On the Road

On the Road Jack Kerouac




Resenhas - On The Road


352 encontrados | exibindo 181 a 196
13 | 14 | 15 | 16 | 17 | 18 | 19 |


Isaque 24/05/2017

Importante para os hippies mas é só um diário aleatório
Esse é um livro que estava na minha lista "para ler" por um bom tempo. O livro é famoso por ser considerado a "Bíblia dos hippies" e isso despertava minha curiosidade. Acabou que li o livro durante um mochilão que fiz pela Índia e Nepal e, sinceramente, não gostei do livro mas entendo sua importância no contexto em que foi escrito então vou comentar abaixo o contexto e o enredo em si:

- O CONTEXTO:
O livro é autobiográfico. Jack Kerouac conta suas histórias de como foi e voltou de Nova York para Los Angeles de carona no período pós-guerra em um intervalo de uns 3 anos, algo entre 1948 e 1950... Ele relata suas aventuras com seus amigos, que ficaram famosos como a "geração beatnik", que batia de frente com aquele modelo de vida quadrado "american way of life" da primeira metade do séc XX.
Esse foi o segundo livro de Kerouac e foi publicado em 1957, o movimento hippie (a geração seguinte à beatnik) que determinava uma série de comportamento da contracultura que se afirmou nos anos 60 foi muito influenciado por esse livro. No meio dessa geração, Bob Dylan afirmou que esse livro foi muito importante para ele.
Curiosidade: o livro foi escrito em 3 semanas, Kerouac não usou parágrafos e emendou um monte de folha na outra para dar a impressão de que o texto era uma estrada. O rolo deu algo entre 35m.

O ENREDO:
Eu li a edição do manuscrito original onde os personagens estão com seus nomes originais, Jack, o narrador e Neal Cassady, seu amigo. Como disse acima, o livro narra as aventuras dessa dupla viajando entre Nova York e Los Angeles 3 vezes, pegando carona, subindo em trens de carga e fazendo bicos. Sinceramente, eles não cometem loucuras absurdas e drogas não são muito mencionadas. O que me chamou a atenção e achei de grande inspiração foi o desapego daquela geração, de viajar com pouco dinheiro e pouca coisa, sem expectativa, meio que pro der e vier e com o coração aberto.
Mas eu tive enormes expectativas sobre esse livro e sinceramente, achei só um diário aleatório com pouquíssimos trechos que agregam. A leitura é simples e se lê rápido, mas passei da página 200 e vi que aquilo não ia chegar em lugar nenhum. Deixei o livro em uma estante de um hostel.
comentários(0)comente



Artax 21/05/2017

O que eu mais gostei no livro foram as mensagens legais sobre vida e morte que brotavam assim do nada da boca dos personagens. É como aquele momento de descontração que rende uma epifania sobre a vida...Sabe, quando você tá dirigindo olhando pro pôr do sol ou sei lá. É um livro que fala de autoconhecimento e que desperta umas questões internas também.

Apesar desse apelo do livro, achei tanto o Sal Paradise, protagonista, quando o Dean Moriarty muito irritantes. O Sal, pra mim, é um pamonhão, meio apático, e o Dean é um chato. Aquele chato que todo mundo adora e paparica e você não entende muito bem porquê, já que na prática ele é um mané, não tá nem aí pra nada e faz o que quer. Mas o relacionamento dos dois é interessante justamente nesse sentido. O Dean desperta esse deslumbramento no Sal e é por conta disso que ele vive grandes momentos de aventura. É como se a vontade de viver do Sal só estivesse presente com a compania do Dean. Ou seja, um pamonha. De qualquer forma, os dois são bastante problemáticos, assim como muitos outros personagens coadjuvantes do livro. Me pareceu uma geração muito desorientada, a desse pessoal! Hehehehe!

Eu recomendo o livro sim, é um clássico, um must read pra quem adora aventuras, viagens, etc. Eu curti muito.
comentários(0)comente



Pedro Azevedo | @arquivos_pe 08/05/2017

Mais que um livro, uma experiência transformadora!
Na época que saiu o filme assisti e me lembro de ter gostado bastante. Aí recentemente fui atrás do livro e após uma caçada de meses em livrarias e sebos, me recusando a comprar pela internet, achei em uma feira uma edição com a capa do filme e ignorando o valor abusivo da feirinha comprei.

A história é sobre um jovem escritor, Sal que sedento pela liberdade se joga na estrada da vida, tanto literalmente quanto figuradamente. Sal tem ao seu lado Dean, um jovem que pode ser descrito radicalmente como o espírito da juventude de sua época, ele é quase que uma força da natureza. Sal não faz ideia das pessoas que irá conhecer e dos lugares que irá percorrer. O desenvolvimento do personagem de Dean e espetacularmente colocado, fazendo com que o leitor o coloque num pedestal, assim como o protagonista faz em toda sua narração. A visão de Sal é doce e livre, o que contrasta com Dean, enérgico e febril muitas vezes tido como louco. Mostra como a juventude pode ser desenfreada e ainda sim feliz.

Lembro que comecei a lê-lo no caminho para e casa e, no terceiro capitulo eu estava cogitando meter algumas coisas em uma mochila e varar de casa, Brasil a fora. Conhecer e desbravar. O livro é poesia pura, crua, marcante e real. Quase se é possível sentir o vento quente da estrada, e o suor escorrendo pelo rosto ao lado do protagonista. Regado a cigarros, jazz e muito álcool o livro se desloca por paisagens urbanas e desérticas de forma tão arrebatadora que ao pausar a leitura eu me sentia totalmente contagiado, e cogitando fazer o mesmo, sem dinheiro e sem rumo.
Largar tudo nunca pareceu tão tentador. Mas como todo ser humano eu sofro do apego às coisas, pessoas. A maldita zona de conforto. Queria ter essa coisa, de ir e vir sem me importar. Hoje em dias as pessoas se preocupam com tudo, e de forma neurótica. Mas só se vive uma vez, não? Por que as pessoas não podem se livrar disso e ter um espírito livre? Ser autêntico, deixar as máscaras caírem e viverem do jeito que sempre se sonhou? Viajar, fazer uma faculdade inútil, se demitir, se separar. Viver.

Mais do que sair em uma viagem fantástica, o livro me fez pensar sobre se eu sou quem eu quero ser, e se eu vivo do jeito que quero viver. Me fez rever a verdades na qual baseio minha vida e se é esse o caminho que eu quero trilhar. A escrita de Kerouac emana liberdade, e essa é a mensagem mais forte que alguém pode passar na minha opinião. Mais forte que e dor, e inclusive do que o amor. Liberdade é tudo.


site: https://www.conversaurbana.com/single-post/2014/04/18/Especial-On-The-Road
comentários(0)comente



Pedro 12/04/2017

É muito interessante ver a quantidade de lugares e pessoas que Saul conhece nas suas aventuras, como eram os grupos de pessoas que formavam a comunidade beat etc. Porém, me foi uma leitura cansativa e chata em sua totalidade.
Esse é um romance peculiar porque a descrição se sobressai à narração. Sim, esse é um romance muito mais descritivo do que narrativo, ou seja, ele falha. E aí, as menções de que On The Road tenha uma nova forma de narrar, revolucionária etc. etc. na verdade me pareceu apenas uma desculpa pra grande falha de narração do texto (encoberta por frases descritivas poéticas nonsense).
Vale dizer que a única trama da história, fora as descrições de ambientes e personagens, é uma louvação vazia do Saul em cima do Dean, que é só um personagem egoísta e apático muito doidão com muitos problemas pessoais passados.
Dito isso, a leitura de On the Road me entregou muito pouco do que eu imaginava (sendo esse meu primeiro livro de prosa dos Beat), e meus elogios se resumem a quantidade de lugares explorados e a quantidade de personagens com personalidades diferentes (embora ninguém, nem mesmo Saul e Dean, seja devidamente explorado).

Sobre as comparações do Jack com o Bukowski, também tenho opinião bem contrária. O Velho Safado tem um tom cru e realista da época e meios sociais em que viveu, com seu toque de humor amargo e realismo sujo que lhe são característicos, enquanto Jack me parece romantizar aquela época que viveu de loucuras na estrada, tentando justificar liricamente todos os erros e idolatrar as partes boas.
comentários(0)comente



Gabriella Chame 10/04/2017

Sobre as mulheres de On The Road
Li esse livro numa época em que estava presa numa relação machista e pouco saudável. Uma das coisas que mais me tocou foram as mulheres de On The Road. Muita gente critica esse livro pelo machismo e pela homofobia contidos nele, mas foi justamente o que me tocou de alguma forma: Kerouac faz um retrato daquela sociedade, descreve o racismo latente na época, assim como seus personagens masculinos tão inconsequentes estão sempre acompanhados de mulheres que poderiam ser tão aventureiras, livres e inconsequentes tanto, mas não são. Eles querem ser livres mas negam isso a suas mulheres. As personagens femininas aqui são deixadas em casa, deixadas de lado. São vistas como as chatas e reclamonas. A única que ousa quebrar esse estereotipo é Mary Lou, que por isso é pintada como uma heartbreaker ou até com termos piores. Gostaria de dizer que Kerouac fez um retrato das relações da época, mas seria uma ilusão. Personagens irresponsaveis e machistas como Dean estão vivos por aí no ano de 2017. Mulheres oprimidas por homens irresponsáveis e machistas também. Eu mesma, me identifiquei com aquelas mulheres dos anos 1940 quando li, já que estava vivendo uma relação tão abusiva. Não senti que Kerouac tenha criado os personagens assim por mero acaso. Senti que tinha aí uma critica. Diferente de O Grande Gatsby, outro classico, porém um pouco mais antigo, em que senti que o machismo e a violência eram mero reflexo da época e não um elemento de critica do Fitzgerald, senti que em On The Road isso é elemento na narrativa depressiva e niilista de Kerouac. On The Road se alterna entre a euforia e a depressão, creio que era isso que o autor queria passar, em vez de "caia na estrada, seja irresponsável, seja esses personagens" como muitos entenderam, e que as relações no livro fazem parte desse retrato de vidas vazias em busca de algum sentido.
comentários(0)comente



Jade 08/04/2017

disappointed but not surprised
Por pertencer a Beat Generation estava esperando uma narrativa que desconstruísse com os dogmas e moral vigente nos Estados Unidos na década de 50. QUE ILUSÃO. Tive muita paciência para encarar páginas de machismo e homofobia. Na minha percepção, o caráter revolucionário do livro consiste na renúncia do american way of life, seja esse sinônimo de ter um casamento, uma casa, um emprego, um diploma. De fato os protagonistas renunciam isso e abraçam a estrada, mas deixou muito a desejar.
comentários(0)comente



Lindsey 18/03/2017

Imperdível
Pai da geração dos beatniks (embrião do movimento hippie), Jack Kerouac gostava de escrever sobre si mesmo. Não, não se trata exatamente de uma autobiografia, é muito mais denso do que isso. Kerouac gostava de botar o pé na estrada, para se sentir livre, para se perder e se encontrar, e era sobre isso que gostava de escrever. Nessa obra, que já foi chamada de "Bíblia Hippie", ele conta sua jornada de forma alucinante, sem se preocupar com o fluxo de palavras, ou de criar capítulos, pausas ou até mesmo parágrafos. É uma massa única de texto, uma doidera chamada de "fluxo de consciência". Na história ele e seus amigos viajam de carro e trem para diversos lugares, cruzando os Estados Unidos, em uma espécie de viagem dos sonhos de muitos jovens. Um clássico que inspirou de comportamentos juvenis a movimentos sociais e estilos musicais.
* Confira minhas outras resenhas no Instagram @livro100spoiler

site: https://www.instagram.com/livro100spoiler
comentários(0)comente



Cy 11/03/2017

Burn, burn, burn!
Depois de um certo tempo, minha viagem com 'On the road', confesso, se tornou um pouco longa e cansativa. Porém eu trouxe muitas "lembranças pra casa". Não faço ideia de como resenhar esse livro. Tenho noção de que é um daqueles que divide opiniões, embora eu tenha ficado pelo meio do caminho. Não foi um livro que amei, mas gostei de ter lido, gostei do que ele me trouxe e acredito ser sim uma leitura de peso, com mensagens que influenciaram toda a geração pós-Guerra. Assim, nada mais digno do que o próprio Kerouac falar. Separei duas das minhas citações favoritas, e que acho que simbolizam bem o livro, o autor, etc, etc, etc...
---

"(...)sempre rastejando atrás de pessoas que me interessam, porque, pra mim, pessoas mesmo são os loucos, os que estão loucos para viver, loucos para falar, loucos para serem salvos, que querem tudo ao mesmo tempo agora, aqueles que nunca bocejam e jamais falam chavões, mas queimam, queimam, queimam como fabulosos fogos de artifício explodindo como constelações em cujo centro fervilhante - pop! - pode-se ver um brilho azul e intenso até que todos "aaaaaaah!". (burn, burn, burn)

---

"(...) a questão é que nós sabemos o que AQUILO significa e sacamos a VIDA. (...) Agora saca só esse pessoal aí na frente. Estão preocupados, contando os quilômetros, pensando onde irão dormir essa noite, quanto dinheiro vão gastar em gasolina, se o tempo estará bom, de que maneira chegarão onde pretendem - e quando terminarem de pensar já terão chegado onde queriam, percebe? Mas eles têm que se preocupar e trair suas horas, cada minuto e cada segundo, entregando-se a tarefas aparentemente urgentes, todas falsas; ou então a desejos caprichosos puramente angustiados e angustiantes, suas almas realmente não terão paz a não ser que se agarrem a uma preocupação explícita e comprovada, e tendo encontrado uma, assumem expressões faciais adequadas, graves e circunspectas, e seguem em frente, e tudo isso não passa, você sabe, de infelicidade, e durante todo esse tempo a vida passa voando por eles e eles sabem disso, e isso também os preocupa num círculo vicioso que não tem fim.".
comentários(0)comente



ale 08/03/2017

Oscilações
Não foi uma leitura muito fácil para mim, parei várias vezes e mesmo pensei em abandonar. Mas, ni fim quero dizer que o livro me conquistou. Expressa uma busca de si a partir da vivencia de aventuras e da descoberta de uma realidade que escape da rotina. No final, no entanto, acabamos poe ver que toda a jornada se resume ao reencontro das mesmas pessoas em diferentes momentos de suas vidas e em diferentes locais. O que se modifica nessas relações a cada encontro? Estarão ainda na busca dos mesmos ideais? Dispostos aos mesmos conflitos e estruturas de relacionamentos?! Muitas reflexões existenciais são feitas ao longo do texto e algumas me tocaram bastante... Ao mesmo tempo acho interessante rever como era um período sem as loucuras de hj e todo o medo que nos cerca... A liberdade de sair sem destino e sem medo por isso; a possibilidade de pegar ou oferecer caronas com tanta facilidade. Também nos leva a repensar valores e estilos de vida a refletir sobre responsabilidades e compromissos sociais... No balanço final gostei muito do livro, do ritmo da narrativa, do espírito dos personagens, e dos sonhos de parte dos jovens americanos em meados do seculo passado.
comentários(0)comente



Gustota 05/03/2017

Hit the road, Jack
Karl Marx tem uma frase célebre no 18 de Brumário de Luís Bonaparte onde ele diz que a história se repete, a primeira vez como tragédia e a segunda como sátira. É impossível ler esse livro e não visualizar inúmeros tipos que conhecemos de nossa vidinha universitária, na boemia noturna, nas casas de shows, nos espaços de arte urbana da cidade que são exatamente sátiras do Sal Paradise, do Dean Moriarty ou do Carlo Marx.

Porém são tipos estereotipados, os atuais hipsters. A vida pseudo-artística, a sana por viagens e experimentalismo nas drogas, a infiltração cultural nos movimentos culturais de gueto, o polimorismo e relações abertas. Quando lemos On the Road, temos a inevitável sensação de que estamos diante das figuras fundadoras dessa brincadeira.

São filhotes dos baby boomers, uma geração do pós-guerra que viveu o início do American Way of Life. A família nuclear, a classe-média, os lares suburbanos o início da televisão e do entretenimento de massa. Por estar à margem disso que jovens buscaram uma nova forma de viver. On The Road é uma espécie de testamento dessa geração. Seu herói é um jovem bem apessoado e marginal, com terrível fome de viver e que alegra e destrói tudo e todos a seu redor. Neal Moriarty é um Peter Pan se aventurando por uma América de criminosos, músicos de jazz, mulheres deliciosas com disposição para o perigo, artistas viciados e decadentes.

Sal Paradise, o alter-ego de Kerouac, cruza a Costa leste à Oeste e depois vai para o México. Sua principal motivação nas viagens é estar onde está Moriarty e outros boêmios loucos. Paradise, quando está sozinho, tende a ser um tipo melancólico, que olha com cinismo para a América e suas promessas. Sempre que está só em suas aventuras, se mete em empregos detestáveis, rotinas enfadonhas e relacionamentos infelizes. Ele constantemente se culpa disso e não tem controle sobre como isso acontece.

Quando está com Moriarty, entretanto, a vida é uma festa, a aventura infindável e o dinheiro simplesmente brota ao menor convite para a ação. Somente assim é possível compreender como Sal Paradise defende com tantas unhas e dentes o amigo a despeito da tonelada de merda que ele vai deixando em seu caminho.

A narrativa não pára, como se alguém tivesse sentado com você no bar e saísse contando a história da vida dele das sete da noite até às sete da manha do dia seguinte. A tradução do Eduardo "Peninha" Bueno é excelente e trabalho "de fã para fã". Se você está buscando um livro pra inspirar seu mochilão, essa não é nem de longe a melhor pedida. Não que não dê vontade de sair por aí viajando durante a leitura, mas não é esse o espírito. Trata-se da desesperada necessidade dos excluídos de se entenderem a partir da experiência de explorar o país, sempre em busca de um lugar melhor, mas nunca querendo ficar.


site: https://medium.com/@gustota
comentários(0)comente



Raposo 05/01/2017

Busca por si mesmo ou Fuga de si mesmo?
"O inferno é a pátria do irreal.
E dos buscadores da felicidade.

É um refúgio para os que fogem do céu,
que é a pátria dos senhores da realidade.

E para os que fogem da terra,
que é a pátria dos escravos da realidade" (George Bernard Shaw)

Por algum motivo esse livro não chegou até mim durante a adolescência, provavelmente eu não estava no estado de espírito da maioria das pessoas que falavam sobre ele. Na verdade, não posso dizer que me recomendavam a leitura, pois a maioria dos relatos era criticando-o sob o argumento dele ir ‘do nada a lugar algum’. O que eu diria a essas pessoas? Releiam quando passarem dos 30.

Talvez o ‘grito de liberdade’ tão esperado por quem ouve falar sobre essa obra faça mais sentido para os que conhecem aquelas estradas e paisagens americanas. A busca de si mesmo por esses cenários também me encantou mas nem de longe resume sobre o que esse livro fala, ou pelo menos, o que ele falou a mim.

Nesses dias de facilidade de acesso à informação, em que todo mundo sabe um pouco sobre tudo e muito sobre nada, em que estamos em um escritório aturando chefes, clientes e vendo as pessoas ‘felizes’ nas redes sociais, ficamos sempre com a sensação de estarmos perdendo 'algo', seja isso um novo ‘meme’ ou alguma parte mais importante de nossas vidas, como nossa liberdade.

Fases da vida vem e vão, hoje estamos trabalhando, amanhã seremos nós de férias, e é assim que tem que ser. Ontem fomos adolescentes e podíamos nos dar ao luxo de várias experiências que na vida adulta não podemos e é assim que tem que ser. Tão importante quando desfrutar do momento é entender que ele passa e que ficar preso a uma determinada fase da vida pode ser perigoso.

Refletindo sobre o que é ‘ser livre’ e o que é ‘ser escravo do instinto’, podemos ponderar sobre se temos de realmente ‘ser felizes’ a todo instante ou se isso é somente um passaporte para angústia e, por que não, várias doenças que tomam conta do mundo moderno, como ansiedade, depressão, etc.
Esse é ponto que, pra mim, torna o livro atemporal, ou talvez, faça mais sentido hoje do que nunca.

No mundo em que somos bombardeados a todo momento por mensagens dizendo que ‘devemos nos manter jovens, magros, viajados e em dia com as todas séries novas da Netflix’ e que, enquanto isso estamos supostamente ‘deixando de viver’ por conta dos estudo, do trabalho, dos filhos.

Assim, acabamos nos responsabilizando/penalizando pelas escolhas que fizemos (ou negando tais escolhas e culpando o acaso) e somos sempre levados a pensar que deveríamos estar em algum outro lugar que não seja onde estamos agora e por conta disso desejemos pegar uma estrada atrás da outra, metaforicamente ou não, para nunca chegar 'lá' e nunca encontrar 'aquilo'.

Enfim, hoje, talvez mais do que nunca, sejamos todos um pouco Dean Moriarty.
comentários(0)comente



Michelle 29/12/2016

Achei enfadonho. Inspirou toda uma geração. Me parece que quem se inspirou levou em conta, o desprezo pela vida e os ideais da burguesia, acho justo, mas esqueceram de perceber que este livro também trata de falta de empatia, machismo e um niilismo desesperador. Não que o fato de tratar dessas coisas possa desmerecer uma obra, mas acredito que para ser levado como "revelação", caberia uma reflexão mais cuidadosa acerca dessas coisas.
comentários(0)comente



Karinny.Maria 02/12/2016

Não é uma resenha, isto é só um desabafo.
Desperdicei horas esperando por um momento de iluminação que justificasse a popularidade deste livro... Tal momento não veio. Comecei com a promessa de aventura empolgante e viagem introspectiva, pra acabar como um dos personagens, esfarrapada na beira de uma estrada sem nada na bagagem ou no coração. Escrita arrastada, repetitiva, dormente, associada a personagens sem alma ou carisma. Pior livro do ano.
Leandro.Paiva 25/10/2019minha estante
Achei exagero,tem livro muito pior por aí,como jogos vorazes,a menina que roubava livros, cinquenta tons de cinza, crepúsculo,a cabana,livros do Dan Brown,august Cury e Nicholas spark.




Ruh Dias (Perplexidade e Silêncio) 05/09/2016

O LIVRO OU O FILME?
"Na Estrada" foi escrito por Jack Kerouac em 1957, em apenas três semanas. É fácil entender seu estilo (literário e de vida) logo nas primeiras páginas: ele escreve num fôlego só, numa cadência sem pausas para respirar, impulsivo e impetuoso. O livro foi escrito à base de benzedrina - um tipo de anfetamina - e jazz.
A estória gira em torno de dois jovens, Sal Paradise e Dean Moriarty, que resolvem fazer uma road trip pelos Estados Unidos, sem nenhum tostão no bolso. Eles vão e vem pelo país, conforme encontram pessoas ou situações que despertam seus interesses, sem nenhum objetivo ou planejamento do que estão fazendo. A viagem, além das drogas, bebidas e sexo, tem um caráter quase espiritual, pois Kerouac - com sua narrativa alucinada e sem interrupções - mostra o encontro que cada personagem tem com seus sentimentos mais íntimos, a medida que a viagem vai se estendendo.
Ao longo do livro, surge Allen Ginsberg, poeta e com tendências suicidas, que exerce uma enorme influência em Sal e Dean. Posteriormente, seria lançado um filme somente para ele, chamado "Kill Your Darlings" (2013), que conta com Daniel Radcliffe no elenco.


No filme, a esposa de 16 anos de idade de Dean, Marylou (interpretada pela Kristen Stewart), os acompanha na road trip. Esta seria uma primeira diferença em relação ao livro, pois a presença de Marylou não é tão forte na obra escrita.
O roteiro do filme ficou mais concentrado na parte das drogas, bebibas e sexo. Ou seja, não é o tipo de filme para se assistir com a família. Embora, no livro, Kerouac fale sobre os relacionamentos sexuais de Sal e Dean com certas garotas que encontram, não é nem de perto o foco da estória. No filme, no entanto, fica-se a impressão de que os protagonistas não querem saber de nada além de orgias e de ficarem chapados, numa transformação bastante rasa da jornada "espiritual" que eles buscam no livro.
Um ponto positivo do filme é a atuação de Garret Hedlund, que interpreta Dean Moriarty. Dean é um anti-herói: não tem escrúpulos, é imoral, trai Marylou o tempo todo, ganha o dinheiro de forma desonesta e, mesmo assim, nos apaixonamos por ele. Garret deu vida a Dean de um jeito bastante satisfatório, deixando-o excêntrico e gentil na medida certa.
Além disso, as locações do filme são excelentes e realmente desperta a vontade de sair por aí numa road trip.

O livro ou o filme? O livro.

O filme perdeu a essência da estória de Kerouac. Ele quis mostrar toda uma geração de jovens americanos que estavam cansados do american way of life e queriam traçar seus próprios caminhos. Estes jovens queriam descobrir sozinhos o que fazer de suas vidas, alcançando uma libertação de certas normas da sociedade que, até aquela época, nunca tinha sido vista. Por trás da viagem pelos Estados Unidos, havia uma filosofia de vida nova sendo contruída, e esta filosofia era bastante poética e corajosa. Porém, toda esta camada mais profunda da estória ficou enterrada em cenas de sexo e de uso de drogas.
O livro traz discussões muito relevantes sobre o modo de vida que levamos e os assuntos que ele levanta são pertinentes até os dias de hoje. Merece ser lido com certeza, pois nos faz refletir sobre as nossas próprias escolhas. Já o filme, não passa de uma diversão boba, que deixou de lado o principal de Kerouac.

site: http://perplexidadesilencio.blogspot.com.br/2016/06/o-livro-ou-o-filme-na-estrada-de-jack.html
comentários(0)comente



352 encontrados | exibindo 181 a 196
13 | 14 | 15 | 16 | 17 | 18 | 19 |


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR