As intermitências da morte

As intermitências da morte José Saramago




Resenhas - As Intermitências da Morte


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aureamariasf 26/04/2024

“A morte conhece tudo a nosso respeito, e talvez por isso seja triste.” :(
Honestamente, um dos melhores livros que li na vida e que todos deveriam ler, sem dúvidas. De início o vocabulário português de Saramago pode parecer fora do comum, mas logo nos acostumamos sem precisar de muito esforço já que o fluxo de seu texto é bem fluido, principalmente quando a perspectiva da história muda para a da morte. Ah Saramago, como você foi esplêndido aqui!

Não sabia que teria a visão dela nessa história, mas foi aqui que eu encontrei o motivo real desse autor ser tão respeitado no mundo literário. De, mais ou menos, metade do livro ao final conhecemos a morte, seus pensamentos, suas dúvidas, sua filosofia e, claro, sua gadanha amiga (amei ela!). E se eu te disser que com isso temos, ao desenrolar dos fatos, cada vez mais empatia pela morte? Acredite, Saramago nos conduz a esse sentimento com maestria.

"... chorar não será, não se pode pedir tanto a quem sempre deixa um rasto de lágrimas por onde passa, mas nenhuma delas que seja sua."

A partir desses 50% da obra, Saramago usa, de forma primorosa e na medida certa, de ironias, filosofia, humor e uma baita genialidade, tudo isso partindo de uma crise existencial vivenciada pela morte (isso mesmo que você leu... já mencionei que Saramago foi genial?) e, amigos, como isso foi lindo, engraçado e triste de se ver ao mesmo tempo, foi realmente um livro que me trouxe um enorme mix de emoções e reflexões ao mesmo tempo.

“É assim a vida, vai dando com uma mão até o dia em que tira tudo com a outra.”

Por fim, insisto em dizer que Saramago tem uma escrita magnífica, sarcástica e muito perspicaz (esta que me surpreendeu >de tanta admiração< em muitas partes do livro), sendo com certeza um autor que ainda tem muito o que me ensinar com suas obras, não vejo a hora de ler a próxima e de reler esta num futuro próximo!
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@raissa.reads 23/04/2024

“No dia seguinte ninguém morreu”

Em "As Intermitências da Morte", temos uma distopia na qual o autor imagina um país onde a morte parou de trabalhar. Isso ocorre de um dia para o outro e, inicialmente, as pessoas consideram isso uma boa notícia. No entanto, gradualmente, percebemos que isso se torna um problema. O autor retrata essa situação de maneira bastante realista, onde ninguém mais morre, inclusive pessoas em estado terminal em hospitais, idosos e crianças com doenças terríveis. Os acidentes horríveis também não resultam em morte. Saramago logo nos mostra que os hospitais estão superlotados, há uma crise tremenda no mercado funerário e filósofos se reúnem para discutir o mundo sem morte, enquanto a igreja é obrigada a repensar suas crenças. Para as pessoas que vivem nesse país onde a morte não existe, a vida se torna uma incógnita.

No meio de tudo isso, conhecemos uma família com um idoso em estado terminal e uma criança que nasceu sem expectativa de vida, e durante essa pausa da morte, eles não falecem. Um dia, o pai da família tenta atravessar a fronteira com eles para ver se eles morrem. Quando atravessam, os dois morrem. Ao retornarem, os vizinhos sentem falta daqueles que partiram e perguntam o que aconteceu, e eles explicam. Isso levanta a questão se o que fizeram foi assassinato. Saramago, pragmático em suas questões, nos apresenta diversas visões diferentes do que veríamos em um livro sobre imortalidade, tornando a história muito reflexiva sobre o assunto. Começa então uma discussão moral e ética sobre a ação da família, mas no meio disso, descobrem pela televisão que muitas pessoas no país estão fazendo o mesmo. Nesse momento, o estado de não-morte se torna um problema governamental e internacional.

Além disso, há a questão da religião. As pessoas param de frequentar a igreja cristã, pois essas religiões têm como base a ressurreição e, se não há morte, não há ressurreição. É necessária uma nova reforma.

O livro acompanha a bola de neve da imortalidade até que a morte retorna, anunciando em rede nacional. Nesse momento, a história começa a ficar cômica.

A "dona morte" (com letra minúscula, uma morte cotidiana, com a qual o ser humano lida diariamente, não sendo a Morte com letra maiúscula, que não é muito explicada) avisa que no dia seguinte as pessoas começariam a morrer e que agora teria um novo método de aviso, enviando cartas para as pessoas que iriam morrer, para avisarem seus parentes, pagarem impostos e empréstimos e se despedirem.

Um livro que começa pesado, nos fazendo pensar como a gente lida com a morte. um assunto tão delicado que não queremos pensar, que o ser humano já não lida muito bem, com a perda física da pessoa. Depois dessa reflexão densa, de todos os desdobramentos da imortalidade, chegamos a esse alivio comico da morte.

O texto de Saramago é característico, com parágrafos longos e sem pontuação, com diálogos inseridos no meio do texto. É algo a que se acostuma durante a leitura.

O ponto chave deste livro é como a sociedade lida com a morte e como a morte lida com as pessoas que ela precisa levar.

Embora seja um livro denso, com menos de 200 páginas, possui um bom humor, o que contrasta com outros livros mais famosos de Saramago. "Viagem de um Elefante", que li no ano passado, também me fez rir bastante e é bom intercalar esses livros dele com outros. Este é um bom livro para começar a ler as obras do autor, pois é mais leve (dentro do possível).
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Larissa.Ciscotto 23/04/2024

Favorito do ano
As intermitências da morte é mais um de Saramago que me deixou de queixo caído, completamente admirada com a genialidade e narrativa desse autor. Ele consegue falar sobre a morte de forma cômica, genial e realista, ele passa por pontos de vista que eu nunca tinha nem sonhado em pensar. E se a morte parasse de trabalhar? O que seria de nós?

A grande sacada desse livro, além da maluquice que é viver num país onde ninguém mais morre, é acompanhar a dona morte, a visão dela sobre o seu monótono trabalho e sobre as pessoas que ela precisa ?matar?, que vida, hein (se assim podemos dizer).
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Pati Silveira 23/04/2024

Não deixe a estranheza da escrita te fazer desistir
Para quem nunca leu Saramago, assim como eu que tive nesse livro a primeira experiência, a forma de escrita dele pode parecer confusa e até cansativa. Mas não desista! O cérebro depois se acostuma e tudo flui melhor.
O livro aborda a morte de uma forma fantasiosa e ao mesmo tempo tão real. Cheio de ironias você se pega diversas vezes com aquele sorriso de canto de boca.
São muitas reflexões que este livro me deixou e que ainda irão reverberar um tempo por aqui.
O final desse livro é? ah eu amei demais o final!
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CeciliaFAC 21/04/2024

Te surpreende a cada capítulo
Confesso que a leitura é um pouco pesado, o português mais erudito. Mas a construção do conto vai te levando a picos e vales de uma fábula surpreendente. Termina num ápice maravilhoso. Fico feliz de não ter desistido ao ser engolida por esse português erudito kkkkk
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Estefania 20/04/2024

Que livro bom. Que visão incrível e quão inspirador essa visão tão amplificada a respeito da morte. Só um gênio como Saramago conseguiria expressar de maneira tão coerente tal assunto.
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Mathias Vinícius 17/04/2024

Um comentário sobre: As intermitências da morte
A metáfora da locomotiva e dos trilhos é especialmente poderosa. A realidade segue seu curso natural, como uma maria-fumaça que avança inexoravelmente pelos trilhos. No entanto, quando percebemos que essa trajetória não é imutável, quando a morte se torna intermitente, nossa primeira reação é realinhar os trilhos de alguma forma com que as coisas voltem para o seu local comum. Queremos que a realidade siga em movimento retilíneo, isso nos dá uma sensação de controle e ordem, porém, e se pudéssemos seguir para o caminho contrário? E se, ao invés de fugirmos da morte, a aceitássemos como parte essencial da experiência humana? Afinal, é na finitude que encontramos significado. A morte dá valor ao tempo, torna cada momento precioso. “É natural, o costume é morrer, e morrer só se torna alarmante quando as mortes se multiplicam, uma guerra, uma epidemia, por exemplo”.

O romance, As Intermitências da Morte, escrito pelo renomado autor português José Saramago, nos conduz nessa reflexão profunda sobre a natureza da ausência, a inevitabilidade da morte e a nossa relação com o tempo: “No dia seguinte ninguém morreu”. Através dessa ideia surreal, Saramago nos apresenta um mundo onde a morte decide tirar férias. De repente, as pessoas param de morrer, e o que inicialmente parece uma bênção logo se transforma em uma maldição. Afinal, a morte é parte intrínseca da vida, e sua ausência perturba o equilíbrio natural e, o que de certa maneira, faça com que os cidadãos daquela cidade busquem formas de reencontrar o descanso eterno.

Em meio essas questões observamos o quanto somos seres escapistas, fugimos em todos os momentos da realidade ou somos levados para tal ação e quando não há uma ordem natural do qual devemos esquivar-se, fazemos de tudo quanto é possível para ir de encontro com o real. As primeiras ferramentas, ou melhor dizendo, instituições que recorremos para uma resposta aos nossos anseios são ou a filosofia, ou as crenças nas mais diversas formas de fé. Mas nessa situação, isso não é uma opção: “Porque a filosofia precisa tanto da morte como as religiões, se filosofamos é por saber que morreremos, monsieur de Montaigne já tinha dito que filosofar é aprender a morrer.”

Saramago nos convida a questionar nossas próprias escolhas diante da realidade. Somos como passageiros em uma estação de trem, olhando para os trilhos e decidindo se queremos seguir o curso natural ou desviar para um destino desconhecido. A morte intermitente nos desafia a enfrentar essa escolha com coragem e lucidez.


site: https://www.instagram.com/um_comentario_sobre/
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h3llan4 16/04/2024

"no dia seguinte ninguém morreu."
Meudeusmeudeusmeudeeeeeus!!!!!! completamente sem palavras! chorei de emoção, porque foi coisa de outro mundo isso aqui.

assim como a maioria das pessoas que leram essa obra, tive uma grande dificuldade em me adaptar à escrita de saramago, mas depois que comecei a compreender, engatei e consegui terminar na tranquilidade.

pensei em deixar de lado ali pro meio, mas se eu tivesse feito isso certamente teria perdido a magia que é ler até o fim.

absolutamente genial!
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Nanda 15/04/2024

A morte não é um tema que pensamos no dia-a-dia e, na minha visão, o que esse livro propõe é nós fazer pensar mais sobre esse tema. Porém, diferente de outros livros que tratam do assunto de forma profunda e séria, este o apresenta de uma forma leve e caricata. A história começa com: "No dia seguinte, ninguém morreu."
Gostei bastante do começo e do final, mas o meio foi bem difícil de prender a minha atenção. Talvez pela forma peculiar de escrita do autor.
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Felps_l 15/04/2024

Morte divas que inspiram
Eu entendo a morte, eu também cometeria atrocidades com os humanos e provocaria um colapso socioeconômico fazendo com que ninguém morresse mais, e tudo isso só pra mim se sentir amado
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Palito Holl 12/04/2024

No dia seguinte ninguém morreu
Que livro impressionante. Perfeito em todos os aspectos. Talvez seu único defeito seja ter apenas 200 páginas.
Mia 12/04/2024minha estante
A última página me destrói toda vez, bom demaisss




Andréa 09/04/2024

E no dia seguinte ninguém morreu.
No começo é uma leitura difícil, demorei alguns capítulos para destravar com a escrita de Saramago, cheguei até criticar, cogitei que esse seria o único livro dele que leria. Mas olha, os últimos capítulos me pegou demais. Terminei o livro totalmente sem palavras. Tanto que mudei de ideia sobre ler outros títulos do Saramago.
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Marianacmraa 01/04/2024

Precisei reler o livro para alguns trabalhos na faculdade e, com um olhar um pouco mais crítico, pude perceber melhor a grandiosidade desta obra.

Sem dúvidas esse é o meu livro preferido do Saramago. É um livro que vai do cômico ao sentimental, que discute filosofia, política, etc de uma maneira muito bonita.

É, para mim, um dos poucos livros perfeitos.
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