Resenhas - Pegando fogo

Maurino 06/02/2011

Diz-me o que comes e te direi quem és.
"Diz-me o que comes e te direi quem és." Nunca essa frase, reproduzida ipsis litteris no texto,foi tão apropriada quanto nesse saboroso livo de Richard Wrangham - pelo menos em termos filgenéticos. De forma clara e agradável ele nos propõe a sua ousada teoria de que a comida cozida nos teria dado uma vantagem adaptativa no processo evolutivo.Segundo a "hipótese do cozimento", assim como as pulgas estão adaptadas a sugar sangue, nós seres humanos estamos adaptados aos alimentos cozidos. Se Aristóteles definiu o homem como animal político, Thomas Willis como o animal que ri, Benjamin Franklin como o animal que fabrica seus utensílios e Edmundo Burke como um animal religioso; seguindo os passos de James Boswell e Claude Lévi-Strauss, Wrangham o define como o animal que cozinha. No fim das contas, acho que não há sustentação teórica suficiente para um projeto tão ambicioso e o autor acaba exagerando um pouco na importância que confere ao cozimento, mas ainda assim é um livro brilhante, que merece ser lido e degustado.

Morfindel 15/04/2016

Somos o que comemos
Ótimo livro para aqueles que se interessam por antropologia. Nunca tinha me deparado com essa hipótese simples: não seríamos a espécia que somos sem o fogo, sem o cozimento de alimentos. O calor permitiu que nossa comida fosse mais digerível e assim mais aproveitada pelo nosso sistema digestivo. A comida crua, seja ela carnívora ou vegetariana, não rende tanto, caloricamente falando, quando comida cozida, além de exigir mais energia do nosso metabolismo pra ser processada. Uma dieta crudívora permite a que a come uma perda de peso, isso pode ser uma vantagem, se pensarmos na parte estética, mas ao mesmo tempo deixará quem a consumir desnutrido, com deficiência de nutrientes.

Melhor livro do ano de 2009 e para mim o melhor livro do ano, até agora.

Bruno T. 31/03/2010

Interessante
Apesar da repetição exaustiva da idéia central (o próprio subtítulo) e do conteúdo eminentemente técnico, é livro de fácil leitura. Original e interessante, vale a pena ler, para conhecer a "hipótese do cozimento" proposta pelo autor.

Pedro 29/07/2014

O livro é bom, mas...
Gostei bastante da teoria abordada no livro. Como um amante da evolução e futuro biólogo, fiquei fascinado com as informações que obtive por esse livro, que com certeza é rico em conteúdo. Considero, aliás, bastante plausível, senão lógica, que a tese defendida esteja correta ou próxima disso.
Porém, comprei pela internet por quase R$ 50,00, e quando vi o tamanho pequeno do livro, já me senti lesado. Ao checar e perceber que das 226 páginas do livro apenas 154 eram conteúdo em si (o resto constituído por Notas, Bibliografias, Agradecimentos, Índice, etc)me senti roubado!

Rittes 25/07/2018

O fogo e a evolução
Livro fantástico, mas com uma quantidade insana de referências, o que acaba truncando um pouco a leitura, mas é uma demonstração de que coisas como papéis atribuídos naturalmente à gêneros e até algumas práticas sexuais podem estar ligadas somente ao fato de termos aprendido a cozinhar. Recomendo para quem gosta de respostas complexas para temas idem...

Hugo 01/05/2020

“Por que cozinhar nos tornou humanos”, esse subtítulo resume o viés antropológico do livro: como o cozimento dos alimentos transformou a humanidade e como as comunidades pelo mundo tem relações diferentes com a comida.

site: https://anemiacerebral.com.br/ta-com-fome-leia-um-livro/