Resenhas - Lucíola

May 28/10/2023

Um romance de paixão e redenção
"Lucíola", uma obra clássica de José de Alencar, mergulha os leitores nas complexidades da sociedade do século XIX. O livro nos apresenta à cortesã Lucíola, uma mulher de beleza e espírito cativantes, e a Paulo, um homem que se envolve profundamente em seu mundo.

Lucíola, cujo nome verdadeiro é Maria da Glória, é uma mulher que desafia as convenções sociais de sua época. Ela sai de casa e se estabelece no Rio de Janeiro como uma cortesã, em busca de independência e controle sobre sua própria vida. A decisão de se tornar uma cortesã é um ato de rebeldia contra o papel tradicionalmente atribuído às mulheres na sociedade do século XIX, um ato que a coloca no controle de sua sexualidade e destino.

No entanto, o livro também revela as contradições internas de Lucíola. Ela se apaixona por Paulo, o protagonista, e sua busca por redenção e amor verdadeiro é uma parte fundamental da narrativa. Essa contradição na personagem a torna um retrato complexo da mulher em uma sociedade repressora. Através da personagem de Lucíola, Alencar aborda a hipocrisia social e as restrições impostas às mulheres da época.

"Lucíola" é uma leitura que nos faz refletir sobre os conceitos de moralidade e amor verdadeiro. É uma obra literária que continua a fascinar os leitores, oferecendo uma visão perspicaz das complexidades do coração humano e da sociedade em transformação.

Elizabeth.Woolridg 27/10/2023

Lucíola
Primeiro, por que o nome do livro é Lucíola se o nome da personagem é Lúcia?

Bom, com certeza essa não vai ser a minha melhor resenha, mas vamos lá:
Eu gostei bastante da construção da Lúcia, nunca pensei que um clássico nacional escrito há tanto tempo daria tanto destaque à figura de uma personagem feminina. Mas também vejo muitas marcas da ?moralidade forçada? da época, afinal a Lúcia só conseguiu se ?redimir? através de um homem, que é o Paulo (o que realmente não faz sentido, porque para mim ela era muito mais ?santa? que ele, mesmo em sua era cortesã) e se torna completamente submissa a ele, de uma forma que incomoda mesmo.
Mas isso é o que dá um toque à obra, não sei explicar, mas é simplesmente ?bonito? de pensar que a mulher saiu de um antro de perdição para se tornar quase que uma Virgem Maria, e o final disso tudo (previsivelmente) é a morte que carregou sua redenção.
É um livro muito complexo, muito mesmo, e é aquele tipo de história escrita por uma pessoa comum que teve a chance de conhecer uma pessoa extraordinária. Porque sim, não foi Paulo que redimiu Lúcia e a deu tudo que ela conseguiu no final da história, vivendo com sua irmã em um estado de paz. Foi Lúcia que conquistou tudo isso sozinha, porque ela já não era uma pessoa má de início, ela só entrou nessa vida para sustentar a família, e era uma jovem desamparada como tantas outras.
Gostei bastante da história, embora às vezes fosse meio ?chatinho? acompanhar todas as idas e vindas do casal Paulo e Lúcia, sendo que ele sempre estava insatisfeito e arrumava um motivo para tornar a vida dela um inferno (e não o contrário!). Mas, com certeza, as melhores partes foram as que mostravam as oscilações do humor e do temperamento da Lúcia, que ia de completamente apática a romântica, sensual, deprimida, pensativa. Achei essas partes muito reais, afinal toda mulher (pelo menos eu) passa por essa mistura de sensações e emoções, principalmente em uma idade tão jovem, já que ela tinha apenas 19 anos. E também gostei da parte em que ela descrevia como ela conseguia suportar tudo que a profissão dela a fazia passar, cultivando um ódio profundo por cada homem que a violava (porque isso é uma violação sim, se você pensar bem no assunto) e se dissociava, não lembrando de nada no dia seguinte. É o tipo de livro que eu apostaria que foi influenciado por uma pessoa real.

Gabriela.Carioca 13/10/2023

Resenha: Lucíola
Como muitos outros livros, li esse por conta da escola!
É um livro em que você nao espera se emocionar de alguma forma e acaba se emocionando com os relatos finas da protagonista. Mesmo sendo sobre um romance que envolve uma cortesã, é algo surpreendente, já que você recebe evoluções da personagem.
É uma história de vai e vem em relação ao relacionamento dos protagonistas. Achei bem desenvolvido, pena que o final acabou sendo meio corridinho.

letAcia1172 11/10/2023

A dualidade de Lúcia
Esse foi um livro um tanto quanto difícil de ler. Mas reconheço a importância do contato com obras (no caso, romances) que ajudaram a dar uma forma à nossa literatura nacional (nesta época ainda em construção). E Alencar foi um dos grandes destaques nesse processo introdutório do gênero romance no Brasil e de consolidação de uma nacionalidade.

Entre os romances que publicou, temos Lucíola. Esta obra conta a história de amor (digamos assim) entre Paulo e Lúcia. Lúcia era uma cortesã carioca, e Paulo era um recém-chegado à cidade. Os dois acabam por se aproximar de uma maneira distinta pq Lúcia sente uma diferença no tratamento de Paulo, ela percebe que ele "não é como os outros", que ele a enxerga para além de seu corpo. Por essa razão, a mulher se torna devota a ele - ao ponto de abandonar a profissão.

Na forma de todo romance, há um herói. E neste, a nossa heroína é a Lúcia. A narrativa gira em torno dela e de sua dualidade. Dualidade no sentido de ela ser composta por duas partes: a Lúcia e a Maria da Glória. A Lúcia é a parte que diz respeito ao corpo, a Maria da Glória é a parte que diz respeito à alma. Essas duas partes de si correspondem respectivamente ao seu lado "negativo" e ao seu lado "positivo". E isso fica claro na forma como o enredo é construído. Nós vemos q esse lado negativo, o corpo, aparece na figura da mulher fatal que ela demonstra ser no começo, quando ainda prostituta, cercada de abundâncias e luxúrias, enquanto o lado positivo, a alma, aparece quando ela tem a sua "redenção" - quando deixa de ser prostituta e volta a ser quem era antes. Com isso, nós vemos que na verdade a história nao é sobre uma história de amor, é sobre Lúcia. E esta, serve para reafirmar os valores sociais cristalizados na sociedade da época - com essa "transformação" ela alude a um como comportar-se para viver bem. Daí o caráter moralista da obra. Essa estratégia com certeza influenciou na aceitabilidade do romance naquele meio social no qual circulou.

E, apesar de ser baseada numa obra francesa, é notória a tentativa de Alencar de tornar nacional, por exemplo a partir da repetição dos nomes das ruas do Rio de Janeiro e dos personagens. Estes claramente nao eram brasileiros em essência, assim como o meio no qual a obra se passa - o meio burguês. Mas esse foi o pontapé inicial, Alencar introduziu, preparou o terreno para outros autores que se aprofundariam nessas questões futuramente.

Letícia 04/10/2023

Bom!
O livro traz um tema ainda atual, embora sua linguagem aumente o grau de dificuldade da leitura. Mesmo assim, considero a leitura válida.

Gabriel Nasci 29/09/2023

Romance brasileiro do sec xix
José de Alencar, em seu livro, apresenta uma mulher forte que ao correr da trama vai perdendo sua força. Ela toma todo espaço na obra, desviando a atenção do amor de Paulo para a realidade vivida por ela. A obra é muito boa, cada traço dela relatado por Paulo tem um sentido para trama, observa-se as cores dos vestidos dela para certas ocasiões

Minhas Galáxias 28/09/2023

Horroso, me faz mal
A narrativa é arrastada e esse livro envelheceu muito mal. A parte mais interessante foi quando a Lucia estava falando sobre seu passado e como chegou até ali, pena que só durou umas 4 páginas.
É carregado de misoginia e passagens super violentas, fiquei abismada.

soufernanda 27/09/2023

Lucíola: três mulheres em um corpo
Meus professores estão sempre dizendo "não chorem durante as leituras", pois isso significa que você caiu nas armadilhas do autor. Durante a leitura de "Lucíola" eu me permiti deixar a emoção transbordar e chorei com a morte da personagem como se perdesse algum parente próximo.

Os contatos que já tive com as obras de José de Alencar foram todos muito agradáveis e com este livro na foi diferente. É simplesmente genial.

Apesar de ter uma obra muito bem construída do início ao fim, há três aspectos da narrativa que que gostaria de destacar:

1. A construção das várias personalidades:

Quando avançamos na leitura, descobrimos que o nome verdadeiro de "Lúcia" é "Maria da Glória", pois nascera em 15 de agosto, dia em que se celebra a santa de mesmo nome.
Maria da Glória era uma jovem menina cuja sorte a obrigou a trocar sua inocência por dinheiro. Embora tenha feito esta barganha com a melhor e mais pura das intenções, seu esforço foi retribuído com ingratidão e desprezo. Sozinha no mundo, Maria da Glória entrega-se à única opção que poderia salvá-la da miséria absoluta: a prostituição. No entanto, como não queria lançar sobre sua família a imoralidade de suas atitudes, roubou o nome de uma jovem que morrera junto dela.
Assim, sepulta-se Maria da Glória e nasce Lúcia!

Com este nome, a personagem apresenta-se como uma mulher cuja exuberante beleza é capaz de subjulgar qualquer homem, possuidora de uma sagacidade impressionante e, principalmente, ambígua. Lúcia é uma cortesã sem escrúpulos, mas, curiosamente, comporta-se com uma dignidade desconcertante, fazendo com que as pessoas, não raramente, sintam-se culpadas por tratá-la como a cortesã que é.

Por fim, nas páginas finais do livro, Lúcia retoma sua identidade como Maria da Glória, mas, ainda que assuma uma atitude um tanto quanto pueril, ela não é capaz de voltar a ser a mesma menina de antes, pois carrega as manchas de sua vida como cortesã. Ainda sim, por mais absurdo que possa parecer, há neste ponto uma inegável aproximação entre esta alma cheia de pecados e o sagrado, o divino.

Assim, constroem-se as três personalidades dessa paradoxal mulher.

2. Onomástica

Acompanhando as personalidades, estão os nomes cuidadosamente escolhidos por José de Alencar para identificá-las e, mais que isso, traduzi-las.

- LÚCIA representa perfeitamente a ambiguidade da cortesã, visto que o estudo da etimologia deste nome revela que sua raiz pode remeter às palavras que significam "Luz" ou "Lúcifer".

- "MARIA DA GLÓRIA" representa a pureza de menina através da junção de "Maria", que remete à figura feminina sagrada do cristianismo (Virgem Maria), mas também tem o significado de "senhora" e "Glória" que é uma outra forma de referir-se à mãe de Cristo, atribui a qualidade de honradez à pessoa portadora do nome. Juntos, significam "senhora excelsa", "senhora honrada".

- "MARIA" é o nome pelo qual a moça pede para ser chamada no exórdio da obra. Sendo abreviação de "Maria da Glória", percebe-se neste ponto a utilização do primeiro nome como reforço à religiosidade resgatada pela personagem neste momento da narrativa.

3. A reconstrução da narrativa bíblica da Páscoa

Para concretizar o teor moralizante da obra, José de Alencar narra a "morte" de Lúcia, a pecadora, e sua ressurreição como ser divino.
Reparem que a morte de "Maria", no fim da obra, não é narrada como castigo e sim como a libertação de sua alma pura do seu corpo humano cheio de pecados, tal como ocorreu com Jesus.

Luana 22/09/2023

A única parte do livro que eu gosto são os diálogos inteligentes da Lúcia, mas na maior parte o livro foi uma tristeza de ler. Tipo, o Paulo é 100% tóxico e a Lúcia tem sérios problemas mentais provenientes do passado dela.

Maria15394 21/09/2023

Lucíola
É um livro que me cativou, Lucíola é um livro que, para ler, precisa de uma certa paciência. O que mais me chamou atenção no livro foi o desenrolar do romance, e a forma como Paulo trata Lúcia, mesmo ela sendo uma prostituta. É uma romance clássico e ótimo, ao meu ver.

Alê 19/09/2023

Uma obra característica do Romantismo
Sou apaixonada pela literatura brasileira e com Lucíola não foi diferente. José de Alencar escreve de forma primorosa esse romance. Imagino o quão mal visto a obra foi para a época, já que se vê nela a vida de uma prostituta da época.
Contrariando os costumes da época em que foi escrito, o livro conta a história de amor entre Lucíola e Paulo. Ela, uma prostituta que foi levada pelas dificuldades da vida a vender seu corpo e sua alma. Ele, um simples homem quue se encanta profundamente por ela.
O romance é escrito por Paulo onde ele discorre sobre a trajetória do casal e todas as cóleras e felicidades de sua amada.
O livro diz ser um manuscrito com cartas enviadas a uma senhora G.M que fiquei curiosa para saber se é realmente uma pessoa da vida de José de Alencar ou um personagem, já que no livro ele não fala nada sobre a tal senhora.
Ademais, adorei o livro. No ínicio foi meio arrastado como todo clássico brasileiro, mas depois consegui ler com mais rapidez.

Julia 16/09/2023

Classico
Tive que ler esse por ser um clássico do romantismo. Por ser um romance romântico, não gostei, não nada fã desse estilo. Li varias idas e voltas do casal e nenhuma dessa me cativou. Enfim, vale ler pelo período do livro.

Guacira.GonAalves 14/09/2023

A história de amor entre um homem e uma prostituta de luxo da corte do Rio de Janeiro. Uma história ousada.

Gabi 09/09/2023

As faces de Lúcia
A princípio, pensei que demoraria mais para finalizar essa leitura, já que tendo a procrastinar a leitura de clássicos, mas acredito que o método que adotei ajudou bastante.

Estou realmente impressionada com o estilo de escrita de Alencar, por trazer tantas questões sociais e diferentes críticas às opiniões da época, possibilita que o leitor aprimore seu lado crítico.

Além disso, não posso deixar de comentar minhas impressões sobre Lúcia (ou Maria da Glória) é uma personagem um tanto singular, com seus conflitos e traumas, acometida por uma personalidade instável bastante difícil de compreender.

É uma leitura bastante interessante que recomendo a todos, inclusive àqueles que não estão habituados com os clássicos, pois traz uma riqueza estética de encantar.

Larissa 05/09/2023

É
Não imaginava o final? me surpreende com o final, fiquei indignada. O início do livro não me chamou nada a atenção, mas ao desenrolar da história, você vai se interessando pelos personagens (este livro foi passado pelo professor, para uma atividade avaliativa)?