Cat 06/03/2022Indagações ou procrastinação???Quero começar essa resenha com a frase de um filme da Disney Ratatouille, que é esta "As vezes a mais bela porcaria tem mais significância do que a nossa crítica"
E adaptá-la para esta frase "As vezes a mais bela porcaria tem mais significância do que o nosso livro".
Em Um Cego em Buenos vemos as dúvidas e anseios de um escritor principiante, o protagonista tem o desejo de viver da escrita e passa boa parte se questionando sobre o significado de ser escritor, e de como criar algo magnífico, que possa tocar o leitor. E é claro que com isso ele acaba enrolando para escrever a primeira linha de seu romance. O famoso procrastinador. E basicamente essa é a trama.
Teve vários momentos que fiquei com raiva do protagonista, tinha vontade de entrar no livro e gritar ?Escreve isso logo, ninguém liga para as suas indagações!?. Por mais que você tenha um escritor como ídolo, você jamais será ele, não porque você seja um péssimo escritor, mas porque você vive em outra época, os anseios são outros, e com certeza, quando o seu ídolo escreveu seu primeiro livro, também recebeu péssimas críticas, era tachado de modinha, mas o tempo passa e com isso vem o glamour.
É a mesma coisa do artista que em vida era medíocre, mas assim que bate as botas vira um gênio.
O livro não é ruim, pelo contrário, é muito bem escrito, mas o protagonista enche o saco. O único personagem bacana é o cão Borges. E é por causa desse cão que as coisas começam a mudar para o protagonista.
?Um Cego em Buenos Aires? é incrível, e vale a pena ler.