O amigo

O amigo Sigrid Nunez




Resenhas - O amigo


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Dereck.Vogas 12/01/2024

Luto, literatura e cães
A escrita é muita boa. Uma escritora segura de seu talento. Franca, irônica, engraçada e melancólica sem ser muito forte. O livro não é pesado, é até leve, mas tem umas sacadas narrativas boas ? nada muito excepcional, mas bem feito e mais corajosa que a maioria ? misturando pensamentos, memórias, literatura (muita literatura e referência cruzada, o que gostei, mas em alguns momentos chega a ser quase pedante pelo excesso) e formas de lidar com o luto.

Li esse livro em processo de luto, e me foi muito proveitoso. Não sei se minha opinião é muito válida devido ao meu processo de luto, o que me deixou mais sensível ao livro, mas àqueles que passam pelo mesmo que passei ou procuram um livro divertido e até descontraído que fale de tudo um pouco com versatilidade e graça, eu recomendo. É uma ótima leitura.

Críticas? Não tem tanto sobre o cachorro no livro, o que achei que teria bem mais devido a própria capa e a sinopse. O problema é que, quando o livro foca na relação com o cão é tão boa, que deixa um gosto na boca de querendo bem mais. Não que os outros assuntos abordados sejam ruins, na verdade são ótimos, mas o que me pareceu ser o foco do livro além do luto (que é muito bem escrito) deixou a vontade de querer mais.

Toda a parte do luto da perda do amigo que deixou o cão, é muito boa. Todo o processo. O livro parece uma carta aberta ao falecido. É lindo e emocionante muitos momentos. Mas o que deixou a desejar pra mim, foi quando a autora entrou na relação do luto com cuidar do cachorro e não foi mais fundo. Se houvesse menos lições de litetatura e mais relações com o cão, relações de cuidado, luto e depressão, certeza a potência da mensagem seria ainda maior.

Ainda assim, achei um ótimo livro e com certeza recomendarei.
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Carol 30/04/2023

Impressões da Carol
Livro: O amigo {2018}
Autora: Sigrid Nunez {EUA, 1951-}
Tradução: Carla Fortino
Editora: Instante
216p.

"Você tem que perceber que não pode esperar consolar-se da sua dor com a escrita". Qual a probabilidade de um livro, que traz por epígrafe um dito de Natalia Ginzburg, ser ruim? Nenhuma!

Demorei a dar uma chance a esta leitura, pois sou traumatizada com livros que têm cachorros na capa. E olha que se eu torcer minha estante, está arriscado saírem lágrimas, sangue e gritos. Mas traço meu limite com bichinhos sofrendo.

"O Amigo", felizmente, não é dessas histórias que apelam a sentimentalismos bobos. É uma história rica, repleta de discussões urgentes, com uma escrita tão perspicaz, que mesmo temas complexos como o luto, o envelhecimento, os dilemas éticos - que se impõem a quem trabalha com as letras - são tratados de forma agradável.

O romance é escrito como uma longa carta da narradora, uma autora e professora de escrita criativa, a seu amigo de uma vida inteira, ele também escritor e professor, que acabou de se suicidar.

A escrita é sua forma de lidar com esta ausência e tentar racionalizar o ato praticado por este amigo, que ainda lhe reservou uma surpresa: a incumbência de cuidar de um dogue alemão idoso, ele, também, sofrendo pela perda do dono.

Sigrid Nunez nos brinda com vários causos de escritores e artistas refletindo sobre a morte, a amizade, o ofício da escrita, o relacionamento entre humanos e bichinhos, o luto, os traumas, a literatura, tudo muito bem amarrado nessa longa carta/ensaio da protagonista.

Cheguei até a pesquisar se o romance não teria um quê de biográfico, de tão críveis os personagens. Mas, pelo visto, não. É apenas a boa ficção, com tudo o que ela nos tem a oferecer. E boa ficção contemporânea, frise-se.

Das leituras mais legais e leves, dos últimos tempos (pensem em minha estante sangrenta). Finalmente um livro que posso indicar sem ressalvas.

"Também gosto desta frase (embora eu não consiga lembrar quem a disse): O ⁣que me impede de me tornar um misantropo completo é ver quanto os cães amam os homens." p. 83
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Bruna 21/02/2023

Que livro bom! É ele é bem diferente, não segue padrões de um romance. Ao mesmo tempo que é uma história sobre a ligação de uma pessoa e um cachorro, é também um ensaio, uma grande meditação sobre tudo e mais um pouco. Por vezes parece haver traços autobiográficos, o que confere um ar de realidade ao que foi escrito. Mas não é real, é uma ficção bem escrita.
É uma história simples, se for resumir. Essa escritora acaba "ganhando" o cachorro de seu tutor e melhor amigo depois que esse tirou a própria vida. Ela não estava esperando por isso, ainda mais um cachorro tão grande. Ela precisa lidar então com essa nova presença, o luto, o medo de ser despejada por trazer um cachorro ao seu apartamento, e a constante preocupação com a saúde do cachorro. Ela fica como que obcecada sobre a mente do cachorro, como ele enxerga as coisas, como as sente, e nesse sentido, também obcecada em escrever sobre seu grande amigo que se foi. Ela mistura lembranças e o presente, a saudade do amigo humano e o amor crescente ao seu novo amigo cachorro.
É um livro doloroso e lindo. Fala abertamente sobre diversas coisas, assim como se estivéssemos conversando com uma amiga. Não é apenas um livro sobre um cachorro e uma pessoa. É um livro sobre amor, literatura, amizade, redenção, sobre a vida.
É um daqueles raros livros em que "não acontece nada" mas é instigante e prende a atenção. A autora soube conduzir esses pensamentos e discernimentos da personagem sem ficar enfadonho ou pedante. E mais: é um livro para que gosta de literatura, visto a quantidade de discussões sobre o assunto que tem.
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Peleteiro 07/09/2022

Aquela leitura para não ver o tempo passar
Não o vejo como um grande romance, mas como uma espécie de diário interessantíssimo e rico em citações e reflexões guiados por uma narrativa fluida e singela. Me identifiquei muito com as opiniões do morto em relação ao que vem acontecendo com o mundo literário, e adorei as citações e reflexões da autora, ao menos boa parte dela.

Excelente para curar ressaca literária. Aquela leitura para não ver o tempo passar!
Karamaru 07/09/2022minha estante
S. Nunez é maravilhosa ?




Ludmila 28/08/2022

Tocante
Um livro simples, mas que me tocou profundamente. O amigo se suicida deixando um dog alemão sob seus cuidados. Todo um luto vivido e curado a partir da relaçao homem/cachorro e a partir do processo de escrito.
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Pati 17/08/2022

Acho que criei expectativas demais
Quando vi esse livro acreditei que ia me emocionar do início ao fim, o que infelizmente não aconteceu. Alguns relatos me incomodaram bastante e achei desnecessários.

Acho que criei expectativas demais, pois já a capa me faz ver meu cachorro que se chama Amigo, está com 12 anos de idade, quase 13 anos, que é uma mistura das raças Dálmata e Americano. As dificuldades que o Amigo do livro passou sou basicamente a mesma que o meu Amigo está passando, então achei que ia me emocionar, que a história ia me encantar, pois sei que o meu Amigo está na reta final de sua caminhada.

O livro está muito bem avaliado, mas eu não consegui me entregar a história e por isso dei três estrelas. Acredito que algumas páginas a menos faria com que a história não destoasse, o que na minha opinião aconteceu algumas vezes.

Talvez tenha sido expectativas demais mesmo!
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Kananda 18/07/2022

Um pouco arrastado demais. A gente se vê jogado no tempo pela narrativa que volta ao passado e ao presente várias e várias vezes. Isso é justamente a magia da história em diversos momentos, mas em outros, se torna cansativo pela aleatoriedade.
No mais, é uma história sensível. Indico.
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Karen 28/05/2022

Outra percepção
Enquanto muitos enaltecem o livro, a relação do luto, amizade, eu vi ali uma amizade NADA sadia entre um homem e uma mulher.
Um homem na verdade com traços de lixinho tanto para relacionamentos amorosos quanto de amizade.
O luto em si... traços de uma não aceitação do fato por parte da amiga, em dado momento negação total (talvez), escapismo literário (talvez), o que só me confirmou a minha interpretação de um relacionamento dodói entre ambos.
Não saia o nome de tóxico, mas 'dodói' certamente.
"O que você está esperando? Você também pode escrever um Best-seller. James Petterson. Sempre aparecendo, insistindo, persuadindo, prometendo o mundo. Como um diabo."
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helenaresend 13/04/2022

Um belo livro
Um livro com belas passagens e reflexões sobre a vida e as amizades, além de explorar bastante as dores do luto. Gostei!
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Carla Verçoza 13/02/2022

Gostei bastante
Uma leitura rápida e agradável, apesar de trazer temas pesados.
"O que somos, Apolo e eu, senão duas solidões que se protegem, se complementam, se limitam e se inclinam uma para a outra? É bom ter as coisas bem definidas. Com ou sem milagre, aconteça o que acontecer, nada vai nos separar."
Após a morte do melhor amigo, a professora universitária de escrita criativa reflete sobre o ofício de escrever e também sobre sobreviver. Ela herda o dogue alemão do amigo morto e começa a criar uma relação com o cachorro. É um livro sobre luto, perdas, solidão, abandono, saúde mental, literatura. Cheio de referências a autores e também filmes, curti bastante.
"Daquilo que sentimos falta - o que perdemos e o que lamentamos - não é o que nos torna quem, no fundo, realmente somos. Sem mencionar aquilo que queríamos na vida, mas nunca conseguimos ter. Isso é definitivamente verdadeiro após certa idade. E essa idade ocorre mais cedo do que gostaríamos."
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Leticia 13/01/2022

Bom!
Livro muito em escrito, inteligente, cita diversos autores e fala de um assunto muito delicado relativo saúde mental!
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Camille.Pezzino 22/12/2021

Interessante e duplo
Ganhei esse livro de presente de uma amiga e posso dizer que foi uma experiência dupla: é tanto sobre o ofício de escrever quanto sobre o ofício de viver e como esses dois são indissociáveis ao escritor.

Alguns trechos me incomodaram, algumas referências também, mas foi um título que achei bem pertinente àqueles que querem trabalhar com escrita criativa, bem como querem olhar para si mesmos e as relações que constroem com os outros.
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Laris 29/11/2021

Definitivamente meu favorito deste ano de 2021...
Relações sobre luto, amizade, os diversos tipo de amor, inclusive o amor por animais.
Tudo isso com muito bom humor e recheado de referências ao processo de escrita criativa e com citações de vários escritores que admiro.
O livro tem passagens tocantes, mas honestamente não vá esperando "um livro com cachorro para chorar". É muito mais belo e tocante que isso.
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