Gaby436 28/09/2023
"Crianças são aquilo que nós fazemos delas"
O sistema não está preparado para lidar com crianças assassinas, tanto nos dias atuais tanto na época da Mary. Isso está atrelado ao fato de que as crianças dificilmente são ouvidas e entendidas de verdade, em sua maioria são sempre negligenciadas e descredibilizadas.
No caso da Mary, ela foi abusada e negligenciada desde seu nascimento por sua mãe, que tinha sérios problemas psicológicos, e isso acarretou em uma grande tristeza e raiva acumuladas ao longo de sua vida que em dado momento, mais especificamente aos 10 anos, explodiram da maneira mais horrível ocasionando na morte de dois garotinhos.
Essa "explosão" não justifica o assassinato deles, mas nos mostra a que ponto o nível de perturbação de uma criança pode chegar.
A Mary Bell tinha SIM que ser punida pelos seus atos, mas a maneira que o júri e a mídia optaram por lidar com ela foi totalmente errônea.
Uma CRIANÇA jamais deve ser julgada como ADULTA, até porque, como a própria Mary disse, ela sabia que o que estava fazendo era errado, mas não tinha noção da gravidade e do significado de seus atos. Para ela, a morte era como um sono profundo do qual a pessoa acordaria, isso se deve, principalmente à sua criação e as ideias fantasiosas que a mesma tinha (junto com a Norma Bell).
O que a mary sofreu durante seu tempo presa não chega nem perto do que as familias dos garotinhos sofreram, mas achei errado SIM que, mesmo após anos, a mídia ainda a perseguia e a demonizava, fazendo com que sua vida fosse cercada pelo medo de a encontrarem, principalmente por conta da filha (que ela teve um tempo após sair da prisão e criou com muito amor).
Enfim, uma leitura muito densa e difícil mas que vale a pena e serve para repensarmos o jeito que o júri, a mídia, e até nós mesmos, tratamos casos de crianças assassinas.