stellasays 29/10/2014
Um livro superestimado
Tentei assistir o filme baseado nesse livro há uns 3 anos atrás, não consegui. Me distraía e simplesmente não tinha concentração. Achei que era por causa do próprio filme, mas depois de ler esse livro eu sei que é culpa da estória mesmo. Que livro chato!
Bem, o livro se passa no ano de 632 A.F. (After Ford, o novo calendário se baseia na data de nascimento de Henry Ford) em uma sociedade futurística utópica/distópica - tem um debate imenso a respeito disso nas 3 introduções do livro, o que já me cansou bastante - onde as pessoas não envelhecem, não engordam, não engravidam, não ficam doentes, não se casam, apenas curtem a vida com muito sexo livre e drogas. Como ninguém tem filhos, não existem pais e mães, todos nascem de proveta e são condicionados desde o nascimento a amarem sua própria classe social, seja ela qual for, e não invejarem nenhum tipo de ascensão social. Claro, que para isso, eles sofrem repetidas doses de terapia de choque e ouvem mantras enquanto dormem para absorver a ideia de que tudo é perfeito e todos são felizes.
Enquanto isso, do lado de fora dessa bolha, tem uma galera que ainda vive conforme vivemos hoje em dia, eles se casam, têm filhos, ficam doentes, velhos e morrem. Estes são chamados de "selvagens". Vivem em casas muito pobres e sujas, cercados pela doença e pela miséria. Dentre eles há um rapaz chamado John, que é filho de uma mulher que veio desse mundo fantástico mencionado acima e que fica, em vão, tentando condicionar o filho do lado de fora pra pensar como as pessoas pensam do lado de dentro. Ou seja, o menino acaba não se enquadrando nem de um lado, nem de outro.
Antes de sermos apresentados a John o Selvagem, o autor quer que você pense que o protagonista é o Bernard Marx, um homem repleto de sentimentos profundos em uma sociedade cheia de pessoas frívolas e vazias. Só que, uma vez que ele conhece o John, o autor desiste de dar atenção pro Bernard, que muda da água pro vinho e vira um homem obcecado pela fama que chora por medo de ficar sozinho. Ele é simplesmente empurrado pra escanteio e é esse o fim do Bernard. Já o John, é um rapaz sexista, moralista, masoquista, com uma séria obsessão por Shakespeare. E é esse cara que Huxley quer que você dê atenção agora. Eu não aguentei. O personagem é insuportável.
O livro salva por um ou outro comentário, cheguei até a postar um na Timeline do Facebook. Ele tem uma prerrogativa boa, mas perde muito com a execução. É um livro muito superestimado e tive que me esforçar pra terminá-lo. Não indico.
site: http://custella.blogspot.com.br/2014/10/291014-brave-new-world-by-aldous-huxley.html