Soliguetti 23/08/2019O Único Defeito: ser rápido demais"A Única Mulher", de Marie Benedict, é uma ótima adaptação ficcional da vida de Hedy Kiesler, uma famosa atriz que, para combater os horrores da guerra, acaba se envolvendo com criações científicas. A história Hedy é muito interessante, especialmente na primeira metade, quando ainda está na Europa, que começa a fervilhar no início do governo de Hitler na Alemanha.
O problema do livro é que ele é extremamente rápido. Muitas situações e períodos da vida de Hedy poderiam ter sido melhor apresentados e mais detalhados. É claro que o livro pretende se aproximar da real história de Hedy, mas uma maior liberdade criativa teria trazido muito valor à obra. Conforme os capítulos vão se passando, às vezes em tempos muito distantes de capítulos anteriores, o leitor pode se pegar tendo a sensação de que deixou passar alguma coisa - na verdade, o que terá se passado muito rápido é a narrativa.
Por mais que a escritora tenha se apressado a contar a história de Hedy, trata-se de um bom livro, valorizando uma pessoa que deveria ter sido mais conhecida, devido às suas contribuições à humanidade. O wi-fi, tal o conhecemos, não existiria, ou talvez tivesse demorado mais a se desenvolver, se não fosse por Hedy e suas descobertas. A própria Segunda Guerra Mundial poderia ter terminado mais cedo, não fosse o machismo que tivesse impedido Hedy de levar seus planos adiante. Felizmente, o livro é a oportunidade de relembrar e valorizar os feitos dessa mulher lendária.