Guerra às drogas e a manutenção da hierarquia racial

Guerra às drogas e a manutenção da hierarquia racial Daniela Ferrugem




Resenhas -


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Gabi Sagaz 06/12/2023

Existe uma guerra no Brasil
Existe uma guerra no Brasil, e ela não é contra as drogas; é contra o povo preto e pobre. Essa guerra é diária. Este livro é um soco no estômago, apenas leiam e indiquem.
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Maria14065 08/07/2023

É um livro com uma leitura acadêmica, mas muito bom e válido principalmente para pesquisadores na área.
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Lais Duanne 04/01/2021

Esclarecedor!!
É comum a gente sair dando opinião sobre um moi de assunto que a gente não sabe quase nada. e drogas é um desses assuntos.
Nesse livro, a Daniela, através de um adaptação da sua dissertação apresenta de forma compreensível o processo de guerras às drogas, deixando muito claro a quem essa guerra é direcionada.

Guerra só mata pessoas.
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Biblioteca Álvaro Guerra 18/02/2020

Então pode-se afirmar que este em marcha um projeto societário de anulamento e extermínio da população negra Isso soa um tanto desproporcional em uma sociedade que ainda sequer aceitou que é racista, logo não há divisão racial. Embora uma questão atordoante é necessária, não só como uma provocação para enxergarmos o que as estatísticas estão apresentando, mas sobretudo para entendermos que os números neste caso representam vidas humanas. Em sua maioria vidas de jovens negros.

Empreste esse livro na biblioteca pública.

Livro disponível para empréstimo nas Bibliotecas Municipais de São Paulo. Basta reservar! De graça!

site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/isbn/9788595302068
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Maria Ferreira / @impressoesdemaria 08/10/2019

A guerra é às drogas mesmo?
Este livro é resultado da pesquisa de mestrado em Serviço Social de Daniela Ferrugem, pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), em 2017, publicado pela Editorial Letramento em 2019.

A pesquisa é dividida em cinco capítulos, sendo que no segundo a pesquisadora aborda a questão das substâncias, das pessoas e as relações estabelecidas entre as duas, fazendo uma retomada histórica do uso de drogas ao longo do tempo e as modificações pelas quais as drogas passaram no que diz respeito aos seus usos. O terceiro capítulo discute o proibicionismo das drogas no Brasil e o quarto faz uma análise de documentos, revisão da literatura sobre o assunto e traz dados estatísticos, discutindo principalmente a criação da Lei de Drogas, em 2006.

“Uma política repressiva que consome recursos financeiros e que não reduz a oferta nem a demanda por drogas. A cada apreensão e incineração de drogas pela polícia torna-se mais visível o desequilíbrio entre repressão, produção e comércio” (p.51).

Para começar, Daniela Ferrugem faz uma pergunta instigante: “Quando decretamos guerra e as combatemos, são às substâncias que decretamos guerra?” (p.22). Essa pergunta será respondida ao longo da pesquisa e uma das respostas a que se chega é que não é uma guerra às drogas de fato, é uma guerra aos negros e pobres, porque há uma criminalização de quem faz uso e não da substâncias químicas em si, uma vez que se a pessoa for branca de classe média será taxada de usuária, enquanto se for negra e pobre, será vista como traficante. Ou seja, a guerras às drogas é uma forma de criminalização da pobreza e uma forma de genocídio da população negra.

Pesquisas como estas, que mobilizam e reúnem informações, contribuindo com o debate, são muito importantes para que a discussão seja ampliada e ocupe espaços acadêmicos, fazendo com que o senso comum reveja suas opiniões.

“Se não for superada a hierarquia racial, fundante na sociedade brasileira, não há como se buscar a superação da desigualdade social. Há que ser ultrapassada a dicotomia raça e classe, a classe não abarca integralmente a raça. Raça e classe são complementares, indispensáveis para se pensar as políticas públicas e a sociedade brasileira” (p.20).

Além disso, pensar a questão das drogas sob uma perspectiva racializada faz toda diferença, uma vez que é este grupo diretamente atingido pelas políticas de combate às drogas. Ao tomar raça e classe como categorias de análise, esta pesquisa encara a questão das drogas sob uma ótica interseccional e apesar de não ter como objetivo analisar a forma como o gênero tem influência, a pesquisadora também traz dados sobre o papel das mulheres nesta questão, principalmente no diz respeito ao aumento da população carcerária feminina.

Assim, esta pesquisa nos direciona para não pensarmos o uso das drogas por uma lente moral, taxando quem usa como dependente químico e nos fazendo atentar ao contexto de uso, que é determinante na relação que o usuário estabelece com a droga, porque enquanto a questão as drogas for discutida somente pelo viés da patologia, pouco se poderá avançar no debate. Por isso também, a pesquisadora opta pelo uso do termo “substâncias psicoativas” ao invés de “drogas”, que traz em si uma valoração negativa.

“Os blindados e tanques chegaram hoje onde as políticas de saúde, educação, lazer, saneamento básico, mobilidade urbana, emprego e renda não chegaram nos últimos 40 anos” (p.100).

Leitura mais do que indicada para quem quer entender mais sobre o assunto, esteja já inserido no debate ou começando agora. Também indico que assistam ao vídeo Cracolância, Guerra às drogas e Genocídio negro, do canal Afros e Afins, da Nátaly Neri, que é bastante complementar ao assunto tratado neste livro.

site: https://www.impressoesdemaria.com.br/2019/07/guerra-as-drogas-e-manutencao-da.html
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