O homem que odiava Machado de Assis

O homem que odiava Machado de Assis José Almeida Júnior




Resenhas - O Homem que odiava Machado de Assis


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Pipoco 25/07/2019

Viciante
José Almeida Junior faz parecer fácil o domínio da narrativa.
O texto é simples, direto e muito envolvente.
Quando percebemos, já estamos mergulhados na história, apaixonados pelos personagens (ou pegando aquele ranço deles) e querendo avançar logo até o fim (Confesso que havia momentos em que, ao contrário, eu desejava interromper a leitura para não ficar órfão de tão gostosa obra).
Recomendadíssimo para quem ama e também (se é que existe mais alguém) para quem odeia Machado de Assis!
José Almeida Júnior 26/07/2019minha estante
Obrigado pela resenha generosa, meu caro. Abração




agsantinoni 26/04/2024

Uma ficção impecável!
José almeida júnior fez um trabalho impecável partindo de fatos reais a teorias, incluindo personagens com quem machado de assis acumulou desafetos e possíveis traições, para dar vida a sua trama. pedro, uma espécie de brás cubas: privilegiado, sustentado pelo dinheiro do pai, de pouco destaque na vida política e amorosa. teria dom casmurro uma inspiração autobiográfica? será que é possível odiar machado de assis?

uma ficção de primeira categoria, com uma escrita de fácil compreensão e leitura fluída, não tenho palavras suficientes para descrever o quanto esse livro é bom.
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Gabriel Madalena 30/03/2023

Promissor!
A escrita desse livro é ótima, o autor optou por simplificar os termos e escrever de maneira moderna e fluída.

Meu problema com o livro se encontra na história, que começa bem, mas vai se alongando e virando algo repetitivo e desinteressante. O protagonista é insuportável de chato e um hipocrita de primeira linha, para piorar o romance entre ele a a outra personagem nunca ultrapassa a barreira do superficial.

No final das contas, sinto que o saldo foi positivo, e gostaria de ter visto mais interações com o Machado, já que ele injetava um ânimo mais do que necessário na história do homem que o odiava.
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Katita 17/07/2019

"Revelações sobre Dom Casmurro"
O livro é narrado em primeira pessoa por Pedro Junqueira, que conheceu Machado de Assis na infância e desde então iniciou com ele uma trajetória de rivalidades. Segundo o narrador, o autor tão prestigiado na literatura brasileira, tem um caráter duvidoso e muito diferente do que as pessoas acreditam. Eu gostei muito da história, você começa a ler e não quer parar! O livro tem uma impressão muito bonita e que favorece a experiência de leitura: as ilustrações, a arte gráfica, com folhas amareladas, espaçamento entre linhas e tamanho da fonte. Super recomendo!
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Regina 19/07/2019

Surpreendente
O livro nos leva de uma forma leva a uma história bem surpreendente. Com várias passagens folhetinescas, faz de Pedro o antiheroi. Um livro que li em 2 dias e recomendo.5/5
José Almeida Júnior 20/07/2019minha estante
Obrigado ?


José Almeida Júnior 21/07/2019minha estante
Que bom que gostou. Obrigado pela resenha




Michelly 21/07/2019

Blog Vento do Leste
No ano em que o movimento Machado de Assis Real ganha força e saí em busca de espalhar a verdadeira identidade de um dos maiores (se não o maior) escritores brasileiros, a Faro Editorial publica um livro em homenagem a Machado de Assim, com a foto real do escritor. “O Homem que Odiava Machado de Assis” foi escrito por José de Almeida Júnior e traz a possível história por trás de um dos livros mais famosos de Machado de Assis. Dom Casmurro carrega até hoje a desconfiança do protagonista sobre o comportamento de sua esposa.

Pedro Junqueira tenta decidir o momento de contar a verdade. Em meio à comoção pela morte de Machado de Assim, sua vontade é mostrar a todos, de uma vez por todas, quem era o mulato que desgraçou sua vida. O Rio de Janeiro parecia adorar um homem que não havia feito nada mais do que inferniza-lo e publicar livros que nada poderiam acrescentar a literatura. Agora, com Machado de Assim morto, sua consciência estava tranquila para contar verdade.

Aos seis anos de idade e a caminho da casa grande no Morro do Livramento, Pedro Junqueira sofria com a decisão do pai. Sua mãe falecera e seu pai havia decidido por deixa-lo aos cuidados de Dona Maria José. Seu pai alimentava o sonho que ele entrasse para a política e para que isso acontecesse, estava disposto a deixa-lo com a tia para que o educasse e ele se tornasse um homem importante.

A vida no Morro do Livramento prometia ser difícil. Logo após a sua chegada, Pedro cria uma desavença com Joaquim, um dos agregados que sua tia mantinha na casa. Assim, como Joaquim, Joana também tinha total acesso à casa grande e os dois eram tratados como se fossem da família. Se estivesse na fazenda de seu pai isso nunca aconteceria. Escravos não tinham liberdade para andar pela casa.

Pedro deixou a casa da tia após uma estadia curta e foi para um colégio interno. Os anos passaram e Pedro é enviado a Portugal para cursar a faculdade de Direito. Seu pai mantinha o plano de fazer do único filho alguém importante. Mas essa não era a vida que Pedro imaginava para si. Boêmio, vivia à custa da mesada que o pai lhe enviava e aproveitando as festas. Em uma dessas ocasiões, na casa do músico Artur Napoleão, ele conhece Carolina Novais, uma moça que passou do momento de casar, após desilusões amorosas. Contadas algumas mentiras, Pedro começa um relacionamento com a moça. Mas Carolina acaba grávida e Pedro, com medo de assumir a responsabilidade e do que o pai seria capaz de fazer, decidi fugir.

Sozinha depois de ser abandonada pela família e mal falada pela sociedade, Carolina sofre um aborto e recebe a ajuda de Artur Napoleão, para sair de Portugal rumo ao Brasil. No Rio de Janeiro, Carolina tem a oportunidade de refazer a sua vida, sem precisar revelar o seu passado.

Enquanto isso, Pedro retorna ao Brasil a pedido de seu pai e acaba ocupando um cargo no governo, ao lado do Visconde do Rio Branco, a fim de ajudar com a elaboração e aprovação da Lei do Ventre Livro. Após o sucesso no seu primeiro trabalho no governo, em uma comemoração, Pedro reencontra Carolina, que agora casada com Joaquim Maria Machado de Assis, nada mais nada menos do que o desafeto da sua infância.

A rixa entre os dois só faz aumentar com a desconfiança de Machado de Assis, que desconhece o passado de sua esposa e percebe que há algum interesse de Pedro em ficar próximo dela. Pedro fica obcecado pela ideia de ter o “amor da sua vida” de volta. Ainda imaturo, egoísta e invejoso, acaba dividido entre ter de volta a mulher que ama e a acessão política. Apesar do erro que cometeu, Pedro acredita que Carolina ainda pertence a ele e a chance de ter uma família lhe foi roubada.

A leitura é empolgante e repleta de referências históricas. Há ligações com a vida de Machado de Assis e, como disse no início, com a história mais famosa do autor. No final, há uma clara alusão ao livro publicado com o título Dom Casmurro, do qual Pedro Junqueiro afirma que trata da história do escritor que nunca soube se Carolina Novais o teria traído. A história no geral acaba sendo bem gostosa de ler. E mesmo tratando do século XIX, a linguagem é fácil de ser compreendida.

Confesso que comecei a leitura com certa desconfiança. Quem acompanha o blog a mais tempo sabe o quanto gosto dos livros de Machado de Assis, então escolhi o meu time e saí em defesa do escritor que há muito tempo conquistou meu coração. Boa parte da leitura, foi fácil assumir esse papel. Pedro Junqueira é incapaz de reconhecer os seus erros e extremamente egocêntrico. É difícil confiar nas injustiças que ele diz sofrer. Mas coloco parte da culpa também na leitora que pode não ter sido completamente imparcial na avaliação.

No geral, o livro traz personagens marcantes, que não passam despercebidos. Um enredo envolvente e divertido. Afinal, quem não gostaria de saber o que de fato aconteceu com entre Capitu e Escobar. “O Homem que Odiava Machado de Assis” pode apresentar a verdade por trás de um dos clássicos da literatura brasileira.

site: https://www.ventodoleste.com.br/2019/06/resenha-o-homem-que-odiava-machado-de.html
José Almeida Júnior 21/07/2019minha estante
Obrigado pela leitura atenta do meu livro. Abraços




Kyanja 01/08/2019

Uma história muito bem elaborada!
O que falar do aguardado livro do promissor escritor José de Almeida Júnior, que em seu primeiro romance (“A Última Hora”) já emplacou um Prêmio Sesc e muitos elogios? “O Homem que Odiava Machado de Assis” já veio ao mundo criando muitas expectativas de seus leitores, a começar pelo título instigante; depois, pela ousada ideia do autor misturar mais uma vez ficção com fatos históricos, aproveitando brechas pouco exploradas da vida do considerado maior romancista brasileiro de todos os tempos: Machado de Assis.

Não vou fazer um resumo completo e nem cronológico do romance, pois há várias resenhas disponíveis na internet que o fizeram muito bem. Destaco este, em especial (por ser bastante completo): https://www.pontozero.net.br/2019/07/23/livro-o-homem-que-odiava-machado-de-assis/

Por meio de um personagem fictício, Pedro de Alcântara, filho de um rico cafeicultor, que se apresenta logo nas primeiras páginas como o maior detrator de Machado de Assis, e é o narrador dessa história se não cheia de reviravoltas, mas com gradações de imprevisibilidade e escolhas errôneas que o levam a outras escolhas, até ser reduzido a mero figurante de um período importante da História do Brasil: a movimentação em prol do fim da escravatura, primeiro por meio da Lei Áurea, depois a Lei dos Sexagenários, até a promulgação definitiva da Abolição da Escravatura, o leitor terá oportunidade de enxergar Machado de Assis como um ser humano mesquinho e dado a rompantes vingativos —, e que ainda se apropria das ideias de um escritor menor (no caso, o próprio Pedro de Alcântara) para escrever um de seus maiores clássicos e um dos mais prestigiados romances: “Memórias Póstumas de Brás Cubas”. Mas, como se sabe, ideias e temas são universais e de domínio público; não há como defini-los como sendo de um só escritor, a não ser quando este os materializa. E cada um o materializará a seu modo, com sua genialidade (no caso de M.A.) ou mediocridade (no caso de P.A., a quem Machado de Assis sugeriu que desistisse de continuar escrevendo, pois estava muito ruim). E não nos esqueçamos de que a apresentação de um Machado de Assis sob um prisma nada favorável tem tudo a ver com esse recorte e parcialidade (para não dizer animosidade) com que é retratado pelo narrador desta história — ou seja, sagazmente não houve brechas para apresentar o outro lado da moeda, uma vez que narrado sob o ponto de vista de seu inimigo.

A rivalidade entre os dois permeou todos os campos: literário e amoroso, haja vista ambos desejarem a mesma mulher: Carolina de Novais, que inicialmente se entregou a Pedro, em Portugal, e quando se viu abandonada por este, difamada e mal falada, veio para o Brasil, onde se casou com Machado de Assis. Assim, o nosso narrador passa a cobiçar uma mulher casada e faz de tudo para reconquistá-la, sem medir consequências.

Para piorar sua situação, ele constrói sua carreira em torno de um modelo de assertividade aos ideais progressistas à abolição da escravatura, sendo até sondado para sair a candidato como deputado pela Província de São Paulo, quando se vê às voltas com mais de 1200 escravos herdados de seu pai, logo após a morte deste. É confrontado com a dura realidade de que nem sempre os ideais se coadunam com os interesses econômicos, pois não pode se desfazer dessa mão de obra gratuita nas fazendas herdadas, de uma hora para outra. Logo vê ruir por terra seus projetos de se eleger pelo Partido Liberal, após ser sumariamente expulso do Movimento conhecido como Sociedade Brasileira contra a Escravidão, que o apoiaria nas eleições, quando é difamado por meio de uma nota em jornal assinada por um tal de Lélio — pseudônimo que Machado de Assis utiliza para atacar seus inimigos.

E é em torno de todos esses conflitos e reveses de um protagonista nada heroico que o autor trabalha para criar uma história saborosíssima.

Uma leitura mais do que recomendada!
Kyanja 01/08/2019minha estante
P.S.: Onde escrevi Pedro de Alcântara, leia-se Pedro Junqueira. Não sei se existe o recurso de editar a própria resenha... :(




Orlando 05/08/2019

O Livro É | O Homem que Odiava Machado de Assis
Em O Homem que Odiava Machado de Assis, autor brasileiro nos apresenta o ilustre desconhecido Pedro Junqueira, cujo azar maior foi cruzar caminho com o célebre escritor Machado de Assis…

Imagine você que o aclamado e talentoso escritor brasileiro Machado de Assis e algumas de suas mais importantes obras sejam apenas a ponta de um iceberg cuja parte submersa é imensa e tem como força motriz o ilustre e desconhecido Pedro Junqueira.

Imagine também que Pedro Junqueira, cuja vida cruzou com a do grande escritor em diversos momentos e contra quem alimentou por todo esse caminho uma intensa, trágica e até mesmo cômica, disputa que — assim como o restante do iceberg acima citado — ficou oculta dos registros históricos oficiais.

Imagina ainda que as mais importantes obras de Machado de Assis tenham sido inspiradas na existência de Pedro Junqueira e que talvez, até mesmo, escritas por este personagem completa e totalmente desconhecido do grande público…
Pedro Junqueira, O Homem que Odiava Machado de Assis

Desde a infância que Pedro Junqueira, filho de um proeminente fazendeiro barão cafeicultor e grade proprietário de escravos, foi legado aos cuidados alheios após a morte de sua mãe, mais uma vítima da Tuberculose…

capa do livro O Homem que Odiava Machado de AssisNa chácara de Dona Maria José, tia do garoto, Pedro Junqueira, aos seis anos de idade, dividiu alguns de seus primeiros anos de vida ao lado do garoto Joaquim e da menina Joana, com os quais viveu travessuras, brincadeiras e rivalidades, estas últimas especificamente travadas contra Joaquim que, matreiro, não perdia nenhuma oportunidade de ludibriar Pedro que, apesar da dureza do pai, não passava ainda de uma criança mimada e de pouca malícia.

Nesse ambiente misto de “escola da vida” e lar de acolhimento, Pedro Junqueira aprendeu um pouco de tudo: amor, ódio, mentira, negligência, desprezo, preconceito, medo, dúvidas.

Mas chegou o dia de ir para as boas escolas que o dinheiro das fazendas e plantações de café do seu pai poderiam pagar.

Deixou para trás Joana, já uma linda moça e Joaquim, um rapaz magro, tímido, gago e que arriscava umas poesias aqui e ali.

Os anos levaram Junqueira para longe do Brasil, foi conhecer as terras lusitanas de nossos colonizadores, morou em Coimbra com tios que por lá viviam; se tornou grande amigo do músico Artur Napoleão com quem dividiu confidências e muitas e muitas garrafas de conhaque; formou-se em Direito, apesar de nunca ter exercido a profissão, ganhou oportunidades pelo título ostentado; conheceu Carolina Novais por quem passou a nutrir um estranho amor, quase uma obsessão; pede-a em casamento, mas a consumação do ato não ocorre, pois Junqueira foge da família da moça após promessas infundadas; Carolina, humilhada e desgraçada pelas promessas desfeitas, pede ajuda para Artur Napoleão que a leva para o Brasil, onde ninguém a conhece e pode começar vida nova longe da sombra da desonra que Junqueira lhe infligira…

Desesperado por descobrir o paradeiro de Carolina, Pedro se lance novamente em busca da ex-noiva, mas não a encontra, suspeita que Artur Napoleão a tenha seduzido e levado-a para o Brasil e, assim que possível, planeja partir após averiguar o destino da moça e do ex-amigo.

Pedro Junqueira volta ao Brasil, senão para encontrar seu grande amor, ao menos para usufruir melhor dos bens do pai e sua riqueza, com sorte até mesmo se lançar na promissora carreira política como deputado, onde poderia ganhar dinheiro sem precisar realmente trabalhar.

De volta ao país de origem, Pedro Junqueira reencontra muitos nomes do passado, dentre eles, claro, Artur Napoleão, que revela ao amigo todas as intempéries ocorridas com Carolina Novais e os motivos de sua vinda para o Brasil depois das humilhações sofridas pela família e pela sociedade em geral. As revelações do músico português sobre Carolina não são as melhores para Pedro…

Mas de todos os nomes do passado que retornam para atormentar Junqueira, nenhum é pior e mais forte que o do escritor Joaquim Maria Machado de Assis, o mesmo garotinho que anos atrás havia sido o primeiro Nêmesis de Junqueira e, pelo visto, seria para sempre seu grande rival para a vida toda…
O Homem que Odiava Machado de Assis | Fato, Ficção, Diversão e Reflexão

Assim, de forma rápida e intensa, o autor José Almeida Júnior tece uma teia intrincada em torno de alguns fatos peculiares sobre a vida do escritor Machado de Assis em seu inteligente, versátil e divertido livro O Homem que Odiava Machado de Assis.

Almeida Jr. parte de um princípio muito simples e, por isso mesmo genial, para erguer sua trama e conduzir sua narrativa: os pontos cegos ou obscuros da biografia de um dos mais célebres autores da Literatura Brasileira.

capa do livro O Homem que odiava Machado de AssisPela época da vida de Machado de Assis nem tudo fora registrado e até mesmo o que está guardado nas fontes históricas carece de alguns pontos a serem esclarecidos, mas o passar dos anos e das mudanças ocorridas na estrutura social tornaram impossível rastrear certos dados e fontes e é pouco provável que seja possível a essa altura do campeonato preencher essas lacunas.

Mas essa impossibilidade existe apenas no campo da história real do escritor e nos aspectos factuais, no entanto, essa impossibilidade não se aplica ao campo do fictício e da imaginação.

Acredito que para redigir sua aventura e criar toda a estrutura em torno da existência de Pedro Junqueira e de sua rivalidade com Machado de Assis, Almeida Jr. mergulhou fundíssimo na vida de Assis a ponto de saber exatamente quais pontos cegos poderiam ser utilizados e como deveriam fazer parte do livro.

Não só um exímio contador de histórias e escritor, Almeida Jr. se mostrou também um exímio ficcionista histórico, explorando os meandros da sociedade brasileira da época.

Nomes e personalidades históricas reais permeiam a aventura de Pedro Junqueira constantemente como coadjuvantes, fatos importantes como a abolição dos escravos brasileiros, por exemplo, também fazem parte da biografia fictícia do personagem, bem como da biografia real de Machado de Assis.

A rivalidade entre Junqueira, o personagem fictício, e Assis, o personagem real, dá a tônica da obra que vai gradativamente nos revelando os motivos pelos quais o primeiro simplesmente “sumiu” dos registros enquanto o segundo se tornou amplamente conhecido.

Além da grande habilidade como ficcionista histórico, Almeida Jr. também é ótimo contador de histórias e isso fica claro a cada capítulo de O Homem que Odiava Machado de Assis. O autor não tem pressa alguma em desenvolver seus personagens e arquitetar suas situações, diluiu sua parte criativa em meio ao contexto histórico de amplo conhecimento e ainda assim reservou inúmeras surpresas dentro de sua trama fictícia.

A prosa de Almeida Jr. também emula de forma bem natural o estilo textual que tínhamos na época das obras de Assis e seus contemporâneos literários e isso é outro dos pontos que colocam este livro entre os grandes lançamentos de 2019.

Todo o texto é escrito em primeira pessoa pelo ponto de vista de Pedro Junqueira exatamente como se fosse um livro da época, relatando os pontos mais importantes da biografia fictícia do personagem, cuja fala, estilo de escrita, discursos ideológicos e posturas refletem o homem branco, rico, filho de fazendeiro e vida boa do século XIX.
José Almeida júnior, autor do livro O Homem que Odiava Machado de Assis
José Almeida júnior, autor do livro O Homem que Odiava Machado de Assis

Soma-se ao cenário histórico muito bem reconstituído, à narrativa cadenciada e bem estruturada, aos personagens com muitas camadas e conflitos de diversas ordens e ao criativo mote fictício que se entrelaça com a realidade histórica uma severa, pesada e assertiva crítica à sociedade brasileira do período escravocrata pré-abolição que ainda se aplica tão bem ao Brasil que ruma para a segunda década do século XXI.

José Almeida Júnior é um nome que vem somar não só qualidade ao atual establishment literário brasileiro, ele é uma voz que vem somar um tanto de juízo e reflexão histórica sobre nosso país e nossa construção social, cultural e artística. Mesmo passando-se alguns séculos, as falas que o autor usa para pontuar os discursos da época de Machado de Assis são extremamente atuais e pertinentes.

Almeida Jr. põe na boca de alguns de seus personagens palavras como “mulato”, “mestiço” e “crioulo” que, a princípio, podem chocar alguns leitores que, por algum acaso do destino, tenham passados despercebidos pela tônica crítica e ácida da obra do escritor.

Mais do que soltas ao acaso, ou meramente perdidas como elementos de impacto gratuito, as palavras proferidas contra Assis devido a sua cor de pele vem enriquecer a perspectiva da construção social que por tantos séculos vigorou em nossa sociedade, seja ela considerada alta ou baixa. Este livro fala sobre preconceito… de todo tipo.

Ao dar voz aos preconceitos de pessoas brancas, ricas e socialmente mais aceitas como Pedro Junqueira, Almeida Jr. externaliza não só os preconceitos de uma época, o autor externaliza os preconceitos de toda uma nação que desde seu “descobrimento” se apoiou no trabalho escravo, na opressão do povo trazido de outro continente para neste aqui ser acorrentado, chicoteado, estuprado, espancado, morte e apedrejado.

Legados ao último plano de nossa jovem nação, os negros na obra de Almeida Jr. tem seu lugar marcado pela visão tacanha do jovem rico, branco, filho de fazendeiro cujo poder se ergueu nas gotas de suor, lágrimas e sangue dos povos africanos aqui aprisionados.

Reforço: este livro fala sobre preconceito… de todo tipo; mas acima de tudo, preconceito contra os negros que que chegaram aqui acorrentados e humilhados e por séculos assim permaneceram.

Mas o leitor não deve confundir autor e personagem em momento algum, o que Almeida Jr. realiza aqui é uma construção histórica, uma reprodução do ideal vigente e por mais pesado e chocante que isso possa ser, é preciso que se faça o discurso da forma como ele era no momento histórico ao qual a obra se reporta. Ao expor o preconceito de Junqueira em muitas de suas falas, o autor expõe não o personagem, mas toda uma época e uma sociedade.

Muito mais que o entretenimento trazido pela boa Literatura de Almeida Jr., é preciso enaltecer a excelente reflexão dessa Literatura, o que só faz jus ao legado do nome Machado de Assis.

foto do autor Machado de Assis corrigida para o autor ter sua tonalidade de pele realE, caso o leitor ainda não tenha tomado conhecimento, um dado importante se projeta anterior ao lançamento do livro e diz respeito à campanha “Machado de Assis Real” (veja o site da campanha AQUI) que tem por objetivo fazer talvez uma das mais importantes reconstruções históricas de uma das maiores celebridades literárias do Brasil: Machado de Assis era negro.

O principal ponto de partida da campanha realizada pela Faculdade Zumbi dos Palmares é bem simples e exatamente por isso genial: recriar a famosa foto do autor corrigindo sua cor de pele para a tonalidade negra.

Tal fato veio ampliar e enriquecer o livro O Homem que Odiava Machado de Assis, tornando assim ainda mais incisivo o preconceito imputado nas falas de Pedro Junqueira e em muitas de suas atitudes.

Reforço aqui que jamais devemos confundir a fala do personagem com a do autor, o primeiro é apenas um veículo ou instrumento para que o segundo posso montar sua trama e fazê-la fluir no rumo certo.

Ao lado do sempre excelente trabalho da Faro Editorial, temos sem sombra de dúvidas um dos mais importantes e emblemáticos livros nacionais lançados em 2019.

A campanha empreendida pela editora em suas redes sociais e os muitos eventos de lançamento e divulgação da obra só reforçam sua postura e compromisso com a literatura nacional, seus leitores e os autores que publica.

Faro Editorial

Alguns detalhes, mistérios e pormenores da obra prefiro não adentrar neste texto, deixando aqui as portas abertas para que o leitor se aventure a descobrir alguns detalhes “sórdidos” da biografia de Machado de Assis que somente Pedro Junqueira conhece.

Inclusive recomendo que os que pouco conhecem a vida de Machado de Assis deem uma olhada em sua biografia real para perceber a genialidade com que Almeida Jr. construiu seu inteligentíssimo livro O Homem que Odiava Machado de Assis.
O Homem que odiava Machado de Assis | Sobre o autor

José Almeida Júnior é escritor e Defensor Público do Distrito Federal, com pós-graduação em Direito Processual e em Direito Civil. Última Hora, seu primeiro livro, foi sucesso de público e crítica. O romance foi vencedor do Prêmio Sesc de Literatura de 2017, finalista do Prêmio Jabuti e do Prêmio São Paulo de Literatura.
O Homem que odiava Machado de Assis | Ficha Técnica

-Título: O Homem que odiava Machado de Assis
-Autor: José Almeida Júnior
-Gênero: Ficção
-Seção: Romance
-Formato: 16 x 23 cm
-Páginas: 240
-Papel: Polén
-ISBN: 978-85-9581-075-4
-Editora: Faro Editorial
-Preço: R$ 39,90


site: https://www.pontozero.net.br/2019/07/23/livro-o-homem-que-odiava-machado-de-assis/
José Almeida Júnior 06/08/2019minha estante
Acho que sua resenha foi a mais completa que encontrei até agora do livro. Fico muito lisonjeado. Obrigado


Orlando 06/08/2019minha estante
José, eu que agradeço a você e a Faro Editorial pela oportunidade de prestigiar a obra.
O livro me foi enviado pela editora pela parceria, a resenha está no site Ponto Zero também, depois de publicar no site é que postei aqui no meu perfil pessoal.




Rodrigo 14/08/2019

Quando seu pior rival é o escritor de maior prestígio na história do Brasil, quem acreditaria em você?

Texto muito bem escrito, cheio de referências literárias (não só do Machado, mas de outros escritores da época) e históricas do Brasil entre finais do século XIX e começo do XX, mas sem perder o ritmo. A linguagem contemporânea do autor ajuda muito na leitura, além de ser o primeiro livro a fazer parte da campanha Machado de Assis Real

Recomendado!
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"Ana Paula" 16/08/2019

Antes de começar essa resenha, quero parabenizar a Editora Faro Editorial por ser a primeira editora a publicar a verdadeira foto de Machado de Assis. Sim, Machado era negro e esse erro pendurou por anos. Machado é um ícone da literatura nacional: foi jornalista, contista, cronista, romancista, poeta e teatrólogo. Nasceu no Rio de Janeiro, em 21 de junho de 1839, e faleceu também no Rio de Janeiro, em 29 de setembro de 1908. É o fundador da cadeira nº. 23 da Academia Brasileira de Letras. Velho amigo e admirador de José de Alencar, que morrera cerca de vinte anos antes da fundação da ABL, era natural que Machado escolhesse o nome do autor de O Guarani para seu patrono. Ocupou por mais de dez anos a presidência da Academia, que passou a ser chamada também de Casa de Machado de Assis.

❝O caixão com frisos dourados saiu do Silogeu, carregado por Rui Barbosa, Graça Aranha e Olavo Bilac à esquerda e Coelho Neto, Raimundo Correia e Euclides da Cunha à direita. Desceram as escadas e puseram o ataúde num carro fúnebre. conduzidos por cavalos pretos de raça e cocheiros elegantemente fardados❞.

Neste livro, vamos conhecer um outro Machado - um homem ciumento, apropriador de livro alheio, rancoroso e vários outros adjetivos nada agradáveis. Quero deixar claro que, quem conta essa história é o homem que o odiava: Pedro Junqueira.
Pedro conheceu Machado quando ainda era criança. Seu pai, cafeicultor respeitado, não tinha tempo para o filho, assim sendo, o mandou para morar com a tia no Moro do Livramento. Lá, Pedro, Machado e Joana criaram laços que os amarrariam para o resto de suas vidas.

Mas não pense que alguém vale alguma coisa neste livro, ok? Porque personagem nenhum vale! O leitor não sabe em quem acreditar; não sabe se o que Pedro conta aconteceu daquele jeito mesmo, por que não há a narrativa de Machado com sua parte e, por esse motivo, eu amei demais a história! rsrsrsrsrs
Confesso que só li um livro dele até hoje - Memórias Póstumas de Brás Cubas - logo o livro que tem uma história interessante neste romance. Mesmo com o pouco conhecimento que tenho das obras do escritor, consegui encaixá-lo direitinho no enredo narrado por Pedro. Em momento nenhum deixei de apreciar a leitura e me sentir vivendo naquela época. As descrições do autor são maravilhosas e condizem com o que aprendemos estudando a História do Brasil. A mistura de ficção com fatos também não deixou a desejar: nomes consagrados da nossa história, pessoas que fizeram a diferença na luta contra a abolição da escravatura, escritores famosos dos quais só ouvimos falar, pois a muito nos deixaram, estão vivos neste livro, trazendo toda verdade e luta da época.

❝O homem olhou para mim por cima dos óculos. Antes que dissesse algo, o Visconde do Rio Branco o chamou:
- Doutor José de Alencar, vamos entrar.
Ele deu de ombros e entrou na sala de Rio Branco.
Não fiquei nem um pouco constrangido de ter insultado o autor de O Guarani.Ele era considerado o maior romancista brasileiro, mas eu achava seus livros insuportavelmente piegas❞.

José Almeida Jr. meio que completa os pontos cegos e obscuros da biografia de Machado. Ele tece sua trama de maneira simples e objetiva, sem rodeios, deixando o leitor curioso e sendo impossível largar o livro antes de virar a última página. Seus personagens são incrivelmente reais, isso conduz o leitor pela história, deixando a trama gostosa de ser lida e desvendada.
Não posso deixar de mencionar a ambientação: Do Morro do Livramento, passando por Portugal e chegando ao Rio de Janeiro, o autor não deixou nenhuma ponta solta. Acredito que sua pesquisa foi extensa e minuciosa, pois ele descreve os costumes da época em seus detalhes mais sórdidos, como a escravidão e a luta dos abolicionistas para conquistar a liberdade para todos os negros.

❝Com olhos cheios de lágrimas, a criada retornou à cozinha. Ela tinha a pele negra como um carvão. Aquela mulher era de ascendência africana, da mesma forma que seu patrão. Machado de Assis era o bisneto da escravidão vingando a humilhação de seus ascendentes em cima de seus pares pretos❞.

Quando eu gosto muito de um livro, fica difícil falar dele sem dar spoilers, espero que minha resenha tenha despertado a curiosidade em vocês e que vocês leiam esse livro. Tenho certeza que vão gostar tanto quanto eu.
Do mais, só posso indicar. A Faro Editorial sempre capricha em suas edições e essa também está incrível. Segue o padrão de publicações anteriores: linda capa, diagramação simples, mas bem feita. Também possuem algumas fotos da época, o que achei maravilhoso, sem contar o "jornal" que chegou junto com o livro dando a notícia da morte de Machado de Assis.

❝Na rua do Ouvidor, só se ouvia falar do manifesto. Algumas opiniões que saiam nos jornais foram favoráveis à abolição irrestrita e imediata da escravidão. Mas, para a maioria, ainda havia o temor de que os escravos libertos fossem aumentar a criminalidade nas ruas. A Livraria Garnier tinha a particularidade de ser um microcosmo de todas as divergências sobre o tema, já que era frequentada por conservadores, liberais, anarquistas e todo tipo de gente, exceto os negros, que seriam os principais interessados na causa, Mas ninguém se importava mesmo com a opinião deles ❞.

site: http://www.livrosdeelite.com.br/2019/08/resenha-o-homem-que-odiava-machado-de.html
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Maria - Blog Pétalas de Liberdade 16/08/2019

Resenha para o blog Pétalas de Liberdade
A história se passa no século dezenove e é narrada por Pedro Junqueira. Ele morava em São Paulo e ficou órfão de mãe aos seis anos. O pai, um rico cafeicultor, o levou para morar na fazenda de uma tia no Rio de Janeiro. Lá, nasceria sua rivalidade com Joaquim, que mais tarde seria conhecido como Machado de Assis. Joaquim não perdia a oportunidade de aprontar para cima de Pedro.

O tempo passou, Pedro foi para o colégio interno Pedro II, depois para Portugal estudar advocacia, até que voltou ao Brasil e se deparou com Machado de Assis casado com sua antiga namorada.

Pedro queria sua namorada de volta e faria o que fosse possível para isso. Porém, seus problemas com Machado não se resumiriam aos desentendimentos da infância nem ao campo amoroso. Machado roubaria a ideia que Pedro teve para um livro, publicando "Memórias Póstumas de Brás Cubas" como se o autor defunto fosse uma invenção sua e não de Pedro. Até onde irá a rivalidade dos dois?

Do Machado de Assis eu só li "Dom Casmurro" e "O Alienista" na escola e lembro que não foram minhas leituras favoritas na época (eu tinha dez anos e nenhum apreço por histórias com finais não felizes), e recentemente li o conto "A cartomante". Então, meu conhecimento sobre as obras de Machado é pequeno. Outros leitores têm comentado que há varias referência aos livros dele na história de José Almeida Júnior, referências que devem ser bem legais de encontrar.

Mencionado meu nível de conhecimento sobre o escritor que vira personagem no livro, posso prosseguir o post sobre minha experiência de leitura. A escrita do autor é boa, condizente com o vocabulário da época sem ser complicada de ler, e, aliada ao fato de o livro ter pouco mais de duzentas páginas e a trama nos manter curiosos sobre os rumos que a história irá tomar, pode ser uma leitura rápida.

O grande destaque do livro, no meu ponto de vista, é a mistura da História com a ficção, nos dando a oportunidade de viajar no tempo: para Portugal, o Rio de Janeiro e as fazendas de café da São Paulo do final do século dezenove. É ótimo poder ler como a Lei do Ventre Livre foi aprovada, por exemplo, e descobrir que algumas coisas mudaram (como o cargo de senador que era vitalício), enquanto outras continuam sendo usadas até hoje (vide oferecimento de dinheiro em troca de votos na câmara e as táticas de inversão de pauta de votação e falta de quórum). Através da leitura, conheceremos um pouco de Machado de Assis, de outros escritores e de pessoas importantes da época, além dos lugares como a Rua do Ouvidor, o Teatro Alcazar e o porto de séculos atrás.

Depois de finalizar a leitura, fui pesquisar alguns fatos e personagens mencionados, e me parece que o autor foi bem fiel aos acontecimentos da época, de modo que fico mais tranquila para falar sobre os personagens. Nesse livro, nenhum personagem é perfeito, todos eles têm atitudes questionáveis. Pedro mente e é egoísta várias vezes. Carolina e Joana, cuja participação na trama deixo para vocês descobrirem na leitura, não se comportam como se esperava das moças da época (ressalto que não condeno as atitudes delas). E Machado de Assis roubou a ideia de Pedro, foi gentil com ele quando precisava, não era nenhum santo nesse livro e, pelo que pesquisei, algumas das acusações contra Machado têm fundamento (não sobre o plágio específico de "Memórias Póstumas de Brás Cubas").

Fica a minha recomendação para que leiam "O homem que odiava Machado de Assis", uma ótima mistura de realidade e ficção. Depois me contem se passaram a odiar o personagem como Pedro odiava.

site: https://petalasdeliberdade.blogspot.com/2019/07/resenha-livro-o-homem-que-odiava.html
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@paty_bookaholic 03/09/2019

Uma maravilhosa visão especulativa!
Olá Bookaholics!

Já pensaram por acaso que os escritores tão famosos hoje em dia podiam ser um pouco diferentes das concepções que temos?

Em O Homem que Odiava Machado de Assis temos Pedro, um desafortunado e pretenso escritor que vê sua vida passar enquanto o seu maior desafeto prospera, acontece que este desafeto é ninguém mais ninguém menos que o próprio Machado de Assis.
Pedro e Machado se conheceram na juventude, na fazenda de uma tia de Pedro onde cultivaram uma inimizade imediata.

Machado um mulato que parecia se sentir melhor que o 'sinhozinho' branco conquistou o afeto e os maiores cuidados de sua tia e de todos a sua volta, enquanto Pedro era taxado de malcriado e birrento até por seu pai.

Após acontecimentos trágicos Pedro é mandado para Portugal para estudar, lá ele se torna um advogado, ao conhecer uma bela mulher através de um de seus melhores amigos acaba por desgraça-la e por sua própria vida em risco.

Retornando ao Brasil Pedro reencontra essa mulher, que precisada de uma nova vida encontra consolo e amor nos braços de Machado de Assis.
Desconsolado pela descoberta Pedro tenta a todo custo difamar o autor que se eleva no meio literário e acadêmico. Se aproxima do mesmo e lhe confia um de seus escritos. Machado o desencoraja a ser escritor e por fim rouba a sua ideia.

Este livro foi muito interessante, apesar de ser ficção, fantasiar sobre a vida do escritor foi bem divertido, além disso o autor nós da uma certa opinião sobre o maior mistério das obras de Machado: Capitu traiu Bentinho?

Além do livro ser de fácil leitura a edição não deixa a desejar, folhas amareladas e boas de manusear, além de uma capa maravilhosa e uma diagramação bem feita!

Gostaria de ver mais livros de ficção deste tipo e garanto aos fãs de Machado que será uma obra divertida e curiosa de se ler!

Beijinhos da Paty ?
José Almeida Júnior 04/09/2019minha estante
Obrigado pela resenha. Adorei




Sophia Lincy 16/01/2020

Simplesmente maravilhoso!!
O livro O Homem que Odiava Machado de Assis me ganhou na primeira vez que o vi. A edição é belíssima!!, meus olhos brilharam quando vi, parabéns a Faro Editorial pelo trabalho.
Bem, o título de cara chama muito atenção, afinal, quem é este homem que odiava o aclamado escritor?! Pedro Junqueira é o nosso narrador personagem e nos convida a reviver sua história com ele, no dia do velório de Machado.
Toda essa raiva e amargura pelo escritor vem desde a infância, quando Pedro vai morar com sua tia numa fazenda, onde morava também Joaquim, um garoto negro, ajudado pelo padre.
As desavenças que se iniciam entre os dois, irão perseguir Pedro para sempre, fazendo com que ele atribua seus dissabores a Joaquim.
A forma como o autor deu voz a Pedro Junqueira e seus relatos, foi algo muito bom de se ler. Os encaixes entre a realidade e sua trama ficcional formam uma história divertida e que, ao mesmo tempo, traz uma crítica ao período escravocrata no Brasil, se utilizando de termos, hoje ofensivos, mas que mostram bem a sociedade da época.
O escritor José Almeida Jr. soube levar a narrativa de um jeito que não cansou, mas ao contrário, se manteve instigante sempre!.
Uma leitura que está entre as melhores do ano passado. Foi um prazer conhecer a escrita do Almeida Jr. e já estou ansiosa por mais vindo dele.
Se você ainda não deu uma oportunidade a este livro, por favor, faça agora!!.

site: https://www.instagram.com/sophialincy
José Almeida Júnior 17/01/2020minha estante
Obrigado pela leitura e pela resenha




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