RODERICK 14/01/2015
Bravo!!! Uma das 10 maiores obras espíritas do século XX
Os escritos que formaram a obra não tinham inicialmente a intenção de ser um livro. É o longo relato de um espírito que, se foi um grandioso escritor aqui na Terra, no plano espiritual seria um grande sofredor, ou nas palavras do próprio Camilo, um réprobo. Por meio da literatura ele queria transmitir aos homens um grande alerta sobre as consequências funestas àqueles que resvalam na ilusão de atingir o nada ou o repouso eterno na sepultura através do ato equivocado.
Escrito em meados de 1926 (a médium então com 26 anos de idade), mas publicado somente 30 anos depois, e que é, na opinião de André Luiz, o maior tratado mediúnico do século e considerada como uma das obras de maior responsabilidade mediúnica no meio espírita, o livro Memórias de um suicida é, sem dúvida alguma, um monumento literário.
O que mais impressiona é o fato de que o relato antecedeu, e muito, a série "A vida no mundo espiritual" psicografada por Chico Xavier nos anos 40, trazendo as mesmas descrições feitas por André Luiz. O próprio Chico afirmou que o livro é "O livro dos espíritos romanceado", e que as descrições contidas na obra são de uma precisão que nem ele mesmo poderia trazer.
Há várias razões para que os manuscritos demorassem tanto tempo para serem editados e publicados. Um dos motivos é que o espírito Camilo não possuía visão doutrinária nenhuma ao relatar todo o seu drama no Vale dos suicidas e seu resgate para o hospital Maria de Nazaré. O espírito Léon Denis faz criteriosamente uma revisão severa, o que, como afirma a própria Yvonne na introdução da obra: foi o que realmente salvou aquelas páginas de se perderem para sempre. Desta maneira, temos a influência desses dois espíritos presente na obra.
Muitos questionam dos motivos de não ter sido Chico Xavier o responsável por uma obra de tamanha importância, e a resposta é simples: a médium era uma suicida reencarnada, e que trouxe para essa vida graves compromissos pelo ato equivocado em existência pregressa.
Para aqueles que afirmam exageradamente ser uma obra assustadora, é fácil verificar o por quê: é uma história que expõe a fragilidade humana em todo o seu realismo. Mesmo no meio espírita as pessoas têm uma ideia equivocada de que o livro espírita deve conter histórias bonitinhas e enfeitadas. Isso porque são poucos os capítulos considerados "pesados". O restante da obra são ensinamentos preciosos que nos enchem de esperança no futuro e no que nos espera além da morte física, dependendo do nosso proceder na jornada atual.
A obra suscita análises profundas. Se formos estudar minuciosamente capítulo por capítulo, provavelmente produziríamos um trabalho de mesmo tamanho. É por isso que é aparentemente enfadonho, pois o livro é basicamente descritivo, filosófico e científico. Não é uma história para deleites literários ou de lazer. É um livro de ESTUDOS.
Para mim, é um dos livros mais importantes da minha vida, e que pretendo estuda-lo durante muito tempo.