Naty__ 13/03/2020"Medo imortal" é um compilado de poesias e 32 exemplares da prosa da nossa literatura brasileira, liderado pelo nosso querido Machado de Assis com a participação de mais doze, todos escolhidos entre os patronos, os fundadores e os primeiros eleitos para ocupar os salões da Academia Brasileira de Letras.
A Darkside acrescentou à obra contos da escritora Júlia Lopes de Almeida, uma importante escritora da literatura que participou de reuniões para a fundação da ABL e que acabou sendo impedida de integrar por ser mulher numa instituição que, em seus primeiros oitenta anos, apenas permitiu a presença de homens. Idealizada pelo organizador da coletânea, Romeu Martins, colocá-la aqui foi uma maneira de reparar a injustiça histórica, de dar voz às mulheres.
O livro conta com diversos temas, contos que evocam o sobrenatural, há descrição de atos de psicopatas, sadismo, vícios, monstros e tantas outras coisas relacionadas ao terror, horror e à fantasia. Antes de cada texto, sabemos um pouco sobre o escritor através de uma pequena biografia.
É impossível falar de todas as obras, assim como seria injusto escolher alguma em especial, sendo que gostei de várias. Li os textos da Júlia com uma atenção especial, um carinho maior e uma dor no peito por saber que ela ajudou na criação e não teve um assento na Academia apenas pelo fato de ser mulher, como mencionei. Saber disso trouxe um sentimento de raiva, pois escritores tão inteligentes e talentosos tinham uma visão tão conservadora.
Quando recebi este livro da Darkside resolvi que leria aos poucos, pois queria degustar cada poesia, cada conto com gosto, sem ter a urgência de devorar todos. E acredito que foi a melhor coisa que fiz. Postei vários trechos no Instagram divulgando essa obra grandiosa, mostrando que a nossa literatura não pode morrer e que essa obra é digna de leitura, sem dúvidas.
Sobre a edição:
Essa antologia faz parte da coleção Medo Clássico da editora Darkside. Um projeto visual que conta com ilustrações de Lula Palomanes. A capa possui relevos, muito brilho e jogo de luz. É composto por um marcador em fita com duas cores, verde e amarelo, fazendo referência à bandeira do Brasil ― que não poderia deixar de ter. Aliás, a capa é toda em verde (tonalidade teal) e tons em dourado. Os cortes possuem o mesmo seguimento, são dourados e brilham, principalmente quando movimentamos o livro e fica lindo demais quando exposto à luz do sol.
Quando andava com ele as pessoas sempre pediam para ver ou ficavam perguntando do que se tratava e se eu estava gostando. Só a edição já chamava a atenção ao redor, seu conteúdo, então, nem precisa enfatizar. É uma obra necessária aos amantes da nossa literatura.
site:
http://www.revelandosentimentos.com.br/2020/03/resenha-medo-imortal.html