Talvez precisemos de um nome para isso

Talvez precisemos de um nome para isso Stephanie Borges




Resenhas - Talvez precisemos de um nome para isso


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yomaeli 19/06/2020

"o formol cai bem aos mortos mas a indústria é ótima com eufemismos"

São vários poemas que se unem com o propósito de dialogar sobre cabelo, corpo, identidade, ancestralidade, racismo, estética e tantos outros tópicos. O vocabulário é poderoso e são muitas ideias em poucos versos, causando até uma sensação de confusão mental com tanta coisa inteligente pra gente digerir. São críticas bem estruturadas, que dispensam sutilezas, investem na espontaneidade e dão sempre um tapa no pré-estabelecido.

"O que ainda me espanta
foram em oito anos na Casa Branca
e não termos conhecido
os cabelos naturais
de Michelle Obama"

Uma obra para refletirmos sobre nossa sociedade racista, patriarcal e cruel.
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Carolina 03/03/2023

Este livro fez parte de uma meta pessoal de ler mais autoras. Muito boas as poesias e te fazem parar pra pensar sobre raça e gênero, principalmente. A voz poética da autora é bem construída e tem potencial para criar ainda mais obras da mesma qualidade e até melhor
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fev 07/06/2023

(?)
o poema de quem parte não preenche, roça lento as bordas do vazio
A arte de abandonar não é
ensinada a ninguém.
E está longe de ser rara
a situação angustiosa em que devo decidir se há algum sentido em prosseguir jogando.
(?)

Eu adorei a narrativa que Stephanie Borges constrói nesse poema sobre cabelos crespos e seus cuidados. Mas amo também o além que é sobre o existir e tudo aquilo que nos perpassa ao longos das nossas vivências. Mesmo que pareça que ela fale de algo ou alguém específico.

A parte VI é uma das minhas preferidas. Super recomendo.
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thaina 08/05/2020

É sobre entendimento.
Uma amiga minha me mostrou esse livro e eu despretensiosamente peguei para passar o olho... a passada de olho virou uma das melhores leituras que já fiz.

Cada página virada era um novo entendimento, um novo pertencimento, uma nova descoberta.

Transicionar não é fácil, digo por experiência própria. Não é fácil ser ensinada a odiar seus cabelos tão lindos, e tão novas.

Uma leitura muito necessária, especialmente por negras.

'é triste que existam meninas virgens, e seus cabelos não'
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Maria Ferreira / @impressoesdemaria 08/10/2019

Um grande poema sobre cabelos
Talvez precisemos de um nome para isso [ou o poema de quem parte] é um livro de poemas de Stephanie Borges, ganhador do IV Prêmio Cepe de Literatura de 2018, no gênero poesia.

O livro é dividido em dez partes, o que não quer dizer exatamente que é composto por dez poemas, uma vez que a impressão que passa é que se trata de um único poema dividido em dez partes já que os assuntos são continuados, impressão reforçada pelo fato de não haver letras maiúsculas ou pontos finais, um tipo de subversão da linguagem que faz pensar que cada poema é a continuação do outro, de modo que o livro seria um único grande poema.

Este grande poema de Stephanie Borges tem como temática principal o cabelo crespo ou cacheado e, consequentemente, as mulheres que têm esse tipo de cabelo. Para quem não está inserida neste público com o qual a obra conversa diretamente, pode causar estranheza que um livro de poemas tenha como principal temática algo que pareça tão trivial quanto os fios de cabelo, mas é justamente aí que mora o engano, pois é a partir desse grande tema que a poeta adentra assuntos políticos e faz uma crítica contundente e provocativa a todo um sistema que é organizado para manter os fios os mais baixos possíveis, evidenciando a quem serve que mulheres com cabelos crespos tenham seus fios alisados.

A forma com que o poema é estruturado foge das convenções. Borges nos entrega uma composição em versos, mas que pode ser entendida como um poema em prosa devido a sua ausência de rimas e versos que não seguem um tamanho padrão, com forte presença de enjabement, recurso estilístico muito utilizado pela poeta. É um livro subversivo e inovador em muitos aspectos, linguagem, estrutura e forma.

Nos versos de Borges encontramos segredos de cuidados com os cabelos, que incluem receitas caseiras e dicas práticas de como manter os fios hidratados. Ao mesmo tempo que, em um tom provocativo, evidencia o que a sociedade e a indústria fazem: provocam o ódio aos fios naturais para depois venderem seus produtos.

Além de falar sobre tamanhos de cabelos e como a extensão do fio influencia na forma como a mulher é vista socialmente, o poema também traz reflexões sobre perdas e partidas, sobre pensar novas formas de viver, trazendo metáforas marinhas e relembrando mitos, como o da Medusa.

Um dos interlocutores diretos dessa obra de Stephanie Borges é o livro Esse cabelo, de Djaimilia Pereira de Almeida, o qual tem trechos transformados em versos no grande poema que é o Talvez precisemos de um nome para isso. No livro de Pereira a autora relembra momentos antes e depois de sua tomada de consciência de que tinha um cabelo crespo quando o normalizado era ter lisos e a constante tentativa de alisá-los para se enquadrar em um padrão não tão fácil de atingir.

Que nome dar para o prazer de fazer/sentir cafuné em nossos cabelos crespos? Há quem diga que dengo pode ser uma opção, mas acho que vai além disso, e Stephanie Borges é certeira quando diz que “talvez precisemos de um nome para isso”.

site: https://www.impressoesdemaria.com.br/2019/08/talvez-precisemos-de-um-nome-para-isso.html
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Fernanda.Prates 27/07/2021

"É triste
Que existam meninas virgens mas o seu cabelo não"

Livro incrível e muito tocante, um grito de liberdade para os cabelos cacheados e crespos.
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Ise 06/05/2020

Esse livro me sensibilizou demais, principalmente por expor uma realidade que não vivo, mas que sei que maltrata milhares de mulheres. Precisamos ler cada vez mais autoras pretas. É uma necessidade urgente.
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Pandora 18/01/2020

"Talvez Precisemos de um nome para isso" é genial, preciso, doloroso, lindíssimo, cativante. Estou impactada com a sutileza implacável do poema da Stephanie Borges.

Esse um daqueles livros que palavra a palavra, verso a verso, reviravolta a reviravolta podem transformar nossa forma de ser e estar no mundo.
.
"a progressiva de chocolate
a progressiva marroquina
a progressiva de botox
a progressiva americana
a progressiva inteligente
.
Lembrando sempre que a confiança no progresso deu ruim no século XX..." ( Stephanie Borges, "Talvez precisemos de um nome para isso, pg. 12).
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Carol Vidal 09/04/2020

Bem diferente!
Uma leitura bem fora da minha zona de conforto! Gostei a forma como, a partir de discussões sobre o cabelo (especialmente das mulheres negras), Stephanie abordou questões muito mais profundas que perpassam o machismo e o racismo.
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Miguel 31/01/2021

Poemas leves e agradáveis. Me deixaram bem reflexivo com relação às questões que envolvem os cabelos e a aparência. Sei que não sou o público alvo, mas acredito ser possível poder apreciar e aprender um pouco com os versos de Stephanie. A muito tempo que eu já a escutava no podcast "Benzina" e por várias vezes ela menciona seus poemas... e isso aguçou mt minha curiosidade haha Acredito que a leitura correspondeu as expectativas!
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Larissa Canêjo 18/03/2020

"Talvez precisemos de um nome para isso" é um livro de poemas que fala sobre o que é ter o cabelo crespo/cacheado, transita entre dicas de cuidado pra esse tipo de cabelo e, provocações a situações do dia a dia, situações midiática e as bases históricas de algumas atitudes e, preconceitos relacionados a temática.
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Millene 27/09/2022

Eu gostei das partes que falava sobre cabelo e todo o trabalho e química que sofre e comparar com as reações das pessoas.

Porém a poesia ainda não é um gênero que to acostumada então eu não entendi bem as outras partes
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Carolina 08/10/2019

Representatividade importa!
Sempre achei que as várias "questões" relacionadas ao meu cabelo fossem só minhas, pois é, falo de suas características, suas formas de cuidado / tratamento, enfim, detalhes que imaginava só eu mesma entender, e não né, claro que não... tem um mundo de companheiras por aí vivenciando o mesmo cotidiano que o meu, massa!
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Danielle Bambace 18/12/2022

Temática necessária
De forma densa e impactante a autora traz uma temática essencial aos dias de hoje. A poesia é ágil e presente.
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