spoiler visualizarMateus.Athaydes 13/10/2023
YA bem escrito, mas não foge dos tropos padrões do gênero
Primeiro quero dizer que este livro é sim muito bem escrito e é impressionante que seja o primeiro livro da autora. A história se passa ao longo de vários capítulos curtos, segue uma narrativa em primeira pessoa com o olhar dos dois personagens principais: Laia e Elias.
Não vou falar da história, vamos ao que gostei / não gostei.
Gostei:
1. Os personagens são muito cativantes. O grande motivo de eu continuar a ler vão ser eles.
2. Achei que ela subverteu algumas expectativas de forma inteligente. (não do plot em si, mas de detalhes da narrativa, como o fato do Elias não fugir e meio que se render para participar das eliminatórias, por exemplo).
3. O ritmo desse livro é ótimo, tu vai lendo e nem nota.
4. Mitologia árabe é mto rica e ficou mto legal aqui, não tava esperando!
5. Helene e Elias, única relação de fato bem explorada, que tem nuance e que é real.
Não gostei (Aqui tem spoilers):
1. MUITO Amor adolescente, aaaaargh…
1.1 Todo mundo é lindo e atraente, com DOIS triângulos amorosos. Chega né...
2. MUITOS, MUITOS, MUITOS tropos. Esse livro usa TUDO que já foi criado: tem vilão fazendo monólogo; tem os personagens escolhidos, tem deus ex machina, tem bully agressor, tem “o professor do mal”, tudo.
3. Eu odiei a comandante. Não porque ela é bem escrita e gerou isso em mim. Eu odeio ela porque ela é SUPER unidimensional - vilão que pisa cachorrinho, sabe? Na boa, tortura pela tortura, sem nenhum sentido ou ideal em volta, serve pra que? Ela sequer tem uma filosofia ou fé em algo.
4. Achei as eliminatórias muito simples, as regras são mal explicadas, me pareceu que cada eliminatória geraria uma morte no começo, mas não foi isso que aconteceu. Achei que faltou um pouco criatividade em cada etapa da eliminatória, a única de fato achei legal foi a primeira, e mesmo assim foi algo meio dentro do padrão. Neste aspecto, acho que muita coisa se resumiu a luta de espadinha e, convenhamos, eles estão escolhendo o novo imperador. O imperador não precisa ser mega habilidoso com a espada (inclusive me parece que não é, dado que foi morto bem rápido no livro).
5. O fim é bem ruinzinho:
1. Na moral, como que a Laia consegue DO NADA explodir tudo no fim desse livro? De onde veio tudo isso? Como ninguém viu eles colocando os explosivos? Como que isso não é desenvolvido antes?
2. Por que ela ameaça do Elias no fim, ela fez essa mão todo pra libertar ele… não faz sentido.
3. POR QUE diabos a adivinha salvou a Laia? Ela está tramando contra o Império? Esses adivinhos jogaram bem a favor dos personagens aqui. Esperava algo mais brutal.
4. Será que o Elias não deveria ter morrido? Fico pensando que isso poderia ter feito muito bem para a história. Teria engrandecido muito o personagem da Laia e da Helene, colocando-o como um mártir da revolução. Talvez, até fazendo alguns alunos de Blackcliff duvidarem de suas crenças.
1. Mesmo pensando em saga, abre espaço pro Darin brilhar usando as espadas Telumanas.
6. O livro é deveras expositivo em alguns momentos, alguns personagens meio que explicando umas coisas uns pros outros. É estranho pq todos vivem neste mesmo mundo (nasceram lá) e todos tem mais ou menos a mesma idade (ou ao menos parecem ter).
1. O que mais me incomodou foi a Cozinheira explicando a história do mundo todo para Laia. Sério que a Erudita nunca ouviu falar de como seu povo ficou importante? É muito estranho que essa “lenda” não tenha se passado de boca em boca. Teria sido mais interessante se a autora tivesse nos apresentado a lenda deturpada e mais fantasiada que os Eruditos repetem, dessa forma descobriríamos a verdade depois.