O Conto da Aia

O Conto da Aia Margaret Atwood




Resenhas - A história da aia


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NinaeraiosdeSol 09/03/2024

"...a escolha que me apavora."
Tudo é cru, ausente de prazer, e o que restam são os devaneios que se estendem à qualquer cena ou objeto exposto. Ela se apega a eles farta do vazio, do tédio, da própria existência. E eu sinto com ela, sei que é sua mente, sei que ela se ocupa com metáforas palpáveis e tão vivas que se tornam mirabolantes. Talvez fosse sua mente num papel, num discurso, ou só em pensamentos, mas eu não me importei. Diante da brancura que segue a sua vida e desses malabarismos para ocupar toda essa ausência, qualquer possibilidade nova representa um suspiro, alguma mínima nova liberdade, alguma ilusão de poder. E eu entendo, pois fico extasiada também, até com as partes grotescas, até com a realidade fria: o contato com o Comandante, com Moira, os encontros com Nick ou mesmo antes, os sussurros com Ofglen. Ainda sim, representam o novo, a quebra do monótono. São faíscas de vida que surgem no meio do nada. Como não poderiam se tornar grandiosas e alimento para uma esperança discreta?

Leitor e narradora, facetados, idênticos, como gemêos, ambicionando as mesmas coisas sem saberem exatamente que coisas são.

Apesar de ser doloroso ela rendendo seu corpo e sua luta conforme a relação com o Nick representa alguma vida, mesmo que não fosse amor, eu também a entendo. E sinceramente, o fato dos meus sentimentos terem sido tão alinhados com as angústias da protagonista diz muito (ao meu ver) da escrita perspicaz de Atwood.

O final me parece muito original, sagaz. Que outra melhor forma de contar um final ao mesmo tempo que o omite se não através da história? Ainda assim, ainda que fosse uma finalização mais que necessária, acredito que poderia ter sido um pouco melhor ou mesmo organizada.

Iniciei a leitura com muito receio e preconceito por algum motivo que desconheço, mas ao final eles mal importaram. Vinte páginas depois eu sabia que precisava ler apesar do desconforto com a narrativa, até que mais cinquenta páginas depois eu percebo que não irei conseguir parar.

Sem dúvida um dos melhores livros que já li, o que me deixa temerosa em relação a me arriscar ou não com a sequência da obra e até mesmo o seriado. Parece quase um pecado.

Fico genuinamente feliz de partilhar de um tempo em que essa obra tenha sido lançada e tão amplamente aclamada. Não poderia pedir mais de um retrato contemporâneo.

"Tudo o que é silenciado clamará por ser ouvido, ainda que silenciosamente"
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Rodolfo.Barbosa 08/03/2024

Distopia tão boa quanto 1984.
Em um futuro não tão distante, em um local onde antes já foram os Estados Unidos da América.

Onde uma guerra química causou infertilidade na maioria das mulheres, e as poucas mulheres que não ficaram inférteis, de forma totalitária, viraram propriedades do governo.

As mesmas seriam chamadas de Aias, e seu objetivo seria gerar filhos, de uma forma totalmente desumana, como simples objetos...

Uma distopia excelente, e um enredo muito bem elaborado. Distopia clássica! Um mundo futurista, um governo totalitário, e muitas reflexões da atualidade.

Esse livro traz muitas reflexões, como a liberdade(liberdade integral), direitos, formas de governos, machismo, e outras coisas que o leitor vai refletindo no decorrer da leitura.

O final deixa o leitor com muito suspense e preparado para ler o 2° livro.

Recomendo!
Elton.Oliveira 08/03/2024minha estante
Show ! ??????

Eu vou ler receoso , nos raríssimos casos em que produções de filme e séries são melhores que os livros , falam que a série vence aqui !! Eu estou acompanhando a série e digo que June tira onda na série!! A distopia como crítica é muito boa ... A loucura religiosa , fanatismo extremo , o problema da fertilidade mundial ... Realmente, o texto é incrível!!!


Rodolfo.Barbosa 09/03/2024minha estante
Verdade. Talvez tu ache muito diferente da série. O livro tem algumas partes mais lentas, mas vale a pena pra tu comparar com a série. Agora ver se leio logo o 2 livro, e depois vou assistir a série.




acarolsouto 08/03/2024

Achei que não ia conseguir me surpreender com o livro, por já ter visto a série, mas estava enganada. a autora conseguiu construir uma distopia singular e com uma construção única. através da leitura, conseguimos claramente perceber o sofrimento da protagonista, até mesmo pelas divagações e tentativas de escape. quantos sentimentos ela me causou... achei o final genial. ansiosa pelos testamentos. vale muito a leitura!
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Ana Bellot 08/03/2024

Manual de como não fazer
Esse livro pega todos os clichês do genêro e consegue ser ainda mais previsível.

Todas as lojas do lugar tem referência a algo bíblico? Sério? Eu dei risadas nada planejadas quando lia as referências do tipo "Loja Éden".

E os flashbecks intermináveis! Meu Deus, não quero saber do passado. Desculpe, me dê mais substância desse mundo. A revolta igreja x estado é muito maniqueista e simples. É bem a gente, quando tem 15 anos e conhece o pessimismo, sabe? Talvez sustente por uns capítulos mas o livro todo... não rolou.

E no meio da leitura surgiu um momento no qual me peguei torcendo pelo triângulo amoroso porque, ao menos, era algo diferente acontecendo no cenário. Mas ai a coisa toda virou um enredo da virgem do CEO na distopia! Nada contra as virgens, nem contra os CEOs, mas não era isso que eu tava buscando...

Outra cena bem marcante foi quando o capítulo precisou dizer quatro vezes que a personagem estava em uma casa adulta de homens. Gente... eu já entendi. E na tradução para português, alguns palavras se repetem de forma enjoativa. Alô, tradutores!

Em resumo: se vc quer ler uma boa distopia, comece no básico-clássico: procure o trio Admirável Mundo Novo, 1984 e Fahrenheit 451.
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dluaeduarda 08/03/2024

"O Conto da Aia" de Margaret Atwood é uma obra que me deixou dividida. Por um lado, é uma história instigante e provocativa, que me fez refletir sobre questões profundas relacionadas ao poder, opressão e resistência. No entanto, também me vi enfrentando momentos de monotonia e dificuldade em avançar na leitura, devido à narrativa arrastada em algumas partes. É como uma montanha-russa literária, com altos e baixos ao longo do percurso. Apesar disso, reconheço a sua importância na discussão de temas relevantes para nossa sociedade. Recomendo a leitura para quem está disposto a enfrentar um desafio literário, mas sugiro ler aos poucos, no próprio ritmo, para absorver melhor a riqueza da narrativa.
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Suzana203 07/03/2024

Ainda bem que tem a série, eu ficaria extremamente agoniada só lendo esse final, sem saber o que rolou com a June
Talvez se eu tivesse lendo o livro sem ter assistido a série antes eu não teria gostado tanto, muita coisa não é explicada e gera uma certa confusão, então já ter uma visão daquilo e de como funcionava facilitou muito a leitura.
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distópica 07/03/2024

Melhor nunca significa melhor para todos
Em uma ditadura religiosa instaurada por uma facção católica após o assassinato do presidente dos Estados Unidos, Offred é uma das poucas mulheres férteis que sobraram. Em uma sociedade assolada pelas catástrofes ambientais, essas mulheres foram selecionadas e submetidas a condições de "Aias" cujo único objetivo é reprodução.
A história é narrada por Offred (ou June?), que nos apresenta Gilead, a atual república patriarcal, onde os homens são detentores de todo conhecimento e educação e as mulheres só possuem um objetivo: obedecer e reproduzir. O objetivo é manter a sociedade fortalecida, crescendo as taxas de natalidade que foi fortemente afetada pela radiação causada pelos danos ao meio ambiente. Para isso se faz necessário a submissão das mulheres por um bem maior e melhor para todos, que sempre significa "pior para alguns".
Estamos dentro da mente de Offred, frequentemente somos transportados do presente para o passado, para as memórias da aia, que aos poucos nos explica como chegou ali.
Uma jornada que permeia a angústia, revolta e pequenos momentos de lucidez. Uma leitura prazerosa, muito bem escrita e ouso dizer, um presságio.
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Manu 06/03/2024

Impactante
Acho que é, sem dúvidas, um livro que toda mulher deveria ler. A possibilidade de um dia chegarmos a esse nível de retrocesso social se torna um receio com essa narrativa. Não deixa nada leve, é crua e com detalhes bem delineados de uma sociedade extremamente patriarcal, mas com toques de matriarcado. A releitura deste clássico contemporâneo não cansa de impactar. É certamente um dos meus favoritos da vida!
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Cissa 06/03/2024

Que livro bom, tipo bom mesmo. Passei o livro intero preucupada, indignada e chocada e adorei. Um libro com super reflexões sobre feminismo, machismo, extremismos,religião, entre outros. Um das minhas reflexões favoritas está no final na "análise histórica" que vemos como muito é apagado e pensamos no passado que não conhecemos realmente.
O motivo que eu não dei 5 estrelas foi a estrutura do livro, que é narrado indo e voltando pro passado, presente, pensamento, e me deixa louquinha, mas esse é um problema meu mesmo, pq a autora é genial e queria um livro que relatasse algo como os pensamentos realmente fluem em nossas cabeças, mas mesmo assim fiquei incomodada.
Fora isso, eu totalmente recomendo a leitura desse livro.
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viterature 05/03/2024

não sei bem o que falar sobre esse livro, é com certeza muito bem estruturado, por mais que eu esperasse outra coisa dos acontecimentos que antecederam o final (a relação dela com o nick, por exemplo). tem muita profundidade, me lembrou um pouco o livro 1984. acho a maneira como a história foi contada muito interessante, o contexto, os elementos, tudo. gostei bastante!
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Prof. Angélica Zanin 04/03/2024

Não deixe que esses bastardos te reduzam as cinzas
Li e demorei muito, minha filha me emprestou. Amei, mas sofri. Em uma sociedade distópica, mulheres jovens são incubadoras e toda liberdade é serceada. Os comandantes são os próprios, ou seja, no comando, suas esposas estéreis poupadas por um bem maior. Filhos, maridos, amores, afastados pra sempre. E políticas e jogos de poder determinam quem é quem. Homossexuais, mulheres "levianas" e quem não se curva às normas é enforcado. Qualquer semelhança é mera coincidência, afinal, esse mundo distópico anda bem perto de nós.
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Lurene 04/03/2024

Impactante
Que livro!!! Que escrita!!!
Um alerta para muitas coisas que vivemos!
Trata-se de uma distopia, mas vale muito a reflexão sobre as relações de poder, sobre as interferências de religião e Estado; sobre as relações patriarcais.
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