spoiler visualizarvitória 31/01/2024
É um 1 de abril
Que experiência viu...
Hilda Furacão tem uma linguagem muito simples, popular mesmo, os capítulos curtos quase como relatos de um diário ajudam demais no ritmo da leitura. Roberto consegue fragmentar a narrativa de uma maneira que quase te deixa com raiva (ou deixa mesmo), e ele sabe disso, a adição da personagem da Tia Cãozinha como representacão dos leitores na própria narrativa e consequentemente uma maneira dele se justificar para os leitores, a Tia Cãozinha, é só um dos muitos momentos em que ele brincou com a metalinguagem aqui, e eu amo isso demais, me lembra o jeito do Lemony Snicket, ambos são narradores-personagens e dividem o seu protagonismo com a dos personagens investigados, no caso do Lemony os órfãos Baudelaire, aqui, a própria Hilda Furacão. Eu assisti recentemente a minissérie e gostei tanto que decidi ler o livro, aqui a Hilda é muito mais misteriosa e fantasmagórica (corta para todos os momentos em que o Roberto sentiu o perfume dela num ambiente que ela supostamente não deveria estar), senti que muitas coisas foram melhor trabalhadas no livro, como a peste que atingiu Santana dos Ferros e até mesmo os pensamentos de Santo sobre Hilda e sua mudança política, ainda assim é uma adaptação bastante fiel e que faz justiça a obra original, que é incrível caso não tenha ficado claro, ainda que com um final agridoce, afinal, é 1° de abril.