Bacil 10/09/2012Não digo surpreendente, mas diferente (para quem gosta de Arte)http://umpoucodecafe.wordpress.com
Eu sempre quis ler algo em que se passasse durante ou após a Segunda Guerra Mundial. Me deparei então com "A menina com a lagartixa", um livro curto (somente 112 páginas!) e misterioso, digamos assim. Pra dizer a verdade, o comprei pro causa do nome, porque adoro lagartixas –elas são amigas!! Mas acabei esperando muito mais do que o próprio oferece, e faltou alguma coisa nele que poderia ter o deixado melhor.
Bernard Schlink é muito objetivo em relação à forma de escrita. Escreve sem rodeios e vai direto ao assunto. A ideia principal da história me chamou atenção, e o livro é uma obra de Arte escrito nas entrelinhas. Me entendam uma coisa: não digo o livro uma obra de arte, mas a Arte dentro do livro é quem dá rumo à história e ao desenrolar dela. O autor descreve minuciosamente as cenas e quadros, fazendo com que você imagine tudo, desde algo pequeno até à obra de arte em si, uma “protagonista” nesta história, se posso dizer isso. O autor pesquisou sobre a arte da época, e a escreveu de uma forma que, quem aprecia de Artes, tenho certeza que irá gostar deste livro. Citações como Salvador Dalí, dadaísmo, surrealismo e não sei mais quantos ismos são citados; mas você não fica confuso, cada qual em seu tempo.
Entretanto, sempre há algo em que julgo desnecessário em qualquer livro, e em "A menina com a lagartixa" não foi diferente. Há um capítulo em que Schlink descreve a primeira transa do protagonista (até então nenhum personagem tem nome, apenas “A mãe do menino”, “O pai do menino”, “A bibliotecária”, “A menina do quadro”) e fala de sua primeira namorada. É um capítulo curto, mas que não faz sentido o ter na história; pareceu-me que, para aumentar o número de páginas, teve que haver uma cena de sexo (por mais curto que o capítulo seja) e não achei legal dentro do livro.
Outra coisa pra quem leu e não gostou do livro, ou para quem ainda vai lê-lo: leiam o posfácio, escrito por Marcelo Backes. Quando terminei o livro, fiquei "boiando", literalmente. Várias perguntas estavam em branco que para mim não foram respondidas no desenrolar da história, inclusive o final, que achei absurdo e ruim demais. Como eu não costumo ler agradecimentos finais, quase que eu abandono o livro desapontado. Quase. Minha sorte foi ler o posfácio. Só que assim, ele começa dizendo de outros títulos do autor, e "mimimi", mas depois começa a dizer sobre o livro, e esclarece as lacunas em branco. Eu gostei, só que acho que "A menina com a lagartixa" deveria ter sido escrita antes que as outras obras do próprio.
Em geral, o livro é bonzinho. Você fica apreensivo querendo descobrir a origem do quadro, o por que dos pais não revelarem ao menino como o conseguiram, porque a mãe é tão infeliz e a família decaiu financeiramente desde de quando os fatos começam a se desenrolarem. Mas digo e repito: quem não gosta das Artes, creio eu, que não apreciará muito o livro. É melhor tirarem suas próprias conclusões.