de Paula 21/02/2022
Um vinho que estragou com o tempo
Eu venho fazendo leituras de clássicos e mais pesadinhas que o normal, embora esteja guardando meus Kings mais para frente, porque sei que não vou aguentar ler só um. Neste ínterim, fui para um lugar confortável, o chicklit engraçadíssimo dos anos 90: Bridget Jones.
Sou apaixonada pelos filmes, choro de rir e adoro as disputas Darcy versus Daniel. Infelizmente no livro não temos as cenas épicas de Colin Firth dando uma surra no Hugh Grant, mas vale a pena mesmo assim. É um livro que se passa na cabeça de Bridget e por isso, todas as suas inseguranças estão à disposição do leitor. Vemos que o mundo muda, os anos se passam, mas temos uma Bridgetizinha em nossas mentes querendo nos desvalorizar de alguma forma.
O que faz esse livro não ter envelhecido nada bem é a grande questão da protagonista e a balança, já que o alcoolismo e o vício no cigarro não são tratados com a mesma importância dos 58 quilos que variam durante um ano entre 54 e 60 na vida de Jones. ONDE UMA MULHER COM 58 QUILOS É GORDA? E SE FOSSE, QUAL O PROBLEMA EM SER GORDA? Isso irrita muito e é preocupante como leva a crer que ela não tem um relacionamento sério por estar "acima" do peso. Isso é cruel, é mentiroso e problemático, o que faz o livro não ser indicado para leitores com baixa autoestima ou com problemas com peso e imagem, afinal, gatilhos não vão faltar.
Apesar de tudo isso, é uma leitura agradável, fácil, leve e divertida, ainda mais porque os atores que interpretam Dan e Darcy são citados de forma despretensiosa pela autora. Continua sendo um queridinho e uma história muito engraçada, embora, perigosa para algumas pessoas. Leia com cuidado e não seja como a Bridget.