Algo Sinistro Vem por Aí

Algo Sinistro Vem por Aí Ray Bradbury




Resenhas - Algo Sinistro Vem Por Aí


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Jessé 03/07/2019

Vivendo cada fase da vida!
É um livro que além de contar com uma estória de terror muito bem escrita, nos ensina como devemos viver cada fase da nossa vida sem pressa, e com aceitação.

Sem pressa de crescer, ou sem medo de envelhecer. E sim viver cada momento com intensidade.

Enquanto eu lia esse livro, notei que varias cenas me era familiares, e fiquei pensando que já tinha visto isso em algum lugar.

Depois descobri que a Disney tinha adaptado o livro nos anos 80 para o cinema, e que eu havia assistido ele quando criança. Verei ele novamente em breve.

Enfim..... gostei muita dessa leitura, e foi um dos melhores livros que li esse ano. Recomendadíssimo!
Mari M. 27/07/2019minha estante
nossa amigo,eu tenho e nunca li !!


Jessé 27/07/2019minha estante
Eu gostei muitooooo Mari. Apesar de o livro ter uma ação bem cadenciada, ele é muito bem escrito, e é uma baita terror psicológico. Vale a pena!


Mari M. 28/07/2019minha estante
oba amooo um terror psicologico




carolina.trigo. 28/11/2017

Algo Sinistro Vem Por Aí
Esse foi o segundo livro que li do Ray Bradbury. O primeiro tinha sido "Fahrenheit 451", que é uma distopia que eu adorei! Então, depois que li ele, queria conhecer outras obras do autor, porém, ele escreve muita ficção científica, então fui procurar algum de um gênero que eu curto mais - e cheguei nesse: "Algo Sinistro Vem Por Aí", Editora Bertrand Brasil, um livro de terror diferente!
Após um parque de diversões chegar numa pequena cidade do Meio-Oeste americano, a população imaginava que seria apenas uma diversão a mais. Porém, essa surpresa ameaçadora envolve algumas pessoas sem aviso nenhum com as suas "atrações", levando-os a rumos inusitados e a vaidade humana, com sua procura incessante pela juventude e perfeição, transformará suas vidas para sempre.
As pessoas que serão atraídas, são os amigos Jim Nightshade e William Halloway, dois jovens que tem como objetivo correr pela cidade, fazer travessuras e visitar o pai de Will, Charles Halloway, na biblioteca local, onde ele é o zelador.
Nesse parque de diversões/circo, as atrações são o Labirinto de Espelhos, local que revela centenas de imagens assustadoras e o carrossel, que é capaz de voltar ou avançar no tempo, alternado a idade da pessoa que está nele. Dentre as aberrações que levam esse parque, estão Anão, o Esqueleto, o Senhor Elétrico, a Bruxa do Pó e a Cigana do Tarô - no entanto, nenhuma delas é tão assustadora quanto o dono, o Senhor Dark, o Homem Ilustrado - um ser cujas tatuagens parecem ter vida.
Jim, que vive com a sua mãe, é um garoto mais travesso e que algumas vezes esquece de seu amigo. Porém, é o mais frágil dos dois e será o mais fácil de ser atraído pelos seres do circo. Já Will, vive com os pais, mas tem uma proximidade maior com o seu pai. É um menino mais contido e que tem uma visão diferente do seu amigo sobre as situações que aparecerão. E isso poderá colocar a amizade entre eles em xeque!
Quando eles descobrem o que o carrossel faz, tanto Jim quanto Charles, ficarão obcecados pelo "brinquedo". Enquanto Jim quer ser mais velho o mais rápido possível, a única coisa que deixaria Charles feliz seria voltar a ser jovem. E é disso que o livro vai tratar!
Ray Bradbury vai trabalhar com isso: esses desejos mais profundos das pessoas, mas em nenhum momento dando isso para elas. Essas pessoas são iscas para o Senhor Dark, que ao alcançar elas, as transforma em aberrações.
É um livro interessante, com um terror diferente. Não é aquele que dá medo de assustar, mas sim um terror mais psicológico, com aqueles medos que toda pessoa tem de ver o presente passando ou muito devagar ou muito rápido.
A narrativa não é muito rápida, então emperrei em vários momentos. Não foi O livro, mas foi uma leitura única. Apesar de achar que pode agradar os leitores, não sei se todos irão gostar. Acho que é um livro muito especifico e para um número mais restrito de leitores.
Mas fica a dica! Um livro diferente, com uma narrativa lenta, mas única e que consegue usar o terror para criticar e apontar os nossos maiores medos, que muitas vezes são diminuídos ou esquecidos!

site: http://umolhardeestrangeiro.blogspot.com.br/2017/10/resenha-algo-sinistro-vem-por-ai.html
geo 31/12/2017minha estante
Já li dezenas de livros de terror e eu coloco esse aí entre os melhores.




Paulo 11/06/2017

Falar de algo escrito por Ray Bradbury é muito difícil. Sua escrita não segue padrões específicos do gênero de ficção científica. Em muitas de suas obras ele usa um estilo experimental como em Crônicas Marcianas onde não existe uma história central, mas temas que cercam a exploração do planeta vermelho. Algo Sinistro Vem Por Aí não é diferente desta máxima. Portanto, pretendo percorrer os temas de forma superficial até para não realizar uma resenha longa demais.

Creio que o tema central seja a eterna luta entre o bem e o mal. A história se passa em uma pequena cidade situada em Illinois, Green Town. Nesta cidade, Jim Nightshade e William Halloway fazem suas travessuras costumeiras: correr pela cidade, espiar as estranhas moças do Teatro e fazer a frequente visita ao pai de Will, Charles Halloway, o zelador da biblioteca. Era o mês de outubro e um estranho e nefasto circo chega na cidade. Com atrações como o Labirinto de Espelhos que revela milhares de imagens assustadoras das pessoas ou o carrossel amaldiçoado capaz de avançar ou retornar no tempo, alterando a idade da pessoa. Muitas aberrações habitam o arco como o Anão, o Esqueleto, o Senhor Elétrico, a Bruxa do Pó e a Cigana do Tarô. Nenhuma delas é mais terrível que o dono do circo, o temível Senhor Dark, o Homem Ilustrado.

Os protagonistas se parecem muito com Tom Sawyer e Huckleberry Finn do romance de Charles Dickens. O próprio autor faz essa comparação em uma das passagens do livro. Mas as semelhanças são poucas e prefiro analisá-las à luz do próprio livro. Will é um menino muito contido. Gosta de fazer travessuras, mas prefere fazê-las dentro de seus limites. Já Jim possui uma profunda tristeza interior. Vivendo apenas com a mãe, sabe que o futuro lhe reserva muitas responsabilidades. Mas, ele quer que seu futuro chegue logo para poder ajudar sua mãe. Embora Will e Jim sejam parecidos serão suas visões de mundo diferentes que colocará amizade de ambos em xeque.

Apesar de não serem parentes, podemos comparar Jim e Charles, pai de Will. Enquanto Jim deseja se tornar mais velho o quanto antes, Charles deseja se tornar mais novo. Mesmo Will e Charles tendo uma vida pacata e uma família feliz, Charles não se sente completamente realizado. A diferença da idade de Charles e da mãe de Will revela isso. Charles queria correr ao lado do filho, poder viver aventuras. Tendo a mesma personalidade pacata de Will, a comparação com o estilo atirado de Jim é visível. Ser capaz de ficar mais jovem seria uma segunda chance para Charles alcançar aquilo que ele não foi capaz.

Bradbury brinca com a temática dos desejos mais profundos do homem. O parque oferece aquilo que as pessoas mais querem mas não dá nada. Os desejos funcionam como uma isca para que as pessoas caiam na armadilha do Senhor Dark. Após atender ao desejo da pessoa, ela é transformada em uma das aberrações do circo no momento em que percebe que o desejo não a atendeu do jeito que ela gostaria.

O arrependimento está muito presente na trama do livro. É o arrependimento por não ser capaz de fazer algo ou por não ter escolhido determinado caminho o que atrai as pessoas ao circo. Assim é o desejo de Jim que se arrepende de não ser mais velho, mais forte e mais capaz; com o pai de Will que se arrepende de não ter vivido uma vida aventuresca e arriscada. Mas também é o problema da Senhorita Foley, a velha professora dos meninos. Seu arrependimento é tão grande que ela não resiste à tentação do carrossel amaldiçoado.

Outros temas poderiam ser retirados desta história. Ricas referências, citações a obras célebres, tudo isto presente em uma obra divertida e envolvente que nos faz refletir sobre o que significa o tempo e sua passagem para cada um de nós. E em como cada escolha que fazemos é importante, não podendo nos arrepender do que nunca ocorreu. Afinal, carpe diem!!!

site: www.ficcoeshumanas.com
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Afonseca 26/01/2017

Literatura boa, que é o que importa
Bradbury é um inconveniente. Algo Sinistro Vem Por Aí não é um livro de terror nem de fantasia e muito menos de ficção científica.
Certamente sua leitura vai desapontar quem é aficionado por um único gênero, ou seja lá que nome dão a essas classificações arbitrárias que só servem para nos afastar do que é realmente bom.
A leitura é, como sempre em Bradbury, agradável, fluente e um tanto dada à poesia. Há beleza nos livros dele, sejam quais forem os temas.
No livro em questão, é um parque de diversões assombrado desafiando dois amigos em uma cidadezinha do interior. E, graças às musas, não tem zumbis, não tem sequências e não tem os maneirismos de um Stephen King e muito menos é leitura interminável como a de Game of Thrones.
É ágil, criativo e sucinto, como o bom O hobbit. É feito pra juventude, mas é literatura superior àqueles livros cinzentos de soft sexo para mães assexuadas e entediadas.
A história é legal, mas o melhor é a forma como é contada. Sem detalhes intermináveis, psicologismo barato e explicações. Bradbury preza pelo clima, não pelas explicações (mais uma vez, obrigado musas!).
Vê-se que o autor tem tanto amor às palavras quanto ao enredo, mas dá prioridade à primeira. Daí, 'macacos velhos' velhos como eu podem lê-lo sem medo.
A psicologia lista um número bem pequeno de histórias possíveis. Toda nossa criação humana é variação dessas poucas histórias.
Não dá pra dizer que o enredo é novo (e se gostássemos tanto de novidades nenhuma séria faria sucesso, não é mesmo?), e não é mesmo.
Por isso, o que se salva de toda literatura e cinema é a forma de contar. Bradbury é um ótimo contador de histórias. Se ele narrasse uma lista telefônica já seria melhor que 99% dos livros em série a que somos acometidos.
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Coruja 01/10/2015

Bradbury está faz muuuuuuuito tempo na minha lista – muita gente boa indica, entre amigos que compartilham muitos dos meus gostos literários a autores favoritos (sim, é o Gaiman). Por um motivo ou outro, ia adiando esse encontro e não tenho outra desculpa além do fato de que havia quase uma centena de livros na estante para ler antes.

Como ele não estava como prioridade para compras, terminou que só consertei minha falta quando Algo Sinistro Vem Por Aí e A Árvore do Halloween apareceram para troca. Considerando que outubro é o mês das bruxas, nada mais justo, portanto, que fale deles agora.

Comecei com Algo Sinistro Vem Por Aí porque lembro de ter lido, muito tempo atrás, uma citação dele sobre as ‘pessoas do outono’ – e essas palavras fizeram algo ressoar em mim, permanecendo na minha memória mesmo sem entender o contexto delas.

Essa é uma história sobre crescimento e memória, sobre o potencial que temos para o bem e o mal, sobre tempo e amizade. O enredo começa pela curiosidade de dois garotos amigos desde a primeira infância – William e Jim, que nasceram com poucos minutos de diferença exatamente nos fins de outubro – quando o misterioso Circo do Senhor Dark surge e, posteriormente, segue pelos os esforços de William e seu pai, Charles, para salvar Jim e toda a cidade de um destino bastante sombrio.

Os garotos anseiam pela vida adulta e o pai os observa com nostalgia por sua própria juventude. Normalmente histórias a chegada da maturidade passam por uma ruptura entre o jovem e sua figura mentora (pais ou guardiães), mas os respectivos desejos dos personagens fazem com que eles se encontrem ‘no meio do caminho’. William e Jim têm de aceitar certas responsabilidades e Charles embarca numa grande aventura e se torna um herói.

"- Pai - perguntou Will, a voz bem fraca. - O senhor é uma boa pessoa?

- Para você e para sua mãe, sim, eu tento ser. Mas nenhum homem é um herói para si mesmo. Vivi uma vida inteira comigo, Will. Eu sei tudo o que vale a pena saber sobre mim mesmo..."

O título tem várias camadas de significado e é perfeito para o livro. A primeira lembrança que vem à mente, claro, são as bruxas de Macbeth, o que faz muito sentido, considerando que a profecia das bruxas liberta o potencial de rei escocês para a maldade. Tendo nascido às vésperas do dia das bruxas, William conservaria um aspecto de luminosidade, enquanto Jim, que nasceu nos primeiros segundos do Halloween é mais facilmente seduzido pela lábia do Senhor Dark. Muito antes da chegada do circo, no calar da noite, o nascimento dos dois jovens já prenuncia seus desafios.

Bradbury tem uma linguagem surpreendentemente poética, evocativa – a despeito do horror que está no âmago dessa história, especialmente no que o carrossel maldito representa, transformando sonhos em pesadelos e alimentando o circo com o medo das pessoas. A forma como ele descreve lugares e pessoas nos transporta numa experiência quase sinestésica – de ouvir o vento levando as folhas outonais, o cheiro dos livros na biblioteca, os primeiros toques do inverno.

site: http://owlsroof.blogspot.com.br/2015/10/desafio-corujesco-2015-um-autor-de-quem.html
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Orlando 05/11/2013

O livro é: Algo sinistro vem por aí de Ray Bradbury
O escritor americano Ray Bradbury dispensa apresentações. Aclamado por crítica e público há longas décadas, seu nome é uma referência para os fãs de sci-fi ao redor do mundo. Dentre suas obras de grande apelo junto aos consumidores do gênero, se destacam Crônicas Marcianas (1950) e Fahrenheit 451 (1953), com amplo destaque para o segundo, um cânone da ficção sobre utopias futuristas.
Mas essas obras dispensam, ao menos por hora, o foco deste texto, estamos aqui para Falar de outro livro: “Algo sinistro vem por aí” (1962), incursão que Bradbury faz ao universo do estilo “dark fantasy”, lembrando bastante a obra “O circo do Dr. Lau” de 1935, escrito por Chales G. Finney (leia mais http://www.pontozero.net.br/?p=259).

Em “Algo sinistro vem por aí”, Bradbury abandona seus temas de sci-fi hard para abordar direcionar o olhar para um típica cidade do interior dos EUA, dessas que a gente costumava conhecer bem de diversos filmes, daquelas que todos se conhecem e trocam amenidades pela rua.

No centro da história estão dois garotos, também típicos desse cenário interiorano: Jim Nightshade e Will Holloway, amigos inseparáveis de aventura, estudo, vida pessoal. Nascidos com pouco tempo de diferença um do outro, Will nos últimos segundos de 30 de outubro, Jim nos primeiros de 31 de outubro, ou seja, no Halloween. Um prenúncio de que, desde o nascimento, algo realmente sinistro esperava por esses dois meninos completamente comuns.

Situado aproximadamente nos meados da década de 60, o contexto do livro se reporta a um tempo em que as atividades circenses e de parque de diversão itinerantes era bem comum pelo território americano, sobretudo no período do verão, época de férias escolares no país. Justamente nesse contexto é que a cidade de Will e Jim recebe a visita de um desses parques de diversão e suas inúmeras atrações: Show Pandemônio das Sombras, Cooger & Dark – Fantoches, Circo de Marionetes e Seu Parque de Planícies.
Estranhamento o trem de transporte chega pontualmente as 3 horas da madrugada de um dia atípico para os dois garotos que, ainda durante o tarde, trocaram conversa com um vendedor de para-raios exóticos, já que, segundo suas próprias palavras, uma tempestade se aproximava e um raio cairia sobre a casa de um dos garotos. Entusiasmados, os garotos embarcam na previsão e colocam o para-raios sobre a casa de Will e segue-se o dia na aparente tranquilidade. Curiosos, os meninos se dirigem para o ponto de parada do obscuro e silencioso trem nas horas da madrugada em que a cidade todo dormia.

Ao som de música de órgão, os Will e Jim se deparam com um sombrio espetáculo de montagem das estruturas e brinquedos, um estranho e negro balão sobrevoando tudo e inspecionando, das alturas, a pequena cidade em seu sono. E, na manhã seguinte, o espetáculo começa e junto com ele o sinistro do título do livro, uma citação de Shakespeare, vai se mostrando pouco a pouco nos acontecimentos dentro e fora da área do paquer. Um carrossel que gira ao contrário, o Homem Ilustrado, a velha Bruxa do pó, o labirinto de espelhos, o Senhor Elétrico, o Bebedor de Lava, O Esqueleto…

É bem difícil falar de “Algo sinistro vem por aí” sem soltar milhões das pequenas surpresas que Bradbury vai construindo parágrafo a parágrafo durante seu trajeto narrativo, diga-se, muito bem conduzido com doses de suspense e tensão a medida que as bizarras situações da obra vão se conectando com a vida dos dois garotos. Antes de ser uma obra de fantasia negra, Bradbury nos presenteia com uma bela história de amizade, dessas que tem confiança mútua, pontos em comum e acima de tudo, diferenças de toda ordem, a começar pelas personalidades de Will e Jim: o mais velho é mais retraído, mais tímido, o mais novo mais apressado, imprudente.

Além da relação de amizade, o tema caro a Bradbury neste livro é sobre desejos, os mais sombrios, daqueles que pagaríamos determinados preços para termos algo que não se deve ter e nesse rumo a história se constrói na tensão entre os dois garotos, o pai de Will e as criaturas macabras que circulam pela cidade enquanto alguns de seus moradores misteriosamente desaparecem, mas sobretudo o confronto se dá contra o Senhor Dark, o Homem Ilustrado.

Nesse quadrilátero, que alterna o confronto entre seus vértices, é que se sustenta o charme da história. As diferenças entre Will e Jim, entre Will e seu pai, um homem já cansado e pai tardio que, até então, evitava certa aproximação com o filho, e por fim a parte mais interessante de tudo, o confronto do trio, ora separadamente, ora em conjunto, com o enigmático Senhor Dark, o Homem Ilustrado, cujas tatuagens parecem ter vida e vontade próprias. A cena do desfile das atrações do parque em busca dos garotos na cidade é simplesmente espetacular e prende o leitor em uma esperial crecente de tensão e apreensão a cada passo dado no que, muitas vezes, parece um embate no tabuleiro de Xadrez. É o mestre Bradbury nos lembrando porque é um mestre.

Conduzido com simplicidade e objetividade, o livro não é um conto de terror, nem de horror, é fantasia mesmo, mas que não perde brilho, e nem intensidade em seus tons de obscuridade e de tensão crescente, uma vez que a sensação passada pela narrativa de Bradbury nos dá uma noção do poder que o parque de diversões exerce sobre a pequena cidade, como se fosse algo maior, além de qualquer limite ou lei. Ao se apossar dos muitos casos de desaparecimento e outras bizarrices que envolviam os antigos parques e circos itinerantes dos EUA, o autor acaba nos trazendo aquele velho e constante medo infantil de tudo que é localizado às margens do mundo normal: o feio, o grotesco, o obscuro, o mórbido, o que está nas sombras e não tem local fixo.

Como dito mais acima, falar do que acontece no livro é entregar muitas das pequenas coisas que Bradbury quer nos contar, e não quero tirar esse prazer do velho mestre estragando as coisas neste texto, já que é apenas uma recomendação e não uma pretensa crítica. De crítica mesmo tenho só em relação a edição brasileira que contém vários erros de digitacão em muitas de suas páginas, em outros casos palavras incompletas ou ausentes do texto. Como não tive contato com o texto em inglês, não me arrisco a opinar sobre a tradução, mas acredito que esteja bem feita. Nada que tire o brilho da história, mas que ficou com cara de desleixo por parte dos editores e revisores da Bertrand Brasil isso ficou. Também acho que a obra merecia uma capa melhor, ao contrário da proposta extremamente genérica de “cara de palhaço sinistro com lona de circo”.

No mais, a obra também ganhou uma adaptação cinematográfica pela Disney com uma produção modesta em 1983. Fica a dica para os grandes estúdios es conglomerados de entretenimento olharem novamente para a obra de Bradbury, já que a onda dos reboots, remakes e adaptações continua, os atuais recursos da computação gráfica poderiam auxiliar e muito na construção das bizarrices criadas no livro. Sem esquece um sem número de filmes e outras obras que se inspiraram na temática a partir do que foi exposto em “Algo sinistro vem por aí”.

Boa leitura e cuidado com seus desejos.

site: http://www.pontozero.net.br/?p=558
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Bruno 07/09/2013

Espeva Mais
Esperei muito para ler este livro e me decepcionei. Espera uma história de terror diferente, mas acabei lendo uma história de fantasia meio estranha, confusa. A editora, no resumo do livro promete um terror inexistente, na verdade de terror não há nada na obra, claramente uma fantasia que eu aconselharia a jovens na faixa dos 15 e 16 anos, exatamente porque este livro é um retrato da juventude e suas angustias, dúvidas e expectativas, o que alías acho que é o único ponto positivo do livro: o confronto de expectativas entre juventude e velhice.

Algo Sinistro Vem Por Aí é um livro diferente. Para quem gosta de livros reflexivos até poderá ser legal, mas para mim, não empolgou.
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fbernardes 21/01/2009

Otimo.
A narrativa exuberante, metafórica, assustadora de Bradbury conduz uma historia brilhante sobre a infancia, o medo de crescer, a ansia por se tornar adulto, e a tristeza de ja nao ser tão jovem assim.

Bradbury, além de um mestre da ficção, da fantasia, é, tambem, um mestre do terror.

Um de seus melhores livros. Faz parte da "Trilogia Green Town" a qual tambem pertence "O Vinho da Alegria."

Ray Bradbury rocks!
Mauricio (Vespeiro) 06/06/2019minha estante
É uma trilogia ou quadrilogia?
Encontrei um quarto livro chamado "Summer Morning, Summer Night".




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