Hélio 06/03/2023Sobre históriasC. S. Lewis além de ter sido um excelente autor, também foi um exímio leitor. Quem ler as suas obras aprenderá bastante sobre livros, leituras, teologia cristã, literatura e etc. Neste livro há uma coletânea de ensaios em que ele fala sobre literatura, autores, leitores, gêneros literários, contos de fadas, ficção, modos de escrever para crianças e resenhas sobre obras de outros autores como O Hobbit e O Senhor dos Anéis de seu amigo Tolkien. Lewis também apresenta resenhas de obras como as George Orwell, "1984 e A Revolução dos Bichos." Fazendo uma comparação dessas duas obras de Orwell, ele faz críticas ao livro 1984 e elogia A Revolução dos Bichos. É mais um livro em que Lewis expõe a sua genialidade e nos ensina muita coisa sobre o mundo da escrita e da leitura.
Trechos:
"Acontece assim na literatura. Nós não apreciamos completamente uma história na primeira leitura. Somente depois da curiosidade, a pura luxúria da narrativa, ter tomado sua sopa e ido dormir é que estamos livres para saborear as verdadeiras belezas. Até então, é como desperdiçar um excelente vinho com uma sede natural insaciável que apenas quer um líquido frio."
"O conto de fadas é acusado de dar a crianças uma impressão falsa do mundo em que vivem. Mas acho que nenhuma literatura que as crianças podem ler dá-lhes outra coisa senão impressão falsa. É mais provável, eu acho, que aquilo que proclamam ser histórias realistas para crianças as enganem. Nunca esperei que o mundo real fosse como os contos de fadas. Acho que eu esperava que a escola fosse como as histórias de escola. As fantasias não me enganaram; as histórias de escola, sim. Todas as histórias em que as crianças têm aventuras e sucessos que são possíveis, no sentido de que não violam as leis da natureza, mas quase infinitamente improváveis, oferecem maior perigo de gerar falsas expectativas do que os contos de fadas."
"Na literatura, as características do ?consumidor? de arte ruim são ainda mais fáceis de definir. Ele (ou ela) pode muito querer sua porção semanal de ficção ao ponto de ficar muito infeliz se lhe for negada. Mas ele nunca relê. Não existe uma distinção mais clara entre o literário e o não literário. É infalível. O homem literário relê, outros homens simplesmente leem."