Ana mart 03/01/2024
"Ele não está dizendo que não dói, que não sentimos medo. Só que estamos aqui. É isso que significa nadar na maré, caminhar na terra e senti-la tocar seus pés. É isso que significa estar vivo."
Imaginava que seria apenas uma ficção mitológica, cenários deslumbrantes, personagens interessantes e aventuras inimagináveis. Porem houve algo a mais do que isso.
Tecnicamente, os deuses deveriam ser inigualáveis aos humanos, porém, desde a "infância" de Circe, descobrimos que a glória e o respeito não são dádivas reconhecida a todos eles.
Especialmente em Circe, que em alguns momentos da obra consegue ser tão humana quanto os próprios mortais do universo, como Odisseu ou Medeia. Assim, muitas vezes o livro consegue despertar no leitor uma identificação com a protagonista através de como lida com seu isolamento e dos seus relacionamentos com diferentes deuses e mortais ao longo dos séculos.
Além disso o livro transmite, especialmente a nós mulheres, a coragem para enfrentar os desafios em busca do nosso lugar no mundo e em proteção do que amamos e acreditamos, mostrando na obra, que sendo deusas ou mortais, estamos fadadas a ser a sombra de homens desde o nascimento.
Uma obra sobre pertencimento, amor, caráter e perda. Que se torna ainda mais sensacional por ser envolta as aventuras e dramas mitológicos.
Certamente irei re-ler.