Victor Dantas 12/06/2020
50 anos sim, muito bem obrigado.
Na obra, somos apresentados a Arthur Less, um norte-americano, gay, escritor best seller, e, que está no auge dos seus 49 anos de vida, e prestes a fazer 50.
Até aí parece tudo bem, só que o pior está para acontecer, pois Arthur acaba de receber um convite para o casamento do seu ex-namorado, Freddy Pelu, um professor de inglês, de 34 anos, com o qual Arthur se relacionou por 9 anos.
Ao receber a notícia, Arthur imediatamente fica abalado, pois percebe que ainda guarda sentimentos por Freddy, e sabe que a forma como relação deles encerrou não foi a mais saudável.
Tentando evitar todo essa situação e constrangimento, de recusar o convite ou até mesmo de fazer alguma coisa por impulso para tentar convencer Freddy desistir da sua decisão, Arthur acaba recebendo uma oportunidade de fazer viagens pelo mundo, com os destinos: México, Itália, Alemanha, Marrocos, Índia e Japão.
Sem pensar duas vezes, Arthur Less decide embarcar nesse tour, pois, acredita que isso lhe fará bem, estar distante quando o casamento de Freddy acontecer, além disso, terá a oportunidade de revisar e finalizar seu novo livro, visitando lugares diferentes, e, em contato com pessoas diferentes. E mais, poderá comemorar seu aniversário de 50 anos com grande estilo.
O leitor então, acompanha o Arthur nessas viagens, suas experiências nesses países, e o processo de aceitação de Arthur em relação ao casamento do Freddy.
Mas, será que essas viagens trará de fato o desfecho dessa relação como Arthur espera?
Por trazer um personagem adulto prestes a fazer 50 anos, vemos o Arthur incomodado com sua idade, em como está “velho” e, o seu medo de ficar solteiro, de não conseguir se relacionar mais com outra pessoa. E isso nos leva a refletir, o quanto que a sociedade vê a solteirice como um problema quando se está em uma “idade avançada”. Ainda mais, na realidade da nossa comunidade LGBT, onde a expectativa de vida, futuro, família, sempre se torna uma incógnita.
Mas, apesar de tudo isso, o Arthur se apresenta para o leitor como uma pessoa decidida, pé no chão, bem humorada e com um grande coração. Só que, infelizmente, o Arthur ainda não percebeu isso, o quanto ele é um ser humano incrível. Talvez, ao final dessa aventura ele reconheça isso. Esperamos que sim.
O livro é narrado em 3ª pessoa, e, o autor intercala passado e presente da vida de Arthur, onde o leitor conhece um pouco mais de sua vida e suas relações.
Quanto a minha experiência de leitura: apesar dos diálogos bem colocados, achei a narrativa arrastada em algumas partes e confusas, pois, o autor inclui passado e presente no mesmo capítulo, entretanto, a cada viagem que o personagem faz, a trama foi me cativando mais.
No mais, leitura recomendada.