Duas Tragédias Gregas: Hécuba e Troianas

Duas Tragédias Gregas: Hécuba e Troianas Eurípides




Resenhas - Duas Tragédias Gregas: Hécuba e Troianas


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Mario Miranda 01/04/2020

Hécuba e Troianas são duas Tragédias de Eurípides usualmente colocada em um segundo escalão de leitura, quando comparamos com a repercussão de As Bacantes, ou impacto trágico de Medeia ou Héracles.

Entretanto, apesar de não serem duas obras seminais do Grego, sua melhor característica reside em elucidar questões que ficam obscuras entre o término da Ilíada e o início da Odisseia. As duas tragédias situam-se imediatamente após a destruição de Troia.

Hécuba narra a saga - e força - da rainha Troiana imediatamente após a destruição de Troia. Hécuba é umas das grandes mulheres da mitologia grega. Seus filhos Hector e Páris - Alexandre - já estão mortos. Sua filha Policena é levada para sacrifício diante do túmulo de Aquiles; Cassandra será um butim, levada como amante do Rei Agamêmnon. Ela própria será levada como escrava de Odisseu. A qual última esperança Hécuba se fia? Em seu filho Polidoro, enviado em fuga para ser protegido pelo rei Polimestor.

Polimestor, invés de proteger Polidoro, o mata ambicionando ficar com o Ouro que este carregava. Seu corpo é jogado ao Mar, encontrado e levado a já cativa Hécuba. Esta tenciona fazer seu último ato antes de sumir dentro da escuridão da escravidão: vingar Polidoro. Para tal, conta com a anuência de Agamêmnon.

As Troianas é uma Tragédia-Acusação: é uma crítica de Eurípides aos desmandos ocorridos nas guerras, especialmente em seu término: abusos, escravidão, estupros. Narra a saga, e sofrimento, das mulheres Troianas, sendo objetificadas e repartidas entre os Gregos Vencedores. Temos ali o destino de Andrômaca - esposa de Hector -, a tentativa falha de Helena em salvar-se. O ponto alto é a introdução das profecias de Cassandra: a sua morte e a do próprio Agamemnon, o sofrido retorno de Odisseu. Para aqueles que se interessarem por esta que é uma das personagens mais curiosas de toda a mitologia Grega, Lícofron dedicou uma obra inteira a Cassandra e suas profecias.

Ler apenas a Ilíada e Odisseia é como vislumbrar uma monumento histórico diante de uma neblina: há uma noção da grandiosidade, porém sem termos os detalhes que tornam aquela obra tão relevante. Ler as tragédias gregas de Ésquilo, Sófocles e Eurípides é conhcer em detalhes fatos prévios, durante e posteriores a Guerra de Troia, marco do saber ocidental.
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