Eu Sou o Último Judeu

Eu Sou o Último Judeu Chil Rajchman




Resenhas - Eu Sou o Último Judeu


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Canafístula 26/01/2012

Eu Sou o Último Judeu, de Chil Rajchman
Esse é um dos livros mais fortes que já li sobre Holocausto, juntamente com “Auschwitz – O Testemunho de um Médico” que também já foi resenhado aqui no blog.

Esse livro possui uma perspectiva diferente da que teve Miklos Nyiszli, o autor de “Auschwitz” porque aquele era um dos médicos auxiliares do campo, ele viu muitas atrocidades, mas não era um dos prisioneiros comuns que passaram por todas as provações e atrocidades que os carrascos nazistas impunham aos prisioneiros. Treblinka era um campo onde os métodos usados pelos nazistas eram bem piores do que em Auschwitz. Treblinka não era um campo de concentração como Auschwitz, Treblinka era um campo de extermínio onde as pessoas chegavam para morrer. Os poucos que eram selecionados para trabalhar sofriam atrocidades terríveis que são relatadas ao longo do livro.

O livro é bem fácil de ler e é relativamente curto (152 páginas), mas é praticamente impossível ler de uma vez só, pelo menos foi impossível para mim. O livro é tão pesado que eu tive que ir fazendo pausas durante a leitura, porque não consegui digerir o conteúdo de uma vez só, por ser demasiado forte. Uma noite eu até tentei ler todo de uma vez só, mas acabei adormecendo e tive um pesadelo onde eu era uma das prisioneiras do campo e eu mesma executava uma das tarefas impostas aos prisioneiros, que era extrair dentes de ouro da boca de cadáveres que saíam das câmaras de gás.

Eu estudo sobre Segunda Guerra Mundial e Holocausto desde os meus onze ou doze anos, não tenho muita certeza. A verdade é que poucos livros me chocaram tanto quanto esse. Sem dúvida, é bem impactante e deve ser lido por todos, sem sombra da dúvida. É narrado sem rodeios, vai direto ao ponto. E foi essa uma das coisas que mais me deixou chocada: é um relato bem cru.
Não vemos todo aquele drama já comum nos livros do mesmo gênero, esse vai direto ao assunto e expõe tudo de forma bem clara. É um dos livros que já li que mesmo tendo poucas páginas, consegue ser bem indigesto e difícil de engolir.

O livro é muito bem escrito e bem estruturado. Um dos motivos pelo livro ser tão chocante é que foi escrito logo depois da guerra, com as memórias e emoções do autor bem à flor da pele e não muitos anos depois e com a ajuda de um escritor como vemos comumente por aí.

Eu só acho que o autor poderia ter se aprofundado um pouco mais em alguns pontos. O livro começa com ele sendo deportado para Auschwitz. Acho que um prefácio com ele contando a vida dele e de sua família durante os anos de ocupação na Polônia, o dia-a-dia no gueto judaico e tal, não teria caído nada mal. Também senti falta de um posfácio relatando o que aconteceu com o autor após a guerra. Que pena, infelizmente ele só narrou o ano em que ficou confinado no campo, o que só torna o relato ainda mais cruel.

Apesar de ser uma leitura bem forte, chocante e pesada, eu recomendo. Sempre devemos tomar consciência e nunca esquecer do que o ser humano já foi capaz.

Essas e muitas outras resenhas você encontra no blog A Última Canafístula. Visite http://aultimacanafistula.blogspot.com/
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Gustavo Araujo 27/03/2012

As 160 páginas mais pungentes da literatura dedicada ao Holocausto judeu
Há muito perdi a conta do quanto li a respeito do Holocausto, um dos capítulos mais infames da história da humanidade. Para ser franco, já me considerava até anestesiado pelos relatos das barbáries cometidas pelos alemães nos idos de 1942 a 1945. Essa sensação de rotina, entretanto, desapareceu quando li “Eu Sou o Último Judeu”, de Chil Rajchman.

Claro, as descrições de assassinatos e torturas, da vida miserável e das milhares de mortes anônimas estão lá, mas o que verdadeiramente causa impacto na narrativa de Rajchman é a crueza da escrita, o modo direto, quase impessoal, que o autor utiliza para traduzir os onze meses que passou em Treblinka.

A apenas 100km de Varsóvia, afundado até a medula em um cenário de charco e areia, Treblinka tornou-se conhecido como o campo de extermínio mais eficiente na máquina assassina nazista.Durante seus dezesseis meses de funcionamento, o campo ceifou a vida de nada menos que 900.000 mil pessoas – homens, mulheres e crianças – de modo industrial, numa média de 56 mil pessoas por mês, ou quase duas mil pessoas por dia.

Não havia trabalho forçado, como em Auschwitz ou Birkenau. Em Treblinka, os judeus eram vertidos dos trens abarrotados e imediatamente divididos em filas. Despojados de seus pertences e do que lhes restava de dignidade, marchavam, nus, sob gritos e vergastadas diretamente para as câmaras de gás, onde o fim da vida lhes esperava.

Alguns eram sacados ao acaso dos corredores da morte para os trabalhos decorrentes da matança. Chil Rajchman foi um deles. Iniciou como tonsurador, cortando os cabelos das mulheres que seguiam para a morte iminente, testemunhando em silêncio seu choro e desespero ante a hora derradeira. Foi incumbido de revirar pilhas e pilhas de roupas, em busca de joias e dinheiro para os nazistas, tendo, em certa ocasião, se deparado com o vestido de sua irmã. Arrancou dentes de cadáveres, transportou corpos para valas comuns e foi obrigado a reabri-las para queimar o que restava das pessoas, numa tentativa dos alemães em acabar com qualquer evidência dos crimes.

Por razões que derivam puramente do acaso, Chil Rajchman foi um dos 57 sobreviventes de Treblinka. Isso mesmo: apenas 57 pessoas sobreviveram ao campo. Rajchman fugiu do campo em agosto de 1943, em decorrência de uma rebelião, escondendo-se em Varsóvia, onde escreveu o relato de sua experiência antes mesmo que a guerra terminasse.

Com o fim do conflito, Chil Rajchman imigrou para o Uruguai, onde se casou e teve três filhos. Viveu até 2004, testemunhando em diversos processos contra criminosos nazistas. O texto sobre seus dias em Treblinka, no entanto, seria publicado somente em 2009.

A concepção do relato durante a guerra talvez seja a razão maior da crueza e da simplicidade estarrecedora que o permeiam. Não há espaço para divagações pessoais ou interpretações filosóficas. Não existe o “eu”. Desfez-se o homem. Demoliu-se o ser humano. Talvez sejam as 160 páginas mais pungentes da literatura dedicada ao Holocausto judeu.

Um livro imperdível.
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Down 16/01/2013

Recomendo.
Bem, levei um tempo para fazer uma resenha desse livro, porque mesmo depois de várias semanas eu ainda estava de queixo caído com tudo o que eu li. Mas vamos lá. Eu tenho um interesse muito grande pela 2° guerra mundial, estava passando aqui pelo Skoob, quando esse livro me chamou a atenção, comprei e não me arrependi. O livro é excelente. Não é apenas um testemunho. O que eu sentir ao ler o mesmo foi indescritível. O ódio é uma característica muito marcante. Um cão tinha mais direito a vida do que um judeu, que de acordo com os nazistas, estavam a viver uma vida da qual eles não eram dignos. Esse livro representa a dor de uma nação em uma época onde faltava muito amor no coração.
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Thamires 27/01/2013

Infelizmente a realidade!
Esse livro me deixou muito triste. Apesar dele ser bem pequeno, é muito mais intenso do que muitos por aí. É um relato muito triste do que aconteceu naquele campo de extermínio, e malditos são aqueles nazistas! É muito triste, a tem coisas ali que você se pergunta: como uma pessoa pode fazer isso? É infelizmente o que aconteceu...o livro é sensacional, um relato direto e cru!
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Drin.Pereira 24/07/2013

Impactante
Sem rodeios o autor narra as ações praticadas pelos nazistas contra os judeus. Seu relato é impactante, deixa o leitor revoltado com a crueldade em Treblinka.
Foi praticamente um milagre o autor ter conseguido escapar desse terrível campo de extermínio, e uma atitude nobre a de contribuir com seu relato sobre essa fase horrível.
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Regiane 14/07/2010

Mais que um testemunho!
Esse livro descreve a história de um sobrevivente de um campo de extermínio – Treblinka (1942 – 1943) – localizado na Polônia.

Chil Rajchman, mesmo diante de uma realidade monstruosa e violenta, foi capaz de escapar da morte mais de uma vez. Após 10 meses de resistência as crueldades nazistas, em agosto de 1943, ele e outros prisioneiros conseguiram pôr em prática um plano de fuga. Chil foi um dos últimos judeus a escapar de Treblinka.

Esse relato foi escrito ainda durante a guerra, mas somente agora que foi publicado. Apesar de ser um testemunho triste e que muitos preferem esquecer, é uma forma de refletir sobre as atrocidades e injustiças ocorridas naquela época.

Recomendo!
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Christian Assunção 09/01/2016

152
Incrivelmente forte, mas necessário ser lido.
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Helinton 07/10/2016

O pior retrato da humanidade.
Quando me perguntam qual o livro de terror mais forte que já li, eu cito este livro. É um drama, mas a realidade dos fatos ocorridos neste livro são piores que todos os livros de terror que eu já li juntos. Chega a ser inacreditável o ponto que os seres humanos podem chegar quando se trata de ser ruim. Neste livro lemos o relato de um sobrevivente de um campo de extermínio na segunda guerra mundial. Eu sou aficionado em assunto da Segunda Guerra e holocausto, mas este livro é de longe o mais forte que já li sobre o tema. Recomendo a todos que assim como eu sempre buscam mais informação sobre o tema.
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Joelcio Ormond 01/08/2018

Indústria de extermínio
Realmente, não é possível melhor definição para o que acontecia nesse campo do que indústria de extermínio. O autor relata toda a lógica de "aumento de produtividade" dos assassinatos, após os quais, como em um abatedouro, tudo se aproveitava, até mesmo os dentes de ouro das vítimas.

O ser humano sempre tenta encontrar uma lógica, uma padrão, naquilo que acontece. Com essas atrocidades não foi diferente. Uma das tentativas de justificativa foi a de que houve tamanha lavagem cerebral que fez com que se deixasse de ver os exterminados como seres humanos, ou pelo menos vê-los "menores" que isso, de forma que retiraria a imoralidade das condutas praticadas.

No entanto, o livro mostra que não havia uma "utilidade" para o que era feito, era, sim, uma tentativa, pura e simples, de apagar, definitivamente, a existência daquelas pessoas. Da mesma forma, se "retirar a humanidade" tornava moralmente justificável os assassinatos, por qual motivo haveria a necessidade de evitar que os "excessos" fossem descobertos?

O relato feito por Chil Rajchman sobre o ano que passou em Treblinka é irretocável, cru e forte, como só poderia ser, tendo em vista ter sido escrito junto ao desenrolar dos fatos. Mostra a crueldade dos assassinos, que não se contentavam somente em matar, mas em fazer da pior forma que poderia ser feito.

É, por fim, muito triste ver também o dilema moral pelo qual passam os "personagens", que são, ao mesmo tempo, engrenagens na máquina e seus prováveis "insumos".
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Elisabete Bastos @betebooks 19/08/2018

Sobreviver e testemunhar os horrores
O autor, por meio de um relato sem fôlego, narra a sua sobrevivência no campo de extermínio de Treblinka. É uma autobiografia descritiva sem tempo para emoção. Chil se forçou a contar de forma a descrever o máximo as suas tarefas, a rotina dura, a morte à espreita, o ritual dos assassinatos pelos nazistas e ucranianos. Chil ficou por dez meses no campo e saiu por meio de motim no campo em agosto de 1943.

O campo de extermínio era um fábrica de espoliar os bens, roupas, dentes de ouro, cabelos dos judeus.

Os nazistas organizavam perfeitamente com procedimentos em que as vítimas depositavam as suas roupas, amarravam os cadarços de seus sapatos e entravam nus nas câmeras de gás.

Após, os judeus (utilitários) retiravam os corpos e queimavam em grandes fogueiras. Os nazistas queriam reduzir em cinzas milhares de judeus (750.000 em Treblinka).

Alguns judeus eram escolhidos para sobreviver e serem usados como arrancar dentes de ouro, prótese dentárias, cortar os cabelos das mulheres (tosar), antes de matá-las.

Os nazistas eram pervertidos em atrocidades, ao cinismo, a mentira, espancar, matar, espoliar, ceifar vidas, foram muito mais de que simples soldados, foram tomados pelo ódio de judeus, a quem humilhavam, execravam, torturavam, sem acreditar que alguém sobrevivesse para testemunhar os horrores forjados por nazistas em campos de extermínio.

O horror e a barbárie constantes no nazismo devem abstrair qualquer tipo de exclusão de etnia, raça, crença e sim: o respeito ao ser humano.

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Mario Miranda 10/06/2019

Sem dúvida, Eu sou o último Judeu, figura como um dos maiores relatos sobre o Nazismo. Não um relato frio, distante e desconhecido, mas de um dos poucos judeus que conseguiu sobreviver à Treblinka/Polônia, um dos maiores campos de extermínios nazista.

Eu um ambiente onde se exterminavam mais de 15 mil judeus por dia, e os poucos que eram eleitos a não serem confinados em câmaras de gás em um primeiro momento, ficando como mão-de-obra escrava para o trabalho de limpeza dos restos mortais, Chil Rajchman foi um herói não apenas por sua sobrevivência, mas sobretudo por manter-se lúcido a ponto de nos legar este relato dramático do dia-dia em um campo de extermínio.

Talvez o ponto mais dramático da leitura seja não as mortes - que são obviamente chocantes - mas o entendimento que os nazistas envolvidos no Campo de Concentração executavam suas atividades com um prazer e um voluntarismo sádico, sem haver a necessidade de uma estrutura hierárquica militar que os compelisse a realizar todas as suas atividades que culminaram, apenas em Treblinka, em centenas de milhares de judeus mortos.
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Camis Pinheiro 30/07/2019

Sem palavras pra tanta dor
Não tenho palavras para descrever a dor desse livro. Eu já tinha pegado ele pra ler antes, mas não consegui ler o relato. Dessa vez fui determinada a terminar. Pois bem, terminei em lágrimas.
O relato é doloroso demais. As coisas vividas pelos judeus em Treblinka são piores do que eu conseguia imaginar.
Apesar de sofrido, eu recomendo esse

site: https://www.instagram.com/eu_recomendolivros/
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Peterson 17/02/2020

Infelizmente aconteceu
Intenso, triste... Como é possível seres humanos cometerem tantas atrocidades aos seus semelhantes?
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Catarine Heiter 18/02/2020

Releitura realizada após 10 anos e o impacto é o mesmo! Um texto orgânico, visceral, escrito à luz da emoção e que foi responsável pelo meu interesse pela literatura de testemunho desde a primeira experiência de leitura. O autor revive a cada página, experiências diversas enquanto judeu prisioneiro em um campo de extermínio. Os capítulos são curtos, a linguagem utilizada é simples; mas a crueza com que o autor relata situações extremamente delicadas (e absurdas) transforma este livro curtinho em uma obra não adequada para pessoas mais sensíveis.

Escolhi reler este livro para participar do desafio DLL 2020, como escolha para o tema Baseado em Fatos Reais.
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Paulascrap 28/03/2020

Intenso !..
📝" Mesmo quando terrível, o escritor deve dizer a verdade, o leitor, conhecê-la. Esquivar-se, fechar os olhos, passar adiante é insultar a memória dos que pereceram" Vassili Grossman. ........... 📝 Cada relato de testemunho que enfrentamos estamos fazendo realmente isso , não deixando que esse sofrimento seja esquecido.!!.........📝O campo de extermínio de Treblinka foi implantado em junho de 1942 e foi a receber incialmente judeus do gueto de Varsóvia, antes dos demais comboios....... 📝Dos 57 sobreviventes do campo , Chil Rajman foi um deles e nos narra todas as crueldades suportadas , o carregamento de cadáveres dos que não chegaram ao dia da revolta e posterior fuga , ele foi um dos últimos judeus a escapar de Treblinka em busca da sobrevivência.........📝 A cada história que conhecemos achamos que foi a pior de todas , mas erramos pois a cada nova o terror nos surpreendermos , inacreditável acreditar na sobrevivência dessas pessoas sob a mão de monstros alimentados pelo sofrimento alheio............📝Uma leitura de poucas paginas mas nada rápida , um texto denso com muitos detalhes desse período no campo e todos os castigos suportados até a elaboração do plano de revolta dos internos . ............
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