Gustavo | @guh_santtoos 01/05/2021Criatividade é o que não falta!Um homem com uma máquina fotográfica Polaroid, um segurança de shopping que é fascinado por armas, nuvens capaz de moldar objetos e pessoas e uma chuva de agulhas! Essas quatro estórias compõem o livro Tempo Estranho, de Joe Hill.
É claro que como se trata de um livro de contos, nem todos serão perfeitos. Mas uma coisa eu já lhes adianto, os quatro contos tem temáticas bem interessantes.
Instantâneo (?)
No primeiro somos apresentados a Michael, em que o próprio relembra um caso ocorrido em sua adolescência, quando tinha a idade de 13 anos, e sua antiga babá, Shelly Beukes sofria de Alzheimer. Ao que tudo indica essa grave doença começou quando ela foi fotografada por um homem estranho com uma máquina Polaroid em mãos. Após a foto ser tirada, a pessoa nunca mais era a mesma.
O conto em si tem uma ótima premissa, e a execução de Hill deixa tudo mais melancólico com um toque do Sobrenatural, mas eu ainda acho que ele poderia ter ido além...
Carregado (?)
Um segurança de shopping se vê obrigado a abrir mão de suas armas após receber um pedido de divórcio de sua esposa, que alega ter sido ameaçada por ele, quando colocou uma arma na cabeça do filho caso ela resolvesse abandonar o casamento.
Sem dúvidas o melhor conto do livro... Hill coloca uma carga dramática bem pesada nessa estória, o conto também traz algumas reflexões e críticas persistentes sobre o porte de armas. Quase me esqueci, o final vai te fazer de bobo (?)
Nas alturas (??)
Um rapaz tenta saltar de paraquedas de um avião, para homenagear sua ex-namorada. Mas o que ele não esperava era acabar caindo em uma ilha misteriosa de nuvens, que é capaz de moldar objetos e pessoas, conforme sua vontade e de acordo com o que ele pensa.
Estranho, Estranho, Estranho. Apesar de ser um conto interessante, quanto mais o narrativa avançava a estória ficava mais absurda, no nível hard mesmo, que acaba ficando difícil de imaginar.
Chuva (?)
Uma jovem recebe a visita de sua namorada, Yolanda, e da sogra, quando uma estranha chuva cai no estado do Colorado. Mas ao invés de água, chovem agulhas e pregos dourados e prateados, dizimando a população de inúmeras cidades do estado.
O conto mais ousado e criativo dos quatro na minha opinião. O conto começa super bem, nos deixa investidos na estória e pensando o como aquilo poderia ser irreal, mas possível. O problema é que lá para o meio o autor parece que se perdeu, alguns diálogos ficaram sem nexo e o final deu a impressão de corrido. Aliás, esse conto deveria carregar o título do livro, invés de ?chuva" poderia se chamar: Tempo Estranho.