Cabra das Rocas

Cabra das Rocas Homero Homem de Siqueira Cavalcanti
Homero Homem de Siqueira Cavalcanti
Homero Homem de Siqueira Cavalcanti
Homero Homem de Siqueira Cavalcanti




Resenhas - Cabra das Rocas


34 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3


João Ferreira 20/12/2013

Resenha: Cabra das Rocas [O papel da educação na edificação pessoal]
Muito abandonado e chamado de chato, Cabra das Rocas é, injustamente, pejorado por muitos leitores amadores que não conseguem visar a essência pura e simples de um autor que faz magia com as palavras. Talvez pelas inúmeras palavras desconhecidas, ou mesmo pelo local onde a história se passa, mas muita gente não gosta desse livro e acaba maldizendo-o para outras pessoas, desencorajando a leitura dessa obra maravilhosa.

Mesmo com todas as afirmações negativas, Homero Homem escreveu uma rara obra de arte que retrata a vida miserável e simples de um menino que vive rusticamente e que tem apenas a sua própria pobreza, a quase indiferença de uma madrasta e a dúvida de um pai que não sabe ao certo se deve estudar o filho ou colocá-lo a trabalhar junto dele mesmo a desempenhar o ofício há tanto tempo na família.

Vivendo nas Rocas da Frente, um lugar sujo, pobre e fedido, Joãozinho, um cangulo por natureza, resolve estudar para melhorar de vida. Mesmo com a família toda trabalhando de marinheiro, João começa a estudar, minimamente encorajado pelo pai, com a ajuda de Seu Eustáquio, único morador estudado das Rocas.

O livro acompanha Joãozinho em seus estudos, sua determinação, os preconceitos sofridos, tanto pelos próprios moradores das Rocas quanto pelos moradores ricos da Cidade Alta, as brincadeiras, nostalgias, os apelidos inocentes, os dilemas da pobreza, os problemas e alegrias de um povo simplório, mostrando o quanto uma educação de qualidade pode melhorar a vida de uma pessoa.

Com uma narrativa riquíssima em detalhes e memórias, Homero muda de narrador constantemente, como se ele estivesse na cabeça de todos e todos pensassem ao mesmo tempo, e tudo sendo escrito. O leitor que consegue acompanhar esses devaneios e mudanças de rumo não tem absolutamente nenhum problema com a leitura e entendimento da obra.

Beirando a melancolia e instigando sentimentos dos mais diversos e variados ao leitor, Cabra das Rocas é um tesouro nacional, um tesouro que denuncia a condição social de tantas pessoas que ainda hoje vivem na miséria, um tesouro que mostra a importância da educação em um país tão desigual, um tesouro que não foi feito para ser lido por mentes alienadas, mas sim, por revolucionários que mudam e mudarão a realidade preconceituosa das minorias afetadas.
Edilma 19/09/2017minha estante
Reli esse livro recentemente, concordo com tua resenha João! Esse livro é um tesouro mesmo, a escrita é de uma delicadeza e de uma profundidade sem tamanho. Deveria ser leitura obrigatória nas escolas.


BINHA Around The World 20/10/2018minha estante
João, sua descrição é sensacional!!!
Um livro que descreve claramente a luta e o medo, o contraste e a força, a vontade e a quase solidão de fazer acontecer!!!
Certamente é difícil uma criança entender perfeitamente todas as palavras e as descrições, porém todas elas irão entender a recompensa que é ser um bom aluno e buscar aquilo que lhe cabe.
Edilma, também acredito que deveria ser leitura obrigatória nas escolas, só assim poderíamos mudar a mentalidade de meninos que perdem as esperanças sem nem ao menos tê-las completamente reveladas!




marz 666 31/03/2009

#1
Simplesmente o primeiríssimo livro que li na vida, aos 8 anos de idade, mais de 30 anos atrás. Me lembro que a estória nem é grande coisa, mas com certeza foi um marco em minha vida, quando saltei das revistas em quadrinhos para os livros. E nunca mais parei.
Alana 29/07/2012minha estante
Legal... Também foi o meu primeiro livro




Victor_leitor.mirim 05/05/2020

João Brás Bicudo
Razoável! não entendi muito o livro porque tem expressões difíceis de entender, mas se você quiser ler, me diga depois o que entendeu.
GotikaOMG 30/06/2021minha estante
São expressões muito características da região das Rocas e de Natal no geral, principalmente daquela epoca.




Anna Julia 08/07/2020

Viva Joãozinho estudante!
Esse livro é uma verdadeira preciosidade da literatura potiguar! Joãozinho é um menino determinado e resiliente, que ensina tanto ao leitor. Homero Homem foi grandioso ao mostrar a esperança e o poder que há no estudo.
Marcos Aurélio 14/12/2021minha estante
Ahhhhhh A Série Vaga-Lume... não sabia que este livro é potiguar. Foi para minha lista!




Mallully 17/07/2020

Um livro especial, para paladares especiais
Ok, sendo bem sincera: eu não estava exatamente esperando encontrar algo assim na série Vagalume.
É óbvio que, por mais que um livro tenha ótimas referências, um ótimo escritor, uma ótima história, ainda vai existir gente que não vai se agradar daquela obra. Óbvio. Eu só estou tentando me defender. Não, eu não gostei muito de Cabra das Rocas, e eu vou te dizer o porquê.
Não entendi nada.
Primeiro, pra entender completamente o livro você precisa ter um domínio de tantas gírias que eu nem mesmo consegui contabilizar. É muito simples: ou você deduz, ou você passa batido pela frase sem entender ela. Essa foi a primeira coisa que me impactou durante essa leitura, tanto que eu comecei em uma madrugada e tive que recomeçar no dia seguinte, porque achei que eu não estava entendendo nada por causa do sono. Mas não, no outro dia eu continuei sem entender nada.
Isso torna a obra ruim? ABSOLUTAMENTE NÃO! O livro é fantástico, cheio de descrições maravilhosas que eu parava para reler. Mas é que... Sabe, não foi dessa vez. Eu não senti que eu era o público dele. Não senti que eu, adolescente, iria gostar dessa produção literária. Não foi só a questão da linguagem que me deixou um pouco indiferente, mas é que livros que não têm muita linearidade não são muito meus favoritos.
O livro começa com uma cena incomum: João, um garoto do interior, está se inscrevendo para fazer uma prova, para tentar uma vaga numa escola que só a classe alta podia frequentar. Era um local renomado, cheio de prestígio, e que agora poderia ter a chance de receber um Cabra das Rocas. Rocas é um local de extrema pobreza, com pouco desenvolvimento, mas cheio de pessoas que (aos olhos do personagem principal) têm bom coração. Acredito que eu resumiria o livro como um cenário de contraste social extremo, onde o autor consegue deixar claro a ambientação "rica" e a "pobre" por um grande conjunto de detalhes que envolve até mesmo o cheio dos ambientes. O limite entre as duas classes parece intransponível. Distante.

"Aquilo me dava uma impressão de abismo de bordas irreconciliáveis. Lembrei-me de coisas inexoravelmente afins e inimigas: roda e caminho, mar e jangada, cinturão apertado depois do jantar — o mundo dos contrastes vividos e observados pelos meus olhos de onze anos."

O livro, então, se dedica a descrever algumas cenas da vida cotidiana do personagem principal, indo desde primeiros amores até brigas entre os moleques, oscilando entre ausência paterna e problemas de identidade, tão comuns na flor da juventude. Os capítulos são divididos entre essas cenas, que mostram uma realidade crua da gente pobre e decente, batalhando pela vida e pela dignidade que a pobreza teima em tentar tirar deles. Durante todo o decorrer da história, João oscila entre a vontade de "ser mais" e o medo de se desvencilhar da sua natureza de cabra das Rocas. De perder a identidade daquela realidade única que ele conhece, com medo de ser visto como um impostor (o que lhe afeta enormemente) ou não ser mais aceito. Ainda sim, ele se dedica com afinco, estudando com um dos personagens secundários mais carismáticos e bondosos que eu já conheci, que o ensina com todo o gosto que um médico de bom coração faria.

"— João!
— Senhor, meu pai?
— Vá dormir para acordar cedo, menino. Se tem mesmo que ser doutor, precisa ir se preparando.
Tive ímpeto de correr para meu pai, abraçá-lo, tanger o punho da sua rede a noite inteira. Mas ele ressonava já, o peito enorme subindo e descendo com regularidade. Era um sono pesado e total. Sono de marinheiro que chega do mar."

Eu gostaria muito de ter entendido um pouco mais do livro. Talvez até o revisite em uma outra época (com um belo dicionário de gírias na mão), munida de mais paciência e um pouco mais de amadurecimento literário para tentar desvendar os mistérios de Cabra das Rocas. Me surpreendi muito com o teor da linguagem, porque eu própria recorri à série Vagalume em busca de uma leitura leve e sem rodeios. O problema não é exatamente o livro, mas o meu atual estado de espírito e minha ausência de tempo livre para realizar uma busca de campo que me permitisse ampliar meu vocabulário de gírias. Parece algo divertido a se fazer!

site: https://mallullyblog.blogspot.com/2020/07/resenha-cabra-das-rocas-de-homero-homem.html
GotikaOMG 30/06/2021minha estante
Vou concordar com você na questão de não ter gostado do livro... Mas em relação as gírias acho que para quem vive em Natal e tem proximidade com os moradores das Rocas, principalmente os mais antigos, as gírias são muito vividas se não fosse tão ultrapassadas diria até que natural discorrer sobre essas palavras tão características do bairro.




Celia.Rabelo 16/05/2009

Tb li na adolêcencia. Não me lembro muito bem da história, mais não é muito boa...
comentários(0)comente



Kah 05/04/2011

Simplesmente não resisti e coloquei a coleção da série vaga-lume, foram minhas primeiras leituras na infância.
comentários(0)comente



Emanuel Xampy Fontinhas 05/07/2015

Emocionante
Este livro fui ler só recentemente, mas me tocou profundamente a história do menino que foge do convecional e consegue entrar no importante colégio. Adoraria ter lido na minha infância.
comentários(0)comente



Erikson Ribeiro 14/12/2016

Coleção Vagalume
Uma história simples de um garoto chamado João que tinha o sonho de estudar ao invés de seguir os passo de pescador do seu pai. O livro apresentou o cenário de uma "comunidade" do Rio Grande do Norte e o seu cotidiano. As palavras usadas remetem muito ao típico nordestino. Mostra muito a desigualdade social também no aspecto da pobreza como no aspecto intelectual.
Um bom livro para refletir sobre o cenário sociocultural brasileiro.
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



BINHA Around The World 20/10/2018

Lição de determinação e gratidão
Joãozinho é a descrição perfeita de uma ambição pura, genuína, de alguém que é desacreditado pelo próprio pai, órfão de mãe, e que busca um lugar que não lhe foi oferecido e que até lhe foi desacreditado.
A determinação e a dubiedade, o fato de querer estudar sem, no entanto, deixar de pertencer ao "povo" no qual foi criado e a quem possui tremenda gratidão...Esses são os principais aspectos mostrados nesse maravilhoso livro! Um livro que traz esperanças ao mesmo tempo em que demonstra gratidão!!! É sensacional a revelação de um mundo novo, cheio de detalhes despercebidos que desperta a curiosidade e o orgulho de toda uma comunidade pobre e desesperançosa.
Leitura que deveria ser lida na juventude e relida várias vezes nas fases subsequentes para reafirmar a esperança e que é a determinação quem o faz prosseguir!!!
comentários(0)comente



Vinicius.Carvalho 06/04/2019

Nesta semana, encontrei-me em uma leitura arrebatadora, que consegue dialogar com o leitor de uma forma muito singular. Além disso, é um livro que trata sobre uma área próxima, o que dá uma sensação de maior familiaridade com a obra.
Essa chama-se “Cabra Das Rocas”, fala sobre a vida de Joãozinho, que busca entrar no Atheneu, colégio de prestígio na cidade de Natal - Rio grande do Norte - e é a segunda escola mais antiga do Brasil. Porém, ele mora nas Rocas, Bairro pobre da cidade, onde ninguém nunca havia ido à escola, todos achavam que isso fazia parte apenas de Cidade Alta, que era onde os ricos viviam. O fato, é que o menino queria estudar e durante seu trajeto ele enfrentará várias situações, que apresentam de forma singular 19 capítulos que perpassam de forma tênue entre a realidade e a ficção.
Uma obra produzida Homero Homem, escritor potiguar que ganhou vários prêmios por suas contribuições, é também o único autor do estado com obra traduzida para outra língua, que aliás, é o livro tratado.
Joãozinho, filho do Seu Brás - Homem do mar -, após sua inscrição para prestar o exame do Atheneu, segue apresentando o dia a dia das Rocas e os seus planos para estudar com Seu Geraldo, farmacêutico do bairro, que se compromete a ensinar ao menino o necessário para a avaliação. O fato é que João não tinha tempo só de estudar, era de Bairro pobre, então, várias coisas o cercavam e isso é vivido nos capítulos, pois o ele conhece o amor, preocupa-se se realmente deve estudar, vai ao circo, fala sobre o carnaval, sobre as idas e voltas do pai em sua casa, etc. E isso mostra que a vida não é só o que você faz ou quer fazer, tem vários micro fatores que influenciam nos resultados finais, seja de forma negativa ou positiva, e essa é uma coisa que trouxe do livro para mim.
Ao longo do caminho, além da vida de João, são apresentados personagens externos e na leitura é possível perceber que em alguns capítulos, não há conexão alguma com a ficção “central”, mas que contribuem para construir o perfil do bairro e dos moradores, que para além disso, de como era a sociedade no momento ou poucas décadas antes do que o livro fora publicado (1973). De toda a forma, tudo constrói o perfil de um menino batalhador que nada contra a sua corrente, tentando buscar algo inimaginável para seu grupo social - estudar-, e que apesar de quase nenhum incentivo, com exceção do Seu Geraldo, continuou.
Assim, o livro ensina sobre a persistência e gratidão, o esforço para conseguir algo e o retorno que os esforços trazem, dá uma lição de otimismo, que só consegui maior em “A Grande Saída” do Angus Deaton, uma ótima obra.
comentários(0)comente



Nat 20/06/2019

Joãozinho vive nas Rocas da Frente, um lugar muito pobre. Ele resolve estudar para melhorar de vida, enquanto lida com as dúvidas do pai (que não sabe se deve encorajar o filho ou coloca-lo para trabalhar junto com ele no ofício da família) e com a quase indiferença de sua madrasta. Seu Eustáquio, o único morador estudado das Rocas, é também a única pessoa que o ajuda em seus planos de estudo.

Como foi DIFÍCIL encontrar um livro de um autor nascido nesse estado. Mais uma vez a coleção Vagalume vem em meu socorro, pois foi lá que encontrei dois títulos de Homero Homem, o escritor de ficção mais lido do Rio Grande do Norte (na verdade, essa coleção só tem tesouro, então não sei como não pensei nela antes). O livro é pequeno, mas também é uma obra de arte que mostra a determinação e força de vontade para melhorar de vida de uma criança e tudo que ela sofre nesse caminho. Completamente indicado.

site: https://ofantasticomundodaleitura.blogspot.com/2019/06/lendo-o-brasil-rio-grande-do-norte.html
comentários(0)comente



SUELMA.FRANCO 16/02/2020

Livro subestimado da coleção vaga-lume. Joãozinho representa o brasileiro que não desiste nunca e que acredita que o futuro depende dele mesmo.
comentários(0)comente



CrAsley0 23/08/2020

Homero Homem me surpreendeu!
Encantada estou com a forma como Homero Homem escreve, me lembra um pouco Jorge Amado. Adoro os regionalismos utilizados no livro, e também a forma que descreve o povo sofrido das Rocas. O seu livro tem um gosto de infância, e nos traz um misto de sentimentos, nos faz sentir as mesmas sensações que Joãozinho sente. E que felicidade grande, quando Joãozinho, menino pobre e sofrido passa no tão sonhado Atheneu. Fiquei emocionada. Leria novamente com certeza!
comentários(0)comente



34 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR