se os homens e suas colheitas... Não é o melhor livro de Saramago, mas é o mais bem escrito, sem uma palavra que não esteja bem dita, sem uma percepção que não seja bem sentida... Conta os 60 anos de uma família de moleiros. Inícia-se no trabalho quase escravo, com uma linguagem arcaíca e evolui até a consciência dos direitos dos trabalhadores,encerrando-se numa peregrinação de todos os personagens, mortos e vivos, em busca de justiça social. Uma ode ao socialismo e uma crítica ácida de Saramago ao latifúndio e ao fascismo português.
Baixando 15/03/2013minha estante
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Rosa Santana 29/08/2020minha estante
Muito boa sua análise sobre Levantado do Chão. Chorei muito lendo a história dos explorados pelo latifúndio, casado com a igreja e com o poder constituído, representado pela polícia, tão tendenciosa. Chorei no final, vendo a vitoria dos trabalhadores, como os nossos ?Sem Terra?, que lutam pela posse de uma gleba, para nela encontrarem o meio de sobrevivência e não o de exploração usurpadora.
Parabéns pela resenha!




Caio 13/02/2011

Uma elegia alentejana
Levantado do chão, como as searas e os homens com suas esperanças. Assim queria José Saramago seu romance, publicado pela primeira vez em 1979, por isso o fez telúrico, as raízes fincadas profundamente na terra. Mas não é de idílios pastoris que trata o livro, apresenta antes, rude e áspero, a faina dos trabalhadores rurais do Alentejo em suas desgovernadas andanças, toscos amores e doridas mortes numa galeria sem-fim de tipos. Esmagados e embrutecidos pelo latifúndio e suas engrenagens injustas, insensatas quase, párias entre párias, todos ossos e nervos prodigalizados na construção e sustento duma pátria, duma igreja e duma propriedade que incansavelmente pedem mais, como se não houvessem ainda e nunca obtido o suficiente. É essa a imagem, pintada em rico colorido, que carrega na retina quem consegue chegar ao fim das mais de 360 duras páginas de Levantado do Chão.

O romance trata por um lado da saga nada épica da malfada família de lavradores que carregam o ajustado sobrenome de Mau-Tempo, adequadíssimo a estes míseros a quem o tempo é sempre mau. Começando com Domingos, passando por João e Antônio e outros tantos Manuéis, Josés e Augustos, que não carregam o mesmo sobrenome, mas a quem não se pode negar o pertencimento a essa família, irmanados na mesma miséria, batizados com dor idêntica, mesmíssima fome. O antagonista, não se pode dele esquecer, da grande família Mau-Tempo, Lamberto, Norberto, Alberto ou Floriberto, pouco importa o afixo, o nome é sempre o mesmo, intercambiável entre esses vários prenomes, o antagonista chama-se Latifúndio. Desse milenaríssimo embate é que trata o livro, a massa trabalhadora contra a propriedade privada ou antes, para que a preposição não indique qualquer oposição consciente mas antes sentimento vago e impreciso, melhor seria dizer que o livro trata das relações entre a massa trabalhadora e a propriedade privada.

Mas falar de massa trabalhadora seria grave injustiça contra Saramago, que tanto se esforçou – e justamente a variação dos nomes dos lavradores indica isso – por mostrar a riqueza da vivência desses homens, e mulheres também, evidentemente, muito embora acerca delas não se tenha ainda dito palavra. Mesmo isso é deliberado, uma vez que o próprio aparecimento e o destaque dados às personagens em oportunos momentos indicam a estratégia narrativa da história. Trata-se de um desvelamento cujo avanço é demarcado cronologicamente quanto mais prossegue a história.

Tudo isso regado por fina ironia, um singular modelo de construção lingüística que pouco se dá em respeitar regras tradicionais de diálogo, travessão-ponto-parágrafo, e um léxico camponês consoante ao tema, que respeita sua linguagem, sonoridade e particularismos e mesmo erros, como forma mais adequada de expressão da trama. Acompanhado de um raro domínio do idioma, de constantes e deliberadas intervenções com o objetivo de mostrar ao leitor o caráter de constructo do texto, quase como beliscões na forma de diálogos conosco, quando íamos já entorpecidos pelo ritmo da narrativa. Essas marcas distintivas tornam o texto saramaguiano inconfundível para quem já o tenha lido ao menos uma vez com atenção e profundidade.

Esse é, por tudo isso e tantos outros motivos, definitivamente, um romance engajado. Mas não daquele engajamento insosso e ingênuo, que idealiza um trabalhador herói de músculos de aço e filósofo de dialéticas e vãs morais. É engajado por ser quase agressivo, um murro em nossa pacífica e complacente disposição de aceitar como imutável e quase celestial verdade um estado de coisas que nos é imposto – por alguém, não resta dúvida. Quais respostas daremos a essa agressão, Saramago jamais poderia determinar, mas provavelmente sabia em seu íntimo que, depois de ler Levantado do Chão, ninguém é igual a antes.

Baixando 15/03/2013minha estante
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Tórtoro 17/09/2010

“SARAMARGO” : LEVANTADO DO CHÃO

“Também do chão pode levantar-se um livro, como uma espiga de trigo ou uma flor brava.”

José Saramago


Acaba de falecer, com repercussão na mídia mundial, o escritor português, Prêmio Nobel de Literatura – 1998, José Saramago, que chamou o Papa Bento XVI de “cínico” e disse que a “insolência reacionária” da Igreja precisa ser combatida com a “insolência da inteligência viva” .
E disse mais, quando esteve presente à capital italiana para divulgar o livro O Caderno: “que Ratzinger tenha a coragem de invocar a Deus para reforçar seu neomedievalismo universal , um Deus que ele jamais viu, com o qual nunca se sentou para tomar um café, mostra apenas o absoluto cinismo intelectual” desta pessoa.
Controvérsias à parte, ler Saramago é, para mim, sempre uma experiência adoravelmente amarga.
Viver com ele a saga dos Mau-Tempo é viver a vida quase real — não as da nova novela da Globo — de uma família de trabalhadores rurais da região do Alentejo, no sul de Portugal, em cujos limites se passa o romance, desde o começo do século.
Trata-se de uma denúncia vigorosa da exploração do desemprego e da miséria e, ao mesmo tempo, da tomada de consciência política por parte do trabalhador rural: o aprendizado da luta pelo direito ao trabalho, pelas oito horas de jornada e pela posse útil da terra.
Pontuado por acontecimentos históricos de três quartos de século, esse romance consegue tecer um painel da burguesia fundiária (Lambertos, Albertos, Norbertos, Dagobertos, Bertos ...) , à medida que vai compondo a “biografia” dos Mau-Tempo (Domingos, Lara, João , Joaquim, Sara, Antônio, Faustina, Gracinda , Amélia ...) e da própria história de Portugal no século XX.
A família Mau-Tempo faz lembrar a família Buendía , dos Cem Anos de Solidão , de Gabriel Garcia Márquez , e a obra Os Sertões , de Guimarães Rosa, sem que Saramago renegue as suas mais autênticas raízes lusitanas, indo buscar inspiração no que de mais positivo a literatura portuguesa tem produzido ao longo dos séculos.
O padre Agamedes representa, na obra, a Igreja Católica Apostólica Romana e, como tal , é o tempo todo ironizado e criticado duramente por sua postura hipócrita e conivente com os poderosos latifundiários, ficando as beatas representadas na figura de Dona Clemência e a sua distribuição de comida aos pobres, às quartas e sábados.
O chefe quadrilheiro, José Gato, é comparado ao nosso Lampião (pag. 126) e o calvário de Germano Santos Vidigal parece homenagear a todos os torturados pelas ditaduras do mundo, inclusive os torturados pelo regime militar durante a década de sessenta/setenta , no Brasil: imagens terríveis testemunhadas por formigas que levantam o nariz , como cães.
João Calvedo , inspetor Paveia , algozes de João Mau-Tempo e representantes do DOI-CODI lusitano de Saramago, contrastam em atitude com o gesto cristão do casal Ricardo Reis e Ermelinda , na acolhida ao João comunista, que paga pelo preço de ter-se encontrado com Manuel Dias da Costa, líder revolucionário que viaja de bicicleta, e por ser amigo de Sigismundo Canastro.
Enfim , como afirmou Saramago, esse livro é um simples romance, com gente, conflitos, alguns amores, muitos sacrifícios e grande fomes, as vitórias e os desastres, a aprendizagem da transformação, e mortes. É um livro que quer aproximar-se da vida, e essa seria sua mais merecida explicação.
São trezentas e sessenta e cinco páginas, uma para cada dia do ano, e que fazem sonhar, nessa época de Natal, um mundo melhor.


ANTÔNIO CARLOS TÓRTORO
ancartor@yahoo.com
www.tortoro.com.br

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Guga 11/09/2010

O que dizer deste livro? Saramago é perfeito ao contar os sofrimentos de pessoas desafortunadas que são vítimas dos grandes proprietários. É impossível não se emocionar em algumas cenas do livro, que renovou a liguagem e a estrutua narrativa, iniciando a famosa prosa saramaguiana, com parágrafos longos, pouca pontuação e falas empregadas de forma diferente.
Além de conter algumas sutis ironias, característica dos livro de Saramago.
Ou seja, perfeito. Não deixe de ler antes de morrer.
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lucianosousa 07/01/2010

Eu sinceramente, esperava muito mais...

Leitura cansativa que não prende... é uó!

Mas, ainda assim é legalzinho se tiver paciência...
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Fernando César 13/11/2009

a historia ate que prende, mas livro e longo e a narrativa confusa e monotona. não e ruim mas tem que ser lido por leitores que têm muita paciencia.
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Victor Rafael 29/07/2009

Não sei se porque estava muito sem tempo e lendo umas dez paginas antes de dormir... Mas a leitura foi um parto à forcéps.



Excetuando-se algumas descrições muito sublimes (p.ex., um espancamento em que o foco narrativo vai variando de um maneira singular - VALE A PENA LER ESTE EXCERTO!) no todo o livro não me encantou.



Vale pelo jeito peculiar de escrever e pelo viés político que tenta passar!



Vou tentar uma releitura...
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RAVAGNANI 01/03/2009

Político....
O tom político de Saramago. Bom, porém menos que Evangelho Segundo Jesus Cristo.
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