@blogleiturasdiarias 02/04/2020Resenha | A Ladra do DemônioA Ladra do Demônio é a continuação direta de O Último dos Magos, e surpreendentemente, a história ainda continua em alta. Suas quase 800 páginas guardam revelações e mistérios primorosos, além de enriquecer esse universo fantástico.
Esta percebe que tudo que aprendeu é uma grande mentira. Agora correndo contra o tempo, ela junto de Harte precisa encontrar os quatros elementos capazes de deter o poder que foi liberado quando roubou o Ars Arcana, o livro da origem da magia. E para isso, precisam sair do limite da Beira enfrentando uma nova aventura e pondo em risco suas vidas — onde sempre acreditaram que não existiria Mageus. Um acontecimento poderoso o suficiente para desestruturar tudo que tinham planejado; Um mundo desconhecido; Novos inimigos e amigos; Descobertas sobre o que é a magia e onde se meteram é o que os aguardam. Serão eles capazes de salvar o mundo?
Um desenvolvimento extremamente interessante! Seu ponto alto é nos trazer um contexto que apesar de ter semelhanças com o que vimos no primeiro volume, a sua vertente é completamente oposta. Aqui temos bastante informações sobre o que é propriamente a magia e onde surgiu, junto de novos elementos que se conectaram excelentemente com a conjuntura. Não espere numerosas situações que modifiquem o andamento linear — ainda que existiam pontualmente — pois seu maior foco é nos trazer explicações de mundo.
Acredito que talvez esse tenha sido o meu maior problema. Por não ter grandes ocorrências que abalem estruturas, pelas reviravoltas e esclarecimentos serem em trechos específicos, muitas das páginas me passaram a sensação de serem desnecessárias. Ele não é chato de ler — até porque a escrita da Lisa Maxwell é gostosa de acompanhar, então não fica massante — porém, sinto que não seria primordial esse quantitativo de páginas, o que pode cansar alguns leitores.
"Aconteceram coisas demais. Pessoas demais se foram, e tudo porque ela se dispusera a acreditar no conforto das mentiras e se deixou manipular facilmente. Era um erro que a Ladra não repetiria. A verdade a respeito de quem e do que havia sido fora marcada nela a fogo, queimando todas as mentiras que um dia aceitara. Mentiras a respeito de seu mundo. De si mesma." pág.13
Sobre os personagens, gostei do fato de termos a inserção de novos rostos e conhecidos nomes ganhando maiores destaques. São vários pontos de vistas durante toda a narrativa, nos trazendo perspectivas e ângulos diferenciados, até mesmo daqueles considerados controversos — pelo que me lembro, temos no mínimo 8 pontos de vistas. Harte e Esta detêm as maiores parcelas do enredo, contudo muitos outros aparecem e podem ganhar nossos corações, que no meu caso ficou com a Cela e o Jianyu. Um adendo, é apresentar a diversidade cultural nas características físicas entre esse grupo, mostrando também seus problemas enfrentados.
E não poderia deixar de falar dos plot twists e evidenciações. Me agradou demais o aprofundamento sobre aspectos que fazem parte do cerne principal e não tinha sido melhores explorados, além de ter elucidado lacunas que nós e a dupla principal tinham dúvidas. O final, em minha opinião, traz o ápice da obra, até me chocando com as escolhas. Temos um gancho para o sucessor que pode nos deixar roendo as unhas de ansiedade, e eu acredito que ele deixa o conjunto em alta — tenho grandes expectativas para esse desfecho.
De uma forma geral, A Ladra do Demônio cumpre circunstancialmente seu papel de volume intermediário. Nos prova definitivamente que temos um universo fantástico singular, ímpar e que chama atenção — deem uma chance! Os leitores fãs do gênero terão um prato cheio, e aqueles que querem se arriscar terão espantosas surpresas.
Na parte física, gosto desse estilo de capas que é a original, se não estiver enganada. A escolha do título sempre tem conexão com cenas do conteúdo, e essa referência para mim foi melhor que a do primeiro. A diagramação é simples, sem detalhes, e mais uma vez, a Plataforma 21 peca na escolha na gramatura e tipo de folha. Ainda acho que pagar caro e receber um material frágil é algo que nenhum leitor quer, sendo um dos motivos que demorei a comprar meu exemplar, esperando promoções. Entendo que o mercado editorial passa por crise — e as aquisições de fantasia são caras — contudo não dá para jogar essa escolha na conta somente da crise. Como falado anteriormente, temos vários pontos de vistas na narrativa, e elas são feitas em terceira pessoa.
"Ainda não conhecia aquela pessoa que a observava do espelho, mas gostava do que via. Ou aprenderia a gostar. Faria tudo o que fosse necessário para que Nibsy jamais pusesse as mãos nas pedras. Garantiria que o Livro e o seu poder ficassem a salvo da Ordem e de quem mais pudesse usá-lo para fazer mal a pessoas iguais a ela." pág. 379
Espero que tenham gostado! A previsão do lançamento do último volume é para 2021, então existe um longo um caminho pela frente aguardando. Agora me digam vocês: conheciam A Ladra do Demônio? Vão dar uma chance ao primeiro? Ficaram curiosos? Deixa nos comentários!
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