Pátria

Pátria Fernando Aramburu




Resenhas - Pátria


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Isabella.Wenderros 08/06/2020

Pátria
Bittori e Miren cresceram juntas, se casaram com apenas um mês de diferença, os filhos vieram mais ou menos na mesma época, os maridos também viraram melhores amigos. Parece ser o tipo de amizade que vai durar por toda uma vida, certo? Porém não é o que acontece quando o marido de uma é assassinado por terroristas e o filho da outra entra para esse grupo, abalando e posteriormente destruindo os laços que uniam essas duas famílias.
O ETA (Euskadi Ta Askatasuna) foi uma organização fundada em 1959 e que só acabou em 2018, que tinha como objetivo libertar o País Basco da Espanha. Ao longo dos anos foi responsável por milhares de atentados, extorsões e centenas de mortes.
Quando passa nos noticiários números e estatísticas, nem sempre paramos para pensar que cada um daqueles algarismos é na verdade um ser humano, com tantas outras pessoas ao seu redor, entrelaçando tantas outras vidas à sua. É isso que Pátria ressalta ao longo de suas quinhentas páginas, focando no impacto individual que uma mesma história pode ter para pessoas diferentes, com experiências diferentes e visões conflituosas.
Miren, uma mulher que sempre foi apolítica, vira uma extremista depois que seu filho mais velho, Joxe Mari, entra para o ETA. Já Bittori vê sua vida virar de cabeça para baixo quando seu marido é ameaçado publicamente por não pagar uma espécie de ‘imposto revolucionário’ e seus conhecidos passam a evitar a família sempre que podem para que não sejam marcados também. Quando as ameaças são cumpridas e Txtato é assassinado voltando para a casa, a vida dessa mulher entra em uma espécie de pause que dura até as últimas páginas.
Durante toda a leitura, a minha impressão foi de que as duas famílias estavam paradas no tempo. A família de Bittori, principalmente ela e Xabier, vivem suas vidas em função da memória de Txato; para o filho existe a vida ‘antes de’ e ‘depois de’. Nerea, que era a filha preferida, mesmo não indo ao enterro, guarda diversos objetos pessoais, inclusive a roupa que ele usava durante o atentado. Para Miren a vida parou no dia em que o filho foi preso pelos crimes que cometeu em nome do ETA. Aliás, essa personagem me causou certa antipatia, já que não concordava com sua visão de que por ser mãe de alguém que era um terrorista, era obrigada a ser tornar uma defensora da causa. Gostei de Arantxa, irmã de Joxe Mari, logo de cara pela sua visão de que podia amar o irmão, mas isso não significava apoiar cegamente suas atitudes; uma pena o que aconteceu com ela, mas de todos foi a que mais teve empatia e coragem ao manter vivo vínculo com a outra família.
Aqui, o perdão é visto como um meio de liberdade, tanto para quem perdoa quanto para quem pede o perdão. No primeiro caso, é necessário abrir mão de toda a mágoa e raiva para conseguir absolver o outro. Já para quem desejar ser perdoado, é essencial olhar para seu passado, analisar cada atitude e se arrepender do caminho percorrido, o que nunca será fácil.
Quando terminei a leitura e fui pesquisar um pouco sobre o livro, vi que HBO lançou recentemente uma série baseada nele. Estou ansiosa para assistir, já que em diversos momentos nos últimos dias pensei que daria uma excelente adaptação. Por algum motivo estranho, fiquei com a sensação de que numa releitura, terei uma experiência ainda mais impactante. Ele ficará aqui na minha coleção para que daqui a alguns anos eu possa descobrir que se minha intuição se confirma.
Fabiana.S 06/07/2020minha estante
Vou começar agora! Bom saber que gostou ;)


Isabella.Wenderros 06/07/2020minha estante
Gostei bastante! Na minha opinião, poderia ter sido um pouco mais curto, mas foi uma ótima experiência. Boa leitura, Fabi :)


Fabiana.S 08/07/2020minha estante
Obrigada! Ainda não consegui entrar na história.. mas tô indo! Bjs


Isabella.Wenderros 08/07/2020minha estante
Demorou pra mim tb haha
Beijo


Fabiana.S 15/07/2020minha estante
Isabella, falta pouco pra eu terminar, mas li a sua resenha (muito bem escritola por sinal) Me ajudou muito a entender e a ter mais simpatia pela história :)


Isabella.Wenderros 15/07/2020minha estante
Ah, que bom. Estou começando à me arriscar escrevendo minhas resenhas, sempre tive dúvidas se ficariam boas. Fico feliz que tenha te ajudado, Fabi :)


Fabiana.S 15/07/2020minha estante
Excelente resenha!


Isabella.Wenderros 15/07/2020minha estante
Obrigada =)




Bookster Pedro Pacifico 26/02/2020

Pátria, de Fernando Aramburu
Ganhador do Prêmio Nacional de Narrativa de 2017 (Espanha), “Pátria” pode ser uma excelente escolha para quem gosta de um bom romance histórico. O cenário por trás da narrativa é marcado pelos conflitos no País Basco entre os governos espanhol e francês e o grupo terrorista ETA, que buscava sua independência. Para conseguir transportar o leitor a essa história, Fernando Aramburu constrói seu romance a partir da vida de duas mulheres afetadas pela violência constante: Bittori e Miren. Duas grandes amigas que, por motivos políticos e ideológicos, cortaram relações. Apesar de cada uma defender seu ponto de vista, é visível a saudade que cada uma nutre pelos tempos de amizade. O estopim para essa separação está em Txato, marido de Bittori, que é vítima de um cruel assassinato praticado pelos membros do grupo terrorista. Acompanhamos, então, como a separação entre duas famílias afeta cada um dos personagens, não só as matriarcas, mas também os maridos e filhos.

A escrita é bem cativante e fluida, mesmo que a narrativa não siga uma forma linear. Gostei da forma como o autor alterna entre o narrador em 1ª e 3ª pessoa, aproximando mais o leitor dos personagens. No começo pode até ficar um pouco confuso, mas eu logo me acostumei com esse estilo de Fernando Aramburu.

Além de nos ensinar sobre os conflitos no País Basco, sendo que o próprio autor nasceu nessa região, “Pátria” é uma obra que nos faz refletir sobre um tema extremamente atual: o fanatismo irracional por um pensamento ou posição política. É o abrir mão de valores, de relações e do próprio senso crítico por ideias coletivas e inquestionáveis. No meio de tantos personagens, a história de Arantxa, filha de Miren, foi a que mais me fascinou, pois foge dessa visão extremista e polarizada em que o povo do País Basco vivia.

Senti, no entanto, que o autor se estendeu em algumas passagens que pouco contribuíram para o desenvolvimento da narrativa. Fora isso, o livro é realmente excelente e muito recomendado!

site: https://www.instagram.com/book.ster/
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Gabriel 01/06/2023

"A nossa memória não se apaga com jatos de água"
?Você tem a sua prisão, eu tenho a minha. A minha é o meu corpo. Prisão perpétua. Um dia você vai sair da sua. Não sabemos quando, mas um dia vai sair. Eu não sairei nunca da minha. Há outra diferença entre nós dois. Você está aí pelo que fez. Mas o que eu fiz para merecer a minha condenação??


Caramba, que livro intenso, difícil, belo e horrível. A escrita é tão boa que faz essas 500 páginas contadas por tantos personagens em diferentes momentos temporais passarem muito rápido.

Os personagens são muito complexos e diferentes entre si, cada um carrega a sua dor, suas mágoas e pesadelos. Difícil condenar qualquer um deles justamente por haver tantas camadas na vida social e política dos mesmos.

Aprendi muito sobre a luta pela independência do País Basco e sobre o ETA nessa narrativa e em pesquisas adicionais.

Gostei muito de como as coisas são contadas, por quem são contadas e a não linearidade faz tudo ser mais interessante de descobrir, apesar dos dramas pesados vividos por cada um deles. Ansioso para assistir a adaptação.
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ekundera 17/04/2021

?Da cadeia se sai um dia. Do cemitério, nunca mais.?
Através de uma narrativa não linear e com muitas perspectivas dos vários personagens, acompanhamos duas famílias, que deixam de ser amigas por influência do fanatismo patriótico. De um lado, um jovem que vai sendo sugado cada vez mais pela intolerância de grupo terrorista e separatista, capaz de qualquer atrocidade em nome dos seus ideais políticos. Por outro lado, um grupo familiar destroçado e cada vez mais hostilizado pela sua comunidade, que não tem coragem de desafiar os desmandos dos grupos armados. Sem muita alternativa, as pessoas vão aceitando as vicissitudes da vida, sem grandes expectativas para a sua triste realidade.
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fev 24/01/2021

Uma obra relevante com uma narrativa poderosa
Pátria narra a relação de duas famílias e como a luta nacionalista e o grupo terrorista ETA acabam afetando a vida e o convívio entre eles. Bittori e Miren são amigas de longa data e matriarca de cada uma dessas famílias. Ao longo da história vamos acompanhando a vida de cada um dos membros das famílias.

Para mim, o melhor do livro é a complexidade dos personagens e a construção do texto. No começo o modo de narrar de Fernando Aramburu me lembrou Elena Ferrante. Eu ainda prefiro Ferrante, mas Aramburu tem um texto que prende e flui de maneira incrível. A narrativa fica indo e voltando entre memórias e acontecimentos do presente. Em meu entendimento não há um acontecimento principal em que a história gira entorno. Cada personagem tem o seu conflito, as suas particularidades fazendo com que tudo ali se torne importante.

A complexidade não fica somente entre os personagens. A história se passa no País Basco em um período em que o grupo terrorista ETA atuava com ataques sanguinários em busca soberania do país. Com esse fundo o autor constrói um ótimo panorama sobre os integrantes do ETA e como eles agiam. Os julgamentos e pontos de vista sobre a luta nacionalista e os afetados pelo terrorismo são comentados pelos personagens ao longo das passagens. Há um discussão importante sobre movimentos que buscam independência e a forma que agem para chegar ao seu objetivo.

Enfim, é uma obra relevante com narrativa excelente além de ser rico em aspecto cultural. Não há o que negar. Apesar de achar o final fraquinho e diferente daquilo que eu esperava e vi durante toda a leitura. Ele parece não conversar com os acontecimentos extremos, mas se tratando de seres humanos tudo é possível. Recomendo a leitura porque acredito na relevância do da história.
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Bárbara | @barbaraeoslivros 01/05/2020

Leiam esse livraço!
O primeiro calhamaço do ano: o incrível Pátria, de Fernando Aramburu.
Um romance histórico, cujo pano de fundo é a militância e a luta armada do grupo separatista ETA, organização paramilitar que lutou pela independência do País Basco (Euskal Herria), cujo antigo território atualmente se distribui entre a Espanha e a França.

O livro narra a história de Bittori e Miren, duas grandes amigas desde a infância quando ainda pensavam em ser freiras, mas ambas trocaram o hábito por alianças e suas famílias se tornaram muito unidas.
Porém, o destino (sempre ele) muda completamente a vida das duas mulheres, afastando-as a ponto de se considerarem inimigas. Bittori é forçada a sair de sua vila após o assassinato de seu marido. Miren se torna uma militante fervorosa quando um de seus filhos decide entrar na luta pela causa basca.

Além do contexto histórico muito bem delineado, destaca-se a forma de narrativa escolhida pelo autor. A voz unívoca de um único narrador dá lugar a vozes de vários narradores com diferentes pontos de vista sobre os mesmos fatos em uma narração polifônica.
Assim, o leitor entende como acontecimentos que dizem respeito a todos os narradores/personagens repercutem diferentemente em cada um deles.

O livro aborda o poder do perdão e a coragem necessária para pedi-lo. É uma história sobre as surpresas da vida, a importância das relações familiares e a dor do luto.
Flávio 01/05/2020minha estante
Adorei a resenha e me interessei, vou ler então!


Bárbara | @barbaraeoslivros 01/05/2020minha estante
Leia! Você não vai se arrepender! Foi minha melhor leitura do clube intrínsecos e melhor de 2020 até agora!


Flávio 02/05/2020minha estante
Temporariamente fora de estoque na Amazon...?


Bárbara | @barbaraeoslivros 02/05/2020minha estante
Mas vai voltar, acho que teve alguma promoção da editora intrínseca aí devem ter comprado muito.




Otávio - @vendavaldelivros 03/08/2023

“Todo mundo mente. A polícia mente, mente a esquerda abertzale. Todo mundo mente, Joxian, juro. A verdade não serve para ninguém.”

A crença fundamentada de que somos nós os certos e os eleitos existe em todas as tribos desde sempre. Cremos que os outros estão errados, são maus e perversos, e nunca conseguirão enxergar a verdade plenamente. Isso acontece nas redes sociais, mas também no espírito de muitos povos. Muitos estão certos em suas principais demandas e errados em tantas outras, mas seguem travando batalhas que nunca parecem ter fim. “Pátria” versa sobre como o ser humano, no seu eu, se vê dentro do furacão da História.

Publicado em 2016, “Pátria” do espanhol de origem basca Fernando Aramburu narra a história de duas famílias amigas atingidas diretamente e de formas distintas pelo histórico conflito basco em busca da separação O fanatismo do ETA e seus sucessivos ataques terroristas e a violenta repressão estatal espanhola são mostrados do ponto de vista dessas duas famílias, uma atingida pelo ETA e a outra pela repressão ao grupo terrorista.

Com duas mulheres como personagens “principais”, Aramburu apresenta os dramas da mãe que vê o filho terrorista preso e da esposa que perde o marido para um ataque encomendado. Os filhos, netos e demais membros das famílias formam o núcleo principal de personagens, mostrando também como os efeitos do conflito impactaram suas vidas.

“Pátria” é um livro de profundidade, mas que peca muito pelo excesso de páginas, subtramas inúteis e barrigas. Mesmo contando com ótimos personagens, muito bem desenvolvidos, o autor erra a mão em uma densidade que acaba se mostrando inócua, vazia de sentido e que torna a leitura muito cansativa. É nítido que houvesse a editora cortado metade da obra ela não só ficaria melhor, como certamente continuaria entregando a representatividade e o simbolismo de falar sobre uma história tão importante.

Não funcionou pra mim, apesar de gostar muito de certos personagens (Arantxa principalmente), de algumas passagens e achar o tema central do enredo fascinante. Importante, porém, para lembrarmos sempre que dentro de uma guerra de ódio ninguém sai vencedor.
Alê | @alexandrejjr 22/09/2023minha estante
Não li o livro, mas creio que as "barrigas" do Aramburu foram cortadas na adaptação da HBO, que é uma das minisséries mais interessantes e bem produzidas da Espanha no últimos anos. Chegasses a conferir, meu caro? Ah! E parabéns pelo texto.


Otávio - @vendavaldelivros 22/09/2023minha estante
Rapaz, até que não, mas acredito que o livro funcione bem em outra mídia mesmo. Eu cheguei a colocar a série na lista, mas desisti por conta do livro ahahaha


@thereader2408 28/11/2023minha estante
Eu queria muito ler esse livro, estava há tempos na minha wishlist e em uma promo comprei e passei ele na frente de vários outros livros que queria ler. Ainda não cheguei na página 100 e já estou desapontada, vim aqui para ver os comentários e verificar se alguém teve essa mesma impressão. Pelo visto pouquíssimas pessoas, eu estou desapontada de não estar gostando porque é meu tipo de livro, mas está sendo uma leitura sofrida e cansativa, espero mudar de ideia porque ainda tem muito livro pela frente, mas a priori concordo com você em tudo. Assim que terminar o livro vou assistir a série.




Ana Vizentim 01/03/2024

Não esperava
Eu definitivamente não esperava pelo q esse livro me trouxe. Gostei muito da narrativa do autor e de como ele expôs os fatos de uma história de violência e terrorismo espanhol.
Esse é um livro sem mocinhos e romantização dis fatos, dando poder de fala aos dois lados dessa luta insana.
Ouvi no Audible e a experiência foi incrível!
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Michele 13/09/2022

Impactante, imersivo e transformador
É possível sentir a carga dramática que essa história vai nos apresentar já desde as primeiras páginas, e ainda assim o resultado surpreende. Todas as personagens passam por grandes traumas, cada qual reagindo a eles a sua maneira, e isso é tão bem construído e explorado ao longo da narrativa que ela deixa marcas não apenas naqueles envolvidos diretamente com a trama, mas em todos nós também.

O autor define seu livro como "doses justas de literatura e verdade humana", e Pátria é bem isso mesmo: uma estrutura narrativa impecável e extremamente sincera, mais humana impossível.
Alê | @alexandrejjr 13/09/2022minha estante
Michele, indico fortemente a adaptação em série da HBO, que é muito bem realizada.




@wesleisalgado 27/08/2022

História com H maiúsculo e de gente grande
Para se contextualizar historicamente no maravilhoso PÁTRIA, basta uma rápida pesquisa sobre o grupo terrorista ETA e sua luta pela independência de Basco da Espanha.

O mosaico criado pelo autor abrangendo a maneira como duas famílias foram diretamente atingidas é de fazer cair o queixo. Cada personagem construído de maneira simétrica, vê-se o cuidado com eles linha por linha e em cada desdobramento de suas próprias histórias individuais.

A construção do livro no tempo presente,indo para o passado e revisitando uma mesma cena mais de uma vez na perspectiva de outro personagem é maravilhosa. Foram 500 páginas com a densidade de mil e eu queria mais.

Estou no episódio 5 da adaptação da HBO e meu amigo, prepare-se para se impressionar. Leia antes e vá para série depois, diferente de PACHINKO os episódios seguem exatamente a cronologia do livro até aqui. A cena no final do primeiro episódio com Bittori encontrando Txato na chuva (não é spoiler pra quem leu a sinopse ou viu o cartaz/trailer da série) e revisitada durante todo o livro, me fez sentir como a cena final de CENTRAL DO BRASIL com Fernanda Montenegro narrando sua carta para o Josué. Se isso não é deslumbre, não sei o que é!

Com absoluta certeza no TOP 10 do ano, muito provavelmente em uma nova análise, um dos melhores livros que já li da vida. Recomendo!
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Bárbara 09/07/2020

Romance histórico tocante e surpreendente!
A vida não é sempre certo ou errado, dia e noite, claro e escuro, concordam? Em muitos casos, os enredos não trazem apenas heróis e bandidos, como se fosse possível olhar para uma pessoa e saber se ela é boa ou má. Pátria é um exemplo disso; não há mocinhos nem vilões, mas apenas vítimas de feridas, palavras não ditas e ações impensadas, que feriram de morte uma amizade consistente e inabalável.

O livro acompanha a saga de duas famílias diante de uma tragédia: o marido de uma delas, Bittori, foi executado por alguém ligado ao ETA, uma organização nacionalista basca. Tal grupo, considerado por muitos países como terrorista, buscou a independência política e territorial do povo basco, localizado entre o nordeste da Espanha e o sudoeste da França.

Bittori e Miren sempre foram ligadas; quando mais novas, tinham planos de virar freiras, até que o destino mudou e formaram família. Muito unidas, eram vizinhas. E assim seguiram a amizade por muitos anos, vendo a chegada e o crescimento dos filhos. Tudo começa a mudar quando Joxe Mari, filho de Miren, começa a participar do ETA.

Em prol da liberdade, ações como imposição de pagamentos mensais e até mesmo queima de arquivos eram vistas como luta. Jovens foram aliciados e passaram a crer que o fim libertário justificava quaisquer meios empregados, ainda que fossem atentados à vida.

E é a partir daí que ocorre a cisão da amizade entre as duas famílias, que passam a ser inimigas. As famílias, e não apenas as matriarcas, passam a seguir caminhos diametralmente opostos: de um lado, uma família em luto, vítima do terrorismo; de outro, a militância. O enredo permeia também a vida dos demais membros de ambas as famílias, mostrando que todos - de uma forma ou de outra - foram atingidos no atentado a Txato, marido de Bittori.

Romance histórico bem construído, narrado em terceira pessoa de forma não linear, mostra que a vida tem várias facetas, e que o perdão às vezes é tão difícil quanto um cessar-fogo. De leitura imperdível, o livro ganhou o Prêmio Nacional de Narrativa de 2017 e foi adaptado para série da HBO, a ser lançada.

site: http://www.instagram.com/leiturasdebarbara
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Eva 01/01/2021

Despertou curiosidade
A história se passa na região nordeste da Espanha onde está localizado o País Basco, assim chamada a região que vive o povo basco. E toda a narrativa se passa na história de duas famílias amigas que tem suas vidas separadas devido as ideologias, os atentados promovidos pelo ETA. Em muitos pontos acho que o autor foi parcial ao colocar os personagens que defendem a independência do povo basco como pessoas que não sabem direito porque estão lutando e rudes. Mesmo assim, a melhor personagem, na minha opinião, é Arantxa, irmã de um militante do ETA.

A história é contada de forma não linear e o autor em capítulos curtos mescla as linhas do tempo sem deixar a leitura confusa. Achei interessante a narração em 3a pessoa em que os personagens, em 1a pessoa, se juntam ao narrador.

Um drama familiar de tirar o fôlego, mas a partir da metade a história começou a se arrastar pra mim, parece que o autor começou a encher linguiça colocando histórias que nada acrescentavam no contexto. Já nos últimos capítulos ele recuperou o entusiasmo do início tornando-o emocionante.

O livro me despertou curiosidade pra conhecer mais sobre a história do povo basco, sobre o País Basco e sobre o ETA, que lembro pouco, pois era muito criança quando os noticiários falavam sobre suas ações.
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Marcianeysa 16/09/2022

O ETA foi uma organização nacionalista que lutou pela libertação do povo basco. Pretendiam criar um estado basco separado da Espanha. Para isso, empreenderam luta armada.
O livro trata sobre duas famílias que se desintegram por conta da "guerra" que existiu no território basco e as diversas implicações da luta armada.
O autor alterna os capítulos em diversas épocas e aos poucos vamos sabendo o que ocorreu com os personagens.
Sensacional, muito bem escrito e muito sensível.
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Sandra452 05/06/2021

Pátria
?? Olá, amigos leitores! ??
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Hoje quero compartilhar com vocês a leitura de "Pátria", livro que ganhei no sorteio do @vivendoemlinhas em março do ano passado. É, eu sei que faz um bom tempo, mas só agora o peguei para ler.
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Eu não conhecia o livro e fiz muitas conjecturas sobre o título, pensando em algo totalmente diferente. E me surpreendi muito com a leitura!
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O livro gira em torno de duas famílias: a de Bittori e a da Miren. Amigas desde a infância, moradoras da mesma vila e, depois de se casarem, as famílias permaneceram unidas. Os maridos eram o melhor amigo um do outro.
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Mas, por questões políticas, tudo veio a mudar. A história se passa na Espanha, mais precisamente no País Basco (Euskadi), uma comunidade autônoma dentro do território espanhol. E é por isso que a história das duas famílias seguirão direções opostas.
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Um dos filhos de Miren entra para o ETA, um grupo separatista e terrorista e esta, por sua vez, também apoia a militância.
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Do outro lado, o marido de Bittori foi brutalmente assassinado pelo ETA. Bittori e os filhos precisaram fugir da vila.
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Porém, muitos anos depois, quando o ETA anuncia o fim da luta armada, Bittori volta para a vila a fim de descobrir todos os pormenores e dúvidas quanto à morte do marido.
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Embora o livro tenha mais de 500 páginas, a leitura é envolvente, contando a história de cada personagem envolvido nessa trama. É uma história que também nos leva a refletir e a nos colocarmos no lugar do outro, além das muitas informações culturais que o autor espanhol nos apresenta. No final do livro tem até um Glossário com o significado de algumas palavras e termos bascos.
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Apenas uma coisa me incomodou: no texto, as falas acontecem ora em primeira pessoa, ora em terceira, num mesmo parágrafo. Então, requer mais atenção. Mas vale muito a pena a leitura.
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E aí? Vocês já leram esta obra?
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Marquinho 12/12/2020

PATRIA - Fernando Aramburu
???? Duas famílias se tornam inimigas após uma delas se envolver com o exército separatista basco. ETA. Uma organização paramilitar que através de atentados tenta transformar a região basca em um nação independente, visto que possui idioma e cultura próprios. E um assassinato foi o pivô da guerra e da separação entre duas famílias que outrora eram ligadas por intensa amizade. É por esse viés que Pátria traz um belo romance histórico, mas peca por deixar um fato histórico importante apenas como cenário.
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