Leonardo.H.Lopes 16/02/2019Por que ninguém critica Paulo Freire?É engraçado o status que o patrono da educação brasileira possui. Paulo Freire se tornou ao longo dos anos um ser inalcançável e ai daqueles que ousarem criticar o “grande” pedagogo. O Pedagogia da Autonomia é o sétimo livro escrito por Freire, sendo a base de muitos pseudo-professores desde que fora lançado. A presente resenha, mais uma espécie de desabafo e talvez a única aqui presente que ouse criticar mais profundamente a obra, foi redigida por alguém que sempre quis ser professor e que o dia o será; por alguém que viu Freire com olhos grandes até conhecer seu pensamento.
Começando pela essência, a “autonomia” faz parte do pensamento de Freire e, até mesmo por causa do título, é um dos pilares desse livro. Em dado ponto, por volta da página 107, o autor discorre sobre a autonomia que as crianças devem ter, autonomia essa que passa por cima da vontade dos pais. Uma criança não tem a capacidade de distinguir as coisas, de ter bases para, de modo autônomo, criar o seu próprio conhecimento. Se, segundo o grande Paulo Freire, ninguém educa ninguém, se os homens se educam entre si de modo autônomo, então qual o motivo de existir escola e professores? Bastaria largar as crianças, adolescentes e adultos no pátio dos colégios e universidades que eles se educariam entre si “mediatizados pelo mundo”. Se o que o professor deve valorizar é o que o aluno traz de casa, se para Freire o professor apresentar sua cultura “burguesa” para seus alunos é autoritarismo, então, pergunto mais uma vez, qual o motivo de existir escolas?
Em segundo, é uma prepotência de Paulo Freire julgar que apenas o caminho que ele aponta é o caminho correto. Nas páginas 26 e 27 ele escreve que ‘" faz parte de sua (do professor) trajetória docente não apenas ensinar os conteúdos mas também ensinar a pensar certo" - o que seria esse ensinar a pensar certo? Existe um jeito certo para pensar? Ao ler o texto, fica bem claro o "jeito certo de pensar" para Paulo Freire e com certeza o pluralismo não está embutido ali. Freire deixa bem claro aqui que quer impor seu modo de pensar, fato que é evidenciado também logo no início do livro quando ele escreve que os "saberes sobre a prática educativo-crítica ou progressista [...] devem ser conteúdos obrigatórios à organização programática da prática docente". Não existem outros caminhos para o autor que não o que ele projetou.
Além disso, Freire fomenta o ódio explicitamente na página 40 em que escreve que “está errada a educação que não reconhece na justa raiva um papel altamente formador” e na página 79 em que declara que “uma das questões centrais com que temos de lidar é a promoção de posturas rebeldes em posturas revolucionárias que nos engajam no processo radical de transformação do mundo”. Que tipo de educação é essa que quer fomentar raiva e ódio em detrimento de fomentar o conhecimento? Que quer galgar os caminhos da luta de classes em vez de tentar pensar uma igualdade?
Outra coisa que enfurece extremamente é a doutrinação pregada ao longo de toda ideologia freiriana. O bom professor para o patrono é aquele que traz o aluno para o íntimo do movimento de seu pensamento (do pensamento do professor), que o professor, “por respeito” aos alunos, não deve se omitir que deve revelar com facilidade sua maneira de ser e pensar politicamente (página 96). A educação, justamente por respeito aos alunos, deve sim tomar uma postura mais neutra, um professor numa sala de aula é como um presidente de uma assembleia, não pode tomar partido para não guiar as discussões para uma área que irá exaltar certo ponto de vista em detrimento de outro, seja esse ponto de vista qual for. Não é certo que professores façam de salas de aula palanques políticos, centro de desabafos e coisas afins. Professores não têm liberdade de expressão em sala de aula, um professor de matemática não tem a liberdade de chegar na classe e ministrar uma aula de português ou química ou fazer discursos dos mais diversos. O professor de matemática, assim como o de português ou química ou qualquer outro, possui liberdade de cátedra para escolher o melhor método de ensino, até mesmo o freiriano.
O produto desse tipo de pensamento vemos na decadência da cultura no país, na decadência da situação política e na decadência da própria educação. Hoje o meio acadêmico, em especial a licenciatura, está impregnado com essa linha de pensamento progressista e ninguém possui coragem para criticar esse método socioconstrutivista. A educação com certeza só voltará aos trilhos quando Paulo Freire deixar de ser reverenciado, for deposto do título de patrono e, uma grande sugestão, for substituído por alguma pessoa como o professor Pierluigi Piazzi.
“O sistema educacional brasileiro faz descer a escada. Qualquer Pedagogia baseada em Vygotsky, Piaget e Paulo Freire é uma desgraça." Pierluigi Piazzi