Resenhas - Em Busca de Sentido

Tina 21/02/2024

Como ser digno dos tormentos?
Há no mercado inúmeros livros que versam sobre o holocausto, muitas histórias baseadas em fatos reais que trazem o nazismo e o extermínio dos judeus perpetrado por Hitler durante a Segunda Guerra Mundial como tema central. Mas este não é qualquer livro sobre o assunto. É um presente que Viktor Frankl nos dá, com reflexões profundas acerca de um tema tão delicado, com uma descrição detalhada de como era a vida em um campo de concentração, e o mais importante: um guia teórico sobre a logoterapia, área da psicologia desenvolvida pelo autor e que se baseia em tudo o que ele viveu em Auschwitz.

Acompanhamos Viktor desde o dia de sua chegada ao campo até o dia de sua saída. As descrições são duras, tristes. Difícil ler e não se horrorizar com o tratamento que os judeus recebiam diariamente. Entretanto, mesmo em meio a tanta desolação, injustiça e barbáries, Viktor tenta entender a psicologia dos homens que estão no campo com ele. Por que alguns simplesmente desistem de viver, e outros se agarram à vida com unhas e dentes? Qual a diferença na atitude e no pensamento de cada um deles?

Como o título já esclarece, o autor buscou, desde o primeiro momento, entender qual era o sentido de toda aquela situação pela qual estava passando. [...]no campo de concentração se pode privar a pessoa de tudo, menos da liberdade última de assumir uma atitude alternativa frente às condições dadas. E havia uma alternativa!

Viktor aponta que "aquilo em que o campo de concentração parece transformá-la (a pessoa), revela ser o resultado de uma decisão interior". E quanto a essa decisão existe uma explicação detalhada dentro do conceito da logoterapia, que tem como base o sentido da existência humana (logos = sentido).

O livro é realmente incrível. Impacta nossa vida através de uma leitura fluida, simples e direta, que cumpre com excelência o seu papel de mostrar, ao mesmo tempo, o horror do holocausto e a transcendência das agruras vividas em conteúdo psicológico que faz a diferença na vida das pessoas até hoje com suas formas de tratamento.

"Ninguém pode assumir dela o destino, e ninguém pode substituir a pessoa no sofrimento. Mas na maneiras como ela própria suporta esse sofrimento está também a possibilidade de uma realização única e singular. Para nós, no campo de concentração, nada disso era especulação inútil sobre a vida. Essas reflexões eram a única coisa que ainda podia nos ajudar, pois esses pensamentos não nos deixavam desesperar quando não enxergávamos chance alguma de escapar com vida".

Bruno236 20/02/2024

Nunca perca a esperança

Viktor Frankl renomado psicólogo, sobrevivente de 4 campos de concentração durante a segunda guerra mundial nos conta como foi passar aqueles 3 anos de grande sofrimento.

A princípio ele mesmo nos conta que não queria que seu nome fosse divulgado, (ele iria colocar o numero de prisioneiro usado por ele) porque para ele somente o relato bastaria. Mas convencido por amigos que disseram que o nome dele daria ainda mais credibilidade ao livro.

Ele analisa a sua experiência e a de outros prisioneiros de um ponto de vista que eu nunca tinha ligo antes como um psicólogo. O que podemos aprender com tantas privações? Porque outros seres humanos são capazes de atos tão cruéis? Existe sentido no sofrimento?

Essas e outras perguntas são respondidas durante a leitura desse impactante e essencial livro.

Marcelle.Paganini 20/02/2024

Logos quer dizer sentido!
A metade inicial do livro mostra a história do autor nos campos de concentração. Impossível não sentir a agonia. Mas com tanto canto ensinamento que não caberia aqui (e seria spoiler).

Fiz muitas anotações.

Na outra parte ele explica sobre logoterapia, que fez todo sentido para mim que sou psicóloga. Mas não sei se é tão interessante para quem não tem afinidade com psicologia. Não precisa ser terapeuta para entender, mas tem que gostar do assunto.

Vale muito a pena a leitura. Impossível ser a mesma pessoa depois desse livro.

Eu saio outra pessoa e outra psicóloga: toda terapia deve ser uma logoterapia!

Patricia 19/02/2024

Preferido da vida!!!
Eu dizer que é um dos relatos mais profundos e reflexivos já escrito será o eufemismo do século, mas considere dito assim mesmo.
Além da incredulidade diante do fato se serem retos reais e não ficcionais, e de saber da capacidade a crueldade humana, vem a certeza também da capacidade humana de resignação e de ressignificar mesmo as vivências mais impensáveis.
Também me chama a atenção que o ser humano não sobrevive apenas pelo instinto de se manter vivo como todas as outras formas de vida, isso não é suficiente para o humano. O ser humano precisa de sentido para se manter vivo até o amanhã...
E talvez, para muita gente que se "afoga" em entorpecimentos diversos da vida moderna, o que falte seja justamente dar valor ao simples fato de estar vivo para amanhã...
Mais significativa ainda será a experiência de viver se, ao colocar a cabeça no travesseiro, você souber genuinamente porque você quer acordar amanhã ao invés de acordar porque o despertador tocou...

MariTramonte 17/02/2024

O livro retrata as dores do holocausto, de uma maneira cruel e dura, mas ao mesmo tempo, não sei como, leve e cheia de esperança. Acho magnifico como o Viktor consegue ressignificar seu tempo dentro dos campos de concentração e transformar numa obra tão linda, que ao mesmo tempo que retrata dor, retrata amor, esperança e principalmente: pessoas, tanto boas, quanto ruins. O livro acerta muito em não romantizar esse tempo no campo de concentração como algo bom e transformador, o que era meu medo, ele retrata o tempo que passou lá, ressignifica isso, mas em nenhum momento retrata isso de uma maneira meio coach sabe? E isso é o ponto mais alto do livro. As histórias, a forma que ele separa o livro, deixa tudo muito mais dinâmico e mais fluido de acompanhar. A parte que ele fala da arte e como ela era importante, mesmo naquelas condições que eles se encontravam foi uma das partes que mais mexeu comigo e outra também foi a do cigarro, que quando a pessoa fumava o cigarro, sem guardar para um momento especial ou poupá-lo, morria logo em seguida, porque seu espírito sucumbiu aos horrores do campo. Acompanhar essa trajetória do Viktor e ver como ele saiu do campo de concentração e ainda conseguiu continuar atendendo e escrevendo e surpreendente e inspirador. É um livro curto, mas cada página continha muitos ensinamentos, chegou uma hora que me vi grifando páginas inteiras, porque tudo parecia tão importante e tocante, enfim, é um livro que recomendo para todos, sem exceção, pois vale muito a pena a leitura.

Giacomet1 17/02/2024

Interessante
Eu estava com uma expectativa alta, é um livro interessante. Dado que foi escrito logo após a saída do autor de um campo de concentração, achei que seria arrebatador, e acho que deve ter sido à época da publicação. Na parte em que explica a logoterapia, o assunto foi tratado de forma muito superficial. O autor alerta para isso.

Bárbara 16/02/2024

O pai da logoterapia
Viktor Frankl foi um sobrevivente dos campos de concentração e também o psiquiatra que desenvolveu a logoterapia ? também conhecida como "terapia do sentido". Nietzsche consegue resumir o conceito geral da logoterapia com a seguinte frase: "quem tem por que viver, suporta qualquer como".

O livro me fez repensar sobre o modo como enfrentamos as adversidades que nos surgem pelo caminho. O segredo não está em mudar a situação em si, sobretudo quando ela não pode ser mudada, mas em mudar o modo como você resolve enfrentá-la.

Nos campos de concentração, conforme observa o autor, os seres humanos reagiram de formas distintas à situação que lhes foi apresentada: alguns se aliaram aos carrascos e traíram seus iguais para conseguirem sobreviver; já outros se mantiveram firmes e alinhados com seus valores, ajudando desconhecidos e preservando a sua dignidade. Frankl defende que, mesmo vivendo a experiência mais abjeta possível, o ser humano sempre tem uma escolha.

Para refletir.

analu 15/02/2024

Logoterapia
Logoterapia é uma abordagem psicoterapêutica que visa levar o indivíduo a encontrar o sentido da vida, é sobre isso que se trata o livro. Além de relatar sobre a vida de Viktor Frankl nos campos de concentração, em especial em Auschwitz, é impressionante como ele apresenta as condições mais miseráveis possíveis do ser humano viver e mesmo assim com pessoas lutando para permanecerem vivas.
Um livro impressionante do início ao fim.

GlaucyA0 14/02/2024

Bom livro
Um livro muito bom para quem quer dar start na Logoterapia.
Cheio de conceitos e uma história que estará sempre na cabeça.

Gabriel Leoni 12/02/2024

A vida sempre tem um sentido...
Nessa obra existencialista Frankl vai debater a busca de um sentido mesmo nas situações mais adversas. Essa reflexão é proposta, de dentro de um campo de concentração, sendo essa, uma obra autobiográfica, sendo o próprio autor, um sobrevivente do holocausto. O que leva o homem a continuar, quando vê ao seu lado tanta dor e tristeza? É possível encontrar sentido, mesmo em meio ao caos? Essa é a premissa investigada pelo autor que divide sua obra em duas partes. Na primeira, expõe todos os horrores que viveu e superou nos campos de concentração nazistas. Na segunda, expõe brevemente as bases de sua teoria psicoterápica, chamada de logoterapia. Uma obra indispensável para todos os que se interessam pelo tema do existencialismo. Não se enganem, não trata-se de uma obra de auto ajuda, aqui o enfoque é histórico e científico, na medida em que a tese busca ser comprovada e se torna uma importante escola de pensamento da psicologia.

Hélio 12/02/2024

Em Busca de Sentido
Um livro fantástico de autoria de Viktor E. Frankl, professor de neorologia e psiquiatria na Universidade de Viena e também professor em várias universidades dos EUA, Califórnia, Harvard, Stanford, Dallas e Pittsburgh. Viktor Frankl foi o fundador da logoterapia e também foi um sobrevivente de quatro campos de concentração nazista, dentre eles Auschwitz, e desta forma foi testemunha da surpreendente capacidade humana de desafiar e vencer até mesmo as piores condições concebíveis a um ser humano. O autor descreve em detalhes quase tudo o que sofreu nas mãos dos nazistas, observando a si e as demais pessoas e seu comportamento. Ele mostra que apesar da situação mais desumana que uma pessoa possa ser exposta, ela tem a capacidade e liberdade, mesmo que limitada, de fazer escolhas de como enfrentar as condições mais adversas.

O livro está dividido em duas partes, na primeira ele descreve o que viveciou nos campos de concentração, e na segunda parte ele fala sobre os conceitos fundamentais da logoterapia. É muito bom, pois, não é um psiquiatra falando teorias que nunca vivenciou, mas é um psiquiatra que viveu na pele situações que poucos suportariam. Frankl diz que a busca de sentido na vida da pessoa é a principal força motivadora do ser humano. Ele fala de uma "vontade de sentido", que contrasta com o "princípio de prazer" em que está fundamentado a psicanálise de freud.

Trechos:
"A logoterapia baseia a sua técnica denominada 'intenção paradoxal' no fato duplo de que o medo produz aquilo de que temos medo e de que a intenção excessiva impossibilita o que desejamos".

"Ironicamente, da mesma forma como o medo faz acontecer aquilo de que se tem medo, uma intenção forçada torna impossível aquilo que se deseja muito. Esta intenção excessiva, ou 'hiperintenção', como eu a chamaria, pode ser observada particularmente em casos de neurose sexual. Quanto mais um homem procura demonstrar sua potência sexual, ou quanto mais a mulher tenta mostrar a sua capacidade de experimentar o orgasmo, menos chances de sucesso terão. O prazer é e deve permanecer efeito colateral ou produto secundário; ele será anulado e comprometido na medida em que dele se fizer um objetivo em si mesmo".

Andrea M 12/02/2024

Sempre alertas...
Trecho do livro que nos remete aos tempos atuais em que ainda há pessoas adorando "mitos"...

"Naturalmente, você pode perguntar se realmente precisamos referir-nos a 'santos'. Não seria o suficiente referir-nos a pessoas decentes? É verdade que elas formam uma minoria. Mais que isso, sempre serão uma minoria. E, no entanto, vejo justamente neste ponto o maior desafio a que nos juntemos à minoria. Porque o mundo está numa situação ruim. Porém tudo vai piorar ainda mais se cada um de nós não fizer o melhor que pode. Portanto, fiquemos alerta - alerta em duplo sentido: Desde Auschwitz nós sabemos do que o ser humano é capaz. E desde Hiroshima nós sabemos o que está em jogo."

Tatiana427 10/02/2024

Em busca de sentido
Em busca de sentido , do psiquiatra queridíssimo Viktor Frankl, ele que infelizmente teve a experiencia de passar por quatro campos de concentração, perdeu sua família e amigos, o livro conta com muita sensibilidade sua trajetória, desde o trabalho árduo e forçado nas ferrovias, as negociações de sobrevivência por um prato raso de sopa , a febre de tifoide que matou milhares de prisioneiros , como ele auxiliou no atendimento aos doentes, e quando a desesperança era atingia por algumas pessoas através de um simples cigarro, ou preferir pela autodestruição nos fios elétricos que cercava o aprisionamento, quando não tinham sapatos , procuravam nos mortos para se calçarem , os cadarços eram amarravam com arames...
Toda essa crueldade serviu como inspiração para seu artigo pré escrito em seu casaco que foi se perdendo e se reconstruindo através de sua técnica terapêutica a Logoterapia. Diferente dos divas da psicanalise , esta técnica traz como referencia buscar o essencial, o sentido com mais clareza, racionalidade e aceitação sobre os empecilhos da vida.

Curiosidades: Frankl recebeu três títulos de Honoris Causa nos Estados Unidos. No Brasil Frankl recebeu o título de Doctor Honoris Causa pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, na ocasião em que presidiu o I Encontro Latino-Americano Humanístico Existencial LOGOTERAPIA, realizado de 29 de abril a 1º de maio de 1984, em Porto Alegre. Nesse mesmo ano, também, foi agraciado com este título na capital da Venezuela. Na Argentina, Frankl também recebeu os títulos de Professor Honoris Causa pelas Universidades de Salvador, Católica da Argentina e de Medicina de Buenos Aires.

Um excelente presente para esse fim de ano, para refletimos e guardar em nossas bagagem o que realmente importa para começar os próximos dias. Super indico

Yuririn 10/02/2024

O livro e as análises são bacanas. Embora não tenha tido muita informação diferente de outros relatos sobre a segunda guerra em si, as analises feitas foram bem legais e a realidade vivida bem descrita.

Laura3437 09/02/2024

Resenha do meu livro preferido
Um dos melhores livros que eu já li, é um dos meus favoritos. O autor traz a sua própria história nos campos de concentração nazistas durante a Segunda Guerra Mundial e a utiliza como experiência para suas teorias psicológicas que mais tarde
fundamentaram a Logoterapia, a Terceira Escola Vienense de Psicoterapia. Por mais que
o livro tenha um caráter científico, não deixa de ser emocionante e impactante, até mesmo
revoltante pelos terríveis acontecimentos dentro dos campos.

Na primeira parte do livro, ele descreve sua experiência nos campos de concentração e
divide em 3 momentos: quando o prisioneiro acaba de chegar no campo, durante e pós
libertação. Na segunda parte, ele explica os fundamentos da Logoterapia e dá exemplos
de casos que conseguiu resolver com ela. O princípio básico da Logoterapia é a vontade
de sentido, que é intrínseca de todo ser humano, contrastando com o princípio das outras
escolas, como a vontade de prazer (Freud) e vontade de poder (Adler). Além disso, ele
também fala possíveis ?lugares? onde se pode encontrar sentido, como no sofrimento e
no amor.

O livro transformou minha perspectiva de vida, fazendo-me sempre questionar e
conseguir respostas acerca das minhas escolhas, qual o sentido delas, e não apenas viver
no modo automático. Também é muito interessante ele trazer um olhar mais humanista
para a psicologia, não tratando os pacientes apenas como objetos a serem estudados.