O desvio

O desvio Gerbrand Bakker
Gerbrand Bakker




Resenhas - O desvio


21 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2


Samantha @degraudeletras 14/09/2019

BAKKER, Gerbrand. O desvio. Rio de Janeiro: Rádio Londres, 2019.
Ao ler o nome do autor, não consegui identificar se seria homem ou mulher, provavelmente por causa da origem holandesa, ainda tão estranha pra mim. Comecei a leitura assim, às cegas, mas logo percebi que se tratava de um autor homem, isso porque é latente o fetichismo em cima de uma mulher que mora sozinha.

Digo isso por causa de algumas cenas, como por exemplo: homens desconhecidos entram na nova casa da protagonista e ela fica bem a vontade com isso, se fosse a descrição de uma mulher seria bem mais real, no mínimo ela teria ficado com medo de morrer e ligado para a polícia ou corrido para pegar uma faca na cozinha. Além de usar o corpo nu da mulher como marcador de eventualidades, o arrepio ocorre no mamilo, não no pescoço, no braço ou em qualquer outra parte do corpo; constantemente ela fica nua ao ar livre; quando com frio, abraça os seios.

A história se passa em dois meses mais ou menos, quando Emily (ou Agnes, como preferir), foge de sua vida de esposa e acadêmica após descobrir uma doença e de estourar um escândalo na Universidade em que ela trabalha (ela havia ficado com um estudante ou algo parecido).

De um lado acompanhamos Emily e sua solitude na nova casa grande bem interiorana, de outro lado, o marido que tenta descobrir o paradeiro dela para pedir que volte. O afastamento de Emily muito conversa com a biografia de E. Dickinson, seu objeto de estudo na academia. O marido diz que ela estava com problemas e por isso o traiu e quis mudar de vida, será que realmente é necessário haver um problema para querer largar tudo?

No primeiro mês de nova estadia, percebe-se um momento de transição entre a vida urbana e a rural, a sinestesia dessa nova vida é melancolicamente bonita, quase wiccana, como as observações e descrições dos animais e do ambiente (até mesmo do cheiro da antiga dona da casa).

“Ajoelhou-se e olhou para o céu. Nunca tinha visto tantas estrelas antes. Também nunca antes olhara para elas nua e de joelhos no fim de novembro.” P. 73

A história é um aglomerado de segredos e de fatos aleatórios, não sabemos qual a doença que ela tem, nem o que de fato aconteceu na Universidade, não entendi o propósito de se deitar nua numa pedra e de tanger um texugo (que aliás, qual o intuito desse texugo na história?).

Ao final das contas, é interessante perceber os detalhes em comum na vida das três mulheres e a solitude como protagonista, mas a narrativa excessivamente masculina do autor me incomodou, bem como os diálogos fracos. Ah, achei que rolou um sentimento entre o marido e o policial, você também ou é coisa da minha cabeça?

site: https://degraudeletras.wordpress.com
Tati 18/09/2019minha estante
Adorei a resenha! Principalmente pelo fato do autor homem ter um ponto de narrativa diferente caso fosse uma mulher.


Vitória | @livrosland 11/10/2019minha estante
Eu também achei a relação marido e policial meio suspeita hahaha




Gi 21/08/2019

Bonita prosa
"Um romance silencioso"
De fato, um livro que mostra a solidão de alguém quer somente quer continuar a viver, mas sempre interrompida por lembranças do passado e pelos moradores locais. Não é um livro de respostas, mas sim um que mostra amizade e amor em pequenos gestos e como a vida humana pode ser simples.

site: http://surtandocompalavras.blogspot.com/
comentários(0)comente



Josiane.Castro 26/08/2019

Que livro
Sao tantas coisas que eu gostaria de saber! Um livro pra nos fazer pensar!
comentários(0)comente



Nathalie.Murcia 28/08/2019

Um livro estranho
Terceiro livro enviado pelo clube da Rádio Londres. É um livro estranho. Tão excêntrico e silencioso como a protagonista, uma holandesa que, por circunstâncias pessoais, após se envolver em um escândalo, se refugia num local totalmente inóspito no País de Gales, em meio à natureza e aos animais, tais como gansos, vacas, ovelhas e texugos.

A personagem, que se apresenta falsamente como Emilie (em similaridade com a escritora Emily Dicknson, objeto da tese de dourado inacabada), foge, sem avisar os pais e o marido, para esse casebre, e vai vivendo um dia após o outro, sem um objetivo definido, a base de vinho e paracetamol. Não é daqueles livros com reviravoltas ou grandes acontecimentos. Creio que o objetivo do autor foi alocar o leitor na realidade obscura da protagonista, desde chegada dela à nova cidade, até seu encontro e relação inusitada desenvolvida com um dos habitantes.

O escritor abusa das cenas descritivas das paisagens ao longo de toda a narrativa. A propósito disso, a capa do livro é bem representativa (a Rádio Londres sempre capricha nas capas!).

Gostei do livro, mesmo com os pontos deixados em aberto e de maneira, a meu ver, voluntária. O livro foi vencedor do Independent Foreign Ficction Prize.

"Faça ampla essa cama.
Faça-a com reverência;
E nela espere pelo juízo final
Glorioso e puro.

Seja liso seu colchão,
Seja roliço o travesseiro;
Que o ruído dourado só alvorecer
Jamais perturbe esse leito.

Mais resenhas no meu Instagram.

site: http://.instagram.com/nathaliemurcia/?hl=pt-br
comentários(0)comente



Tati 31/08/2019

Eu terminei o livro com várias interrogações na minha cabeça.
Achei difícil acompanhar algumas partes, outras só entendi mais quando li na internet sobre, e o final foi super ?????. Eu gostei do estilo de escrita, mas a narrativa foi confusa, e penso que a história teria sido ótima se mais "clara". Não sei se foi a intenção do autor, mas... é um livro que eu não recomendo, apesar de não ter achado a leitura ruim em si, apenas confusa. Deixou bastante a desejar.
comentários(0)comente



jessyhehe 01/09/2019

Profundo
Gostei muito da escrita, do desenvolvimento da história, das ricas descrições do lugar, cheiro e dos sentimentos. Para quem procura um livro emocionante, eu não recomendo esse. Pois esse livro deve ser lido sem ansiedade e sem q espera que algo de extraordinário aconteça, pois não vai acontecer.
O livro se resume em uma palavra, solidão. Ou seja, é profundo, enigmático e simplório. Recomendo para aqueles que só querem apreciar uma boa leitura sem ambição e expectativa.
comentários(0)comente



Ricardo.Costa 02/09/2019

Livro bom
Gostei do livro, mas é muito psicológico. Uma trama densa que não diz tudo que o leitor quer saber... fica muita coisa não respondida no ar...
comentários(0)comente



EduardoCDias 05/09/2019

Confuso
A história de uma mulher fugindo de seus erros e de sua vida, tentando viver uma vida solitária e independente, mas impedida por vários acontecimentos e personagens... um livro interessante, mas com um final um tanto quanto confuso. Talvez fosse melhor se tivesse uma tradução mais competente e uma revisão melhor.
comentários(0)comente



Pandora 08/09/2019

Eu sei que devo seguir os meus instintos, mas às vezes cismo em contradizê-los: dos três livros enviados até agora na caixa da Rádio Londres, este foi o que menos me interessou e meu instinto me dizia que não era a hora para lê-lo, mas...

Eu gosto de histórias sobre solidão, sobre personagens deslocados no mundo; também não preciso que a narrativa seja repleta de acontecimentos. Mas neste “O Desvio” algo não funcionou pra mim.

É muito difícil ler um livro quando você não simpatiza nada com a protagonista e foi o que aconteceu aqui. Também achei os diálogos muito estranhos, não sei se é culpa da tradução ou do clima de apatia da narrativa mesmo, mas me cansou às vezes. Além disso, há vários errinhos de revisão que poderiam ser evitados. A soma disso tudo não me agradou.

Fazia muito tempo que eu não me sentia tão desconfortável com uma leitura: um incômodo constante misturado a uma perseverança que me fazia ir adiante movida pela curiosidade de que algo poderia mudar, me agradar, sei lá.

Foi com um tiro n’água, uma explosão no vazio e então... nada.

P.S.: As três estrelas são porque o livro não é, absolutamente mal escrito. Só não é pra mim.
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



Toni Nando 19/09/2019

Tempo perdido
Muito chato
comentários(0)comente



Picón 08/10/2019

A ilustração da Depressão
A história é definida por algumas palavras: tristeza, apatia, melancolia e indiferença. Cada frase escrita no livro guarda relação com elas, inclusive a maneira como o autor escreve. Tudo deriva dessas quatro palavras, e tem elas como consequência, num círculo (ou labirinto) vicioso psiquiátrico muito ilustrativo da Depressão. Ademais, há muitos gatilhos para pessoas que sofrem deste mal.
Para quem não gosta de muita descrição física de pessoas e cenários nas histórias: isso é abundante no livro.
Para quem não gosta de pontos abertos e deixados sem respostas (ou sem cenas explanativas): isso também abunda no livro.
Não é uma história lisa e redonda, é mais como um quebra-cabeça com peças faltando, onde o narrador deixa para o leitor completar as lacunas.
Do ponto de vista autoral e artístico, é um Bom livro. Em relação às sua "palatabilidade" para o leitor, ele fica no Regular. Leitores mais experimentados (acostumados a diferentes nacionalidades e maneiras de escrever) saberão apreciar mais a obra, já os leitores mais chegados nos "Transformers" literários da vida... Estes vão achá-la bem chata.
comentários(0)comente



Sandrics 23/10/2019

No livro, uma mulher holandesa que em certo momento se apresenta como Emily (ela estava escrevendo uma tese sobre Emily Dickinson, talvez meio obcecada) vai morar uma casa de campo alugada em um lugar isolado do País de Gales. O que a motiva a fazer isso é provavelmente seu caso com um estudante que se tornou público.

Durante a leitura acompanhamos Emily e todos os seus pensamentos e caminhadas e devaneios. Como disse o The Guardian, esse é um livro silencioso. Mas esse silêncio não me incomodou nem um pouco.

Ao longo da narrativa aguardamos as coisas fazerem sentido e se encaixarem, o que nem sempre acontece. A solidão de Emily é interrompida pela presença de Bradwen, um jovem que passa uns dias em sua casa.
Enquanto os gansos desaparecem misteriosamente e o tempo passa, o marido de Emily inicia uma busca por sua esposa desaparecida.

Achei interessante a maneira como esse livro acaba sem um final. Isso pode irritar muitos leitores mas é bom lembrar que na vida nem sempre temos respostas para tudo. É claro que criei diversas teorias sobre o que pode ter acontecido, sobre uma possível simbologia com o desaparecimento dos gansos e também sobre a cena do porão/calabouço, Emily queria a solidão, não concordo com tudo o que fez mas entendo.

Em certo trecho alguém a compara com uma gato, que ao adoecer se esconde dos donos, e eu acho que essa comparação serviu como uma luva.

site: https://www.instagram.com/culturinhas/
comentários(0)comente



Mariana Dal Chico 23/11/2019

3,5 estrelas

“O Desvio” de Gerbrand Bakker, foi publicado no Brasil pela Rádio Londres que me enviou um exemplar de cortesia.

Escolher a solidão é uma atitude não compreendida por muitos, se isolar em uma casa alugada no meio da natureza em um lugar desconhecido, é ainda mais difícil de ser aceito.

O livro é composto por frases curtas, meias palavras, meias verdades e muitas lacunas. O autor não entrega detalhes explicativos, nem a história de forma linear. O leitor precisa encaixar os fragmentos fornecidos e estar pronto para não conseguir montar o quebra-cabeças completo, algumas peças faltam enquanto outras sobram.

Esse estilo narrativo foge da estrutura mais comumente usada, por isso, o leitor que está saindo pela primeira vez desse eixo comercial/popular/bestseller pode estranhar bastante.

O ponto forte do livro fica por conta da atmosfera melancólica criada, que envolve e leva o leitor para dentro do livro e da cabeça da protagonista, que por muitas páginas não sabemos seu nome.

Para quem gosta da Emily Dickinson, esse pode ser um livro interessante já que está repleto de referências e paralelos com a poetisa e sua obra.

Algumas cenas me incomodaram, como a necessidade de colocar a protagonista nua em uma pedra para um texugo morder seu pé, o jeito invasivo/violento de Rhys Jones que é tratado como normal, a atitude do médico em seu consultório.

Aqui vai uma opinião um tanto polêmica: eu gostei do final.

Ele é aberto, mas não me deixou com a impressão que o autor simplesmente parou de escrever, ao longo do livro ele indicou caminhos para o fechamento da obra e cada leitor criará sua própria teoria de acordo com sua experiência de vida, sentimentos e visão de mundo. Porém, entendo o leitor que não gostou e esperava encontrar um final mais concreto.

Foi uma experiência de leitura estranha, melancólica e reflexiva, que apreciei com ressalvas, mas que não entra para as listas de melhores/piores do ano.

Leia e tire suas próprias conclusões, mas não espere uma história redonda com personagens cativantes e 100% verossímeis. Depois, me conte o que achou de “O desvio”.

site: https://www.instagram.com/p/B5NfFiXDwHV/
comentários(0)comente



Vanessa.Benko 19/02/2020

O desvio
Para ser sincera, foi um livro bem angustiante com uma personagem literalmente no meio do nada e visivelmente abalada fisicamente e emocionalmente. Alguns comentaram que a personagem estava em busca de auto conhecimento, eu discordo. Para mim, ela estava buscando paz e ao mesmo tempo fuga. Ela não estava perdida, ela sabia exatamente o que sua vida era e o que ela não queria mais, por isso o desvio. Tem horas que ela parece egoísta por abandonar tudo e agir como se não importasse nem com pessoas do passado nem com as do presente. Mas dai fui entendo aos poucos os acontecimentos que levaram ela a desistir de tudo o que construiu para simplesmente ir embora em paz.
comentários(0)comente



21 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR