DominicSReynaldo 21/12/2023
A Autoconsciência feminina
Gosto da perspectiva dessa autora, sobre os personagens da mitologia. Todos tem muitas faces e são "humanos", ou seja, falhos.
A história começa com a limitação que os poetas gregos viam as mulheres, como donzelas. E Circe era calasse de donzela que se resumia a casar com deuses maiores a escolha dos pais, era uma ninfa.
Com uma juventude solitária e repleta de ataques familiares, é impossível não simpatizar nos com Circe. E por sempre ser diminuída, quando ela busca as flores do sangue titã, ela acredita que a magia está nas flores e não em si.
Exilada, Circe cai em uma auto reflexão e começa a formar opiniões sobre si mesma, descobrindo seu potencial como deusa e como feiticeira, e consequentemente vê que os deuses são tão grandiosos como se portam nos grandes salões.
Mas Circe também conheceu o abuso dos mortais. Sozinha na ilha, apreciando a solitude, não foi capaz de apagar a carência da infância e ela tentou ser amiga de mortais, e recebeu a violência como pagamento, e mostrou seu poder como resposta. Logo, a feiticeira de Eana ganhou fama como "a bruxa que transformava homens em porcos".
Ao longo do livro, aos irmãos e primas de Circe voltam a aparecer, e ela tenta remodelar suas relações, mas nunca funciona. Circe mudou, mas eles continuam igualmente obtusos.
Ela viveu na dualidade entre mortais e deuses. Mesmo tão inteligente, era ingênua às vezes.
A maternidade a mostra como uma mulher zelosa e preocupada, extremamente protetora. E ano após ano lutou por seu filho e sua segurança. E no fim teve que abrir mão disso, pois viu que não poderia proteger seu filho mortal pra sempre.
No fim, Circe conteúdos sua liberdade sem tremer a morte, pra viu que a divindade era pior que morrer, pois os seus não evoluem com o passar do tempo, e ela lapdiou-se sozinha, tal qual uma mortal