Aletheia (@almaletrada) 15/01/2023Devastador!!!Década de 1930, a prisão de Could Moutain abrigava vidas, algumas delas completamente destoantes dos limites de padrões estabelecidos pela sociedade da época. Para essas pessoas, a vida reservada o corredor verde e, em seu final, a velha fagulha, nome carinhosamente dado à cadeira elétrica que daria fim às vidas de tantos indignos sociais. Assim, passamos a conhecer Jonh Coffey (igual ao que a gente toma, mas escreve diferente), um negro misterioso, com algumas limitações mentais e o sentimento de carregar o mundo nas costas. Acusado de estuprar e assassinar duas garotinhas gêmeas, ele chega à prisão e assusta quem o vê. Quase dois metros de tamanho e a força de um gigante. Inicialmente todos se assustam com o tamanho, até que passamos a conhecer quem habita o corredor da morte, sejam presos ou policiais. O narrador é o sr. Edgecombe, chefe dos guardas no corredor da morte, presenciamos uma descrição subjacente, sobre a Depressão Americana e seus impactos que fizeram tantas pessoas vagar nos diferentes territórios em busca de sobrevivência.
A estória é dolorosa e cheia de camadas, onde passamos a conhecer a rotina dos homens que se tornaram abjetos (alguns são) pela sociedade. Enxergamos em muitos momentos, os seres humanos por detrás dos crimes. Várias discussões são trazidas à baila por King, religiosidade, exclusão social, racismo, religião, julgamento errado de atos, mesmo com evidências irrefutáveis. O livro é doloroso e nos convida a entrar, ora na pele de Jonh, ora na pele de Paul. Outros personagens também chamam atenção de forma positiva, Brutus, Dean, Howel, Toot Toot, outros de forma odiosa, Percy, Wherton e Dolan. Del e Mr. Guizos são um show a parte, com eles a diversão é garantida, apesar da morte de Del ter sido um show de horrores.
Muitas reflexões são trazidas para que confrontemos nossas crenças, muitas vezes limitantes. Sem dúvida esse livro entrou nos meus top 5 do autor. Favoritado e indicado.