Cris 03/08/2020
Um soco no estômago!!! +18
A história inicia lenta, insire os novos personagens como o Veterano Yaguchi, atual namorado de Aiko e um tipo de "disputa" por meio do Badminton. De longe, o mais interessante nesse volume é a história grotesca que envolve o passado do Tio Yuuichi, o que o levou ao mais profundo niilismo, culpa, depressão e a escolha pela solidão. Os diálogos, seguido dos traços pesados em cada página, são magníficos. Se não estivesse vendo os traços de Inio Asano, eu não acreditaria que ele conseguiu desenhar expressões nessa caricatura que representa a família de Punpun Onodera! É inacreditável! A personagem da garota, doce e manipuladora, de 16 anos e sua mãe narcisista e violenta me deixaram aflita!! É compreensível o porquê ele se odiar tanto, ele foi desprezível! Toda essa confissão do tio Yuuichi à Midori Ookuma, personagem muito interessante, do capítulo 31 ao 40, me deixaram com uma enxurrada de sensações. Os diálogos são viscerais, instigantes!! A história finaliza com a decisão de Punpun, que depois de uma atitude egoísta e que julga "desleal", abre mão de seu amor. Por outro lado, Aiko confessa seus sentimentos a Punpun e o sonho que a consome me fez chorar. Ainda não dá para entender o porquê dessa obsessão em fugir. Será que é somente por causa da mãe? Parece tão egoista querer a pessoa que ama só para ela, não ligando se a outra tem planos, sonhos. pelo menos até agora.
Enfim, o que ficou explícito foi a solidão, cada vez maior de Punpun. A depressão, o comportamento antisocial, tudo, absolutamente tudo, está ali, na cara dos adultos e eles não fazem nada. Asano nos faz refletir sobre o abandono familiar e as consequências de se viver em um lar problemático. Dá uma mistura de aflição, tristeza, amargura se enxergar na vida de Punpun. E o final do volume me deixou com o coração apertado... Será que vai acontecer uma tragédia anunciada?? Que leitura pesada, nunca imaginei que um mangá fosse tão profundo assim. Eu, já adulta, em certos momento da leitura, parava para respirar, fechar os olhos e entender, com calma, o que Asano me mostrava. A faixa etária +18 não é um exagero.