Vitória 10/03/2021
Professor C.S. Lewis
É muito interessante conhecer Lewis para além dos ensaios e artigos teológicos. Ele se mostra um grande mestre da literatura através de resenhas, críticas de obras, falando sobre ficção científica, fantasia e crítica literária. Um ponto alto é descobrir de onde vinha inspiração para escrever livros como As crônicas de Nárnia e A Trilogia Cósmica. No decorrer do livro pude conhecer diversos autores e livros, alguns dos quais despertam minha curiosidade para ler. Sem dúvida é uma leitura muito válida para amantes da literatura e admiradores de Lewis, um verdadeiro professor.
Citações favoritas
Você não conseguirá uma xícara de chá suficientemente grande ou um livro suficientemente longo que me satisfaça. (Pág. 11)
Quaisquer ideias teológicas podem ser contrabandeadas para dentro da mente das pessoas sob o disfarce de um romance sem que elas percebam. (Pág. 24)
Esta é uma das funções da arte: apresentar o que as perspectivas estreitas e desesperadamente práticas da vida real excluem. (Pág. 42)
Nenhum livro é realmente digno de ser lido aos dez anos se não for igualmente (e, por vezes, muito mais) digno de ser lido aos cinquenta - exceto, claro, os livros de informação. (Pág. 49)
Nós não apreciamos completamente uma história na primeira leitura. Somente depois da curiosidade, a pura luxúria da narrativa, ter tomado sua sopa e ido dormir é que estamos livres para saborear as verdadeiras belezas. (Pág. 53)
Quando me tornei homem, deixei de lado as coisas infantis, incluindo o medo da infantilidade e o desejo de ser muito adulto. (Pág. 75)
A criança não despreza florestas reais porque leu sobre florestas encantadas: a leitura faz todas as florestas reais um pouco encantadas. (Pág. 81)
O mundo literário de hoje está pouco interessado na arte narrativa como tal; está (pre)ocupado com novidades técnicas e com ?ideias", não ideias literárias, mas sociais ou psicológicas. (Pág. 99)
Eu nunca havia compreendido isso completamente até que meu amigo, o professor Tolkien, fez-me uma pergunta muito simples: "Que categoria de pessoas você acha que estaria mais preocupada com a ideia de fuga e seria mais hostil a ela?" E deu a resposta óbvia: os carcerciros. A acusação de fascismo é, com certeza, mera difamação. Fascistas, bem como comunistas, são carcereiros; ambos nos assegurariam que a sala de estudos adequada de prisioneiros é a prisão. Mas talvez haja esta verdade por trás disso: aqueles que pensam muito no passado remoto ou no futuro, ou que olham longamente para o céu noturno, são menos propensos do que outros a serem partidários ardentes ou ortodoxos. (Pág. 116)
A sociedade mais "mundana" em que já vivi foi a dos estudantes: mais mundanos na crueldade e na arrogância dos fortes, na bajulação e na traição mútua dos fracos e do injustificado esnobismo de ambos. (Pág. 134)
Eu sou democrata porque acredito que nenhum homem ou grupo de homens é bom o suficiente para lhe ser confiado poder absoluto sobre os outros. E, quanto mais altas as pretensões de tal poder, mais perigoso eu o considero, tanto para os governantes quanto para os súditos. Daí ser a teocracia o pior de todos os governos. Se nos for necessário um tirano, um barão ladrão é muito melhor do que um inquisidor. A crueldade do barão pode, às vezes, amainar, e em algum momento sua cobiça será saciada; além disso, como ele sabe vagamente que está agindo de modo errado, pode se arrepender. Mas o inquisidor, que confunde a própria crueldade e o desejo de poder e de medo com a voz do Céu, nos atormentará infinitamente, porque o faz com a aprovação de sua própria consciência, e seus melhores impulsos lhe parecem como tentações. E, uma vez que a teocracia é o pior, quanto mais qualquer governo se apro- xima da teocracia, pior ele será. (Pág. 137)
Um grande mito é relevante enquanto durar a situação difícil da humanidade; enquanto durar a humanidade. (Pág. 170)
Os homens não continuaram a pensar naquilo que esqueceram como dizer. (Pág. 182)
A história em si deve impor sua moral sobre o autor. Você descobre qual é a moral escrevendo a história. (Pág. 239)