Hyperion

Hyperion Dan Simmons




Resenhas - Hyperion


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Cibeli Sebajes 27/03/2022

O final é apenas o começo
Foi interessante a estrutura de escrita que apresenta o universo de Hyperion a partir de cada peregrino contando uma história, o que ajuda a entender mais como a humanidade chegou no ponto que está e como é esse universo e a forças políticas que o movem. Boa parte desse livro que não me fez abandonar a leitura foi justamente a curiosidade sobre esse universo universo suas tecnologias porque não consegui me conectar tanto os alguns personagens que contam seus primeiros contos, mas valeu a pena continuar a leitura. Mal posso esperar para ver mais do Shrike e dos Ousters nas próximas leituras de Hyperion.
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Diego 11/02/2015

Um épico de ficção científica
Apesar de ser o primeiro livro da série, Hyperion é mais uma introdução ao universo criado do que propriamente o início de uma saga. Seguindo os "Contos da Cantuária" como forma de apresentar 6 histórias de viajantes numa peregrinação ao mundo de Hyperion, cada um desses contos te apresenta aos diversos termos e histórias desse novo universo. Cada um desses contos tem uma forma diferente de narrativa e cada uma delas toca num pilar diferente da ficção científica e de uma área de Hegemonia. Você tem um conto com o encontro de uma sociedade diferente nos moldes de orador dos mortos. Você tem um conto sobre simulações de guerra e treinamento militar tais como os livros de Heilein. Você tem um conto de detetive noir cyberpunk quase retirado de Gibson. E contos sobre os impactos dos débitos de tempo sofridos por viagens longas quase na velocidade da luz. Um livro com forte temática religiosa e imprescindível para quem gosta de ficção científica.

Leitura densa que demanda um bom domínio do inglês e de ficção científica em geral no mínimo.
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Alessandro 01/07/2014

Se você está procurando um bom livro — tão bom quanto Duna — deveria seriamente considerar este.
Hyperion,de Dan Simmons, é o primeiro livro da série Hyperion Cantos, escrito em 1989 e vencedor do Prêmio Hugo e Locus de melhor romance em 1990.
O livro foi escrito utilizando o estilo literário em quadros (várias histórias dentro da história principal), com várias linhas de tempo e personagens.
A história principal conta como um grupo é enviado em uma peregrinação até as Time Tombs no planeta Hyperion. Cada peregrino conta sua estória, e cada uma valeria um livro à parte, de tão interessantes de genialmente conduzidas pelo autor.
Dan Simmons criou um universo ficcional muito interessante, com tecnologias fantásticas que impactam dramaticamente a vida humana. Além disso muito do mistério envolve o Shrike, um terrível anti-herói (ou monstro), e o próprio personagem principal, o Cônsul, que também um personagem enigmático e complexo.

Contexto do Universo Hyperion

O primeiro livro está situado no século 28, onde a humanidade já colonizou boa parte da galáxia. A tecnologia que possibilitou isso foi o Motor de Hawking, que possibilita viagens mais rápidas que a luz. Mas a tecnologia que realmente revolucionou a vida humana foram os farcasters, espécies de portais que permitem viagens instantâneas independentes da distância envolvida entre cerca de 250 mundos. Cada um desses mundos possui milhares, ou até mesmo milhões de conexões farcaster. Os farcasters estão reunidos em uma rede, conhecida como WorldWeb, que tornou-se a base da economia e de toda infraestrutura da humanidade. Através desses portais, além de pessoas e mercadorias, fluem dados das avançadas dataspheres, uma rede que lembra a internet pelo fato de não estar localizada em apenas um local, mas contar com inúmeros nós de rede. Os planetas pertencentes à WorldWeb são tão dependentes da interligação dos farcasters que alguns mundos sequer produzem alimentos para consumo próprio, dependendo completamente da troca interplanetária e até mesmo partes de residências podem ficar separadas em mundos diferentes, e as pessoas podem trabalhar em um mundo, e residir em outro.
Praticamente todas as Inteligências Artificiais (IA) existentes estão interligadas através dessa rede de dataspheres, criando uma entidade poderosa conhecida como TechnoCore.
A conexão entre os farcasters acontece graças às esferas de singularidades (buracos negros artificiais) localizados na órbita de cada mundo. A Terra foi destruída por um acidente com sua esfera de singularidade, e após o acidente aconteceu a Hegira (do hebreu hagira, que significa migração), onde várias naves semeadoras foram enviadas para estabelecer colônias em novos mundos, entre eles Hyperion.
A Hegemonia é uma sociedade em decadência que depende da força armada (conhecida como FORCE) para manter sua influência, e enfrenta a ameaça dos Ousters, bárbaros interestelares que vivem além dos limites da Hegemonia e não querem viver sob a influência do TechnoCore e dos farcasters. O líder da Hegemonia é assessorado pelo conselho consultivo TechnoCore. Entretanto o TechnoCore não consegue compreender as misteriosas Time Tombs, e a ainda mais misteriosa criatura Shrike que encontram-se no longínquo mundo Hyperion.
Os Ousters estão obcecados por Hyperion, e a invasão do mundo é iminente no início do livro.
Hyperion é um dos nove mundos ‘labyrinthine’ (labiríntico), que possuem redes de antigos labirintos subterrâneos com propósito totalmente desconhecido. Outras características de Hyperion dignas de nota: possui gravidade de 4/5g, uma fauna e flora peculiar com as formidáveis árvores Tesla – que como o nome sugere são gigantescas geradoras de eletricidade, e o mais importante são as Time Tombs (Túmulos do Tempo), gigantescos artefatos de origem desconhecida cercados por campos “anti-entrópicos” que permitem viajar pelo tempo, que é protegida pelo Shrike.
No meio dessa crise sete peregrinos são convocados pela Church of the Final Atonement (Igreja da Redenção Definitiva) para realizarem uma peregrinação até os Time Tombs para consultar o Shrike, que diz-se fornecer um desejo para os peregrinos que chegam até lá, mas existe uma lenda de que todos os peregrinos são mortos (exceto um, que tem seu pedido concedido) e presos à uma árvore de metal (daí vem o nome Shrike, no Brasil conhecido como picanço, que tem como característica o hábito de espetar suas presas em espinhos de árvores para comer mais tarde) .

Considerações sobre o livro

Eu vinha adiando a leitura de Hyperion há algum tempo. Tenho focado nos grandes mestres como Asimov, Clarke e Heinlein, mas quando iniciei o projeto de ler e analisar (superficialmente, é claro) todos os vencedores do Prêmio Hugo, decidi encarar a leitura do livro em inglês, pois como todos que gostam de ficção científica bem sabem, as editoras brasileiras não tem interesse em traduzir e vender esse tipo de literatura no Brasil.
Assim que comecei a leitura comecei a concordar com as críticas à respeito desse trabalho de Dan Simmons. A estrutura de estórias dentro da estória principal, na forma de relatos dos peregrinos, apesar não ser novidade na literatura e até ser um pouco incomum, é extremamente interessante e muito bem conduzida pela autor. Mas o que impressiona mesmo é que o livro é tão bem escrito, o mundo criado é tão bem concebido que posso dizer, sem sombra de dúvidas, que este é um dos melhores livros de ficção científica que já li até hoje.
A estória acontece em um mundo tão rico e imaginativo quanto o universo de Duna ou a Terra Média, ou outros clássicos. a história de cada peregrino é contada sob o ponto de vistas deles, cheias de detalhes e é impossível não se emocionar com elas.
Hyperion é tão bem concebido, com tantos detalhes, e o mais importante, é tão plausível que ficamos tentados a ficar imaginando se o planeta não existiria em algum lugar na nossa galáxia. Ele possui os misteriosos Túmulos do Tempo (Time Tombs), estruturas enigmáticas que movem-se para trás no tempo. Existe um mar de grama alta que lembra um oceano, mas que não pode ser cruzado à pé por causa das cobras que vivem ali. Existe o Shrike, uma misteriosa criatura (ou anti-herói) que massacrou todos os habitantes da Cidade dos Poetas e tem o hábito de empalar suas vítimas em uma árvore de metal.
Dan Simmons convence em grande parte por tratar do tema com certa ingenuidade: ele não se preocupa o tempo todo em tentar convencer o leitor com ciência. Ele prefere colocar os personagens em situações interessantes e fascinantes, e então apela ao bom senso e usa as palavras com maestria para fazer o leitor sentir-se como parte da história. E a imersão começa muito rapidamente, antes mesmo de conhecer os personagens, antes mesmo da ação se iniciar. Coisa que apenas um grande escritor pode fazer!
Mas para ser mais imparcial, considero que existem pequenas falhas no livro, mas nada que incomode. Por exemplo, Dan Simmons exagera um pouco na descrição de características físicas dos personagens que poderiam ser deixadas de lado, como um lábio superior maior que o inferior… um pouco de desperdício de tinta, mas afinal é apenas um parágrafo, nada demais. Outro problema é que o autor esforçou-se demais em manter o perfil psicológico na história de cada peregrino. Cada linha, cada parágrafo mostra essa preocupação em manter o perfil estável. Eu gostaria de ter visto um pouco de conflito nos personagens. Mas talvez isso tenha sido intencional: o autor desejava criar personalidades bem definidas. Num oceano de coisas boas em Hyperion, não seria esse detalhe que estragaria o livro.
Hyperion é um grande livro, descreve um mundo fascinante e utiliza uma prosa extraordinária. Se você está procurando um bom livro — tão bom quanto Duna — deveria seriamente considerar este. Não perca tempo esperando uma edição em português (que talvez nunca venha a existir), pegue um dicionário (ou use o dicionário do Kindle), largue tudo o que você está lendo agora e descubra o que você estava perdendo até agora. Você não irá se arrepender.
Alessandro232 20/11/2023minha estante
Olá, Alessandro. Sim, concordo. Em muitos aspectos, "Hyperion" se aproxima de "Duna", principalmente na exploração de certos temas, embora Simmons faça isso de maneira diferente de Herbert. Também vejo que a configuração de elementos de FC, não é essencial no livro. Isso é feito para criar uma ambientação verossímil, digamos assim. O que interessa para Simmons é enfatizar questões ao ver bem complexas, tais como Inteligência Artificial, - o que se dá de maneira inusitada- e também políticas e religiosas. Além disso a estrutura narrativa desse livro é diferenciada, com destaque para o estilo de escrita do autor que muda em cada uma das narrativas dos personagens. Em algumas passagens, Simmons até mesmo emula a forma poética de Keats, principalmente nas descrições das paisagens naturais.




Antonio Luiz 22/03/2010

Aviso ao leitor: quem se interessar precisa estar disposto a comprar e ler não só este volume como também "The Fall of Hyperion", pois este livro é, no fundo, um longuíssimo prólogo. É indispensável para entender o que se passa, mas é no segundo livro que a história propriamente dita se desenrola.

Trata-se aqui de uma estranha peregrinação a um santuário em um planeta periférico à civilização deste universo (povoado por humanos espalhados por muitos sistemas solares, por volta do século 28), no qual seis dos peregrinos contam suas histórias e explicam o que os levou lá, seguindo bem de perto o modelo de "Os Contos de Canterbury (ou Cantuária)" de Geoffrey Chaucer. É apenas uma das referências da literatura anglo-saxônica citadas pelo livro. A principal é, naturalmente, o poema "Hyperion", de John Keats, obsessão de vários personagens-chave do romance e que dá o nome ao planeta que serve de cenário.

Do ponto de vista da verossimilhança científica e tecnológica, deixa a desejar nos detalhes. Os mundos mais avançados dessa civilização estão interligados por um sistema de teletransporte instantâneo, enquanto os menos desenvolvidos são atingidos por espaçonaves que viajam a velocidades relativísticas (pouco inferiores à da luz). Entretanto, uma vez em Hyperion, até veículos aéreos são raros: personagens viajam por regiões selvagens em barcaças arcaicas, comparáveis às "gaiolas" do Amazonas. Em outros mundos, veículos aéreos são comuns, mas se apoiam em um princípio absurdo: voam por levitação magnética, ou seja, "repelem" o campo magnético do planeta. No livro, o processo não se aplica a Hyperion porque o campo magnético desse planeta é "fraco". Na vida real, não se aplicaria a mundo algum - mesmo nos que têm campos "fortes", como a Terra, este é extremamente fraco em relação à força da gravidade.

Essas falhas devem ser relativizadas porque esta obra é mais de ficção teológica do que ficção científica. A especulação que realmente importa é sobre a natureza do Deus católico - em um tom extremista e "cruzadista" que demonstra muito preconceito contra outras religiões, principalmente o Islã e o budismo. A falta de consistência interna a alguns aspectos do seu universo se explica quando se percebe que a trama é dominada por metáforas externas de caráter religioso, mais que por uma lógica interna.
Alessandro 01/07/2014minha estante
Concordo plenamente! O livro não deve ser analisado pela ótica da ficção científica 'Hard', e mais como uma ficção fantástica. Parabéns!


Diego 10/02/2015minha estante
Apesar de concordar que nem tudo é explicado, o livro deixa claro que naves tem enormes dificuldades em Hyperion por causa das anti-entropic fields e as time tides e os EMV (que funcionam por magnetismo) também não funcionam por motivos que você explicou. Mas concordo que funciona melhor como fantasia, apesar de vários excelentes conceitos científicos aplicados no livro.


Alessandro232 20/11/2023minha estante
Olá. Tudo bem? Li "Hyperion" e posso dizer que não é um livro de leitura fácil. Simmons em sua construção de mundo descreve vários elementos, incluindo invenções tecnológicas, fazendo uso de muitos neologismos, o que dificulta a tradução para o português. Além disso, é um livro com muitas referências a obra e até mesmo aspectos da vida de John Keats. Por isso, é interessante, depois de ler "Hyperion" ou antes, conhecer um pouco sobre o poeta inglês e, principalmente, suas obras - "Hyperion" é um poema épico de sua autoria e está relacionado com a trama do livro de Simmons.
Ou seja, "Hyperion" é uma obra de ficção científica diferenciada. Aos poucos, durante o desenvolvimento da trama, ela ganha uma dimensão épica e até mesmo mítica. Neste aspecto, se aproxima um pouco de "Duna" de Frank Herbert.


Pericles Avelino 05/12/2023minha estante
Mas a obra não se propõe a ser ficção científica. Entendo-a como uma ficção fantástica Space Opera.


Alessandro232 14/12/2023minha estante
Olá, Pericles. Mas, de acordo com estudiosos sobre o tema, a Space Opera é um tipo de ficção científica. É uma de suas vertentes. Mas, eu acho que "Hyperion" não é somente uma space opera, porque tem um enredo muito complexo. Para mim, o livro é épico de ficção científica porque me parece que converge para uma grande batalha que envolve até mesmo divergências ideológicas e políticas. Ou seja, é pela forma trata diversos temas, não parece que "Hyperion" possa ser visto como Space Opera.




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