Sami 04/04/2023
A Abadia de Northanger
Aos 17 anos, Catherine é descrita como uma jovem interiorana sem muitos atributos. Ela não tem nenhuma malícia, por isso muitas vezes apresenta pensamentos e atitudes infantis, e é apaixonada por romances, principalmente os góticos de Ann Radcliffe. Os livros são a única “experiência” de mundo que possui por isso os toma como base em suas aventuras, o que a leva a viver momentos embaraços, tornando um pouco irônico ela ser sempre chamada de heroína pelo locutor.
Durante a leitura identifiquei uma separação de duas fases na narrativa, a primeira quando Catherine tem seu primeiro contato com a sociedade de Bath, e no ditado popular podemos dizer que ela “entrou na boca do leão” já que sua ingenuidade se destaca e ela lida com pessoas inescrupulosas. E a segunda fase quando ocorre o rompimento da sua visão bondosa das pessoas, e é nesse momento também acontece uma das partes mais legais do livro quando Catherine viaja com Eleanor para passar um tempo na Abadia de Northanger, a partir daqui acompanhamos o amadurecimento da personagem.
Acredito que a simplicidade da narrativa tenha sido o que mais me cativou na leitura, além de ter dado bastante fluidez a história. É um livro leve que tem como foco a inclusão social da protagonista, sua evolução como pessoa e seus relacionamentos interpessoais. Uma das coisas mais lindas dessa experiência literária pra mim foi a amizade de Catherine e Eleanor.