spoiler visualizarFelipe 27/10/2022
"A história foi contada e as vidas foram vividas"
É até complicado falar sobre esse livro. Alan (autor, e todos seus heterônimos) me conquistou desde quando li Isaac, e já tenho uma lista de livros dele para outras leituras, mas vou tentar me abster disso e focar neste conto.
O Terno Laranja me conquistou de cara, com a premissa de um Brasil distópico (gosto muito da série 3% da Netflix, e nem me faça começar a falar de Jogos Vorazes...). Além disso, a criação de mundo e de civilização em tão poucas páginas me impressionou de fato.
A relação entre o Brás, filho da criada, e o Pedro, filho dos patrões, é um clichê de romance proibido entre pobre e rico, porém, fica mais proibido no fato de ser um relacionamento aquileano. A tentativa de Pedro em negar seus sentimentos foi discreta, mas perceptível em um ciúme pelo outro.
Três plots me chamaram a atenção: o relacionamento da mãe do Brás com as outras filhas do patrão, tão forte que a mulher adoeceu e morreu após o sumiço das moças (me lembrou muito as "amas de leite", escravas que davam de mamar aos filhos dos patrões e se apegavam às crianças); o pai do Pedro encobrir o relacionamento entre o filho e o Brás (que demonstra sua ruptura inicial com os outros patriotas); e, é claro, as três caixas do final, que me deixaram em choque!
Para quem leu esta resenha até agora, minhas sinceras desculpas quanto ao tamanho, pois fiquei surpreso em quantas camadas e tópicos podem ser discutidos por este conto. No mais, indico muito esta leitura, que é muito rápida!