O Sonho dos Heróis

O Sonho dos Heróis Adolfo Bioy Casares




Resenhas - O sonho dos heróis


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Pri | @biblio.faga 07/12/2019

No futuro, como um rio, corre o nosso destino, conforme o desenhamos aqui embaixo. Tudo está no futuro, porque tudo é possível. (p. 44)
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Marcado pelo realismo fantástico, a obra conta a história e a obsessão de Emílio Gauna, um jovem mecânico, cujo objetivo é desvendar e reviver (três anos depois) as aventuras vividas no Carnaval portenho de 1927, tempo este em que acredita ter alcançado e realizado o “sonho dos heróis”.

O enredo é interesse e instigante, a despeito de trechos com um ritmo mais lento e atos que podem incomodar; a linguagem não é rebuscada em demasia, o que deixa a leitura fluida.
Trata-se de uma trama onírica, com uma estrutura circular, que questiona o poder e a imutabilidade do destino frente as escolhas que fazemos. O final é simplesmente incrível e encerra com brilhantismo a obra.

O protagonista Gauna é muito bem construído, repleto de nuances, indagações e, me arrisco a dizer, que logra conquistar algumas pequenas evoluções; embora (com razão) não seja um personagem tão bem quisto - ele claramente tem problemas para encarar a vida adulta e é altamente influenciável por amizades questionáveis. No entanto, até seu lado “detestável” tem um claro propósito narrativo, e não deve ser visto como um endeusamento desta postura (ou da própria sociedade), tampouco da opinião do autor, mas sim como uma crítica.

Fato este que fica evidente quando se analisa a personagem Clara, filha do bruxo Taboada, uma moça dada às artes, faz teatro e gosta de ler, decidida, vai atrás do quer - uma mulher à frente do seu tempo, uma verdadeira heroína.


Quotes:
“Nessa viagem nem tudo é bom e nem tudo é ruim. Por você e pelos outros, não a empreenda novamente. É uma bela memória e a memória é a vida. Não a destrua.” (p. 46)
“O presente é único: era isso que ele não tinha percebido, isso que denotava suas pobres tentativas de magia evocatória” (p. 176)

site: https://www.instagram.com/biblio.faga/
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Lusia.Nicolino 09/01/2020

E você, ganhará ou perderá vidas nesse jogo?
Dos livros que li esse ano acredito que esse seja, até agora, o mais difícil para fazer essa notinha.
3 razões: Bioy conviveu com Jorge Luis Borges e há quem se atreva a dizer que ele foi maior que Borges – meu primeiro desconforto.
Não alcanço a profundidade que liga o nome da obra ao conteúdo da mesma – meu segundo desconforto.
Não gosto de Emilio Gauna, o personagem principal. Meu terceiro desconforto.
Mas, justamente esses desconfortos me fazem refletir sobre como o texto é maior que as minhas expectativas e que eu devo olhar para ele com outra perspectiva.
Pelos fatos históricos, lugares reais e personagens com quem poderíamos cruzar, exceto pelo fato de estarem em 1927, o realismo fantástico de Bioy e Borges (!), pauta a história e seu desfecho.
A fantasia se disfarça de realidade? Ou a realidade deve ser encarada como fantasia já que a crueza dos fatos nos atropela sem dó nem piedade?
Gauna, o protagonista, resolve gastar um dinheiro que ganhou em uma aposta nas corridas de cavalo com um grupo de amigos, durante os três dias de carnaval.
E depois, entre sabores, amores e lembranças nebulosas é preciso reencontrar-se e encarar o seu destino.
O que esse desconforto, do personagem e, em muitos casos, dos leitores, reserva?
É preciso encarar essa leitura para avançar na fase desse fantástico game que é ser um leitor.
E você, ganhará ou perderá vidas nesse jogo?

Quote: “Nem sempre se pode ser leal. Nosso passado, em geral, é uma vergonha, e não se pode ser leal com o passado ao preço de ser desleal com o presente. Quero dizer que não há calamidade maior que um homem que não escuta seu próprio juízo.”

site: https://www.facebook.com/lunicolinole
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Ruth Roland 07/02/2020

No final das contas, até gostei da história
"Que ideia a de que no Carnaval as pessoas se mascaram. No Carnaval desmascaram-se." Frase da revistinha que acompanha o livro enviado pela Tag, e que só agora depois de terminada a leitura, fez bastante sentido, ao descobrir o que Gauna e seus "amigos" fizeram no carnaval de 27. Já havia abandonado esse livro antes, mas resolvi dar uma segunda chance agora, e fluiu. Depois de anos querendo descobrir e relembrar, reviver o que aconteceu em 27, Emílio Gauna apenas persegue seu trágico destino. E fica o questionamento: é possível controlar o destino? Ou tudo acintece como tem que acontecer mais cedo ou mais tarde? Gostei da escrita do autor e apesar de sentir uma raiva de Gauna um monte de vezes durante a leitura, acabei surpresa com o final e até gostando da história.
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Alê Ferreira 18/06/2019

Fim de leitura e aquela sensação de incompreensão, de surpresa e de estranhamento.
Ao início o livro pareceu-me uma história um tanto vazia, que não despertaria, grande interesse. Em alguns trechos senti-me confusa, em outros senti raiva do personagem principal, de sua futilidade de seu comportamento, misógino e machista, bem como de sua personalidade insegura, imatura e vacilante.
Aparentemente o livro revela-se em pontas soltas e descrições sem grande relevância, no entanto ao terminar a obra, finalmente é possível reconhecer algumas intenções do autor, é possível inferir algumas questões extremamente profundas, e no resvalar da literatura fantástica é possível também viajar no desfecho do livro e perceber que o autor criou uma atmosfera de mistério e torna-se impossível não divagar em reflexões sobre o sentido da vida, sobre as relações interpessoais, sobre o amor, a sua força, a sua complexidade.
Pareceu-me que a grande reflexão é mesmo sobre a futilidade, a vida tão sem sentido do personagem principal que passa a agarrar-se a um acontecimento tão sórdido como se fora algo incrível é maravilhoso, escondendo-se sob o manto da embriaguez. Considerei o final perfeito é inexorável, inevitável ante o comportamento da personagem de Gauna. Em nenhum lugar haverá salvação, quando o indivíduo carrega dentro de si a perdição e ninguém pode livrar aquele que a si próprio oferece ao flagelo.

Meu ig @viva_lendo
https://www.instagram.com/p/Bytwzcojvtz/?igshid=1h9dqg3svyj1
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Toni Nando 12/04/2019

Livro que precisa de releitura
É uma obra que explora bem as misérias humanas, fica evidente em Guana, as nossas fraquezas, machismos e leviandade.
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Pandora 30/05/2019

Fácil de ler, difícil de interpretar. Que livro rico. O livro tem 208 páginas, passei 207 sem saber para onde eu estava indo com essa leitura e "qual era a ideia de Bioy" na página 208 descobri e estou ?! Gente, esse livro é muito século XX! O sonho dos heróis é isso mesmo que Bioy narra, com riqueza de detalhes.... Seria mais envolvente se ele tivesse escolhido escrever um conto, mas se tivesse feito isso não obteria esse resultado.
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Debora 24/05/2019

Quem é o herói?
Na contramão da maioria dos leitores da TAG, que não gostou deste livro, eu gostei muito.
Sou apaixonada por literatura latinoamericana e, portanto, pelo realismo mágico vigente em muitos de nossos autores. No que todos viram um personagem machista, agressivo, um imbecil, enfim, eu vi um rapaz, na década de 20, vivendo no seu próprio meio, entre os pobres trabalhadores da Argentina. Um rapaz para quem os amigos parecem ser tudo, principalmente o "norte" da vida.
Larssen parece ser o único consciente do que quer e levar sua vida por si e não pelo grupo.
Ao se apaixonar, Gauna não sabe como agir, pq isso não faz parte do que ele viu/viveu até então. Mas Clara o conquista de forma a que ele lute contra o que ele acha que é o certo até então.
E o desfecho, para mim, é um resultado desta luta interna de Gauna que, na minha opinião, não é o herói. Mas uma figura do meio apenas.
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Mariana Dal Chico 18/05/2019

“O Sonho dos Heróis” de Adolfo Bioy Casares foi meu primeiro contato com o autor, título indicado por Javier Cercas aos assinantes da @taglivros curadoria.
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Confesso que quando recebi o livro fiquei com um certo receio, muitas vezes vi pessoas comentando sobre o quanto Bioy Casares tinha uma escrita estruturada, com histórias complexas e “difíceis”. Comecei a leitura cheia de expectativa, Gauna ganhou dinheiro em um aposta de corrida e resolveu gastar tudo com seus amigos nos três dias de carnaval, na última noite algo extraordinário e misterioso aconteceu, mas Gauna não guarda lembranças, apenas um sentimento forte e o desejo de relembrar a noite mais incrível de sua vida.

O primeiro terço da leitura fluiu muito bem, mas depois veio uma morosidade que se prolongou e fez com que eu deixasse o livro de lado por vários dias, todas as vezes que eu o olhava e tentava retomar a leitura, perdia a vontade e pegava outra coisa. Resolvi insistir, passado dois terços, a leitura voltou a fluir e cheguei ao final.

Compreendo que o “tédio” inserido no enredo é proposital, faz parte da vida, quando temos um período de euforia, o que vem a seguir parece ser sem graça, gera uma ansiedade por aquilo que foi perdido. Só que essa parte foi tão bem escrita, que a leitura arrastada quase me fez desistir de prosseguir a leitura.

É no terço final, ou mais especificamente, nas últimas páginas, que todas as peças começam a se encaixar e compreendi muitas coisas que estavam sendo construídas ao longo da narrativa. Gostei de ver as máscaras caírem e a forma como o autor demonstra que o desejo de reviver o passado ilusório pode minar sua felicidade do presente.

É aquele tipo de final que ao terminar a última frase, você quer voltar para os primeiros capítulos e confirmar que as pistas estavam todas lá.
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Gostei do livro, mas não posso dizer que a experiência de leitura me agradou em sua completude, gosto de degustar cada palavra do momento da leitura em si. Esse é um daqueles livros em que passei a apreciar mais depois que terminei de ler e refletir sobre sua estrutura.
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Instagram @maridalchico

site: https://www.instagram.com/p/BxmwmnGjrYS/
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Selennie 12/05/2019

É preciso ler até o final antes de julgar o livro! Não é fantástico, mas é interessante.
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ToniBooks 06/06/2024

Baco e Chronos
O protagonista Emílio Gauna fica refém, depois de três dias de carnaval e embriaguez, da sua obsessão por descobrir a verdade sobre os acontecimentos e as pessoas presentes, mas, sobretudo: quem é aquela mulher misteriosa com quem dançou no baile de máscaras.
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Isa Nascimento 08/05/2019

Contradições evidenciadas
O livro que o começo não promete nada. O protagonista é chato e todos os personagens masculinos são completamente absurdos. Talvez um livro que pra época chocasse menos a descrição de seus pensamentos, hoje não consigo ver como algo minimamente aceitável. Mas é uma história que se desenvolve naturalmente, fluída. Depois que você engole o ranço inicial, você percebe uma história que vai além do óbvio. A personagem da Clara também deixa o livro muito mais interessante, e os desdobramentos da história são igualmente bem aplicados. Acho que o final do livro também é condizente com a história. O protagonista sendo sempre contraditório também é algo que me fez interessar um pouco mais por ele, essa dualidade de seus pensamentos, deixando-o mais palpável e humano, me aproximou um pouco mais deles, das formas como ele não sabe muito bem o que pensar, porque ele acreditava que o que ele aprendeu sobre liberdade e coragem eram contrários ao que ele sentia. E isso mina seus relacionamentos e o leva a um destino inevitável. Adorei o final do livro, me surpreendeu bastante, mais ainda que muitos livros que prometem algo e não entregam, nesse livro os mistérios se tornam a chave pra um livro acabar bem.
Graças a TAG pude ter essa experiência e estou grata por ter contato com esse autor.
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isa.dantas 27/04/2019

Um certo estranhamento inicial e uma falta de digestão na parte final. É um livro que pede releituras, mas que sem dúvidas, é uma ótima leitura.
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Ilmar 21/04/2019

+-
Achei o livro enrolado. Tudo bem que se você pegar a história mesmo, a linha principal fica interessante. E foi um belo plot twist o final. Mas podia ter se resumido muita coisa na minha opinião.
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