Ana Karenina

Ana Karenina Leon Tolstói




Resenhas - Anna Karenina


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Medica Leitora 29/07/2023

Alegria, tristeza, paixão, desespero, ternura, triunfo?
NÃO acredito que terminei e AMEI essa obra! A escrita do Tolstói é fascinante? não sei direito o que escrever sobre esse clássico da literatura mundial, ele me marcou pra sempre!!!??

Um clássico que você precisa ler, apreciar, contemplar, entender?aprendendo mais sobre a vida, sobre a degradação da alma humana sem o combustível principal(Àquele que a criou).

Um livro sobre conflitos e dilemas que todos temos, mas às vezes não sabemos expressar?

Passei o livro todo apenas conseguindo dizer UAU em várias partes!!????

~> Que aprendamos a apreciar o que temos e não atormentarmo-nos com o que não temos!
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Princesa_enrolada 28/07/2023

Impossível não se viciar
Por mais sem sentido que alguns elementos da história possam se mostrar depois que terminamos a leitura, não há como se desvencilhar do feitiço lançado por Tolstói nesse enredo. Primeiro livro que li do autor e posso garantir que foi uma escolha muito acertada. Não houve um momento nessa historia que senti que não havia o que ser dito. Não houve nenhuma página apenas para ?encompridar? a história. Essa talvez seja a melhor leitura que farei esse ano e já espero ansiosa pelo momento em que farei uma releitura dessa excelente obra.
Léo 30/07/2023minha estante
Tolstói é 10. Ivan Ilitch e Felicidade Conjugal estão entre minhas novelas favoritas.




Camila Felicio 28/07/2023

Eu peguei em uma mini ressaca, péssimo momento, então me custou estar conectada com a história! passado o momento a leitura rendeu!!! Ainda prefiro a Sra Emma Bovary, mas essa protagonista também me gerou muitos sentimentos conflitantes! Pretendo um dia reler, para ver se a leitura será mais proveitosa!
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Victoria 27/07/2023

Um titã de livro tanto em tamanho quanto nos sentimentos que desperta, o autor conseguiu representar diversas personagens tão bem a ponto de fazer você sentir o que elas sentem e se conectar com personagens que você nem imaginava que conseguiria. Por mais que o tamanho do livro assuste, é para ser lido com calma, sem pressa, para não perder nada, por mais que algumas partes pareçam entediantes as vezes.
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Fernanda.Lopes 25/07/2023

Precisei de fôlego pra terminar
Quando eu comecei a ler Anna Kariênina, estava num misto de ansiedade e empolgação. A tal da literatura russa assusta, mas, decidi encarar.

A escrita de Tolstói foi mais fluida do que eu imaginava. Porém, a falta de compreensão de certos contextos históricos me fez arrastar algumas partes mais do que eu previa.

E foi assim que eu levei 6 meses pra terminar Anna Kariênina.

Valeu a pena? Sem dúvidas.
Pretendo reler? Com certeza.

Mas vou mais preparada na próxima vez.
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Thamiris.Treigher 24/07/2023

Definição de PERFEIÇÃO
Anna Karênina simplesmente roubou meu coração pra sempre! Nesse clássico primoroso, temos uma grande e maravilhosa fofoca russa. ?

Apesar do nome do livro, outro grande personagem divide a importância da história: Konstantin Lióvin que, inclusive, é o alter ego do autor. Ele prefere a vida rural e está sempre em busca de respostas para as suas indagações existenciais.

O livro traz diversos personagens com aqueles nomes que, no começo, parecem um trava-línguas ?, mas que a gente vai se acostumando. Além disso, Dolly e Kitty se juntam à Anna para fazer parte do entrelaçar das histórias pessoais de três mulheres russas do século XIX, montando assim um verdadeiro espelho em que se refletia a Rússia inteira.

Dolly, casada com Stiva, é o retrato da mulher que é uma exemplar dona de casa, mãe dedicada, que sempre perdoa os erros do marido, mesmo que o casamento esteja em ruínas. Kitty é aquela moça jovem, inocente, que sonha com o príncipe encantado, mas que teve o coração partido.

Aparentemente uma história cotidiana dos personagens, a narrativa vai além do óbvio, em que Tolstói é ousado para os padrões recatados do século XIX, trazendo a história de Anna, uma mulher casada que se apaixona perdidamente pelo Conde Vrônski, e abre mão de tudo para viver e gritar para o mundo o seu amor. Ela é uma mulher que ama, e que sofre uma cruel punição pelo seu amor.

O leitor pode aprovar ou não a conduta de Anna, mas é impossível tratá-la com indiferença. Essa mulher desafia as convenções da época. Ela poderia viver seu amor proibido em silêncio, se assim quisesse, mas decide mostrar a todos seu amor, mesmo em meio a uma sociedade conservadora e machista.

Para além da história de Anna em si, a narrativa expõe as restrições e opressões que impactavam apenas a mulher, mas que não mudavam em absolutamente nada a reputação do homem (podemos ver alguma semelhança com a atualidade? ?); o aprisionamento em relações sem amor e sem felicidade; o que se perde quando se opta pela liberdade individual e por seguir os próprios sentimentos; a ausência de direitos das mulheres e o abismo que as separa dos homens.

Não por acaso, a publicação de Anna Karênina provocou reações negativas. Afinal, Tolstói não disfarçou o indisfarçável, mas trouxe um panorama nu e cru da época e, "nenhuma sociedade humana, por menos retrógrada que se pretenda, gosta de ver seus defeitos de perto, sobretudo se não for possível corrigi-los de imediato".

Enalteço, mais uma vez, a escrita e a maestria de Tolstói. Apesar de ser um calhamaço de mais de 800 páginas, a leitura não foi nada cansativa, pelo contrário. A forma como ele conduz a história, intercalando com discussões sobre assuntos pertinentes da época e do país, como o desenvolvimento capitalista da Rússia; a gradual substituição da antiga classe de fazendeiros pelos novos proprietários rurais; conflitos espirituais entre o pensamento conservador e as ideias progressistas, entre outros, faz com que narrativa ganhe um fôlego e nos deixe ainda mais curiosos pelos próximos acontecimentos.

É impossível transmitir aqui toda a dimensão e impacto dessa obra, que virou uma das minhas favoritas da vida. Nunca vou esquecer dessa história. Trágico, magnífico, inteligente, genial e arrebatador! ??
dosesdeliteratura_ 24/07/2023minha estante
amei sua resenha!!


Thamiris.Treigher 24/07/2023minha estante
Muito obrigada, Laura. Fico feliz ???


Brasil 24/07/2023minha estante
No imaginário ler Tolstoi parece algo complicado. Nem sabemos de onde vem esse imaginário,mas é justamente ao contrário. A leitura é muito fluida e de fácil compreensão. Uma novela agradável demais de ler. Ótima leitura Thamiris ?


Thamiris.Treigher 24/07/2023minha estante
Exatamente, Elton. A escrita é maravilhosa, fluida, acessível! Um livro realmente brilhante ??


Michele Boroh 24/07/2023minha estante
Que maravilha! É um dos meus preferidos da vida também. E parabéns pela resenha que ajuda a destravar esse mito horroroso de que a literatura russa é para escolhidos. Necessária!


Fabricio268 25/07/2023minha estante
Uma resenha de peso.


Thamiris.Treigher 26/07/2023minha estante
Ai, Michele. Muito obrigada! ?? Realmente é um mito horroroso e totalmente sem fundamento!


Thamiris.Treigher 26/07/2023minha estante
Muito obrigada, Fabrício ?


Carolina.Gomes 28/07/2023minha estante
Anna tem meu ??


Thamiris.Treigher 30/07/2023minha estante
O meu também, Carol ???




Sabrina777 17/07/2023

O livro é extraordinário! De início pensamos que a história giraria apenas em um romance com Anna pelo título, mas durante a leitura acompanhamos o amor de dois personagens surgir, os acontecimentos políticos da época na Rússia, a forma que a sociedade vivia e seus costumes e trazendo sempre trechos filosóficos, o que deixa o livro bem fácil de se ler e não é enjoativo mesmo sendo longo.
A forma de escrita do autor me encantou muito, a maneira que ele escreve sobre o amor ou a sensação que estão sentindo ao se apaixonarem no livro é linda, o livro todo é bem detalhista e dá para se imaginar dentro dele, e mesmo sendo de romance o autor ainda entrega uns trechos duros de quebra de realidade, chega a doer quando se lê.
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Sidineia.Cristina 12/07/2023

Anna....Anna....amor....infidelidade....
Não sou fã de livros de época, a leitura desse, foi feita por mim, por ser uma indicação do clube do livro que participo......então li. O romance é praticamente uma novela, muito cheio de informações, algumas conversas chatas e sem necessidade (que pra mim é desnecessário). O livro tem muitas histórias interligadas, e a protagonista Anna, foge do seu papel de protagonista, não gostei do final dessa personagem, ela é egocêntrica, manipuladora, perturbada e infeliz. Quem roubou a cena, pra mim, foi Liévin e Kitty......
Neste livro o tema sobre infidelidade e retratada de forma crua e real para a época, assim como outros temas abordados: classe social, religião, política e relações familiares. Para quem gosta de literatura clássica, vale muito a leitura.
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Rafael.Augusto 09/07/2023

Tolstói tem um entendimento complexo da essência humana! Na primeira leitura desse livro, eu achei que não teria graça porque havia ouvido um spoiler, mesmo assim foi um dos livros mais fantásticos e impressionantes da vida. Nessa releitura não foi diferente, pelo contrário, pude ter um novo panorama de acordo com meu eu atual. Super recomendo Anna Kariênina! Para mim, é um daqueles livros que temos que não podemos passar uma existência sem conhecer.
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Kelly994 05/07/2023

A cura da insônia
Tolstói queria chamar o livro de "dois casais" porem optou por "anna kariênina", mas na minha opinião o nome poderia ser "ricos fazendo coisas", pq o livro todo é sobre isso. Ricos vao ao balé, ricos vão ao teatro, ricos cuidam da fazenda, ricos fazem viagens, sao 800 pags de gente rica fazendo coisas bestas de gente rica.
A premissa do livro sobre uma mulher adultera no tempo do ronconcon (como diz minha mãe) é o que te chama a atenção pra a leitura mas sinto dizer que toda a situação anna x adulterio sao 20% da estoria e sao só esses 20% que sao MEIO interessantes pq veja só, a anna karienina é um porre.
Os pensamentos dela sao nada com nada, as falas dela sao nada com nada, te faz pensar "quantas mulheres o tolstói ja conheceu?" Pq isso claramente foi escrito por um homem e DA PRA PERCEBER. A kitty tb tem seus momentos abluebluble mas nada se compara a dona do titulo do livro.
A linguagem do livro nao é nada complicada ou rebuscada, a vibe é totalmente diferente do Dostoiévski (infelizmente!) mas o livro se torna entediante e ruim pq é sobre NADA. Vc me escreve 800 pags sobre NADA? Todo o rebu do adulterio poderia ter sido feito facilmente em 200 pags.
Eu quero entrar numa leitura pra me entreter, escapar da realidade, se fosse pra passar tedio eu vivia minha propria vida. Isso aqui foi a prova que clássico nao significa livro bom, só que um livro foi lido por muita gente e é velho.
Ah, não aceito comentários escritos "vc n entendeu a obra!" Estou 100% nem ai. Dostoiévski é mt melhor 1 bjo
Babi.Abreu01 06/07/2023minha estante
Vc conseguiu falar tudo que não consegui expressar na minha "resenha". Gostaria de saber me expressar tão bem assim. Vc disse tudo. Esse livro é um porre. Uma tremenda perda de tempo.




Jess 04/07/2023

Anna Karienina e a falsa Erudição (comentário específico)
Quem já leu Anna Karienina sabe que eu provavelmente teria um milhão de detalhes e reflexões que o livro traz, é verdade eu concordo. Mas se for levar em consideração que eu tenho o trabalho triplo de procrastinar pensar, escrever e postar a resenha, falar sobre um aspecto só já parece uma vitória bem suada.
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Acontece que teve um trecho, pouco depois da metade do livro, que alugou uma casa com 4 quartos na minha cabeça e tá aqui batucando até hoje. Desde o momento que eu passei o olho por essa cena eu senti vontade de falar sobre ela, então porque não dar uma força no que a escuto vez ou outra nos encontros em um clube do livro? Estamos decididos a fazer dessa cena o foco da resenha? Muito vem, e lá vamos nós.
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O título dessa resenha é bastante autoexplicativo, a questão é entender o contexto de onde surgiu essa passagem. Anna e Vronski estão na Itália, e encontram um amigo russo, Goleníchev. Ambos têm algumas conversas e uma delas gira em torno de outro russo residente da mesma cidade, o pintor Mikháilov. Goleníchev rapidamente se adianta em criticar a vida, a arte e a pessoa de Mikháilov, pura e simplesmente pelo motivo de não seguir o estilo de pintura clássica, as técnicas herdadas do renascimento, e inicia uma discussão em como as pessoas andam não estudando os clássicos, e por isso são pessoas inferiores intelectualmente.
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Prontinho, contexto dado, seguimos à reflexão. Engraçado que falamos de um livro do fim do século 19 (1877 sendo mais exata) e parece que a mentalidade não se alterou tanto assim. Não me leve a mal, estudar os clássicos é sim extremamente importante, eu não seria hipócrita ao ponto de falar mal de mim mesma que só leio livro antigo (kkkk) mas até que ponto o conhecimento mais antigo e """refinado""" deixa de ser um objeto de estudo e se torna uma posse ou uma afirmação de status social? E quem define que tipo de demonstração de arte é considerado erudito o suficiente ou não? Uma pessoa só é considerada instruída, ou educada, quando tem o conhecimento socialmente conveniente? É livre pensamento se você está condicionado a um roteiro estipulado por uma sociedade vigente? Ainda, quem vem de camadas mais baixas e deseja subir já é rechaçado por tentar estudar. O conhecimento pré-definido pela sociedade como importante então só é pra quem é 'selecionado'?
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Os livros são um retrato da época em que foram publicados, e se tornaram clássicos pelo alto consumo de suas histórias, e por terem feito esses retratos serem tão fiéis; e, assim como os mais recentes, existem em diferentes gêneros, estilos de escrita, cenários, e não necessariamente agradam a todo mundo. Existem muitos clássicos ruins, assim como existem muitos contemporâneos bons, a questão é não condicionar a qualidade de um livro ao ano que ele foi publicado.
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Em conclusão, não crucifiquemos os livros atuais sem saber do que falamos, nem seus leitores por gostarem de um ou outro romance (porém depende). E também não elitizemos os clássicos que podem agregar tanto na mente de quem lê. E também porque se começar com muita firula começa a ficar caro demais ter edição bonita e eu sofro com esse problema.
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E olha só, isso foi uma cena que durou, no máximo, 20 páginas. E já gerou em mim esse incômodo por querer falar sobre. Anna Kariênina é um livro de 800 páginas, então acredite quando eu disse que tinha 1 milhão de assuntos que podem se retratados, e que uma resenha só não dá conta de tudo isso. Esse texto ultrapassou a marca de 6000 caracteres e eu estou falando de uma única cena, sendo assim é bastante plausível concluir o quão majestosa é essa obra.
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Mikháilov é visto como inferior, apesar da sua pintura ser muito melhor construída do que a de Vrónski, isso porque era filho de um mordomo que ousou ultrapassar a própria bolha social e buscar estudo. Em um pensamento particular, Vrónski assume que Mikháilov tem inveja dele, porque ´"no seu entendimento, um homem de mundo inferior deve sentir inveja." Além disso, Anna e Goleníchev apreciam muito mais a pintura de Vrónski porque "estava muito mais parecido com pinturas famosas que o quadro de Mikháilov." Então devo assumir que 'livre-pensamento' se resume a copiar o que já existe?
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Trazendo a reflexão pro contemporâneo, posso dizer que é até um tanto irônico trazer essa discussão de um livro que se tornou clássico. Mas, parando pra pensar, Anna Kariênina era um ""contemporâneo"" na sua época, e se transformou num clássico que, numa cena específica, apresenta um personagem ferrenho em dizer que apenas os clássicos educam.
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Primeiramente, precisamos encerrar de uma vez essa visão de que só o que 'é antigo' é que educa. São importantes, sim, mas não devem ser as únicas linhas de pensamento, do mesmo jeito que não faz bem tomar o mesmo remédio vezes demais no mesmo dia só porque 'faz bem'. Ao mesmo tempo, também precisamos parar com essa de que literatura (ou música, ou arte, enfim) clássica só pode ser compreendida por quem é estudado, por quem é mais refinado, por quem está numa classe social maior. Não. Assim como desenhar, tocar violão, correr, a leitura também é um hábito que pode ser exercitado, ninguém nasce em 2023 com o vocabulário de 1870 baixado em .rar, pelo menos não que eu saiba.
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Dá pra reparar que essa cena me trouxe muitas perguntas que eu não necessariamente sabia responder, perguntas retóricas que abrem portas pra uma discussão bem longa. Mas se já deixa a pulguinha atrás da orelha de alguém eu acho bem suficiente.
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Comentando agora de forma mais abrangente, Anna Kariênina é um livro recomendável a quem quiser se aventurar na literatura russa. Começar com Tolstoi me pareceu uma escolha acertada, ainda mais com outros títulos dele na sequência. Conhecemos aqui a frivolidade e a futilidade da sociedade de Moscou, em contraponto à vida no interior, fatores muito evidentes na época do império. Temos escândalos sociais e a hipocrisia da sociedade, um sofrimento ardente e um sentimentalismo palpável. Quando eu digo que poderia ficar HORAS falando desse livro, não é mentira.
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lahmot 29/06/2023

É difícil decidir por onde começar essa resenha. Como o primeiro livro da literatura russa que eu decidi me aventurar, pensei que seria uma loucura começar por justamente um de 800+ páginas (o mais longo que já havia lido), mas não me arrependo nem um pouco.

Anna Kariênina é como uma novelinha: uma grande quantidade de personagens e diversos pontos de vista, às vezes pode parecer confuso tentar se lembrar daqueles nomes russos, porém não tive muita dificuldade e logo me acostumei. Destaco aqui os personagens de Liévin e Oblonski, que são meus favoritos e adorei acompanhá-los, especialmente o Oblonski que mesmo sendo cafajeste, é carismático demais, não consigo negar. Os personagens desse livro são complexos e intrigantes, com mil e um defeitos e qualidades, tal qual pessoas reais (não à toa, já que esse livro pertence ao Realismo Russo). Não tem como negar, por exemplo, que Anna é uma mulher manipuladora e oportunista, mas nem por isso a considero uma pessoa totalmente má, ela tem suas faces; seus sentimentos; a pressão externa da sociedade, tudo isso em conjunto que a faz uma personagem que, mesmo discordando de certas atitudes, eu consegui empatizar e sentir seu desespero e seu sofrimento. Tolstói é brilhante na forma como escreve as ponderações e pensamentos dos personagens, te faz compreender e sentir aquilo junto com eles, não importa o quão irracional sejam.

Poderia colocar aqui que os momentos focados na política, ou na agricultura, por exemplo, me entediaram, mas é necessário pontuar que essas cenas não estão ali para fazer barriga na história, são relevantes para entrarmos no mundo dos personagens ali presentes e no plano de fundo que é a Rússia Imperial da época. Tendo dito isso, é, pode ser um pouco chato, mas como alguém que já leu livros podres, isso aqui não é nada, passei tranquilamente. Até porque nós nunca ficamos muito tempo focando em um personagem, logo o capítulo muda e vamos para outro ponto de vista, então não achei que deu tempo de me incomodar.

Se alguém que, assim como eu, estava na dúvida sobre ler ou não e se sentindo um tanto intimidado com a quantidade de páginas, fique tranquilo porque Guerra e Paz tem mais de mil :D Brincadeiras à parte, não é um livro difícil, e depois de se acostumar com os nomes, é um livro tranquilo de se ler. Você não se entedia com descrições de parede e árvores e pedras porque o Tolstói é bem direto na escrita dele e não perde tempo com detalhes irrelevantes para a trama (com a exceção daqueles capítulos focados no pintor na Itália (?) não entendi o propósito do foco nele em específico, do nada), além disso, como já mencionado, nunca passamos muito tempo no ponto de vista de um personagem, então se está achando a vida no campo com o Liévin chata, por exemplo, logo mudamos o ponto de vista para a Anna em Moscou.

Esse livro traz reflexões sobre a vida, a morte, a vida na sociedade da Rússia Imperial, a religião e os centenas de problemas que podem haver no interior de uma pessoa e que às vezes nem passam pela nossa cabeça. Nós vemos como somos tão grandes e tão pequenos perante ao mundo e a forma como somos vistos perante aos outros; como as vidas são feitas de altos gloriosos e baixos tão sufocantes. Não existe final feliz nesse livro, mas tampouco existe um final triste. Apenas incerto, assim como é o de todos nós.
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