Lucas dos Reis @EstanteQuadrada 15/04/2021Drama aquilianoEu li o primeiro livro, ?Ele: Quando Ryan conheceu James?, há muitos anos e confesso que não sei se gostaria tanto se lesse nos dias de hoje.
Foi minha primeira experiência com livros New Adults e também um dos primeiros romances LGBT que eu tinha contado, então não havia muito parâmetro para comparações.
Hoje, quase 50 histórias LGBT depois, li ?Nós: O felizes para sempre de Ryan e James?. A sequência continua a história apenas alguns meses depois de onde a anterior se encerrou.
Os personagens são carismáticos, mas me confundiu algumas vezes. Quando estão juntos eu consegui diferencia-los, mas quando separados eu os confundia. Os personagens brancos, musculosos e heteronormativos tem costumes muito parecidos no geral.
Algumas coisas entre eles são bem diferentes e aprofundadas, como o relacionamento com suas famílias e a sexualidade de cada um (um deles é bissexual).
Porém, esse é justamente um dos pontos fracos do livro: a falta de representatividade real. As cenas que falam sobre a sexualidade dos dois são muito rasas e irreais.
Ambas as autoras do livro são hétero, então é de se esperar que não tenham propriedade de fala sobre o prazer entre homens. Além disso, também faltou a visão de quem é LGBT.
Algumas falas e cenas são completamente fora da realidade de quem vive no meio LGBT, como alguns termos usados, a falta de outras pessoas queer por perto e também o desinteresse em procurar mais sobre a comunidade como um todo.
Por outro lado, as partes dramáticas da história são muito bem desenvolvidas. Os plot twists e elementos para deixar o romance mais emocionante foram feitos muito bem pelas autoras.
Foi divertido e emocionante acompanhar as reviravoltas na vida de um jogador de hóquei gay enquanto tem sua temporada de estreia ja sendo icônica.
Os dramas pessoais de cada um dos personagens me fez continuar lendo, me deixando curioso para saber até onde iria chegar.
É o tipo de história para ler de maneira confortável, sabendo que terá um final feliz, mas sem esperar grandes inovações.