Augusto Jr. 19/09/2013
Velas vampiratas à frente!
O título do livro e a capa foram os principais atrativos que me levaram à leitura. Vampiros e Piratas, duas coisas diferentes, no mínimo, só poderia ser algo interessante de se ler.
Nas primeiras páginas, eu até pensei abaixar minhas velas e não seguir em frente, mudar minhas rotas de navegação para outro livro, já que a repetição da cantiga: "Vou contar a história dos Vampiratas, história antiga e verídica. Sim, vou cantar sobre um velho navio..." desperta um certo cansaço na leitura. Também achei os primeiros capítulos sem sal, achei que o livro seria de um pai contando "contos para os seus filhos", e me peguei surpreso com o que ocorre ao faroleiro Dexter Tormenta. Daí em diante, percebi que o livro poderia me surpreender mais, e foi isso o que aconteceu.
Tudo se passa no ano de 2505, num lugar chamado Baía Quarto Crescente, que fica no litoral oeste da Austrália. A história é voltada em um casal de irmãos gêmeos de sobrenome Tormenta, Grace e Connor, que ao perderem o pai, só há dois lugares para eles: o Orfanato Baía Quarto Crescente - o qual a matrona é Polly Pagett - ou aceitar a oferta de morar com Lachlan Busby - gerente do banco - e sua esposa Loretta, um casal sem filhos que quer adotar os irmãos Tormenta. Grace e Connor recusam todas as propostas e resolvem fugir com o barco do pai - que já não era nem mais do pai, pois tinha sido confiscado pelo banco.
Os irmãos Tormenta fogem com o ex-barco do pai e navegam para longe da Baía. Mas por azar do destino, o tempo limpo se entrega ao mau tempo e uma tempestade os abraça, partindo o barco em dois e jogando-os ao devaneio da maré. É nesse exato momento que a salvação surge, mas de dois modos: cada um sendo resgatado por um navio diferente.
Connor mesmo sem forças, nada procurando sua irmã em meio aos destroços do barco de seu pai, mas antes de achá-la ou morrer tentando é salvo por Cheng li, a sub-capitã do respeitado navio pirata Diablo, de Molucco Wrathe. No momento de seu resgate, Connor consegue avistar um barco sombrio em meio a névoa que se formou depois da forte tempestade, o qual ele instintivamente acredita ser um navio Vampirata, o qual salvara Grace.
Grace realmente é salva, Connor sente isso, mas Cheng li e o restante da tripulação do Diablo não acredita nessa possibilidade, muito menos em um navio Vampirata.
A partir de agora os capítulos ficam divididos: ora Connor, ora Grace.
Semanas se passam. Connor é bem acolhido no Diablo, e de cara faz amizade com um pirata de 22 anos, chamado Bartholomew vulgo Bart. Depois de inusitadamente salvar o Capitão, Connor ganha afeto do mesmo, e passa a ganhar aulas de espadas com Cate Alfanje. Nesse barco pirata, outros piratas dividem com Connor a atenção da história, sendo eles: O pirata à moda antiga Capitão Molucco Wrathe, a espadachim pirata Cate Alfanje, o pirata forte e descolado Bart, a sub-capitã fria e pirata moderna Cheng li, assim como uma cobra de nome Scrimshaw que vive com Capitão Wrathe. Além disso, há outra personagem principal, Kitty, "mulher" do capitão Wrathe e dona da A Taverna de Madame Chaleira.
Grace é resgatada por um navio cheio de mistérios, sendo salva por um jovem de sotaque irlandês chamado Lorcan Furey, que segue ordens de um capitão que apenas sussurra palavras sem sair da escuridão. Com um tempo, Grace descobre que os mistérios do navio podem ser revelados com a velha cantiga cantada por seu pai, a cantiga pirata dos Vampiratas. Neste navio, além de Grace, outros se tornam protagonistas e antagonistas na história: Lorcan Furey, o Capitão (sem nome), Darcy Flotsan que é responsável pelo Toque do Amanhecer e também é a figura de proa, e o antagonista Sidório que mudou seu nome pra César, no final do livro.
Não quero dar mais spoilers em sua leitura, então, recomendo que LEIA e descubra o que há em Demônios do Oceano!
O livro é divido por capítulos, mas a história é como um todo, tudo vai se ligando até o final. É o primeiro livro, eu gostei o suficiente pra ficar curioso em saber o desfecho da saga dos irmãos Tormenta. É diferente, aborda uma leitura simples e direta, mas com páginas boas pra sorrir e outras que criam sim um bom suspense. E, realmente a combinação vampiros com piratas criou sim uma originalidade bem legal, te prega numa leitura que vai se tornando viciante com o passar das páginas.
Um livro pra quem curte ver a imagem de um crânio branco com tíbias cruzadas, balançando à brisa dos ventos oceânicos!
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