Stefani 19/05/2024
?Não havia escuridão na história dela?
Não há outra forma de descrever esse livro, essa saga, se não como uma obra prima; uma saga sobre guerra, esperança e a bravura de uma heroína inesquecível.
Falar sobre finais é sempre angustiante. A gente chega neles com medo de que nossas expectativas não sejam atendidas; aqui, felizmente, elas foram superadas. Sarah J. entregou com perfeição o encerramento que cada um desses personagens e seus núcleos mereciam. Este é um livro para guardar no coração e nunca esquecer.
Aelin é, sem dúvida, a personagem mais fortes e complexa dessa saga; herdeira do fogo e de um reino de cinzas enfrenta as sombras e o medo em sua jornada para reconquistar seu trono e garantir um futuro para Terrasen e todos que dependem dela. Sua jornada envolve mais do que recuperar sua própria coragem e esperança, mas representar essas qualidades para os que a seguem. Aelin enfrenta muitos horrores que influenciam sua maneira de lidar com a guerra. Nunca vou conseguir elogiar seu desenvolvimento o suficiente. De uma garota resmungona a uma guerreira determinada, até se tornar uma rainha régia e poderosa. Aelin me mostrou o que é bravura, lealdade e amor, e o que significa ser uma comandante benevolente e uma heroína acima de tudo. Este livro é um marco em sua jornada, da assassina libertada das minas de sal até a herdeira que sonha com a liberdade de seu povo e com o peso de sua coroa.
Rowan é uma figura impiedosa, mas também tem um coração de ouro e é um feérico apaixonado que sonha com a paz perdida há tanto tempo.
As cenas entre eles encheram meu coração. É o tipo de companheirismo e amor que transcende a guerra e a incerteza, que promete um futuro, mesmo que esse futuro seja incerto. Não só Rowan e Aelin, mas todos os casais dessa saga representam essa igualdade e essa entrega equilibrada, a ideia de que onde um estiver, o outro estará logo ao seu lado, seja em um campo de batalha ou em uma paisagem pacífica.
Manon e Dorian roubaram a cena com o desenvolvimento de suas histórias individuais. Posso afirmar com segurança que o arco de Manon é o melhor que esse livro trouxe; o de Aelin foi magnífico, sim, mas o de Manon e das Treze foi transcendental. O que Sarah J reservou para as bruxas, sua redenção e sua aliança, toda a jornada de Manon em busca de seu lugar entre as guerreiras do ar, entre aquelas que foram renegadas - assim como ela - foi emocionante. Uma cena, em particular, me deixou soluçando abraçada ao meu Kindle por muito, muito tempo.
Adoro como o caos de Manon encontra a ordem de Dorian e como eles se complementam tão perfeitamente bem. Como os sorrisos mortíferos dela equilibram os bem-humorados dele, como eles se veem no mesmo patamar de poder e se respeitam por isso. Como seus corações ressentidos por todas as perdas e crueldades do mundo ainda encontram uma razão para sentir um ao outro.
Sarah encaixou, dentro de cada núcleo, um grande acontecimento para cada nome importante para a história; uma maneira grandiosa de dizer adeus a esses personagens e suas respectivas tramas. O de Elide, devo dizer, foi de tremer na base - e o de Lorcan está conectado a esse momento. A forma como Sarah J. faz o guerreiro de dois metros comer na mão de uma mulher com menos da metade do seu tamanho me encantou desde a primeira vez que eles apareceram como casal, mas nesse livro a relação deles transcende para outro nível. A cena de Elide montando o ?cavalo de Hellas? e salvando Lorcan no meio de um campo de batalha prestes a inundar é a melhor cena do livro/saga.
Sarah J. desenvolve esse livro com cenas de ação carregadas de adrenalina e momentos de calmaria cheios de incerteza. O livro fala sobre a força da família, amizade e amor, destacando a luta por um mundo melhor. Ao fim, a sensação é de saudade e uma despedida digna para tudo que a série Trono de Vidro representou.
Este livro é emocionante e inesquecível, uma despedida perfeita para uma série que marcou meu coração para sempre. Posso afirmar com certeza, e propriedade, que esse livro é ainda melhor da segunda vez e deve ser lido mais que uma vez.