Jimmy Corrigan

Jimmy Corrigan Chris Ware




Resenhas - Jimmy Corrigan


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Armando.Edra 12/06/2022

Expectativa frustada
Quando li as resenhas de Jimmy Corrigan e vi os prêmios que tinha conquistado, falei: "Essa HQ deve ser fenomenal!!". Pena que ela não chegou nem perto disso para mim.

A começar pela terrível edição em versão widescreen. Incomoda na hora de ler e a lombada é colada e ao terminar a graphic novel percebi que já estava soltando em uma parte (se fosse costurada isso não aconteceria).

Mas o principal ponto que me decepcionou é o protagonista. Ele é tudo, menos interessante. Se a história fosse sobre o avô ou o pai dele, acredito que a obra só melhoraria. De esperto ele não tem nada.

Não sei se eu sou o problema e não compreendi da maneira correta a HQ. Fiquei muito frustado por ter gasto uma boa quantia na compra dela e não me conectei.
Leo 03/03/2024minha estante
?De esperto ele não tem nada.?

Bem-vindo ao maravilhoso mundo da ironia, Armando.




Martha Lopes 24/04/2010

Sobre o livro
Jimmy é um homem solitário de 36 anos, que divide seus dias tediosos entre cobranças da mãe dominadora e dramática, a ausência do pai e a repulsa de Peggy, colega de trabalho por quem é apaixonado. Ironicamente, o personagem é o protagonista de "Jimmy Corrigan - O Menino mais Esperto do Mundo", de Chris Ware.

A história em quadrinhos conduz o leitor por um labirinto gráfico e emocional. De design complexo, com quadros que levam a diferentes sentidos de leitura, interrupções na trama e flashbacks, "Jimmy..." convida a um passeio pela alma frustrada do personagem, que sofre a falta de amor e realizações em sua vida. Não à toa a obra é tida como o "Ulisses" de James Joyce dos quadrinhos, tamanha é a sua complexidade.

A matéria completa está em http://www.colheradacultural.com.br/content/20100120225323.000.4-M.php
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juniores 11/07/2010

JIMMY CORRIGAN - O MENINO MAIS ESPERTO DO MUNDO
Lançado em 2000 nos Estados Unidos, Jimmy Corrigan, o menino mais esperto do mundo é considerada uma das mais importantes histórias em quadrinhos não apenas da última década, mas de toda a história das HQs. O prestígio quase unânime se deve, entre outros motivos, a um enredo sofisticado e parcialmente autobiográfico de temática adulta e ao estilo gráfico inconfundível de Chris Ware, caracterizado por seu detalhismo, por sua inspiração na publicidade e no design gráfico americano do início do século XX, por sua estrutura cronológica intrincada e também pela exploração ousada das possibilidades narrativas dos quadrinhos.
Publicada originalmente em série na revista do próprio autor, Acme Novelty Library, e também no periódico de Chicago New City, a graphic novel tem como protagonista Jimmy Corrigan, um tímido e solitário homem de meia-idade que trabalha numa repartição e vive reprimido pela mãe carente e dominadora. A trama principal tem início quando Jimmy recebe uma carta do pai que nunca conheceu e viaja a uma pequena cidade de Michigan para encontrá-lo no feriado de Ação de Graças. Seu contato com o pai, o avô e uma meia-irmã adotiva desdobra-se numa série de episódios constrangedores e claustrofóbicos que parecem não deixar qualquer espaço para a aproximação afetiva.
Outras tramas desenvolvem-se em paralelo na forma de flashbacks, sonhos e delírios motivados pela fértil imaginação de Jimmy em suas duas versões, criança e adulto. Mas é o relato da dura infância do avô de Jimmy que se impõe gradualmente como o segundo eixo do livro, tendo como evento marcante a Feira Mundial de Chicago de 1893. A morte da avó, a ausência da mãe, a opressão do pai (bisavô de Jimmy) e as agruras típicas de um menino tímido e frágil são contadas com inventividade técnica e grande carga de tristeza e lirismo.
Embora Jimmy Corrigan não seja uma obra autobiográfica, há nela elementos declaradamente inspirados na vida do autor. Chris Ware foi contatado pelo pai desconhecido na época em que trabalhava no livro, e as frustrantes e breves tentativas de vê-lo e estabelecer algum vínculo supostamente influíram no comportamento do pai do protagonista e na dificuldade que os dois têm em criar uma relação.
Outra característica da obra é o uso de logotipos, peças publicitárias, artigos de jornal e brinquedos de armar fictícios que surgem integrados ao fluxo da narrativa.
Em seu conjunto, Jimmy Corrigan configura um retrato amargo da prisão da timidez e aborda o significado dos laços de sangue e da vida em família com uma franqueza livre de qualquer idealização. Ao mesmo tempo, a fuga íntima da imaginação e a poesia dos pequenos detalhes percorrem essas páginas fazendo lembrar ao protagonista, e ao leitor, que a redenção pode e tende a surgir quando menos se espera.

"Um exemplo raro e animador de uma visão artística levada ao limite." - Phil Daoust, The Guardian

"Um livro assombroso e impossível de largar, que mudará o seu jeito de ver o mundo." - Time

"A primeira obra-prima formal dos quadrinhos." - The New Yorker

Fonte: http://www.companhiadasletras.com.br/detalhe.php?codigo=65004
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Freitras 08/06/2011

O garoto mais solitário do mundo
Eu tenho tendência em sentir empatia por personagens tímidos, desajeitados, melancólicos e solitários, e talvez Jimmy Corrigan seja o expoente máximo nesse sentido. Pelo menos ele é o personagem que mais diretamente falou comigo através de sua solidão.
Mas Jimmy, um adulto de 33 anos, vai muito além da timidez habitual e da frustração decorrente da incapacidade de fazer o que se tem vontade: ele está acabado. Ele não tem sonhos, não tem metas de vida e ambições, ele sequer tem ânimo para chorar; o único motivo que o mantém vivo é a esperança de um relacionamento com uma colega de trabalho que o ignora quase que completamente. E talvez a razão de ele nunca ter tentado conquistá-la não seja somente a timidez, mas o medo de perder totalmente as esperanças.
JIMMY CORRIGAN é um livro muito bem escrito e desenhado, com cores inspiradas nos Comics do início do século XX, que dão um aspecto terrivelmente melancólico e nostálgico para cada quadro.
Não conheço muito sobre graphic novels, mas se JIMMY CORRIGAN não for uma obra-prima do gênero, eu não sei o que mais poderia ser. Incrivelmente encantador.
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Willians 16/07/2012

Complexidade e Qualidade
Ás vezes, alguns quadrinhos possuem uma temática de maior complexidade e alguns leitores sentem está dificuldade e acabam não apreciando a obra como deveriam...está obra foi considerada uma das mais importantes na história dos quadrinhos modernos e foi lançada no Brasil, conforme a original, totalmente em cores. A obra lembra bastante uma versão luxo de alta qualidade lançado pela Quadrinhos na Cia(um selo da Cia das Letras só para os quadrinhos). Sem dúvida é uma livro que não pode faltar na estante dos amantes da nona arte.
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Viajante 23/12/2011

Deprimente
Sim, o livro é pra mim principalmente deprimente. Mas isso não é ruim, levando em consideração que a história deve ser assim. Ao meu ver o gibi é original e inovador por além de ter uma questão estética e técnica muito diferenciada, possui uma história diferenciada. Sem heróis nem protagonista. Digo que o protagonista dessa história seria a tristeza e a solidão. Acho que muitas pessoas acabam não gostando pela falta de identificação, eu já pelo contrário acabei de vendo no personagem em várias situações. Só posso dizer que assim como Retalho ou Persépolis, são os romances gráficos, não simplesmente uma luta, ou um poder, mas uma história que daria filme ou livro como qualquer outra ótimo história.
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faoliveira 15/04/2012

A edição brasileira é de uma qualidade muito alta, fiel à todas as vontades do autor.
Um homem chamado Jimmy Corrigan,ainda hoje reprimido pela mãe, timido e com dificuldades de contato social com outras pessoas, recebe uma carta do pai que nunca conheceu. Um encontro é marcado, e Jimmy viaja para a cidade de seu pai para conhecê-lo.

Mais em http://contraargumento.com/jimmy-corrigan-o-menino-mais-esperto-do-mundo/ ;)
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Marco Antonyo 17/07/2012

quadrinho retrato de uma vida.
O inicio parece chato e confuso. Logo você entende, pega gosto e lê de uma só vez. Não é um tema que você espera de um quadrinho. É humano e sofrido, sem ser piegas e vitimizado. Não tem lição de moral e nem final fantasioso. É real, sem floreios, duro e seco como a vida muitas vezes é. E é isso; um quadrinho retrato de uma vida.
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Katsumi 21/05/2013

Difícil de ler, mas vale a pena.
Por curiosidade, resolvi procurar “Jimmy Corrigan – O menino mais esperto do mundo” desde que ouvi uma citação que Neil Gaiman o considerava a Graphic Novel do século.
A proposta gráfica da H.Q é muito bonita, se assemelha mais a um trabalho de designer gráfico do que um quadrinista, com uma forma lúdica de diagramação. A arte se assemelha a anúncios publicitários do início do século XX.
A princípio, achei a história confusa, com flashback, devaneios, quebra de linearidade. Mas não tem como negar a poética da história. E a solidão, a sensação de inadequação do personagem é transmitida com uma intensidade que parece impossível para um desenho com traços tão simples.
É um quadrinho mais difícil ler, mas vale a pena. E tem um dos finais mais bonitos que vi.
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General ELL 11/09/2013

Esperava mais...
Depois que tanta gente andou rasgando elogios pra esse quadrinho estava esperando algo no nível "Segunda Vinda de Cristo: Em Quadrinhos", mas não chega NEM PERTO DISSO, não que seja ruim, mas é que muito menos do que a propaganda pinta. É basicamente uma HQ "slice-of-life" sobre um cara meio retardado, seu pai e seu bisavô, cuja maior inovação é no visual, na diagramação E SÓ. Se não estiver com expectativas absurdamente altas como eu estava apreciarás melhor. Boa HQ (ênfase no boa).
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Marc 29/08/2015

Jimmy Corrigan – o menino mais esperto do mundo de Chris Ware é um dos quadrinhos mais premiados e respeitados dos últimos anos. Venceu tanto o prêmio Harvey e o Eisner, considerado o Oscar dos quadrinhos. Isso sem contar o Guardian First Award, a primeira HQ a vencer esse importante prêmio literário inglês. Mas não é pela quantidade de prêmios que se deve admirar essa HQ. Ela realmente é merecedora de todos os elogios, mas sua maior qualidade é a capacidade de emocionar com uma história simples, muitas vezes deprimente, mas que exala uma ternura delicada pela maneira que retrata os sentimentos de seus personagens.

Jimmy é um personagem pouco carismático, desgastado e sem atrativo algum. Mas isso não por algum defeito em sua criação. Chris Ware é um dos quadrinistas mais talentosos de todos os tempos e sabe como conduzir uma história. Vamos acompanhando esse personagem um pouco a contragosto, mas maravilhados com as ilustrações e as cores da HQ. Aos poucos, no entanto, a história começa a nos dominar e fica difícil deixar a leitura.

A história é banal, se formos resumir. Um homem adulto, frustrado por não conseguir se relacionar espontaneamente com pessoa alguma — e pior ainda com mulheres. Boa parte disso se deve ao domínio exagerado de sua mãe, que mesmo depois do filho se tornar adulto continua como parte ativa de seu cotidiano. E, como se não bastasse, a vemos usar chantagem emocional o tempo todo com Jimmy, infligindo um sentimento de culpa que o corrói. Mas ele é incapaz de fugir dessa cadeia, não há libertação possível em seu horizonte. Esse quadro pode mudar quando ele recebe uma carta de seu pai, que havia abandonado a família muitos anos atrás e é um verdadeiro desconhecido para Jimmy. Toda a ação decorre desse encontro. Para complementar com informações úteis a trama, também vemos pequenos trechos da história do avô de Jimmy, ainda jovem no fim século XIX, uma pequena genealogia da tristeza, se posso dizer desse modo.

Jimmy é mesmo muito triste, parece uma pessoa que de alguma forma teve seus sonhos desfeitos e não conseguiu outros para colocar no lugar. É uma história simples e poderosa que aparece aos poucos nos vários flashbacks que parecem influenciar de alguma maneira a própria vivência do personagem do presente enquanto ele tenta resgatar (ou criar) os laços com seu pai. E creio que é quando nos damos conta de que Jimmy não é uma pessoa qualquer, mas sim qualquer pessoa, ou seja, que seus dramas são os nossos, que eles não são mais fáceis de lidar porque todos enfrentam os mesmos problemas, com pequenas variações, que a história nos fisga de verdade.

Esses dramas deixam marcas em todos. Marcas emocionais — temores, como em Jimmy —, e físicas — as rugas, os cabelos brancos e outros sinais. E Jimmy, ainda jovem cronologicamente, parece já um velhinho, pois tem rugas, o corpo curvado. Essa é a característica física da família Corrigan; desde criança, todos apresentam os mesmos traços. Acredito que isso é um forte indício de que Chris Ware tentou demonstrar essa tristeza pairando e sendo transmitida através do tempo, como se tivéssemos um lastro conosco mesmo no dia do nascimento. E como não existem momentos felizes na história, nas fotos os sorrisos parecem sempre sem jeito, um pouco forçados, o passado recuperado serve apenas para confirmar que ninguém era feliz em outros tempos também. A alegria precisa ser aprendida, ao contrário da tristeza, não é um dado da “natureza”.

Mais do que isso, mostra o poder de disseminação da tristeza, daí o título que escolhi. E acredito esse poder é demonstrado através da incapacidade de comunicação. Não é apenas Jimmy que não sabe se expressar. Mesmo os mais falantes, como o pai, não dizem nada e não conseguem mais do que uma conversa fiada. O avô, em sua infância, se mostra uma criança isolada, refugiada em sua imaginação, mais por falta de escolha do que por opção. “... uma ânsia insaciável de evitar que se infiltre a clareza do silêncio”. É dessa forma que o avô, ainda menino passa as horas seguintes à morte de sua própria avó, assistindo seu pai ficar estranhamente eloquente e carinhoso, numa tentativa de evitar a percepção da morte, que domina a casa. Esse é apenas um exemplo da linguagem poderosa de Chris Ware...

Na escola, enquanto as outras crianças brincam, ele fica estudando e a menina que se aproxima dele, no início, é repelida por desconfiança (“será que ela quer me maltratar como todos os outros?”), mas depois se torna sua única amiga, um cais. O que não dura muito tempo, e o menino percebe que não estava totalmente errado em seus primeiros sentimentos, logo que a conheceu. Mas a que se deve tudo isso?

Chris Ware não chega a ser otimista em relação a esse muro que afasta as pessoas. Os verdadeiros sentimentos aparecem sempre em silêncio, nas ilustrações que não vem acompanhadas de balões de fala, mas que são extremamente eloquentes por esse mesmo motivo. É como se dissesse que as palavras servem mais como um instrumento para distanciar do que aproximar as pessoas, se ao mesmo tempo em que são a expressão de algo, signos de objetos e sentimentos, também trouxessem, inevitavelmente um ruído — e esse ruído é o que atrapalha a comunicação, destitui o inteligível da mensagem e confunde tudo. Mas não é só isso. Também existe a expectativa (ou a falta dela, no caso de Jimmy e seu pai) sobre o outro. Refiro-me ao que se espera ouvir e nunca chega. É nesse ponto, especificamente que devemos focar para entender porque o avô de Jimmy, ainda menino, enfrenta tantos problemas com seu pai. De um lado, o menino, que espera amor, carinho. Do outro o pai, tornado viúvo no nascimento do filho. Nenhum dos dois jamais alcança o que espera, mesmo que o outro saiba se recusa a ceder espaço, numa disputa desigual entre um adulto e uma criança, que está sendo forjada pelo silêncio e pela censura de seus impulsos. Certamente a quantidade de páginas, detalhadas, narrando dia a dia essa relação, serve para mostrar que não são os grandes momentos, aqueles de rupturas e convulsões que moldam nossa personalidade e visão de mundo, mas sim os eventos pequenos e cotidianos. A criança vai crescendo desconfiada, ressentida, entendendo que os relacionamentos são sempre um jogo de forças, e ser adulto é poder levar uma infinita vantagem.

Jimmy por outro lado, com sua dependência da mãe chega a lembrar um pouco o livro Escuta Zé-Ninguém de Wilhelm Reich. Porque segundo o psicanalista austríaco, o homem depois de algum tempo vivendo sob a violência condescendente de uma vida administrada (pelo Estado, família, etc.), mesmo liberto, é incapaz de saber o que fazer. Jimmy fica totalmente arrasado quando descobre que precisa viver por sua conta. Sua vida perde todos os referenciais e ele simplesmente não sabe por onde começar. Ou seja, a autonomia exige aprendizado. Mas Jimmy nunca teve um pai que lhe servisse de exemplo, mesmo que negativo, a que pudesse se contrapor (uma lembrança infantil, em que a mãe passa apenas uma noite com um dublê do super-homem surge como única referência paterna do menino). Foi dominado e se tornou dependente emocional da mãe, cedendo rapidamente a suas chantagens.

E essa referência não é por acaso. À medida que a história avança, nosso protagonista vai sofrer com as incertezas da liberdade. Em seus devaneios se refere metaforicamente a seu território, quando pensa na mãe. Essa associação afetiva entre o amor materno e o espaço simboliza claramente o útero, de que não foi capaz de sair ainda, mesmo aos 36 anos. E isso é tão verdadeiro que em determinado momento vai se refugiar em outro território: o cubículo que lhe é reservado em seu trabalho, mesmo sendo dia de ação de graças. Ou seja, está sempre tentando estabelecer uma referência que limite seu olhar e possibilidade de ação.

Os quadros são limpos, geralmente com os personagens e poucos objetos ao redor. A ênfase é na narrativa, alguns quadros em sequência precisam ser interpretados, porque tem uma pequena diferença entre si. É nesses detalhes que a história vai acontecendo, como o voo de um pássaro, que colhe um graveto no gramado e o leva para construir um ninho, isso para substituir a maneira tradicional de dizer que o tempo passou e que a ação retoma em um ponto mais à frente. Por esse motivo, para quem não tem paciência, que não costuma prestar atenção aos detalhes, a HQ pode parecer um enorme desvario, ou desafio.

Jimmy Corrigan – o menino mais esperto do mundo é um verdadeiro objeto de arte produzido em série. A edição é primorosa, as ilustrações são lindas, daquelas para admirar por horas, usar como papel de parede, sei lá. E é um objeto de arte porque Chris Ware faz referências ao design dos períodos que trata e os subverte, lhe dando novos usos. Não é mesmo uma HQ convencional, nem visualmente, nem na própria edição e nem na maneira de contar uma história simples e comovente. Embora visualmente sofisticada, não me parece nada arrogante. As ilustrações complementam o texto e vice-versa. Uma HQ de leitura difícil, não dá para negar, complexa e que tende a afastar leitores acostumados ao convencional. Por outro lado, para quem tem uma visão mais livre, não pensa que quadrinhos deve ser uma leitura visando apenas distração e que se interessa por dramas, é maravilhosa.
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Cilmara Lopes 11/11/2016

"A primeira obra-prima formal dos quadrinhos" - The New Yorker
Não foi uma leitura fácil, porém valeu à pena cada página! Cada quadro!

Sobre a narrativa gráfica:
Primeiro comecei lendo na vertical e depois passei para a horizontal, a qtde de quadros por página varia muito, alterna entre várias cores e as vezes só uma ..como uma espécie de cortina sobre os traços. Apesar de colorido, não é nada cômico ou lúdico, é tudo neutralizado e natural.
Outro ponto são as imagens de logotipos americanos, peças publicitárias ou trechos de jornais que surgem em quase todas páginas, em sua maioria (ou todos) do período de 90 e 2000.
Apesar dessa enxurrada do diversificado, há uma simetria nos formatos das ilustrações, algo até metódico.
A arte de Chris Ware é ímpar.

Sobre a narrativa escrita:
As 188 páginas apresentam essencialmente a solidão, a timidez e as relações familiares que por vezes nos sentimos enclausurados.
É uma grafic novel parcialmente autobiográfica, que conta a história de Jimmy Corrigan um homem de 36 anos reprimido pela família e pela sociedade.
O start é quando ele recebe uma ligação do seu pai que nunca conheceu, dentro deste contexto adentramos episódios constrangedores e tristes de sua vida, a infância sem o pai presente, a adolescência praticamente perdida, a mãe extremamente dominadora, a falta de amigos e afeto.
Um personagem com uma mente muito fértil, com viagens mirabolantes e estranhas, que me lembrou Walter Mitty (filme de Ben Stiller), porém sem as partes cômicas e sim o intuito da crise existencial.
Agora está entendido porque esta hq está em quase toda lista de melhores hq's do mundo.

site: https://www.youtube.com/watch?v=CW0OQGbE3OM
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